Ademir impõe com seu jogo
o ritmo do chumbo (e o peso),
da lesma, da câmara lenta,
do homem dentro do pesadelo.
Ritmo líquido se infiltrando
no adversário, grosso, de dentro,
impondo-lhe o que ele deseja,
mandando nele, apodrecendo-o.
Ritmo morno, de andar na areia,
de água doente de alagados,
entorpecendo e então atando
o mais irrequieto adversário.
Em um dos seus mais conhecidos poemas, o pernambucano João Cabral de Melo Neto prestou sua homenagem ao mais importante jogador da história do Palmeiras: Ademir da Guia, o Divino. Em seus versos, o poeta celebra o ritmo cadenciado que Ademir impunha ao jogo e eterniza a genialidade do craque, capaz de realizar jogadas magistrais e surpreender o adversário usando a sutileza, a inteligência e a malícia, em detrimento da velocidade.
Também chamado de Maestro e de Bailarino, Ademir jogava por música e foi o garboso comandante da célebre Academia Palmeirense, que marcou época entre o final dos anos 60 e meados dos anos 70 e que foi o primeiro bicampeão brasileiro, em 1972 e 1973. Para o jornalista Armando Nogueira, sua postura em campo lembrava a do primeiro violino de uma orquestra. Já para o economista Luiz Gonzaga Beluzzo, ex-presidente do Palmeiras, o jogador lembrava um personagem renascentista.
Elegante e dono de uma visão de jogo quase sobrenatural, Ademir pertence àquele seleto grupo de jogadores que, infelizmente, não conseguiram vencer uma Copa do Mundo – a única de que participou foi a de 1974, onde o Brasil chegou em um modesto (para os nossos padrões, é claro) quarto lugar. Pertencem a essa casta figuras extraordinárias como Leônidas da Silva, Zizinho, Ademir Menezes, Canhoteiro, Sócrates, Reinaldo, Zico e Dirceu Lopes, entre muitos outros. Mas o Divino inscreveu seu nome, com enorme galhardia e talento, na galeria dos maiores craques que já pisaram nos gramados brasileiros. Do mesmo modo que o fez Stephen Paul Motian na bateria jazzística.
Não sei porque cargas d’águas, mas sempre me pareceu haver semelhanças entre Ademir da Guia e Paul Motian. Quando se fala em bateristas de jazz, nomes mais esfuziantes, como Art Blakey, Max Roach ou Elvin Jones são imediatamente lembrados, ao contrário do discreto Motian, que ainda por cima costuma ser, injustamente, acusado de ser por demais cerebral e frio. Esses mesmos adjetivos também eram usados para definir Ademir da Guia e sua peculiar maneira de jogar. Talvez seja por isso que eu veja, em um e em outro, tantos pontos em comum, embora tenham se dedicado a ofícios completamente diversos. Ou não!
Motian nasceu na cidade de Filadélfia, na Pensilvânia, no dia 25 de março de 1931. A família, de origem armênia, mudou-se pouco depois para Providence, Rhode Island, onde o garoto foi criado e onde travou os primeiros modos com a música. O swing compunha a trilha sonora da época, mas por conta das raízes familiares, o garoto cresceu ouvindo também música oriental, especialmente árabe e turca, nos pesados discos 78 rotações que havia em casa. O primeiro instrumento a seduzir o garoto foi a guitarra acústica, por causa de sua paixão por filmes de faroeste, onde o instrumento era bastante utilizado.
Aos 12 anos, descobriu a bateria e passou a receber as primeiras lições, por parte de um vizinho. Os estudos musicais prosseguiram na escola, e Motian era presença constante nas diversas orquestras formadas ali. Pouco tempo depois, já estava tocando profissionalmente em bandas da região da Nova Inglaterra, sendo fortemente influenciado por Kenny Clarke e Max Roach. A carreira, que já vinha se delineando, teve que ser interrompida por causa do serviço militar, tendo o baterista servido à Marinha. Após uma passagem pela Navy School of Music, em Washington, Motian foi destacado para a Sétima Frota e correu o mundo a bordo de fragatas, cruzadores e porta-aviões.
Dispensado em 1954, resolveu tentar a sorte em Nova Iorque. Seus primeiros trabalhos foram nas bandas do pianista George Wallington e do saxofonista Russell Jacquet. Entre 1956 e 1957, Motian fez parte do grupo do clarinetista Tony Scott, onde conheceu o future parceiro Bill Evans. Pouco tempo depois, substituiu Art Taylor no quarteto de Thelonious Monk e foi firmando seu nome como um dos mais confiáveis bateristas novaiorquinos. Outras associações importantes no período foram com Stan Getz, Zoot Sims, Sonny Rollins, Oscar Pettiford, Coleman Hawkins, Roy Eldridge, Herbie Nichols, Lennie Tristano, Al Cohn, John Coltrane, Zoot Sims e George Russell.
Em 1959, foi convidado para se juntar ao trio de Evans, do qual fazia parte o fabuloso Scott LaFaro e o resto é história, por assim dizer. A importância dessa parceria é tão grande que se pode afirmar, sem parecer exagerado, que a história dos trios de jazz se divide em antes e depois do grupo, provavelmente o mais notável combo do gênero em atividade naquela época. Ousados, inovadores e talentosíssimos, os três mudaram a linguagem jazzística e deram nova feição ao formato piano, baixo e bateria.
Segundo o grande André Tandeta, o trabalho de Motian foi decisivo para criar “o ambiente rítmico e sonoro perfeito para as explorações de Bill Evans no fim dos anos 50 e começo dos 60. Sem ser um baterista extremamente técnico (perto dos grandes Mestres do jazz ele é bastante limitado nesse quesito) Motian tem muita fluência em qualquer andamento ou “mood”. Seu vocabulário é simples porem surpreende sempre pois é extremamente criativo e usa idéias polirrítmicas com freqüência. Alem disso, tem um senso de forma muito aguçado e, pelo menos na minha opinião, é um baterista que parece que toca “dentro” da musica e do conjunto, tamanha sua percepção de forma e da dinâmica a ser usada”.
Aclamado pela crítica e adorado pelo público que costumava lotar as dependências de clubes como o Birdland, o Café Bohemia e, sobretudo, o Village Vanguard, o trio parecia ter o céu como limite. Discos como “Portraits In Jazz”, “Waltz For Debbie”, “Explorations” e, sobretudo, “Sunday at the Village Vanguard” são até hoje reverenciados por jazzófilos de todas as gerações ou correntes. No mínimo, pelo menos um deles costuma figurar, com todos os méritos, nas listas das dez mais importantes gravações da história do jazz feitas de tempos em tempos pela crítica especializada.
Tudo mudaria na noite de 06 de julho de 1961, quando o sonho deu lugar a um pesadelo. LaFaro se dirigia à casa dos pais, na cidade de Geneva, estado de Nova Iorque, quando perdeu o controle do automóvel que dirigia, saiu da estrada e bateu violentamente contra uma árvore. Scott teve morte instantânea e o acidente encerrou prematuramente a vida e a carreira de um dos mais talentosos e promissores contrabaixistas de qualquer época. Ele tinha apenas 25 anos.
Motian recorda aquela noite terrível: “Eu estava dormindo, quando o telefone tocou. Era Bill, falando que Scott havia morrido. Eu apenas disse ‘ok’ e voltei a dormir. Na manhã seguinte, contei para a minha esposa que havia tido um sonho esquisito e, em seguida, liguei pra Bill, para falar sobre o sonho”. O pesadelo era real e a perda abalou não apenas as carreiras, mas as próprias vidas de Motian e Evans. O pianista ficou tão abalado com a morte do amigo que passou alguns meses em estado catatônico. Parou de tocar e de gravar por quase seis meses, mergulhou ainda mais fundo no pavoroso vício de heroína e, na definição do baterista, sua aparência parecia a de um fantasma.
Só em dezembro daquele ano fatídico Evans e Motian conseguiram juntar forças para o difícil recomeço. O pianista recrutou o talentoso Chuck Israels em 1962 e voltou aos palcos e estúdios. Embora os discos dessa fase sejam esplendorosos, como “How My Heart Sings!” ou “Moonbeans”, ninguém pode negar que não possuem a mística dos álbuns com Scott. De qualquer forma, o baterista permaneceu no trio até 1964, quando decidiu partir para novas experiências. Mas a sua contribuição para a história do jazz já estava consolidada.
Como explica o amigo Tandeta, Paul Motian “foi um dos pioneiros no uso da bateria como um instrumento que criasse cores, não só ritmos, na música, um approach que pode-se chamar de impressionista. É como se a bateria se libertasse de sua função eminentemente rítmica e passasse a ser uma terceira voz na conversa musical do trio, junto ao piano e ao contrabaixo e isso de maneira extremamente musical, sutil e, ao mesmo tempo, criando um ambiente para a musica se desenvolver. Paul Motian é um Mestre”.
A partir daí, ele investiu na carreira de freelancer e seu portfólio exibe colaborações com Mose Allison, Morgana King, Charles Lloyd, Lee Konitz, Martial Solal, Eddie Costa, Bob Brookmeyer, Herbie Mann, entre outros. Dois outros pianistas foram de suma importância na carreira de Motian: os geniais Paul Bley e Keith Jarrett, seus parceiros mais constantes durante a segunda metade da década de 60. O baterista fez parte não apenas do trio de Jarrett como também do seu chamado Quarteto Americano, que incluía também o saxofonista Dewey Redman e o baixista Charlie Haden, e trabalhou em quase uma dezena de álbuns do excêntrico pianista.
Duas curiosidades acerca da carreira de Motian no período: ele participou do mítico festival de Woodstock, em 1969, acompanhando o cantor folk Arlo Guthrie, e recusou o convite para assumir as baquetas na banda de John Coltrane, após a saída de Elvin Jones, em 1965. Jones andava insatisfeito com a formação pouco usual adotada por Trane e que incluía um segundo baterista, Rashied Ali.
Durante o período com Jarrett e Bley, Motian se aproximaria dos baixistas Charlie Haden e Gary Peacock (com quem havia trabalhado antes, pois havia substituído Chuck Israels no trio de Evans). Ambos, em maior ou menor grau, ajudariam a depurar o estilo do baterista, a redefinir seus padrões estéticos e a aproximá-lo do jazz de vanguarda. Ele dividiria os palcos e os estúdios com Haden e Peacock um sem número de vezes e seria parceiro de um ou outro em uma série de projetos, ao longo dos trinta anos seguintes.
Motian deixou o grupo de Jarrett em 1972, para dar impulso à carreira de compositor e para comandar seus próprios conjuntos. Primeiramente, assinou com o selo alemão ECM, por onde lançou seus primeiros álbuns como líder, tendo como acompanhantes músicos renomados como David Izenson e Charles Brackeen, e iniciantes talentosos como Ed Schuller, Joe Lovano e Bill Frisell (uma indicação feita por Pat Metheny). Em seguida, mudou-se para a pequena gravadora italiana Soul Note, até fixar-se na francesa JMT Records, famosa pelo bom gosto na seleção do seu cast e pelo primoroso trabalho gráfico de seus discos.
Na nova casa, protagonizou uma ousada releitura dos standards do cancioneiro norte-americano, com a série “On Broadway”. Foram três álbuns para a JMT, sendo o primeiro em 1988, o segundo em 1989 e o terceiro em 1993. Haveria ainda um quarto volume, chamado “On Broadway Vol. IV: The Paradox Of Continuity”, lançado em 2006, por ocasião das comemorações do 75º aniversário do baterista, e um quinto volume, chamado simples mente “On Broadway Vol. 5”, de 2008, ambos pelo selo alemão Winter & Winter.
Embora todos sejam de altíssimo nível, tenho um carinho especial pelo terceiro volume da série. O repertório, como de hábito, é primoroso e a atmosfera não poderia ser mais cool. Motian lidera um quinteto dos mais coesos, do qual fazem parte os saxofonistas Lee Konitz e Joe Lovano (o primeiro se reveza no alto e no soprano, e o segundo, apenas no tenor), o guitarrista Bill Frisell e o baixista Charlie Haden.
A abertura fica por conta de “How Deep Is the Ocean?”, uma das mais notáveis composições de Irving Berlin. O quinteto imprime à canção um balanço discreto e refinado, e o senso de tempo de Motian é impecável. Lovano paga tributo aos tenoristas da velha escola, como Ben Webster ou Gene Ammons, com uma sonoridade opulenta mas repleta de inflexões contemporâneas. A pegada de Haden, profunda e encorpada, é outro grande achado.
Em seguida, uma interpretação hipnótica de “I Wish I Knew”, de Harry Warren e Mack Gordon, ajuda a traçar a identidade do disco – uma leitura da tradição feita com o olhar inquieto da modernidade. Dissonâncias e seqüências harmônicas intrincadas, estética pouco afeita a exibicionismos, sobriedade nos arranjos e nos improvisos – tudo isso feito com extremo bom gosto e com uma técnica invulgar.
“Just One of Those Things”, gema de Cole Porter, é a faixa com mais elementos do bebop, incluindo aí solos candentes por parte do líder, de Lovano e de Konitz. Aqui também se percebe em Frisell uma abordagem mais ortodoxa, mantendo-se com os pés bem assentados na tradição iniciada por Charlie Christian, embora não abra mão de sua sonoridade característica, com muitas distorções, velocidade e predomínio dos registros mais agudos do instrumento.
A pungente “Crazy She Calls Me” foi composta por Bob Russell e Carl Sigman e é uma das peças mais conhecidas do repertório de Billie Holiday. Motian e seus parceiros executam uma versão reverente e prenhe de melancolia, com destaque para a fantasmagórica guitarra de Frisell e para o lânguido fraseado de Lovano.
O quinteto faz uma deliciosa viagem aos trópicos, com uma versão mais que bem-vinda de “Tico Tico”, do nosso brasileiríssimo Zequinha de Abreu. O resultado é extremamente revigorante, com uma exuberância rítmica e um calor que passam ao largo dos pavorosos “sambas der gringo” que por vezes marcam o encontro entre os músicos de jazz e as canções brasileiras. O líder empreende um animado passeio rítmico pelo samba e pelo choro e a pegada roqueira de Frisell se revela perfeitamente adequada ao contexto.
“Weaver of Dreams” é uma canção de Jack Elliott e Victor Young e a interpretação do grupo é fascinante. Começa com um andamento lento, passando aos poucos para um delicioso tempo médio. Haden e Motian possuem aquela espécie rara de coesão e entrosamento que apenas músicos que tocam muito tempo juntos costumam exibir. Konitz é uma fonte permanente de lirismo e o contraponto rascante feito por Lovano acrescenta charme e personalidade ao tema.
“The Way You Look Tonight” é uma auspiciosa parceria de Dorothy Fields e Jerome Kern. O quinteto faz uma leitura irreverente e vibrante 2desse clássico, subvertendo a melodia e inventando um verdadeiro labirinto de harmonias, que a aproximam das correntes mais experimentais do jazz. A percussão é dissonante, cheia de surpresas, e Konitz parece espalhar as notas a esmo em um primeiro instante, para em seguida recolhê-las do éter e dar-lhes um notável sentido melódico.
“Handfull of Stars” foi composta por Jack Lawrence e Ted Shapiro e o quinteto recria o tema com lirismo e uma certa austeridade. Frisell domina a agressividade natural do seu toque e elabora um clima quase onírico. Os sopros se sobrepõem com candura e graça, com as vozes do sax alto e do tenor serpenteando com a delicadeza de um rio de águas plácidas. A temperatura sobe em “Pennies From Heaven”, de Johnny Burke e Arthur Johnston, com amplo destaque para a atmosfera parkeriana criada por Konitz e para o vigoroso trabalho do líder com os pratos .
Hoagy Carmichael e Johnny Mercer compuseram a belíssima “Skylark” em 1941 e de lá para cá a canção foi interpretada por virtualmente todos os grandes nomes do jazz, incluindo Tal Farlow, Stan Getz, Carmen McRae, Art Blakey, Paul Desmond e Anita O’Day, para mencionar apenas alguns. O arranjo do quinteto é sóbrio e naturalmente elegante, graças à percussão discreta do líder e ao refinado fraseado de Konitz, que maneja o sax soprano com doçura e paixão. Em uma única palavra: estupendo!
Motian mantém-se em atividade intensa e permanece como um dos espíritos mais inquietos do jazz. Fundou a Electric Bebop Band, que interpreta temas do bebop em arranjos eletrificados, participou da engajada Liberation Music Ensemble, de Charlie Haden. Em 1990, 0 baterista homenageou o antigo patrão Bill Evans no álbum “Bill Evans: Tribute to the Great Post-Bop Pianist”, como já havia feito com Thelonious Monk, no soberbo “Monk In Motian”, de 1988.
Sua agenda é das mais concorridas, registrando participações em festivais pelos quatro cantos do mundo. Ao longo dos últimos anos, trabalhou com uma plêiade de músicos como Carla Bley, Enrico Pieranunzi, Chris Potter, Ron Carter, Joshua Redman, Kurt Rosenwinkel, Don Cherry, Marilyn Crispell, Alan Pasqua, Frank Kimbrough, Marc Johnson, Dewey Redman, Geri Allen, Gil Evans, Tom Harrell, Joe Diorio, Gonzalo Rubalcaba, Warne Marsh, John Patitucci, Larry Goldings, Enrico Rava, Hal Crook, entre muitos outros.
O crítico Eric Novod, do site jazz.com, lança algumas luzes sobre a maneira toda especial de tocar do baterista: “Sua técnica com as escovas é impecável, como evidenciado em muitas das gravações com o trio de Bill Evans. Quando ele pega as baquetas, músicos e público nunca sabem ao certo o que esperar. Ele às vezes soa minimalista, aparentemente deixando de lado o swing, para surpreender a audiência e seus colegas músicos, em uma conversa musical de enorme sentido. Por outro lado, ele às vezes soa estridente, criando solos ritmicamente inteligente e de grande conteúdo emocional. Seja tocando minimamente, seja de forma agressiva, a sua motivação constante é fornecer uma espécie de declaração melódica concebida entre pratos e tambores”.
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30 comentários:
Oi Érico,
Já estou trabalhando com música de fundo. Seu blog sempre alegra minha manhã de trabalho.
Bjkas e uma ótima 3ª-feira para vc.
www.gosto-disto.com
Estimado ÉRICO:
Excelente resenha sobre um dos grandes da bateria e, como diz nosso mais que prezado TANDETA, sem ser um "técnico" é um "músico", o que sempre nos agrada mais.
Bela, muito bela a gravação escolhida.
Recomendação de quem entende de hérnia de disco = amanhã, 4ª feira, evite de todas as maneiras os espirros de satisfação (que espero ocorram) ou de desgosto (jogar naquela "taba" não será fácil).
Abraços, cuide-se e grato pela resenha e pela música.
Queridos Betty e Apóstolo,
Sejam muito bem-vindos - é muito bom saber que os amigos do barzinho aprovam a trilha sonora postada.
O Motian realmente tem um toque bastante marcante - reouvi alguns discos com o trio de Bill Evans, para escrever a resenha e dá para perceber que o trabalho dele realmente se diferencia de outros bateristas da época - como Philly Joe Jones no trio do Red Garland e o Ed Thigpen no trio do Oscar Peterson, por exemplo.
Ele trazia uma abordagem nova para a época e por isso é tão reverenciado (além de ter um enorme bom gosto na escolha dos membros de seus grupos e na seleção do repertório).
Um fraterno abraço aos dois e que quarta-feira o nosso Vascão repita a atuação que teve contra o Avaí.
Quem diria que esse cruz maltino blog iria se curvar ao impávido manto verde e seu ídolo maior.Andei muito desapontado com o Ademir quando se inseriu na arena esquizofrênica e servil da política paulistana.Não consegui separar o meu ídolo do ser humano.Como o próprio , em sua conduta de edil legislador , não separou o joio do trigo.Redundante dizer, mas, enfim, trabalho minuciosamente pesquisado, informativo e magistralmente realizado.Leva jeito esse Cordeiro.
Estimado ÉRICO:
Ao postar comentário omití observação que considero importante, já que é sobre o GRANDE Ademir da Guia.
Antes de mais nada permito-me lembrar que esse fenômeno era incrivelmente RÁPIDO, ainda que suas longas passadas não aparentassem essa catacterística; deve-se isso à extensão e flexibilidade das pernas que permitiam tais passadas com longo alcance. Muito mais rápido que a imensa maioria dos jogadores, possuia enorme capacidade de antecipação, tanto física quanto de raciocínio, de visão periférica, além de um "pulmão" insuperável.
Quanto à disputa com a Polônia pelo 3º lugar na Copa de 1974, lembro que o 1º tempo terminou 0x0, tendo a seleção brasileira jogado bem melhor que a Polônia e sendo Ademir da Guia o melhor jogador em campo. Todavia e não tendo jamais a seleção conseguido alcançar um padrão mínimo de estrutura, sob o descomando do tal de "zégalo" (tão decantado pela imprensa que sempre esconde as derrotas do moço, que foi um belo jogador, mas um "zero" como técnico), nosso "técnico" substituiu exatamente Ademir da Guia, colhendo como resultado o gol de Lato em contra-ataque e a derrota de uma seleção que teve todo o tempo do mundo para preparar-se e chegou para a Copa jogando de forma ridícula (briga entre jogadores, disputas bizarras entre jogadores Rio x S.Paulo, jogadores já negociados para a França, enfim, uma "esculhambação").
Assim, estimado ÉRICO, esse gênio do futebol maior, encantador, ganhador, bom caráter, fidalgo, honesto, foi derrotado por um "zé" incensado por uma imprensa e que tem a péssima falha do auto-endeusamento.
Coisas do futebol, e coisas grotescas ! ! !
Mr. Érico, antes de falar do Motian, de quem conheço pouco e este disco vai pra fila - mas no meu caso, c sabe, a fila anda mais rápido pq baixo - te digo: Finalmente visitaste o pequeno grande pianistinha lá no meu cafofo, eu sabia q ias gostar! O Steve Schimidt é bão, seu san! E o disco se acha a 16 doletas noutro site, c viu a opção/link q deixei no texto? Ele tem uma página ( http://steveschmidt.net/bio.htm ) com os discos q ele participou. Álbum solo acho q é só esse filho único. O conheci e me impressionou à 1ª audição, na participação dele no álbum do músico mais conhecido q me apareceu dele – acho q tbm o mais conhecido com quem Schmidt já gravou: o álbum chama-se “Tribute To The Masters”, do Bobby Shew, de 1995. Ta vendo como valia a pena ir lá e ouvir?
Pronto, agora posso continuar minhas postagens... Cês não sabem, mas se posto um cara do jazz, q acredito, e não me aparece pelo menos um do triunvirato master, Cordeiro, Salsa ou Lester pra opinar, paro os trabalhos em greve.
Abraços!
Valeu a visita.
Para não desviar por demais o assunto: a genealogia do futebol brasileiro reza que os dois maiores jogadores brasileiros da mesma família integram a linhagem da Guia.O referido Ademir, segundo as palavras do próprio Edson Arantes do Nascimento, o único jogador que desviava sua atenção em campo." Eu adorava contemplá-lo jogar".Segundo, o maior zagueiro da história do futebol brasileiro(Luis Pereira foi seu vice no ranking).Seu próprio pai: Domingos da Guia.Mas isso são fatos a esmiuçar na obra referência "Gigantes do Futebol Brasileiro" de Marcos de Castro e João Máximo.Recentemente atualizada e reeditada para nosso júbilo.Aproveito o ensejo para indagar quem possa me indicar o local onde se encontra disponível para venda (on line ou fisíca) do segundo cd - de título -"Alegria de Viver" do Samba Jazz Trio.Agradeço de antemão.
érico san,
intróito heróico e estórico...saudações alviverdes
ontem passei pela uniondisc e lá estava, coincidentemente, live at birdland...com brad mehldau, charlie haden, lee konitz e...paul motion...uma gravina de 2009 lançada agora pela ecm...bacanudo...comprei o cd música do helio alves...que merecia uma canja aqui no jazzbossa...o que pensas sobre?
tico tico é tudo de bom...
e ao edu...minha sugestão é que entre em contacto com o kiko continentino...no fb ou orkut...é isso aí
abraçsons
Caro sr.Pituco,
fico surpreso que o mais recente cd do Avishai Cohen receba seu lançamento doméstico na semana em que o contrabaixista fez apenas uma única e brilhante apresentação no país enquanto um trio de idêntica formação, composto por idealistas músicos brasileiros ,em suposta atividade, coloca no mercado(se existe ?) um trabalho praticamente indisponível para qualquer público consumidor.Na minha perseguição ao cd soube que foi financiado por uma empresa farmacêutica.Mas os remédios, em tese , não servem para promover a cura ou melhora?Desanimador.Prefiro me entreter , no momento, com as finais da NBA e o empate do Dallas contra o Miami.Teremos,no mínimo, seis jogos de play off.
Caros Edú, Apóstolo, Sérgio e Pituco,
Sejam todos muito bem-vindos, mas peço vênia para fazer uma saudação especial ao Edú, nosso querido e sumido alviverde!
Saiba que este vascaíno não se curvou ao impávido manto verde, mas apenas prestou as merecidas homenagens ao um grande craque do futebol brasileiro - além disso, Vasco e Palmeiras são times co-irmãos, criados pelas maravilhosas colônias portuguesa e italiana e as torcidas desses dois times mantém uma relação bastante cordial.
O Ademir realmente jogava muito - lembro de ter visto diversas partidas do Palmeiras na TV nos anos 70 e ele realmente era muito elegante e tinha uma visão de jogo fabulosa.
Pena que não conseguiu ser campeão mundial, pois aquela seleção de 74 era muito boa e poderia ter tido um destino melhor (a poderosa Holanda, como se viu, não era imbatível). Tínhamos grandes jogadores à disposição do Zé Galo, como o próprio Ademir, Rivelino, Luís Pereira, Piazza, Marinho Chagas, Clodoaldo, Paulo César Caju, Paulo César Carpegiani e Leivinha, mas a maionese desandou. Uma pena!
Não conheço muitos detalhes da atuação parlamentar do Ademir mas parece que na Câmara de Vereadores ele não fez nada muito relevante - melhor ficarmos com suas atuações em campo.
Mr. Sérgio, salvo engano o Bobby Shew foi membro da orquestra da Toshiko Akiyoshi, mas não tenho nada dele (talvez tenha como sideman, mas não tenho certeza). Mas o pianista é muito bacanudo - lembra o Fred Hersch ou o Steve Kuhn, com aquel som aberto, límpido - muito bom!
Mr. Pituco, um disco gravado ao vivo no Birdland e com essas feras todas (Brad Mehldau, Charlie Haden, Lee Konitz e Paul Motian).
Mr. Edú, se você achar o disco do Samba Jazz Trio, me diga onde conseguiu, ok?
Abraços fraternos a todos!!!
Caros confrades futebolistas,
A respeito de Zagalo, quando era jogador do Flamengo passou dois anos sem marcar um gol. Na época havia um humorista que diariamente escrevia no extinto Jornal dos Sports com o pseudônimo de Don José Cavaca. Ele passou os dois anos gozando o Zagalo porque não marcava gol. Num dia, escreveu que no treino do Fla o então treinador Fleitas Solich chamou os atacantes para treinarem cobrança de penaltes. Quando chegou a vez do Zagalo, Don José Cavaca escreveu que, por ordem de Solich, colocaram a bola na linha da pequena área, em vez da habitual marca do penalte "para ver se pelo menos naquela distância o Zagalo fazia gol". Mas, apesar de Solich insistir que Zagalo fizesse quatro tentativas, mesmo com a bola na marca da pequena área Zagalo chutou todas para fora....
Outra coisa: Zagalo se auto-promove em todas as entrevistas e costuma dizer que ele era exímio driblador. Driblador, que nada, ele mal conseguia levar a bola até a linha de fundo e nem corner cobrava porque o chute dele era fraquinho...
P.S. Nada tenho contra Zagalo, mas ele em campo era excelente reforço do time adversário....
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
Mostrando que é craque também no futebol e não só no jazz.
O Zagalo vive dizendo que era um jogador moderno, que atacava e defendia muito antes dessa prática se popularizar no futebol.
Mas lendo suas palavras, acho que é bom dar um desconto para o que diz o Velho Lobo :-)
Abração!!!!
Don José Cavaca eu conheci pessoalmente. Morou aqui no condomínio e vem a ser o pai da Flávia Cavaca, roqueira de carteirinha q, se não me engano começou numa banda - e agora é Veludo ou Vímana? Sisquici. Mas a Flávia ficou conhecida mesmo foi no Sempre Livre.
Boa lembrança o Cavaca, que nem pode ser chamado "o velho Cavaca" pois morreu, acho q com menos de 40, num acidente de lambreta. Como o pessoal aqui regula ali pelos 50 anos, é só lembrar de um programa q ele tinha, não me lembro o canal, mas o nome era "Câmera Indiscreta". Pois é, televisão é comigo mesmo, já futebol e nome e principalmentede posição na linha de jogador... Eu passo. Por falar em futebol: seu san, pobre Paul Motian, foi completamente eclipsado pelo Daguia...
Mr. Sérgio,
Patrimônio hhistórico e etílico das boas baladas da nossa quirida cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Do Sempre Livre lembro bem da Dulce Quental (o que anda fazendo? nunca mais ouvi falar dela e tinha umas coisas bem interessantes).
Mas aqui na postagem quem comeu a bola foi mesmo o Ademir da Guia - bom, mas as músicas estão na radiolinha para a galera ouvir, não é?
Abração!
Isso aqui é sempre muito bom; informação à beça, comentários interessantes - engraçados, esclarecedores ou gozadores - e, agora, temos a volta gloriosa do "ressuscitado" amigo Edú. Uma beleza mesmo!
Parabéns, Érico, por mais essa bela (crônica) resenha, aula, etc.
Abração a todos.
Mestre Fig,
Melhor ainda agora, com a presença do nosso embaixador nas Terras D'El Rey!!!!
Vasco!
O Campeão voltou...
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O Campeão voltou...O Campeão voltou...
O Campeão voltou...
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oi edu,
passei na comuna do kiko, lá no orkut...deixei um aviso sobre tua procura...
e tens razão...nossos bons artistas sofrem esse descaso todo em sua própria terra...mas, ainda bem temos essa nova média virutal que ajuda bastante, nãoé mesmo?
érico san,
desculpe usar teu post pra assuntos outros...off post...
e, segue minha sugestão mais uma vez...
resenhas sobre helio alves...e por quê não, sambajazz trio...paulinho do trompete...essa galera é fera da raça...o que pensas?
é isso aí
abraçsons
Mestre Pituco,
Em breve devem pintar por aqui artistas brazucas de suma importância, como Raul de Souza, Meireles e Dom Salvador.
Aos pouquinhos a gente vai homenageando essas grandes figuras.
Acho que não tenho nenhum disco do Hélio como líder (tenho do Trio da Paz) e vou dar uma procurada em seus discos.
Abração!
Caros confrades Érico e Sergio,
Dear Gran Master Érico,
Grato pelo imerecido elogio, mas nada tenho de craque em relação ao futebol, ou qualquer outro esporte. A menção a Zagalo e às gozações de Don José Cavaca devem-se ao fato de que em meu primeiro emprego jornalístico no extinto Correio da Manhã trabalhei na seção de Esportes, por isso acumulei alguma coisa .....
Sergio, você tem absoluta razão ao afirmar que Paul Motian foi eclipsado pelo papo sobre futebol que tomou conta do blog. Desculpem por ter sido um dos que desviaram o foco para o futebol.
Com relação a Paul Motian, cuja categoria ninguém pode contestar, quando ele tocou no Rio no extinto Chivas Jazz Festival (do qual orgulho-me de ter participado a convite do meu grande amigo Toy Lima), ele liderou um sexteto sem piano cuja formação inusitada chamou a atenção dos jazzófilos, com dois tenores e duas guitarras, além do o baixista Steve Swallow.
Essa inovação foi realçada pelo fato singular de que os dois tenoristas e os dois guitarristas IMPROVISARAM SIMULTANEAMENTE EM TODOS OS TEMAS, deixando muita gente de queixo caído, pois os resultados foram sensacionais.
Keep swinging,
Raffaelli
Esse é o mestre Raffaelli... Vê se não procede a associação de fatos: ontem vi uma entrevista feita pelo casal Oliveira (Domingos), com Ruy Castro. Inquiriu o Domingos ao Ruy, sobre um encontro inesquecível. Ele contou de uma entrevista que fez com Kin Novak, ele um muleque, pouco tempo pós-foca, ela... Ela... Feita uma breve e hipnotizada entrevista, anos depois Ruy conta q fora convidado para participar de um Festival da Canção – daqueles importantes dos anos 60/70 e quando estava sentado num ponto onde era a passagem dos Vips, apareceu de repente a Kin Novak na porta e ela, ao ver o ex-menino q a entrevistou, cumprimentou-o com seu sotaque arrastado, “Como vai, Ruy?”. Tai. Simples assim, o encontro inesquecível de Ruy Castro. A entrevista deve reprisar no Canal Brasil esta semana, recomendo com entusiasmo. E o q tem mestre Raffaelli com isso? Quantos serão os inesquecíveis encontros deste senhor? Como destacar um? Isso sim é viver e ter histórias pra contar.
Mas voltando ao Motian, Mestre, agora ficou a curiosidade: e essa formação tão diferenciada e revolucionária, não gerou filhos em álbum?
Mas, vim cá tbm no papel de amigo preocupado com a saúde do anfitrião. E aí, mestre Érico? O dr. Vasco da Gama que não é tão dr. quanto é, no caso do amigo, uma espécie de "Chico Xavié", depois daquela massagem Egorepositora, em Curitiba, teria ele dado um jeito nessa sua lombar rebelde? Digo um BOM jeito, craro...
Caríssimos Raffaelli e Sérgio,
A casa é de vocês - é sempre muito bom vê-los aqui no Jazzbarzinho!
Li na extinta revista Jazz + uma entrevista com o Motian, feita durante a sua participação no Festival Chivas e ele se mostrou muito motivado para tocar aqui.
Também mostrou que às vésperas de completar 80 anos, continua um músico inquieto e ávido por trilhar novos caminhos.
O show deve ter sido fantástico - gosto muito do Steve Swallow, acho que não há um contrabaixista "elétrico" tão cheio de recursos quanto ele.
E, de fato, Mr. Sérgio, o Mestre Raffaelli tem uma trajetória impressionante. Já viu, ouviu, conviveu e entrevistou praticamente todos os grandes nomes do jazz.
Já viu nascer e se consolidar músicos de várias gerações e só recebeu, por parte deles, carinho e admiração.
Aqui mesmo no barzinho contou histórias como a do seu encontro com um emocionado Roy Haynes ou as bem humoradas loucuras etílicas de Sonny Stitt.
Somos felizardos por poder conviver - e aprender - com essa figura ímpar!
Abração aos dois!
Caro Sérgio,
Sua pergunta sobre a possibilidade daquele sexteto de Paul Motian ter gravado é pertinente, porém nada sei a esse respeito. Todavia, mesmo sem saber a resposta, diante da categoria e da originalidade dessa formação, considero impossível que não haja gravado.
Mas, darei uma busca procurando essa informação.
Keep swinging,
Raffaelli
Prezado Érico,
Uma curiosidade em relação à velha canção "Crazy, She Calls Me".
A mesma foi plagiada no Brasil nota por nota pela dupla Luiz Reis & Haroldo Barbosa com no samba "Devagar Com A Louça".
Keep swinging,
Raffaelli
Valeu, Mestre Raffaelli.
Tomara que você consiga nos iluminar nessa busca - fiquei muito interessado num eventual disco com essa formação!
Abraços!
Caro Gran Master Érico e demais companheiros,
Não sei se esta informação sobre o conjunto de Paul Motian acertará o alvo na mosca, mas penso que vale a pena procurar o CD
"Paul Motian and the Electric Bebop Band (1992) JMT"
porque essa era a denominação do sexteto que tocou aqui no Chivas Jazz Festival.
Por outro lado, tentarei descobrir se essa informação é correta.
Keep swinging,
Raffaelli
Caro Sergio,
A sugestão do CD de Paul Motian no post anterior também vale para você porque indagou-me a respeito da existência de algum CD daquela formação que tocou no Rio.
Caro Edú,
Com enorme atraso, pelo que apresento minhas desculpas indesculpáveis, regosijo-me com seu reaparecimento após longo hiato, fazendo votos que não se repita.
Both of you keep swinging,
Raffaelli
Obrigado, Mestre!
Vou dar uma procurada neste cd. E também fiquei muito feliz com a volta do Edú (tomara que ele não suma muito tempo).
Abração!
Caro Gran Master Boss Érico,
Remexendo meus alfarrábios em casa, encontrei a formação da
PAUL MOTIAN & THE ELECTRIC BEBOP BAND, com Paul Motian, bateria; Jakob Bro, guitarra; Steve Cardenas, guitarra; Chris Check, sax tenor; Anders Christensen, baixo; Tony Malaby, sax.
Keep swinging,
Raffaelli
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