Amigos do jazz + bossa

terça-feira, 23 de junho de 2009

TOCANDO COM PARKER, 30 ANOS DEPOIS DE SUA MORTE


Clint Eastwood não teve dúvidas. Ao escolher os músicos que tocariam na trilha sonora da cinebiografia sobre Charlie Parker, que lançaria em 1988, apenas um nome veio-lhe à mente como sendo capaz de reproduzir com fidelidade o fraseado inconfundível do criador do bebop: o de Charles McPherson.


Posteriormente, ao perceber que ninguém – nem mesmo um dos seus mais dedicados e talentosos discípulos – poderia reproduzir com a perfeição necessária a sonoridade e, sobretudo, os solos de Bird, Eastwood, o engenheiro Bob Fernandez e o produtor musical Lennie Niehaus capitanearam um delicado processo de remasterização de músicas gravadas por Parker nos anos 40 e 50 para a Verve e Savoy e usaram esses temas para compor a trilha, sendo que os demais acompanhamentos ficaram a cargo de monstros sagrados como Walter Davis Jr., Barry Harris, Ron Carter, Ray Brown e outros tantos.


Todavia, McPherson não foi dispensado. Permaneceu com o grupo e participou de três faixas (“Ko Ko”, “Nows The Time” e “Ornithology”), incluídas na trilha sonora, dividindo o sax alto, graças ao milagre da tecnologia, com um músico morto havia mais de 30 anos. Realizou ali, por vias oblíquas, o sonho que acalentava desde meados dos anos 50, quando era um promissor saxofonista baseado em Detroit: tocar com o ídolo e mentor Charlie Parker.


Nascido em 1939 na pequena Joplin, Missouri, Charles McPherson foi criado em Detroit, onde estudou com o grande Barry Harris. Em 1959, quando já era um nome respeitado na cidade dos motores, mudou-se para Nova York. Em 1961, integrou-se à banda de Charles Mingus, com quem permaneceu até 1972. Nesse período, além do trabalho com o celebrado baixista, tocou com figuras de peso, como Eric Dolphy, Art Farmer, Kenny Drew, Toshiko Akiyoshi e Pepper Adams, bem como desenvolveu uma belíssima carreira solo. Trata-se de um verdadeiro “musician’s musician”, isto é, um músico incensado por seus pares, embora pouco conhecido do grande público.


O seu debut como líder se deu em grande estilo, em 1964, com o álbum Bebop Revisited!, gravado para a Prestige, onde o saxofonista paga um emocionante tributo aos grandes heróis do bebop, como Bud Powell, Fats Navarro, Tadd Dameron e, por óbvio, Charlie Parker. No acompanhamento, o antigo mestre Barry Harris marca presença ao piano. Ao seu lado, compondo a confiabilíssima seção rítmica, Albert “Tootie” Heath comanda a bateria e Nelson Boyd pilota o baixo. No trompete, a presença magnética do grande (e também subestimado) Carmell Jones, recém saído da orquestra de Gerald Wilson e às vésperas de juntar-se à banda de Horace Silver, onde participaria do antológico “Song For My Father”.


Uma demolidora versão de “Hot House” (Dameron) abre o disco e mostra que o saxofonista, embora bastante influenciado por Parker, possui personalidade suficiente para trilhar seus próprios caminhos. O duelo com o trompete de Jones (que, a rigor, dá a tônica do álbum inteiro) é incessante, com direito a ótimos solos e a um excelente trabalho de Heath nas baquetas. Em “Nostalgia”, é Jones quem paga tributo ao ilustre antecessor (e autor da música) Fats Navarro, usando e abusando de sua técnica soberba. O anfitrião não se faz de rogado e, com seu fraseado viril, delicia o ouvinte com um dos mais belos solos do disco. Harris exibe seu toque refinado, deixando perceber porque é um verdadeiro mestre quando se fala em harmonia. “Si Si”, de Parker, merece de Jones uma introdução matadora e se mantém em elevado grau de ebulição, sobretudo graças à atuação do líder, enquanto a seção rítmica, em especial Heath, transborda competência entrosamento.


Bud Powell, outro pai fundador do bebop, recebe uma bela homenagem em “Wail”, na qual um inspirado Harris conduz a linha melódica com uma competência invulgar, além de apresentar um solo excepcional – é outro herdeiro prestando a merecida reverência ao mestre. Impecáveis, Jones e McPherson protagonizam outro belíssimo duelo, destacando-se, em ambos, uma sonoridade cheia, sem arestas. Dois standards, “Embraceable You” e “If I Loved You” recebem um delicado e respeitoso tratamento, com destaque para o piano de Harris (extremamente eloqüente em sua proverbial discrição) e para o fraseado de McPherson – mais que aos ouvidos, essas duas baladas se dirigem ao coração dos ouvintes. Em ambos os casos o sax do anfitrião soa pungente, prenhe de lirismo e emotividade, com ecos de outra grande influência de McPherson, o fenomenal Johnny Hodges.


“Variations On A Blues By Bird” talvez seja o momento mais sublime do disco: trata-se de uma composição pouco conhecida de Parker, presente em uma obscura gravação da Dial, e que McPherson ouvia incessantemente em seus anos de formação. Bebop de altíssima combustão, a canção é conduzida em andamento ultra-rápido, com citação a outras composição de Bird, em especial “Scrapple From The Apple”. Os incendiários McPherson e Jones ateiam fogo em tudo o que encontram pela frente, no que são obsequiosamente auxiliados por Harris, Heath e Boyd, que se encarregam de fornecer aos primeiros quantidades incalculáveis de gasolina. Um disco espetacular, capaz de fazer a alegria de qualquer jazzófilo!


O grande Charles McPherson mora em San Diego, Califórnia, para onde se mudou em 1972, e continua trabalhando intensamente. Nos últimos anos tem excursionado com regularidade e participando de festivais ao redor do mundo, além de haver lançado discos bastante aclamados pela crítica especializada. É um dos pouquíssimos músicos em atividade que pode estufar o peito e dizer: “Eu toquei com Charlie Parker!” – pouco importando que a sessão tenha ocorrido mais de 30 anos depois da morte de Bird.

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PS.: Post dedicado ao amigo APÓSTOLO, grande fã de Bird e um dos mais atuantes colaboradores do CJUB (outra acolhedora casa virtual).

26 comentários:

APÓSTOLO disse...

Prezado ÉRICO CORDEIRO:
Recebo envaidecido a dedicatória como um discurso do mais alto bom gosto musical.
Trata-se de gravação antológica (a meu juizo uma das "mais" da ARTE POPULAR MAIOR), emoldurada por magnífico texto de quem sabe das coisas.
Grato, mas acima de tudo PARABÉNS pela escolha (e com mestre BARRY HARRIS, "o professor", mostrando TUDO).

edú disse...

Merecida homenagem.Apóstolo é das estrelas da constelação de notáveis organizada pelo Cjub em certo período.Apenas faria uma consideração na menção de Sonny Stitt.Quando Parker se achava impedido de atender seus compromissos não ficava indeciso em indicar Stitt como a melhor opção na sua substituição.Por mais q essa sombra - tenha ,em certo momento - prejudicado a carreira de Sonny - até mesmo pela razão da dependência química de ambos.Todavia, no final de seus dias, Stitt procedeu magníficos trabalhos como Constelation e Tune up.

Sergio disse...

Caríssimo, tuas crônicas estão me viciando. Há os bons e os maus vícios... É com a maior satisfação que recorro a minha shoes box (para dar um ar mais chique ao q é e há na real), retirar dos DVDs, o álbum mêpê3 em questão e ouví-los enquanto leio seus textos. Muito bom reouvi-los te lendo, fique certo. Recomendo a prática aos demais sócios da Casa.

O fato é q, no vício, só agora dei as caras no excelente Jazz back'yard (q Salsa não me ouça) e li as resenhas do Rio das Ostras Jazz Festival e seu comentário sobre o mimo q te passei Michael Mossman no álbum Mama Soho. Vc fala com o maior entusiasmo do álbum e destaca um pianista q toca muuuito, certo? Pois saiba quem é: o moço chama-se Kenny Drew Jr. ...Ou eu muito me engano - com esse nome, qualquer um se enganaria - ou ele é o filho do home... Pois é. Daquele mesmo! O mesmo possui já uma vasta discografia, na qual já estou me atirando de cabeça - tronco e membros.
Abraço.

Gois Jr. - MatracaDigital disse...

Caríssimo Érico, somente hoje vim retribuir sua visita e, como já esperava, fiquei encantado com o teu blog. Como você ele é aplicado, inteligente, minucioso... o meu MatracaDigital bem... você conhece um pouco o seu amigo, o meu matracadigital é meio "macunaima". Grande abraço !

GoisJr.
www.matracadigital.com.br

figbatera disse...

Mais um "show" do amigo Érico; muito bons o texto, o músico, as músicas.
Aliás, pq vc parou de me mandar as faixas? Sei que estou abusando, mas - sempre que possível - me mande algumas trilhas dos discos que vc comenta aqui; até abri uma pasta especial (com seu nome) pra arquivá-las.
A propósito, nesta "Variation.." o som do trompete ficou muito baixo, desproporcional aos outros instrumentos, reparou? Será "falha" de uma gravação ao vivo?
Abração!

ps: só por curiosidade, amigo, quantos discos vc possui?

Érico Cordeiro disse...

Caros amigos Apóstolo, Edú, Sérgio, Góis Jr. e Figbatera,
É muito legal poder contar com as presenças ilustres de vocês aqui no JAZZ + BOSSA.
Essa semana vai ser meio corrida prá mim, portanto desculpem pelo atraso na resposta.
Grande Góis Jr., seja muito bem vindo e sinta-se em casa - por favor, fique à vontade para fazer críticas e dar sugestões! Vou providenciar o link para o site do Matraca Digital - como pude constatar in loco, o blog é muito legal (pela excelência do seu texto, repito: você não tem o direito de nos deixar tanto tempo sem material novo!!!!).
Caro Apóstolo, é uma homenagem muito singela, para alguém que tem dedicado tando do seu tempo e energia à ARTE POPULAR MAIOR. Que bom que você gostou!!! E o Barry Harris é um "xodó", apesar de possuir pouca coisa dele como líder (acho que só o Bull's Eye, o Chasin' The Bird, o Magnificent e o Newer Than New).
Mr. Sérgio, desta vez o gatilho mais rápido do oeste chegou atrasado. Como você pode ver em um comentário feito aqui no JAZZ + BOSSA (acho que no disco do Horace Silver ou do Duke Ellington, mas pode ter sido no jazzseen ou no jazzbackyard, não lembro) eu já havia falado sobre o Kenny Drew Jr, de quem tenho apenas o ótimo The Rainbow Connection - disse inclusive que "filho de peixe..."
Mr. Fig, estou em débito com você. Mas minha vida tem estado muito atribulada, por isso peço que me perdoe. Não obstante, me diga: você tem o Pando? Se não tiver, por favor, baixe, pois é um programa pequeno e bem fácil de usar. Não percebi qualquer defeito no som do trompete, mas pode ser algum problema na mixagem, pois aqui está rolando numa boa. E no disco esse defeito é imperceptível.
Quanto aos discos, Fig, te confesso que faz um tempinho que parei de contar, mas numa estimativa meramente visual acho que passei da casa dos 5.000 (cd's, pois os vinis devem dar uns 800, mas já parei de comprar há uns vinte anos). Mas aí estão incluídos rock, pop, blues, erudito, MPB, jazz e rock nacional.
Caro Edú, é sempre bom ler os seus comentários. Stitt é dos meus preferidos também - adoro o Plays Bird, o com o Paul Gonsalves e o com Oscar Peterson (acho ambos maravilhosos). Gostaria muito de conhecer o disco com o Zimbo Trio, o qual, infelizmente, não tenho. É um grande saxofonista, herdeiro dos mais dignos de Parker (ser indicado pelo próprio para substituí-lo é para pouquíssimos).
Um afetuoso abraço a todos.

Sergio disse...

Pois é, eu só ouvi falar no Drew Jr a partir do momento q conheci o Michael Mossman.

É o tal do 'furor' do entusiasmo discutido aqui certa vez recente, só numa 2ª olhada vi q o Jr pode até estar moço pro jazz mas... 50/51 anos, há muito já não é nenhum muleque, certo? D qualquer forma, se não sabias quem pilotava o piano no 'Mama Soho' do Mossman... é o Jr.
Abraços!

Érico Cordeiro disse...

É isso aí, seu Sônico.
E como toca esse "menino".
Abração!

Sergio disse...

Érico, Davis Cup é o fino da bossa. O mais incrível q baixei ele de um blog, no formato flac. Não sei se sabes mas esse tal de flac torna o som tão perfeito como se no CD original importado quentinho e saído da fábrica! Muito bom o disco mesmo!

Infelizmente não tnho nada de Horace Tapscott. Aliás, só poderia dizer q ele existe porque acabo de consultar meus alfarrábios e este nome aparece num álbum aqui: NELS CLINE (DESTROY ALL NELS CLINE) "AS IN LIFE" (IN MEMORY OF HORACE TAPSCOTT). Mas o soulseek existe pra isso, encontrar as raridades q nem nos blogs se encontra. Então, aguarde-me q em breve divido a caça com o amigo.

Érico Cordeiro disse...

E o Parlan, grande Sônico, já achou?
Estou no ansioso aguardo!!!!
Um forte abraço e boa sorte - nossos ouvidos agradecem, pois o Tapscott, das poucas coisas que ouvi, é fenomenal!

Magno Moraes disse...

Meu amigo,
esse teu blog me deixa sem tempo para outras leituras e audições. Eu, com minha índole "mainstream", não passo de um ouvidor chato de coisas menores que se acha o máximo curtindo Outkast.
É hora de aprender.
thank you.
Magno Moraes

pituco disse...

érico,
também tô na correria por aqui...mas,consegui ler essa postagem(releio depois com atenção necessária), ok?

curti pacas esse filme do clint, à época...mesmo os colegas com pouco acesso a esse som e esses caras(naquele tempo só neguinho abonado tinha informação e podia bancar discos de jazz...não havia o google...rs)renderam-se ao jazz...round midnight foi a rendenção maior..rs

nunca sai da memória a cena em que mr.bird interpreta 'laura'...piramidal.

é isso aí
obrigadão e amplexossonoros e andante ligeiro
namaste

Érico Cordeiro disse...

Caros Pituco e Magno,
obrigado pelas presenças ilustres. Maguinho, uma saudação especial e um seja bem vindo bastante sincero - quem lê o seu comentário até pensa que o que disseste é verdade (mas eu, que conheço o seu proverbial bom gosto, não caio nessa, afinal vossas muito bem fornidas estantes o desmentem com veemência).
Agregue-se à nossa confraria, pois um apaixonado por música como você é sempre bem-vindo.
Mr. Pituco, também gostei muito do Bird e do Round Midnight - dois grandes filmes, cujas trilhas sonoras são extraordinárias.
Um fraterno abraço aos dois!!!!

Paulo Goulart disse...

Prezado Érico,
É com imensa felicidade e prazer que visito teu espaço cibernético, conforme já havia falado contigo no aniversário de João Otávio, filho do nosso amigo James. Extasiado que estou com a gama de informações, prometo que vou compensar o meu défict jazzístico bebendo nesta e noutras fontes, para postar mais comentários. Seguindo recomendações suas e de James, minha aventura já começou ouvindo "Kind of Blues", do imortal Miles. Estás de parabéns. Riquíssimas e valiosíssimas as informações aqui contidas. Imperdível!
Abraços,

Paulo Goulart

P.S. A par dos habitantes da antiga Molóssia, na Grécia, tire-me uma dúvida: quem seria o grande líder molosso ? O Pentágono possui essas informações? Ou mesmo o Mossad?

Sergio disse...

Caríssimo Érico, é por vossas recomendações - portanto exima-me da culpa -, q venho por essas maltrapilhas, vide "exima-me", fugir do assunto da postagem e te contar da minha experiência com Horace Tapscott. Meu caro, o que é o "The Dark Tree, Vol.1"? E mais dúvidas sem solução! O que é esse ETenaz baterista, Andrew Cyrille?! Eno todo? Que absoluto e maravilhoso caos estou a provar, meu caro! Q combo! Que baixista! E o piano do Tapscott? Se é q pode-se referir a piano, quando queremos expressar suavidade aquela coisa toda...

Não. Não é um disco para todas as horas. Mas tem certos momentos, como este agora, que essa é uma obra fundamental! Obrigadaço pela dica.

Outra coisa: certa feita te provoquei q ficarias pobre se quisesses no original todas a riqueza musical que a Grande Rede fornece di grátis, certo? Quer uma sugestão para não cair em desgraça financeira? D um upgrade no seu HD. Eu aqui já me defendo com um de 500 giga, mas sonhando com 1 tera.

Como o prometido, enviarei-te (ê lá lá!) uma cópia. Mas deixa eu acabar de ouvir 1º...

Outra coisa q não posso esquecer: q tal me passares um emeio de contato para recados mais pessoais. Afinal, não é de bom tom profanar o templo de Walter Davis Jr., mesmo q com Horace Tapscott. “Cada um no seu quadrado” (agora mesmo é q paro no inferno).

Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Grande Paulo,
Quanta honra. Muito bom tê-lo a bordo do JAZZ + BOSSA. Sinta-se em casa e está, de logo, intimado a vir sempre e sempre.
Começou muito bem no maravilhoso mundo do jazz: Kind Of Blue é um disco genial, um dos melhores de todos os tempos. Advirto-o (e o Ministério da Saúde também): esse negócio de jazz vicia mesmo (mas é um vício saudável)!!!
Quanto à pergunta, nem preciso responder - o Molosso-Mor, o Super Hiper Ultra Mega Top Molosso é o nosso querido James.
Seu Mr. Sérgio, acho que estou entrando no maravilhoso mundo dos downloads, especialmente de coisa fora de catálogo (o Kenny Drew Sênior me interessou bastante e nesse exato instante ouço extasiado e surpreso o maravilhoso cd do Tapscott - The Dark Tree). Acho que o meu HDzinho de 256 giga tá ficando "apertado" - mas tenho um externo de 120 que dá uma ajuda legal!
Acho que a minha impressão sobre o álbum bate com a sua - um disco para o momento certo, sob pena de não captarmos toda a beleza sutil (e ao mesmo tempo árida) desse mestre quase desconhecido - e que baixista!!!!!!
Um fraterno abraço aos dois e, por favor: Paulinho - Sérgio, Sérgio - Paulinho! Sintam-se apresentados (Paulinho o Sônico é um dos jazzmaníacosmalucos da nossa confraria e o maior garimpeiro de sons que conheço - dá uma passada no blog dele, cujo link tá ali do lado, e vê inclusive as postagens antigas, que você vai descobrir cada diamante, rubi, esmeralda!!!!!)

Érico Cordeiro disse...

Mr. Sônico, não se faça de rogado:
ericorenatoserra@gmail.com
Abração!

Salsa disse...

Não falarei mais sobre os textos de Érico. É um magister e ponto.
E bom pesquisador: vai longe atrás de uma boa música. Beleza pura!
Caramba, acabei falando... e o disco quase fica de trilha sonora. Uma trilha e tanto, pois esse é mais um disco obrigatório. McPherson é figura carimbada. Valeu, Érico.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Salsa, que bom tê-lo por aqui e, mais ainda, por saber que você também é fã do McPherson.
Eu adoro esse disco - é muito bacana mesmo, mas não tenho mais nada dele como líder, só como sideman. É uma pena, pois é um grande saxofonista (Mr. Sônico, help me).
Abração!!!!

Celijon Ramos disse...

Vejo no McPherson também um grande seguidor de Charlie Parker. Como curiosidade, lembro-me que ele atuou na banda de saudoso Ray Charles. É, parace que há Charles demais nas ondas sonoras do moço. Seria mera coincidência?

Érico Cordeiro disse...

Caro compadre,
Folgo em vê-lo. Li o artigo de que me falaste e achei muito legal também.
Acho que o jazz está mesmo cheio de maravilhosos Charles como o próprio Parker (cujo nome é Charles, mas que foi carinhosamente abreviado para Charlie), o Ray, o McPherson e o Mingus. Ainda tem o Christian, o Mariano e o Rouse (outros Charles que viraram Charlie).
Em comum: todos são músicos excepcionais.
Grande abraço!!!!

Andre Tandeta disse...

Caro Erico,
sobre a trilha sonora do filme "Bird": é excelente . Claro que não é uma legitima performance mas a "colagem" de Parker com musicos que estavam gravando mais de 30 anos apos sua morte resulta num disco otimo para se estudar o verdadeiro bebop e o Genio Parker numa qualidade sonora que ele infelizmente não pode conhecer. As vezes é bastante sacrificante ouvir aqueles discos gravados na decada de 40 quando se tem que escutar uma musica ou um solo varias vezes ,como estudo. Esse é o grande merito dessa trilha sonora .
Acho que voce deveria ter citado nominalmente todos os musicos que participaram dessa gravação. O baterista é o grande John Guerin,um craque em varios generos e estilos de musica do rock ao jazz ,passando por big bands e trilhas sonoras.
De todo o modo Parker é um dos maiores genios da humanidade. Na musica só é igualado,em minha opinião, por ninguem menos que J.S. Bach. Ha uma grande semelhança entre os trabalhos dos dois :ambos mostraram artisticamente os fundamentos de um novo sistema musical. Bach com o seu "Cravo Bem Temperado" demonstrou como funcionava o sistema tonal temperado e Parker com suas composições e seus solos,gravados para nossa felicidade, o bebop, que se tornou "A" linguagem basica dos improvisadores jazzisticos. Se um musico se diz jazzista ele tem obrigação de saber,e muito bem,tocar bebop,se não for assim melhor "suspender e pedir um ovo frito". Faço uma ideia de como seria Bach improvisando. La onde Bach e Parker estão tenho certeza que são inseparaveis e não da nem pra imaginar o som que fazem,celestial certamente.
Abraço

APÓSTOLO disse...

Prezado ÉRICO CORDEIRO:

Correto o nome próprio e, à guisa de "pitaco", Charles Christopher Parker Jr. (habitualmente grafado “Charlie”, codinome “Bird”) nasceu num domingo, 29 de agosto de 1920, filho de Charles Parker Sr. e de Addie Parker (Boyley de solteira) na Cidade de Kansas/Kansas.
Muito bom você ter citado Charlie Mariano e Charlie Rouse (Monk incorporado ao sax.tenor).
Nada como saber das coisas.

Érico Cordeiro disse...

Caro Tandeta,
Prazer em lê-lo!!!!
Em primeiro lugar, peço perdão pela omissão dos demais músicos que participaram da gravação da trilha sonora do filme Bird. Todavia, como o objeto da resenha era o disco do McPherson, eu acabei nominando só alguns dos músicos (diria, dos integrantes da constelação).
Sobre a proximidade entre Bach e Parker, embora tenha conhecimento teórico bastante limitado, também percebo a mesma coisa. Tanto que tenho uma resenha prontinha sobre o grande Jimmy Ranney, em que ele improvisa sobre um tema de Bach (no álbum A) e pode-se perceber claramente tanto as concepções do alemão quanto as inovações propostas por Parker. É claro que faço apenas um comentário ligeiro e sem a profundidade que você imprime, mas já que você tocou no assunto, essa resenha vai ser postada em breve (hoje à noite ou amanhã).
E que jam essa hein????
Caro Apóstolo, os Charles todos mandando muito bem e dignificando o nosso querido jazz!!!
Obrigado pelas presenças e comentários enriquecedores e um forte abraço aos dois!!!!!!

John Lester disse...

Prezado Mr. Cordeiro, depois de tantos e tão abalizados comentários, só me resta lembrar da contribuição de Lennie Niehaus, tanto como arranjador como compositor e instrumentista, para as produções de Clint. Vejamos, verbi gratia, seu excelente trabalho em Bird que, tenho como certo, será alvo de mais uma de suas certeiras resenhas.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Grande lembrança Mr. Lester (estava sentindo a sua falta!!!).
Ontem mesmo estava ouvindo o Zounds! e o Complete Fifties Recordings (infelizmente só tenho o volume II) e percebendo como a sonoridade desse grande altoísta é rica e como seus arranjos são muito bem elaborados. E o Bob Enevoldsen aparece em ambos os discos!!!
Quanto à trilha sonora de Bird, confesso que fico um pouco inseguro de mexer com monstros dessa estatura (afinal, é ele próprio quem pilota o sax) - mas quem sabe um pouco mais pro futuro...
Um fraterno abraço!

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