Roy Haynes é um perfeito cavalheiro e um dos músicos mais elegantes que o jazz já produziu – em todos os sentidos. Sempre envergando ternos bem cortados, que o fizeram ser considerado pela revista Esquire um dos homens mais bem vestidos do show business, o baterista consegue extrair do seu instrumento uma sonoridade de pura classe, bastante parecida com a sua forma de se trajar. Esse mestre da percussão se destaca por ser sutil em um ambiente que, aparentemente, valoriza muito mais o vigor físico que a delicadeza. Daí porque bateristas de execução mais robusta, como Art Blakey ou Elvin Jones, possuem uma popularidade consideravelmente maior que a de Haynes.
A bem da verdade factual, três coisas precisam ser ditas. A primeira é que tanto Jones quanto Blakey também sabiam imprimir à sua forma de tocar uma classe e uma sutileza dignas de um Connie Key, um dos grandes mestres da arte de tocar bateria como se acariciasse a pele da mulher amada. A segunda é que nunca faltaram a Haynes os predicados técnicos necessários para equipará-lo aos três gigantes anteriormente mencionados. A terceira é que o versátil Roy também era capaz de emular um dínamo de altíssima potência e detonar, sem remorso, os couros de sua bateria.
Roy Owen Haynes nasceu em 13 de maio de 1925, em Roxbury, distrito de Boston, Massachusetts. Começou a tocar bateria ainda durante a adolescência, em Boston. Em 1945 já era profissional, tendo se mudado para Nova Iorque, onde se apresentava regularmente com Luis Russo, na orquestra do Savoy Ballroom. Ao mesmo tempo, era um assíduo freqüentador das jams sessions da Rua 52, firmando, assim, seu nome entre os exigentes integrantes da cena musical da Big Apple. De 1945 até os dias de hoje, Haynes tocou, virtualmente, com todos os grandes nomes do jazz.
O currículo do baterista é impressionante. Dentre os músicos com quem tocou, estão Louis Armstrong, Lester Young, Charlie Parker, Bud Powell, Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Lee Konitz, Kenny Burrell, Miles Davis, Stan Getz, Kai Winding, Andrew Hill, Wardell Gray, Lennie Tristano, Art Pepper, Chick Corea, Phineas Newborn Jr., Sonny Rollins, John Lewis, Eric Dolphy, John Coltrane, Gerry Mulligan, Jackie McLean, Duke Jordan, entre uma infinidade de outros. Sua discografia como líder é relativamente pequena, com cerca de trinta álbuns em mais de sessenta anos de carreira, mas excepcional do ponto de vista qualitativo, incluindo os antológicos “Just Us” e “We Three”.
Sua proverbial criatividade o tornava apto a transitar entre os mais diversos formatos – de pequenos combos a big bands – com extrema naturalidade. Também se sentia bastante confortável em qualquer contexto jazzístico, indo sem nenhuma dificuldade do swing ao hard bop e do bebop ao free. Uma excelente demonstração da inventividade de Haynes e de sua capacidade de se adequar a qualquer escola é o extraordinário “Out Of The Afternoon”, considerado um dos mais relevantes de sua carreira. A banda que o acompanha é bastante heterogênea e, por isso mesmo, deveras estimulante.
No piano, um músico tão elegante e versátil quanto o líder, o sempre ótimo Tommy Flanagan, cujo fraseado lírico e altamente melódico lhe valeu o apelido de “The Jazz Poet”. No contrabaixo, o habilidoso Henry Grimes, mais conhecido por sua colaboração com músicos ligados à vanguarda. No sax tenor, flauta, manzello (sax soprano de origem espanhola) e stritch (uma espécie de sax alto), o inclassificável Rahsaan Roland Kirk, o homem para quem tocar dois ou três instrumentos simultaneamente era algo tão natural quanto o ato de respirar. O quarteto se reuniu nos dias 16 e 23 de maio de 1962, nos estúdios Van Gelder, para gravar um dos melhores álbuns do catálogo da Impulse, que traz no repertório sete músicas, sendo três composições do líder e quatro standards.
A primeira delas é “Moon Ray”, antiga canção de Artie Shaw, na qual Kirk toca o manzello e o sax tenor com igual desenvoltura. Flanagan presenteia o ouvinte com um solo magistral. O trabalho do baterista e do baixista é notável, travando um diálogo arrebatador e, dessa forma, auxiliando a criar um clima de blues nada convencional. O quarteto subverte a clássica “Fly Me To The Moon”, de Bart Howard, transformando-a em valsa-bop de elevada combustão, com um impressionante discurso de Kirk, que distorce a melodia até torná-la irreconhecível.
“Raoul” é um hard bop com textura latina, evocando trabalhos de semelhante natureza gravados por Art Blakey – inclusive no tocante ao impressionante solo do líder. O piano de Flanagan adota um fraseado que conjuga agilidade e leveza e Grimes usa o arco para executar um dos melhores solos do disco. Em outra composição do líder, “Snap Cracker” (apelido que lhe foi dado por Al McKibbon), quem reina absoluto é o Roland Kirk, que usa simplesmente todo o seu arsenal: sax tenor, flauta, manzello e stritch. A sessão rítmica, por óbvio, sustenta com maestria as intrincados e convulsivas harmonias do saxofonista.
No talvez melhor momento do álbum, uma versão irreverente de “If I should Loose You”, onde Kirk, sempre ele, faz gato e sapato da melodia original. Flanagan faz com que o seu piano, etéreo, baile o tempo todo, enquanto Grimes e Haynes se desdobram para manter intacta a estrutura harmônica. Baixista e baterista também têm espaço para perpetrar solos magnificamente bem construídos. Na desconcertante “Long Wharf”, um bebop sinuoso, o compositor Haynes comete outro solo simplesmente antológico, com igual destaque para Grimes, que mais uma vez usa o arco. Fechando o disco em altíssimo estilo, a balada “Some Other Spring” merece um arranjo extraordinário, que realça toda a beleza da melodia. O piano de Flanagan é só doçura e o sopro de Kirk, mais contido que nas demais faixas, é simplesmente sublime.
No esplendor dos seus muito bem vividos 84 anos, Haynes continua em plena atividade. Em 1994 foi agraciado com o título de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, um dos mais prestigiosos da França e em 2004 foi eternizado no Down Beat Hall of Fame. Em 2000, lançou o excepcional “The Roy Haynes Trio Featuring Danilo Perez & John Pattitucci”, acompanhado de dois dos músicos mais completos da nova geração. Em 2001 foi a vez do elogiado “Birds Of A Feather”, ao lado de Roy Hargrove, Dave Holland e Kenny Garrett, e em 2004 o emblemático “Fountain Of Youth”, cuja água o baterista parece ter bebido em boa quantidade.
Ele também é figurinha fácil em festivais de jazz do mundo inteiro, nos quais é, invariavelmente, aclamado de maneira efusiva. Carismático, inventivo e elegante, Roy Haynes é um músico superlativo, pertencente à especialíssima estirpe daqueles que não fizeram outra coisa na vida a não ser dignificar o jazz. No caso dele, sempre a bordo de ternos muito bem cortados e de gravatas sempre muito bem escolhidas.
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PS.: Post dedicado ao amigo André Tandeta, confesso discípulo de Haynes, cujo talento pode ser conferido no indispensável “Uma guitarra no Tom”, ao lado dos grandes Victor Biglione e Sérgio Barrozo.
PS.: Post dedicado ao amigo André Tandeta, confesso discípulo de Haynes, cujo talento pode ser conferido no indispensável “Uma guitarra no Tom”, ao lado dos grandes Victor Biglione e Sérgio Barrozo.
55 comentários:
Prezado ÉRICO:
O excepcional “The Roy Haynes Trio Featuring Danilo Perez & John Pattitucci” foi, após lançado, apreciado ao vivo aquí em São Paulo, no Bourbon Street (2000), com a formação da gravação (Danilo Perez, John Patitucci e o mestre Roy Haynes).
Um primoroso desfile de 08 temas (I Hear A Raphsody, Question And Answer de pat Metheny, Bright Mississipi, Say It Over And Over, Shares Of Senegal do próprio Haynes, Green Chimneys, Sipping At Bells de Miles Davis e Folk Song de Chick Corea), com uma coesão e um brilho técnico e emocional superlativo.
Importante é que foi exibido 01 mês após no canal BRAVO, o que nos permitiu gravar a apresentação e as entrevistas com Roy Haynes e John Patitucci. Conservamos com muito carinho esse registro, em que Roy Haynes dá a fórmula mágica de suas técnica e longevidade: música SEMPRE e um bom copo de VINHO ! ! !
Além de um senhor músico, um sábio.
Grande Apóstolo,
Esse disco é, de fato, espetacular. A versão de Green Chimneys, com seus quase 13 minutos de virtuosismo é espetacular. Também tenho, dos mais recentes, o The Island, de que não gostei tanto mas que também tem alguns ótimos momentos.
E essa receita é perfeita: procuremos todos segui-la!!!
Um fraterno abraço!!!!
Essas duas noites do Roy Haynes trio no Bourbon foram memoráveis. Elas aconteceram em concomitância da semana do então Chivas festival.O Bourbon parecia uma convenção q reunia debaixo do mesmo telhado os melhores músicos da cidade de São Paulo.Todos fãs do baterista.Em contrapartida, vários músicos q tocariam no Chivas naquela semana e estavam na cidade apareceram para dar um “alô” à Roy.Essa foi a razão de ter assistido ao lado do baterista Victor Lewis – q iria tocar com Steve Turre no Chivas Festival – um dos sets da noite.
faltou assinar.
é impressionante a capacidade de Roy Haynes manter tal balanço sem perder o rebolado. A música está toda ali em suas baquetas.
Caros Edú e Salsa, sejam bem-vindos.
Deve ter sido uma experiência única, poder ver de perto três grandes mestres em seus respectivos instrumentos, ainda mais ao lado de feras como Victos Lewis e outros da mesma estirpe.
O disco Cymbalism dá bem essa dimensão, Mr. Salsa. O baixinho faz misérias com as baquetas, secundado por ninguém menos que Ronnie Mathews e Frank Strozier, que voltariam a se encontrar no estúdio alguns anos depois, para gravar o maravilhoso Little Red’s Fantasy, ao lado do grande Woody Shaw.
Abraços fraternos!!!
Só pra contar: em dezembro de 2008 postei o álbum aqui citado nos comentários, “The Roy Haynes Trio Featuring Danilo Perez & John Pattitucci”. Pra quem quiser se interar da maravilha que esse disco é, os links Megapload e Badongo ainda estão sadios:
http://sergiosonico.blogspot.com/search?q=Roy+Haynes
Já o Roy Haynes (Out of the Afternoon) 1962, já está na fila pra ser degustado com a atenção q uma indicação de mestre Érico Cordeiro merece.
Tanx.
Pô, seu Sônico,
Ainda tenho que comer muito feijão prá chegar a aprendiz, que dirá a mestre. Ainda tô naquela fase do Karatê Kid em que ele lava os carros e encera a casa do Senhor Myagi!!!!
Valeu mesmo e um abração!!!
Nem preciso dizer que tb sou fã do Roy Haines, um dos meus preferidos mesmo.
Amigo Érico, esse disco eu quero, hein?! Manda pra mim...
Belíssima resenha e merecida homenagem ao Tandeta.
E é "mestre" mesmo; o Sergio tem razão.
Caro Fig,
O bom e velho panda anda meio preguiçoso, né...
Mas essa situação já vai ser revertida.
Abração!!!!
E ai, querido. Retomando o cantato após alguns dias. Pois é. Mais uma coisa legal de se ouvir e ler. É como todos já disseram: tudo no mesmo nível - o homenageado, a estrela do Haynes e o texto do mestre. Já vou começar a negociar com a editora.
Uma bração!
Compadre,
Que bom que está tudo bem e você está de volta.
Até daqui a pouco - vou dar uma passada lá no Jazz da Gema.
Beijo grande!!!!
Caro myagi, digo, Érico, apresso-me em tranquilizá-lo quanto ao problema do Fig. (ou Nei) Ele está resolvido! Já estou providenciando um link para mandar o Out of the Afternoon, hoje mesmo pr'ele.
Então concentre-se naquele precioso Maslov rarezézimo q ameaçaste me passar (e ameaça p/mim é dívida) pq vc sabe né, em rio q tem piranha jacaré nada discosta! Quem manda ameaçar?
Abraços!
Caro Sérgio,
Já me antecipei e mandei, via Pando.
Não obstante, um Maslovzinho quentinho saindo do forno!!!
Abração, Sônico-San!
Banzai!!!
Q presteza, mr.! De minha parte, missão delivery cumprida tbm. Acabo de deixar o link no MELObateroMANIA!
Olha, Érico agora seríssimo: Vc não sabe o quão importante foi pra mim vc ter adquirido comprado esse Eugene Maslov (The Fuse Is Lit 2008/9). Sempre sonhei q parte da missão do blogueiro era ajudar tbm a vender – não só os discos mas os artistas. E vc, na calada, sem alarde, foi a 1ª prova, com nota fiscal, de que minha tese estava certa. Mas as executivas-cavalgaduras-analógicas-enferrujadas, continuam pensando q o barato é pôr nós tudo na caçamba de um camburão e mandar enquadrar... Fala sério, né? Cro-magnons, bárbaros, e a tropa da Santa Inquisição, PERDE pela dimensão histórica de sua estupidez em plena era cibernética! Tou certo ou tou errado?
Abraços!
Essa nossa turma de blogueiros é mesmo uma beleza!
É só precisar de algo que os coleguinhas logo providenciam.
Muito obrigado, amigos, pela atenção, delicadeza e presteza no envio dessas jóias pro meu acervo.
Um grande abraço!
Certíssimo, Mr. Sônico.
E o Maslov não foi o único. O Curtis Counce, o Wilbur Ware, o Lennie Niehaus, o Giant Steps do Tommy Flanagan, enfim, foram muitos os discos que comprei depois de ler ou ouvir algo nos blogs de jazz.
Acho que não sou o único nessa situação.
Um abraço e sorry pelos 4 x 1 (que feio)!!
Seu Fig,
Tudo beleza? Espero que você curta.
E ainda tem mais!
Abração!!!
érico,
postagem piramidal, dedicada a chamada 'cozinha'...sempre fui fã dessa session,contrabaixo e batera,que na verdade definem a música(tempo,ritmo e harmonia).
curti pacas, fly me to the moon...uau!os caras já arrebentavam em '62...os solos do kirk são imperdoáveis...hehehe
agora,
puxando a sardinha pra baixo do equador, temos aí uma galera fera pacas, não é mesmo?
bateras e contrabaixistas da pesada, não concordas?
abraçsonoros
namaste
Pituco-San,
Folgo em vê-lo. Concordo com você e assino embaixo. Temos grandes baixistas como o Jorge Hélder, o Jamil Joanes, o Luiz Alves e tem uma fera chamada Dudu Lima (é bem novo mas já arrebenta). Fora os que já partiram para o anddar de dima, como o Azeitona, o Tião Neto e o Luiz Chaves.
Na bateria então a coisa pega fogo: o amigo Tandeta, que já tocou com todo mundo, Robertinho Silva, Wilson das Neves, Carlos Bala, Marcelo Costa, além dos saudosos Dom Um Romão, Edison Machado e Milton Banana.
Estamos mesmo bem na foto!!!
Grande abraço do lado de cá do mundo!
érico,
é isso aí...o brasil tem músicos instrumentistas de talento ímpar...só não tem a mídia a favor deles...rs
outra 'cozinha' piramidal...luizão maia e paulinho braga.
o luizão inclusive foi casado com uma japa (a yoko, que não é ono...hehehe)amiga aqui da patroa(okusan).
depois dos vários avcs, com o lado direito imobilizado, o luizão teve fôlego pra juntar uma galera pra tocar nas gigs aqui...
bom, assisti a uma dessas e devo dizer que apesar do luizão tocar apenas com a mão esquerda...ele era o melhor da banda...rs...brasuca se defende de qualquer jeito...e faz música e não circo(se é que me faço me entender)...rs
abraçsonoros
namaste
ps.baixei o cd indicado pelo sérgio...tô ouvindo agora mesmo.
É isso aí, Grande Pituco.
E o Luisão Maia tem um filho (cujo nome não recordo, mas que lançou um disco há pouco tempo), que também é um senhor baixista.
Abração!!!
érico,
o filho do luizão é zé luiz maia...o rapaz é fera...
tropecei com ele,aqui,durante uma gig minha...no intervalo, o luizinho maia nos contou uma estória hilária do jack nicholson...sobre mulheres...hehehe...talvez impróprio pra esse sítio jazzístico.
abraçsonoros
Pois seu Pituco,
Agora fiquei curioso.
Vai ter que contar!!!
De qualquer forma, pode fazer como nas entrevistas ddo Pasquim, substituindo os trechos mais picantes por ...
Abraços!!!!
O disco do Zé Luiz Maia (filho do homem) chama-se "Em nome do pai" é - como afirma o título: dedicado ao paizão com composições somente do mestre do contrabaixo elétrico.Por interferência do Tandeta, ele enviou os cds ao Jazzseen com o devido autográfo.O disco tem uma "vibe" ótima, bem empolgante.Tudo na forma generosa de sexteto.Recomendo para quem curtiu o swing pulsante do Luizão e coisa próxima da Banda Black Rio.
Caro "Anônimo" (que pela escrita e conhecimento do assunto não pode ser outro senão o nosso querido Edú),
Valeu a dica. Acho que li alguma coisa no CJUB sobre o disco do Zé Luiz Maia - merece uma procurada!!!
Abração!
Valeu ,Erico!
Acho que qualquer disco com Roy Haynes,qualquer mesmo,vale a pena ouvir. Em 1999 ,no antigo Free Jazz pude assisti-lo ao vivo e bem proximo a bateria,lugar mais que privilegiado. A partir dessa noite eu que ja curtia Haynes passei a idolatra-lo.É impressionante o que ele toca.Esqueçam essa historia de idade,pra ele isso não existe.
Ainda em grande atividade é a maior influencia entre os bateristas contemporaneos de jazz.
Lendo sua otima resenha ,Erico, fiquei pensando em postar mais um capitulo da serie que comecei a escrever para o CJUB,fazendo uma pequena analise de estilo de grandes bateristase,mas que larguei no numero 3. Se der tempo e eu me animar faço um com Haynes tambem. Simplificando bastante eu diria que depois do bebop podemos separar tres tipos de bateristas de jazz: os da escola de Art Blakey ,mais groove,os da escola de Max Roach mais melodicos e a escola de Roy Haynes. Haynes é um inovador pois não pertence a nenhuma dessas duas escolas,ele fez a sua propria.Foi um dos primeiros a adaptar ritmos afro-cubanos para a bateria de jazz. Tony Willians,Jack de Johnnette,Victor Lewis,Billy Hart,Lewis Nash, Bill Stewart,Brian Blade,Eric Harland,Antonio Sanchez são só alguns nomes que foram muito influenciados por Haynes.
Muito obrigado.
Abraço
Mestre Tandeta,
Eu é que agradeço pela sua presença e por sua generosidade, que só dignificam o JAZZ + BOSSA.
Espero que você possa arrumar um tempinho para continuar a falar sobre os grandes bateristas do jazz no CJUB - suas resenhas aliam uma linguagem bastante simples para o leigo (como eu) e uma enorme quantidade de informações técnicas.
Um grande abraço e agora que o Celijon (meu amigo e compadre, timoneiro do Soblônicas) está produzindo o Projeto Jazz da Gema, que pretende ser um espaço dedicado ao jazz e à música instrumental, quem sabe não possamos nos encontrar pessoalmente quando você vier tocar em São Luís. O Salsa anda prometendo vir!!!
Valeu!!!
Desculpe amigo, esqueci de assinar.O disco do Zé Luiz - boa música instrumental com influência do samba e da chacoalhante música americana dos anos sessenta q trepida os quadris,enobrece qualquer coleção.Chama-se ,corretamente,"tal pai" e conta com um elenco dos melhores músicos residentes no Rio de Janeiro.Em quatro faixas chegaram atingir onze músicos na hora do take.Retribuo o abraço e boa semana.
Valeu Mr. Edú.
Boa semana também!!!
Abração.
Querido Érico, obrigada pelos comentários no blog.
Hoje saiu uma matéria sobreos 50 anos da morte da Billie no Estadão, vc viu?
Beijos e uma boa semana
Cara Valéria,
Mais uma vez os meus parabéns pela palestra - um grande sucesso, conforme pude perceber.
Que venham outras iniciativas dessa natureza - o JAZZ + BOSSA está à sua disposição para ajudar na divulgação de qualquer evento que você estiver promovendo (é uma contribuição modesta mas bastante sincera, viu?).
Não vi a matéria sobre a Billie no Estadão, mas vou dar uma procurada. O livro é fantástico (tenho muita vontade de postar alguma coisa sobre ela, mas fico um pouco intimidado - Lady Day não é para principiantes, né???)
Um afetuoso abraço e uma boa semana prá você também!!!
Entra nessa não, Érico,
Lady Day ficaria feliz em ter suas palavras embalando sua (dela) paixão musical.
Pô, Seu Mr. Salsa,
Valeu a força. Vou tentar escrever algo sim (mas vou fazendo aos pouquinhos)!!!
Abração!
Amigos bogueiros,
Roy Haynes é o último dos moicanos. Com isto quero dizer que é o único baterista remanescente dos anos 40 em atividade.
Em minha primeira viagem a New York, eu o vi/ouvi no quarteto do genial Charlie Parker, completando a seção rítmica de Bird com Duke Jordan e Tommy Potter. Apesar dos muitos anos que se passaram, lembro perfeitamente que, quando Jordan estava por encerrar seus solos, Parker olhava para Roy e com o polegar em movimentos rápidos e sucessivos de ida-e-volta, ou seja de Roy para ele, sinalizava que fariam uma troca de quatro compassos.
Quando Roy Haynes tocou no Free Jazz, durante a entrevista coletiva falei-lhe sobre aquela noite inesqucível no Birdland. Levantando-se rapidamente, veio em minha direção e deu-me um longo abraço, que foi registrado pelas câmaras da TV-Futura, que cobria s coletiva. Os presentes aplaudiram o gesto de Roy, cuja simpatia e simplicidade conquistou a todos. Este episódio faz parte das minhas melhores recordações em encontros com músicos de jazz.
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
A impressão que o Haynes passa é exatamente essa: de uma pessoa simples, sem qualquer tipo de estrelismo ou afetação.
Nas capas de discos como We Three e Just Us, também fica a impressão de que é um sujeito extremamente boa-praça, um excelente companheiro e alguém cuja presença eleva o astral do grupo.
Suas palavras só confirmam aquilo que eu intuía - o Haynes tem a postura dos verdadeiros sábios, não é mesmo?
Um afetuoso abraço!!!
Apostolo aka Pedro Cardoso,
Lembro perfeitamente da época em que falávamos constantemente ao telefone - creio que por volta de 1980/84, eu ainda estava no Jornal do Brasil.
Uma informação a respeito do seu post que diz respeito à menção de "Sippin' at Bells".
O respeitado crítico Ira Gitler, comentando na Down Beat a sessão gravada para a Savoy em 14 de agosto de 1947, em nome de Miles Davis, com Charlie Parker tocando sax-tenor, esclareceu um engano a respeito da autoria das quatro composições perpetuadas naquele dia: "Sippin' at bells", "Milestones", "Half Nelson" e "Little Willie Leaps".
Gitler escreveu que as quatro composições são de autoria do pianista John Lewis, mas que Miles, sempre esperto, registrou como sendo suas.
Na verdade, o histórico de Miles apropriando-se de composições de outros autores é longa. De passagem, a começar por "Four" e "Tune Up", do saxofonista e cantor Eddie Vinson (mencionado no texto que Cannonball Adderley escreveu no LP de Vinson que ele produziu), sem falar que registrou duas composições de Hermeto Pascoal ("Igrejinha e "Nem Um Talvez") que depois cancelou devido às reclamações do Bruxo.
Fora essas há mais histórias sobre as apropriações de Miles.
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
Que o Miles era um notório "surrupiador" de composições alheias isso eu sabia.
Mas que Milestones e Four, dois dos mais conhecidos clássicos do jazz foram "criadas" dessa maneira isso eu desconhecia.
Pois é, o sujeito não era flor que se cheirasse mesmo!!
Abração!!!
Caríssimo Érico,
começo a tornar me repetitiva, pq acho tudo maravilhoso!!Mas na verdade o seu blog está a ser uma excelente escola p mim, obrigada. Escreva, por favor, esse artigo sobre Billie Holiday, pura e simplesmente tenho adoração por ela. Na verdade estou numa fase em q a ouço incansavelmente no carro. Consegui num cd duplo da Verve o tema Strange fruit numa gravação fantástica.
Abraço com amizade, Sofia :)
Cara Sofia, seu pedido é uma ordem.
Vou providenciar uma postagem sobre a amada Lady Day (acho que até o fim de semana).
Um feliz dia do amigo para você e uma ótima semana.
Um fraterno abraço do lado de cá do Atlântico e obrigado pelas palavras tão generosas.
Érico,
A composição "Milestones", gravada em 1947 para a Savoy. nada tem a ver com "Milestones" gravada anos depois por Miles com seu quinteto para a Columbia.
Caso comparar as duas, perceberá que "Milestones" de 1947 possui uma estrutura melódico-harmônica imensamente superior à de "Milestones" da Columbia.
Sobre "Milestones" que dá título ao CD Columbia, Ira Gitler escreveu que esse título foi dado erroneamente pelo produtor da gravadora, quando na verdade o título original do tema era simplesmente "Miles".
No mesmo álbum, ainda segundo Gitler, "Sid's Ahead" na verdade é "Walkin'".
Keep swinging,
Raffaelli
Érico,
Com relação a títulos de composições errados, no clássico álbum "Round About Midnight", de Miles, "Tadd's Delight", do grande Tadd Dameron, na verdade intitula-se "John's Delight".
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
Acabo de ouvir as duas versões (Sid's Ahead, do Milestones e Walkin', do álbum de mesmo nome, com Lucky Thompson no sax).
A semelhança é incrível - mesmo não conhecendo teoria musical arrisco-me a dizer que são a mesma música, embora na parte dos improvisos haja alguma diferença. O que será que o Richard carpenter deve ter dito ao ouvir essa "homenagem"?
Quanto à versão de Milestones de 47, confesso o meu desconhecimento - mas vou tentar achar alguma coisa pela internet (o Sônico vai me dar uma força - eu espero).
E a Tadd's Delight (ou John's Delight, que ouço neste exato instante, é uma belíssima composição - ainda bem que ele não teve a cara de pau de surrupiar esta também).
Grande abraço!
Salve, mestre!
Andei com alguns problemas, daí não ter aparecido por aqui nos últimos tempos, nem atualizado meu blog. As coisas já estão se resolvendo, penso eu. Vou correr atrás do tempo perdido aqui! Grande abraço!
Caro Xará,
Senti sua falta - tanto por aqui no JAZZ + BOSSA quanto no ótimo AlternArte.
Seja bem vindo e, por favor, corra para recuperar o tempo perdido, brindando-nos com a sua verve afiadíssima e com o seu excelente gosto musical.
Abração!!!
Prezado RAFFAELLI:
Nada de novo sobre MILES, grande arregimentador, muito "vivo" ao registrar composições de terceiros e bom músico de JAZZ até 1959.
Depois...........
érico,
delícia a homenagem feita ao dia do amigo...sempre estás presente com surpresas bacanudas pacas...
resgato um mote de minha adolêscencia...'quem deixa de ser amigo, na verdade nunca foi'....rs
e depois de tudo o que mr.miles davis fez pela música, cavoca-se as picuinhas.
é isso aí
amplexossonoros
Bem, depois do depoimento de Mestre Raffaelli, ouvindo Charlie Parker ao vivo e, anos depois, recebendo um abraço de Haynes, prefiro ficar calado.
JL.
Caros Apóstolo, Pituco e Lester,
É muito prazeroso começar o dia com as presenças de três grandes amigos.
O JAZZ + BOSSA se sente honrado com as suas presenças, motivo de grande alegria e orgulho!!!
Abração!
Olá Érico
Já cheguei tarde a este post. Ainda assim, e a propósito de uma deixa sua quanto a comprar música de que se ouve falar na blogosfera, tenho que dizer que o seu post dedicado a Woody Shaw valeu-me 2 CDs - Little Red's Fantasy e o igualmente notável Stepping Stones.
Relativamente a Roy Haynes não li comentários a respeito de uma gravação que muito me apraz escutar. A versão que possuo é um LP duplo de Chick Corea com Miroslav Vitous e Haynes. Chama-se Trio Music (1982) e o 2º disco, que ponho a girar vezes sem fim, é dedicado à música de Monk. Penso que vale a pena dar uma "espreitadela" a esta música. O trio é magnífico.
Hoje levo daqui mais uma referência que desconhecia e que vai ser objecto de pesquisa: The Roy Haynes Trio Featuring Danilo Perez & John Pattitucci. Os trios de piano, contrabaixo e bateria, fascinam-me.
Saudações lusitanas.
Caro Pescador,
Também gosto muito do formato. Inclusive, tenho ouvido muito estes dias dois discos do Barry Harris com essa formação: o Preminado e o At The Jazz Workshop.
Vou dar uma conferida no ddisco do Corea/Haynes/Vitous - deve ser maravilhoso.
Abraços fraternos!!!!
Caro Érico,
Seguramente "Preminado" e "At the Jazz Workshop" são dois dos melhores discos de Barry Harris. No segundo, ele está "impossível", inspiradíssimo, provavelmente tenha gravado a melhor sessão da sua notável carreira. E com Sam Jones e Louis Hayes na chamada cozinha, ninguém poderia tocal mal.
A única vez que ouvi Barry Harris ao vivo foi no JVC Jazz Festival de 1989, que cobri para o Globo. Foi uma apresentação em dois pianos, tendo Walter Davis Jr como parceiro. No baixo, Buster Williams, e na bateria, Mel Lewis. Tocaram temas do repertório bebop (Anthropology, Good Bait, Un Poco Loco, Barbados, Yardbird Suite, Scrapple from the Apple, Billie's Bounce e outros que não lembro agora) - uma torrente de solos, trocas de quatro compassos, entusiasmo juvenil de ambos, que foram influenciados por Bud Powell.
Se não estou enganado, Walter Davis Jr. (que veio três vezes ao Brasil - duas com Dizzy Gillespie e a outra com os Jazz Messengers) morreu no ano seguinte.
Keep swinging,
Raffaelli
Caro Mestre Raffaelli,
O Walter Davis é um pianista fabuloso, com muito swing. Tenho alguma coisa dele como sideman e como líder tenho apenas o Davis Cup (que é ótimo).
Quanto ao Harris, é um xodó - tenho bastante coisa como líder, uns sete ou oito discos, além de diversos em que ele atua como acompanhante.
Abração!!!!
Oi Érico,
Uma informação relacionada com o CD "Davis Cup", de Walter Davis, que também considero ótimo.
Sua belíssima balada "Sweetness", infelizmente nada mais é que um plágio descarado de "I Married an Angel", de Richard Rogers e Lorenz Hart. Escrevo com tristeza, pois também considero Davis um ótimo pianista, mas é uma verdade irrefutável.
Essa constatação pode ser feita ouvindo gravações de "I Married an Angel" no CD "Trios" (Prestige), do pianista George Wallington, e no CD "The Jazz Message" (Savoy), pelo quinteto de Hank Mobley.
Keep sweinging.
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
Mesmo grandes músicos não escapam às tentações.
Não conheço esses dois discos indicados, mas vou procurar conhecê-los, em especial do George Wallington, de quem nada possuo.
Um fraterno abraço!
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