Horace Silver é um assombro! Em sua alentada discografia não há espaço para um único disco mediano. Esse soberbo pianista, que possui uma ligação muito especial com o Brasil, jamais gravou um mísero álbum irrelevante e, merecidamente, inscreveu seu nome com letras douradas na galeria dos maiores nomes do jazz de todos os tempos, como músico, arranjador e compositor de raro talento. Ainda por cima, é a prova mais avassaladora da falsidade do argumento de que as drogas seriam uma fonte primária ou a causa principal de um propalado aguçamento da inspiração – afinal, o compositor de “Doodlin”, “Nica’s Dream” e “Song For My Father” é um “careta” convicto.
Horace Ward Martin Tavares Silver (o pai americanizou o próprio nome quando casou com a mãe de Horace), nasceu a 2 de setembro de 1928, em Norwalk, Connecticut. Filho do imigrante cabo-verdiano John Tavares Silva (depois Silver), desde muito cedo, revelou uma excepcional aptidão para a música. O ambiente familiar contribuía para isso – de um lado, a mãe o levava aos cultos da igreja que freqüentava, onde o pequeno Horace conheceu os spirituals; do outro, o pai, violonista amador e emérito festeiro, que promovia concorridas reuniões para os patrícios e onde a animada música da terra natal rolava à vontade na vitrola da família Silver.
Sempre estimulado pelo pai, que lhe comprou o primeiro piano ainda na infância e o pôs para estudar com o severo organista de uma igreja da cidade, Horace foi um aluno disciplinado e bastante dedicado. Em 1948 mudou-se para Hartford, onde integrou um trio local. Em 1950, o trio acompanhou Stan Getz em uma apresentação na cidade. O saxofonista gostou do que ouviu e contratou os três para acompanhá-lo em uma breve turnê – que se transformou em uma parceria de quase dois anos – e o nome de Silver foi ficando conhecido nos meios jazzísticos. No mesmo ano, mudou-se para Nova York e ali pôde tocar com astros da estatura de Charles Mingus, Roy Haynes e Lou Donaldson. Acompanhou os ídolos Coleman Hawkins e Lester Young e conheceu o notável Art Blakey, ao lado de quem fundaria, em 1954, os Jazz Messengeres, onde permaneceria até 1956.
Contratado pela Blue Note, passou quase 30 anos na companhia e lançou discos históricos, destacando-se os badalados “Song For My Father”, seu maior sucesso comercial, “Horace-Scope”, “Six Pieces of Silver” e “Blowing The Blues Away”. Após sair dos Messengers, montou um quinteto, por onde passaram, entre outros, os trompetistas Kenny Dorham, Carmell Jones e Blue Mitchell, os saxofonistas Junior Cook, Joe Henderson e Hank Mobley, os baixistas Gene Taylor, Teddy Kotick e Teddy Smith e os bateristas Louis Hayes, Roy Brooks e Roger Humphries. Em 1957 lançou uma pequena obra-prima. “The Stylings Of Silver” dificilmente é relacionado entre as obras mais importantes do pianista (sequer consta da completa discografia do pianista indicada no Penguin Guide de 2006), mas nesse disco se encontra o embrião de muito do que o pianista iria fazer na década de 60, quando viveria o seu apogeu criativo.
Secundado por uma banda excepcional (Art Farmer no trompete, Hank Mobley no sax tenor, Teddy Kotick no baixo e Louis Hayes na bateria), Horace ajuda, com esse álbum fabuloso, a compreender a transição do bebop para o hard bop (do qual foi um dos mais eméritos criadores), sinaliza uma aproximação com a soul music (movimento que se consolidaria na década seguinte) e, de quebra, dá uma demonstração do seu superlativo talento composicional – é o autor de cinco das seis músicas gravadas. Percebem-se claramente ecos de Ellington, sua maior influência, especialmente na lindíssima versão de “My One And Only Love”, com o pianista mostrando que, além de transitar com rara maestria em ambiente mais “funky”, ele também sabe ser puro lirismo. Nem precisa dizer que Art Farmer – baladeiro por excelência – rouba a cena, embora o solo de Mobley também seja lindíssimo.
Voltando à atmosfera incandescente que permeia as demais faixas, o disco abre com a ótima “No Smokin”, um hard bop clássico, no qual Silver exercita a notória velocidade de seus dedos. Um trabalho de pratos atordoante é a contribuição de Hayes para a sessão, com direito a um grandioso solo ao final, que ainda tem como atrativo um excelente duelo entre Farmer e Mobley (como sempre, muito à vontade em um contexto mais “hot”). Na complexa “The Back Beat”, cheia de variações melódicas, o bebop é o mote condutor, com destaque para os solos antológicos de Mobley e Farmer. O anfitrião mantém-se quase o tempo todo ao lado de Kotick e Haynes fazendo a base rítmica, mas quando sola revela a importância de Monk (outra confessa influência) em sua formação.
“Souville” é puro blues. Baixo fazendo a marcação juntamente com o piano, trabalho magistral de Hayes nos pratos e metais altamente coesos. Mobley, mais uma vez, exibe sua técnica de forma avassaladora, construindo um dos melhores solos do disco e Silver faz uma discreta citação da clássica “Riders In The Sky”. As experimentações rítmicas de Silver são sintetizadas na ótima “Home Cookin”, talvez o grande destaque do disco. Bebop de ótima cepa, poderia ter sido composta por Gillespie (com quem Farmer soa extremamente parecido ao longo da sessão – quase é possível vê-lo com as bochechas infladas a la Dizzy) ou Parker, mas embora seja uma composição harmonicamente elaborada, sente-se nela a onipresença inefável do blues. Em “Metamorphosis”, outra composição nada linear e cheia de variações, um exuberante Silver serpenteia entre as intrincadas estruturas harmônicas, fazendo jus ao título, que sugere transformação. Novo show da dupla Farmer-Mobley, atuando com uma competência invulgar.
Relançado em 2002 com a habitual maestria de Rudy Van Gelder na remasterização, o álbum soa límpido e fresco, como se tivesse sido gravado ontem. Como curiosidade adicional, a capa, cuja fotografia foi tirada por Francis Wolff, foi a primeira a usar diversas cores em seu design (este, a cargo de Red Miles), contrariando a tendência de usar cores “chapadas”, que era uma das mais evidentes características gráficas da Blue Note. Um álbum irretocável, digno de figurar com destaque em qualquer prateleira e, certamente, um dos mais representativos do gênio criativo e avesso a qualquer espécie de preconceito musical de Silver.
Sobre suas afinidades com o Brasil, onde veio pela primeira vez em 1964 e voltou inúmeras outras vezes, o Mestre Lula, uma das maiores autoridades brasileiras em jazz, conta esta saborosa história, recolhida da sessão Histórias do Jazz, postada no blog do CJUB: “Num belo sábado de sol, parti com minha bicicleta para a praia de Icaraí onde tínhamos um futebol organizado, com onze de cada lado, camisas, balizas, redes e tudo o mais. Quase chegando, vi no calçadão a figura de Horace Silver. Freei a bicicleta e fiquei aguardando quem o acompanhava. Era Sérgio Mendes, que vinha saboreando um sorvete e quando me viu falou: "Olha o homem aí"! Saltei da bicicleta para as apresentações e para minha surpresa o pianista pediu para dar uma volta. Claro que acedi e ele saiu pedalando pelo calçadão como qualquer niteroiense”. Não se sabe se é verdade a história (espalhada por Sérgio Mendes) de que o Mestre Lula, depois desse dia, mandou empalhar a bicicleta e pendurá-la na parede de sua sala de estar, mas que Silver mereceria tal deferência, mereceria!
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PS.: Post dedicado ao Mestre Lula, um dos timoneiros da belonave CJUB e baluarte na luta pela defesa intransigente do nosso bem estar auditivo.
41 comentários:
Seria Horace Silver um belo camaleão sonoro e sinfônico? É assim que o imagino, tanta é capacidade de mudar: às vezes, veloz, outras ludico, suave, rítmico.
É um homem da galeria dos grandes jazzistas,sim!
Abraço compadre!
É isso aí, compadre.
E ele não tem pudores quando se trata de fundir o jazz com ritmos de outras latitudes: música africana, brasileira, caribenha, bossa nova. Vale misturar tudo no caldeirão do seu Silva. Cape Verdean Blues e Serenade To a Soul Sister são dois álbuns que reforçam essa visão.
Beijo grande!
É isso meu querido. Foste no ponto. Uma das coisas que mais gosto no jazz é sua capacidade de evoluir a linguagem e a abordagem. Acho que é isso que o mantém vivo como um bom idioma musical universal e Horace é um de seus embaixadores que bem percebeu essa sutileza.
Caro Celi,
Se tem um jazzista capaz de dialogar com (e por meio de) diversos idiomas é Horace Silver. Seus discos mostram um absoluto domínio das mais variadas vertentes jazzísticas, do blues ao post-bop (seus trabalhos com os irmãos Brecker são nesse sentido). Um artista que tem raízes sólidas e antenas muito bem apontadas para o infinito.
Abração!
Horace é um dos pilares da geração seguinte de pianistas. Seu modo de tocar, sempre com muito balanço, une elementos gospel, funky e soul, recuperando a possibilidade de se dançar ouvindo jazz.
Gosto muito.
Caro Salsa,
preciso como sempre em seus comentários. Horace Silver é uma unanimidade inteligente, cpaz de fazer essa mistura de ritmos com muita competência e sem descambar para uma proposta óbvia ou "exótica".
E sempre primou pela excelência dos músicos que tocavam em seus quintetos - outro cara que sabe arregimentar músicos com muita perícia.
Abração!
Menos sr.Cordeiro, menos. Ser Horace Silver um assombro, como poderiamos adjetivar Bud Powell, Art Tatum, Thelonious Monk, Bill Evans...??? Horace também é um pianista de "fases", sendo que do final dos anos 60 para frente foi mais funky do que jazz. Não devemos negar nem desconhecer a sua importância dentro do jazz, mas ser esse assombro é muito p'ra meus ouvidos, que escutou quase tudo de mr.Silver. Recaímos naquela velha estória: gosto pessoal, acredito, não devamos discutir.
Caro Predador,
Bem vindo àa Terra.
Bud Powell, Art Tatum, Thelonious Monk, Bill Evans e alguns outros são fenomenais, verdadeiros pilares sobre os quais se assenta o edifício jazzístico.
Todavia, Horace também merece cadeira cativa nesse Olimpo criativo por tudo o que fez pelo jazz nas décadas de 50 e 60, sobretudo.
Possui uma discografia de, no mínimo, uns 15 excelentes álbuns. Montou combos espetaculares. Compôs canções imortais, como Song For My Father. Fundou os Jazz Messengers. Fez bem sucedidas incursões por diversos ritmos, alargando as fronteiras do jazz.
Não obstante, creio ser perfeitamente possível assombrar-se tanto com a percussividade funky e veloz de Mr. Silver quanto com a emotividade lírica de Mr. Evans.
Saudações cósmicas.
érico,
li teu post, porém faltou tempo pra um commentário...agora aproveito.
mais um texto delicioso...citações pitorescas,como o caso da bicicleta emoldurada...rs
sir.horace não é um de meus pianistas diletos(gosto pessoal)...mas é muito bom ouvi-lo,mesmo funkeado...inclusive ouço agora o cd 'love and peace' de dee dee brigdewater,com o próprio entre os convivas...rs...piramidal.
outra dica, é essa mesma cantora-atriz interpretando weill...uma leitura jazzística bacanuda.
é isso aí
amplexossonoros
namaste
Caro Pituco,
Prazer em tê-lo conosco. O cd da Dee Dee Bridgewater interpretando Weil eu tenho - gosto muito da versão de My Ship - de alto nível!!
O "Love And Peace" eu não conheço (infelizmente), mas é muito bem recomendado - o Mestre Luiz Orlando Carneiro, parceiro do nosso querido Mestre José Domingos Raffaelli, fez altos elogios ao álbum no Guia de Jazz em CD. Mais um prá listinha (rs, rs, rs).
Abraços deste lado do mundo!
Érico,
Cada vez que leio uma resenha sua mais admiro sua percepção musical, sua compreensão do que está ouvindo, transmitindo com linguagem agradável e escorreita suas impressões - em suas observações é palpável a certeza do que expressa em todos os detalhes, nada escapando à sua arguta capacidade dce absorver todo o conteúdo do disco em foco. Em razão do seu alto espírito informativo, observador e analista sagaz, deixa a certeza de que sua dedicação e seu conhecimento redundaram num rico e precioso
cabedal aparentemente inesgotável que enriquece sobremaneira seu trabalho neste blog. Parabéns e keep swinging.
Conheci Horace Silver numa noite em que ouvi Charlie Parker no Birdland. Ele era um dos músicos que foram ouvir o genial saxofonista, quando trocamos algumas palavras. Voltando ao Rio, entrei em contato com ele por correspondência e, a partir de então, ele me enviava seus discos à medida em que eram editados pela Blue Note.
Num post anterior, mencionei que Silver foi influenciado por Tadd Dameron como arranjador.
Considero "The Styles of Silver" um dos seus melhores discos, entre tantos outros de altíssima qualidade que ele perpetuou na Blue Note. Escolher seus melhores discos seria redundante, pois a grande maioria merece a cotação de 5 estrelas, em minha opinião.
Neste magnífico CD ouvimos o melhor de Silver como músico, compositor e arranjador, coadjuvado por músicos cuja categoria dificilmente encontraríamos nos dias de hoje.
Não se trata de saudosismo, mas uma constatação coerente com a qualidade da música.
Silver veio ao Rio em 1964, de férias, quando o encontrava todas as noites no Beco das Garrafas. Uma noite deu uma canja com o baixista Sérgio Barroso e o pessoal delirou a valer.
Ele voltou em 1973, com seu quinteto (no qual despontava Michael Brecker), e em 1989, no Free Jazz, no qual despontava o fenomenal Michael Mossman.
Àquela altura, ele já morava em Palos Verdes, cidade da California que nos anos 70 foi invadida pelos pavões que não deixavam ninguém dormir. Ele já se separara da esposa Barbara, a belíssima modelo
que uma revista dirigida ao público de côr deu fama e dinheiro. Barbara ficou com o filho Gregory, para quem Horace compôs "Gregory is here" quando nasceu.
Vale lembrar que Silver foi a mola mestra do Soul Jazz (com o memorável "The Preacher) e com o Jazz funky (que nada tem a ver com a desprezível funk).
Keep swinging everybody,
Raffaelli
Èrico,
Com relação à soberba interpretação de "My One and Only Love", vale observar que a imaginação de Silver como arranjador realizou algo muito simples, mas inédito, algo que jamais ouvi em qualquer outra gravação.
Explico: o piano de Silver encarrega-se da exposição da melodia "My One and Only Love" enquanto os instrumentos de sopro (Farmer e Mobley) encarregamn-se do acompanhamento.
Repito: nunca ouvi isso em qualquer outra gravação. É a repetição jazzística da história do ovo de Colombo.
Keep swinging,
Raffaelli
Caro Érico:
Não me surpreendo mais, mas cada vez que aqui me abrigo tenho o privilégio das privilegiadas sonoridades.
Horace Silver,que você mostra aí com absoluta competência de corpo inteiro, é dos grandes, é dusbão.
Meu zouvido agradecem a deferência e saúda o irmão do Norte, criador de um dos meus três blogs de jazz de cabeceira (os outros dois, os nossos jazzseen e jazz back'yard.
Abraço fraterno do Oleari.
...e saúdo o irmão do Norte, digo...
Bem, ainda não li teu texto Érico. O Horacio é um gigantinho baixotinho, verde e gentil. Neste exato, vejo-o como o Maurício de Souza concebeu. E repare: até as mãozinhas estão na posição. Mas posso ser mais contundente: Bom para K...! Enfim. Não vamos desafinar né? Afinal, jazz é elegance avec baixa contundence. Pouco entusiasmo.
Impressionante foi a dica que mr. Raffaelli deixou pra um levavantaginoso como eu. O que é Michael Mossman?! Meu deus! Hoje é dia de buteco e esse... esse... esse... não me deixa deixar o quartin de empregada, não me tira desse espaço infestado de eclosões e um zum zum zum danado, infecto contagioso. Lembrou-me até o castelinho do Oswaldo na Brasil.
Vou ficar um pouco mais. Q absurdo isso. O buteco q espere. Mas vou. Tentando um nº novo, baixa contundência jazzy e pouca empolgação/combustão. Uh com bustão é o bicho. Chegarei lá hoje uma espécie de Jão Gilberto largado no meio da multidão. O problema é saber quanto tempo resisto montado nesse cavalo.
Abraços!
Caríssimos Raffaelli, Oleari e Sônico,
Grande alegria abrir a caixa de mensagens e me deparar com três especialíssimos leitores/ouvintes/navegantes!
Aos dois primeiros, muito obrigado pelas palavras gentis - fico orgulhoso e comovido. Espero continuar nessa trilha que você, Mestre Raffaelli, tão brilhantemente vem construindo ao longo desses anos.
E conheccer Horace Silver pessoalmente - e mais que isso, trocar correspondência com ele!!!
Confesso a minha ignorância em relação ao trabalho do Mossmann, mas vou procurar conhecê-lo. O nosso querido Sônico, o garimpeiro mais rápido do oeste, vai providenciar algo em breve - tenho certeza.
Um afetuoso abraço aos três!
Tenha certeza, Tenha certeza, amigo. Mas a resenha vai ter q ser aproveitada de outro alguém. Tá vendo aí? Ainda estou aqui.
Caríssimo Érico, obrigada pelo elogio, começo a sentir o peso de uma certa responsabilidade, pois o meu humilde blog, nada é em relação a este mundo de informação design, bom gosto e maravilhoso som. Gosto muito de jazz, muito mesmo, mas, como já referi ao Miguel, ainda estou muito verde. Mas o gosto, esse está cá! Obrigada pela sua simpatia e força. Abraço, Sofia Nota: o meu Pai nasceu no Rio! Tb vai p os meus favoritos:)
Érico, vc sabia? q se não houvesse uma válvula na circulação da girafa, toda vez q aquele ser, do alto de sua naturalíssima altivez, separasse as pernas e se abaixasse pra beber água, o coração socava tão forte, que o cérebro da despreparada explodiria? Pensa nas proporções: coração (pra bombar lá na cobertura), “encanamento” e o cérebro. Covardia, né?
http://www.4shared.com/file/112538862/fc35f17a/Michael_Mossman__Mama_Soho__1998.html
Espero q a válvula funcione já q não és girafa, mas o coração é de um entusiasmado
Grande Sérgio,
Vou dar uma procurada agorinha mesmo. Obrigadão - e essa história da válvula é muito louca. Já pensou, o bichinho vai beber água e BUUUUMM - tipo "Scanners - sua mente pode destruir" (um filmaço do Cronnemberg!!!
Cara Sofia, seja muito bem vinda ao JAZZ + BOSSA. Sinta-se em casa e, por favor, volte sempre. É muito bom receber visitas do outro lado do Atlântico, ainda mais alguém que tem vínculos tão fortes com o Brasil.
Um fraterno abraço!
Salve, nobre Érico! Obrigado pelo comentário, meu amigo. Só agora pude vê-lo. Andei ausente deste mundo virtual por uns dias, mas já estou de volta. Fico feliz por você ter apreciado minha seleção musical. Já estou a preparar as próximas. Seus textos, como sempre, irretocáveis. Tanto em estilo quanto em conteúdo. Que maravilha ler sobre Horace Silver neste saara chamado internet! Por essas e outras que não arredo o pé de seu blog-oásis. Quanto à sugestão de enviar-me os discos via e-mail, agradeço-lhe bastante. Não quero abusar de sua boa vontade e paciência, mas selecionarei um ou dois álbuns de sua invejável coleção. Da mesma forma, fique à vontade caso queira alguma obra que porventura não possua entre suas jóias. Acho uma ausência pouco provável, mas quem sabe... =) Será um prazer. Não conhecia o programa que citou, mas vou aprender os truques para retribuir sua gentileza. De antemão digo-lhe que 80% do que possuo encontra-se nos campos do Jazz, da Música Erudita e do Choro. Qualquer coisa é só entrar em contato. És sempre bem-vindo. Um grande abraço e até a próxima!
Caro Érico,
Estou entre extasiado e embevecido nesse exato instante. O Mestre Raffaelli mencionou um certo Michel Mossman, por ele adjetivado de fenomenal.
Não o conhecia, mas o querido Sônico (o garimpeiro mais antenado do oeste) se encarregou de fazer as apresentações e cá estou eu: EMBASBACADO com a competência do moço!!!
Sugiro-lhe que acesse o link indicaddo pelo Sérgio e desfrute dessa maravilha - é de arrepiar. O pianista que acompanha o Mossman é brilhante também.
Vou procurar mais detalhes sobre o álbum Mama Soho e mais coisas sobre esse músico extraordinário.
Hoje mesmo dei uma passada no alternarte e vou providenciar um link aqui no JAZZ + BOSSA.
A versão de All the Things You Are é completamente alucinante, diferente de tudo que já ouvi.
Um discaço. Obrigado pela dica, Mestre Raffaelli. Obrigado pelo presente, Mr. Sérgio.
E, caro Xará, o Pando é um programinha muito fácil de instalar e usar e muito bom prá transferir arquivos grandes.
Valeu a visita e um grande e fraterno abraço!
Horace Silver recebeu tímidas homenagens pela passagem de seus 80 anos em 2008.Talvez a sua anunciada aposentadoria gozando, ainda bem, de boa saúde o fez renunciar a maiores manifestações e homenagens.Mesmo o lançamento de sua autobiografia comportada “Lets Get to the Nitty Gritty” - sem rancores, recalques e magoas - se deu de forma bastante discreta.O Moacyr Peixoto dividiu o piano com Silver na passagem de 1964 pelo Brasil, como relata Mestre Raf - e me disse q foi uma experiência musical memorável.O Moacyr não era de desperdiçar notas, muito menos elogios, a quem de direito.Toda vez q ele me concedia pedir algo ,sugeria "Song for my father" q ele executava maravilhosamente.O disco da Dee Dee Bridgewater é ótimo.O próprio Horace arrebata o piano em algumas faixas.
Caro Érico
Magnífico post sobre o pianista a quem, à sombra de uma exacerbada lusofonia, costumo chamar Horácio Tavares da Silva.
Magníficas dicas jazzísticas que retirei destes profusos comentários.
E mais um ou dois CDs em lista de espera.
Saudações deste lado de cá.
Erico,
esse espaço consagrou-se definitivamente como passagem obrigatória
não há passeio na web sem uma olhadinha por aqui
grande abraço,
Caros Edú, Pescador e Guzz,
Alegro-me bastante em vê-los por aqui. Obrigado pela visita e pelas palavras afetuosas.
Silver (ou Horácio Tavares da Silva, também prá nós) é um dos meus "xodós", um dos primeiros jazzistas que ouvi e sempre me chamou muita atenção.
E a história da bicicleta, contada pelo Mestre Lula, é muito legal.
E que família musical essa: Moacir, Araken e Cauby (não sei se há outro músico entre os irmãos, mas esses três são os nossos Jones, os nossos Heaths, os nossos Montgomerys...).
Fraternos abraços aos três amigos! E Guzz, que inveja de vocês em Rio das Ostras. Tomara que eu possa ir a Ouro Preto esse ano e a gente possa se conhecer pessoalmente!!!
Bem, depois dos comentários anteriores - sobretudo o de Mr. Raffaelli - afinal, quem, entre nós, pode dizer que bateu um papinho com Horace Silver enquanto ouvia Charlie Parker ao vivo? - só me resta ficar calado, agradecendo por mais uma excelente resenha.
E Mestre Lula merece dedicatórias. Grande abraço, JL.
Caro Mr. Lester,
Prazer em vê-lo. Pois é, Mestre Raffaelli é um privilegiado. Pôde ver ao vivo e em cores todos os mestre do jazz e ainda encontra tempo para conhecer novidades fabulosas como o Michael Mossman!
Que bom contar com presenças tão dignificantes quanto a sua e a do nosso mestre - fico muito feliz mesmo!
Grande abraço!
Ainda sobre o Mossman:
O disco Mama Soho conta com as participações do grande Bob Mintzer no sax e flauta e no piano (magistral) etá Kenny Drew Jr. (filho de peixe..., quem sai aos seus..., pois é, mandando muitíssimo bem mesmo).
Abraços
O Pescador,
O prezado correligionário está quase 100% certo. O nome de batismo completo de Silver é Horácio Ward Martins Tavares da Silva.
Em meio à sua prolífica discografia, ele gravou algumas das suas composições em trio, baladas magníficas que rivalizam em beleza melódica e conteúdo com obras de alguns grandes do jazz.
No início da sua carreira como líder, os trompetistas Donald Byrd e Joe Gordon também gravaram com o quinteto de Silver. Por sinal, Joe Gordon integrava a big band de Dizzy Gillespie que fez aquela sensacional turnê pela América Latina, porém, não veio com ela ao Brasil porque adoeceu em Quito, no Equador, de onde regressou aos Estados Unidos.
Joe Gordon era um músico bastante promissor, mas infelizmente faleceu num incêndio no hotel onde se hospedeu, penso que em 1963.
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
Gosto muito do Donald Byrd (da metade dos anos 50 até o final da década de 60). É um senhor trompetista, pena que tenha eletrificado seus discos a partir dos anos 70. É outro bastante postável (na verdade, adoro o Byrd In Hand, o Royal Flush, o Fuego e o The Cat Walks - estou em dúvida entre esses quatro).
Abração!
Prezado Érico,
Concordo com o que escreveu sobre Donald Byrd. Os quatro CDs mencionados por você são preciosos.
A verdade é que, a partir de certa época, ele degringolou para o faturamento fácil, inclusive criando um conjunto de seus alunos (The Blackbirds) que gravou um LP tenebroso para a Blue Note, por sinal com enorme vendagem !!
Byrd esteve duas vezes no Brasil, em ambas veio acompanhando um cantor de rap (!!!!???). Na coletiva que deu no Rio, para justificar sua guinada musical declarou que "a música não pode permanecer estática, deve sempre evoluir"... Sem comentários.
A propósito, Donald Byrd irá a julgamento nesta segunda quinzena de junho, sendo acusado de não pagar impostos federais nos últimos 5 anos. Na audiência preliminar, como é praxe nos States, ele alegou que não pagou porque há mais de 5 anos não recebe um centavo dos seus discos e de seus direitos autorais. O juiz perguntou se o motivo de sua inadinplência deveu-se à falta de pagamento das respectivas gravadoras e editoras musicais, ao que respondeu: "Não excelência, nada recebi porque hoje os discos são baixados gratuitamente na internet e ninguém mais os compra, além de que minha editora também nada recebe porque meus discos, assim como os da maioria dos músicos, não se vendem mais".
Caso o juiz considerar que ele seja inadinplente, será absolvido. Caso contrário, a pena é de 1 a 3 anos de prisão, o que seria um triste fim de vida para um músico de 77 anos.
Keep swinging,
Raffaelli
Alô Érico,
Grato pelo post e pela mençao a minha história com Horace. Fiquei emocionado pela lembrança e devo lembrar que o caso da bicicleta foi invenção de Sérgio Mendes, claro. Mas, houve quem acreditasse.
Um abraçao,
llulla
Mestres Lula e Raffaelli,
quanta honra! Duas das maiores autoridades brasileiras em jazz, exemplos de dedicação e seriedade, incansáveis batalhadores pela música de qualidade!
E ambos me dão a honra de suas presenças no JAZZ + BOSSA. Não gostaria de parecer gabola, mas que isso me enche de um indisfarçável orgulho, isso enche.
Muito obrigado pela deferência.
E quanto ao Byrd, é uma trajetória muito rica e de enormes serviços ao jazz. Tenho bastante coisa dele na Blue Note e alguns discos lançados pela Gitanes, quando ele morava na França. Irretocáveis. Confesso que até tenho uma coletânea do período fusion, com "Caricatures" e outras coisas do gênero, mas confesso que não gosto. Prefiro-o na companhia excelsa de Herbie Hancock, Pepper Adams, Gigi Gryce, Walter Davis, Sam Jones, entre outros.
Espero que ele consiga escapar dessa, pois a sua história é muito rica e não merece tal nódoa.
Grande e fraterno abraço aos dois!!!!!
Prezado Érico ,
diante da frustrante desclassificação do Palmeiras acabei me esquecendo-me de mencionar algumas palavras em relação ao seu homenageado - Mestre Llulla .Sua figura é aquela descoberta tardia – falando por mim.Como a fase Sinatra na Capitol e os filmes de Almodóvar.Descobertas q tem tempo e data necessária para ocorrer em virtude da importância q ela traduz no conhecimento q se agrega na vida. Somente descobri sua presença e ,principalmente, sua considerável importância freqüentando os domínios do Cjub.Rapidamente aprendi sobre a passagem dos 19 anos corridos de seu programa de rádio “O Assunto é Jazz”.Atividade q não acomodava apenas locução e execução de trechos musicais.Promovia -primordialmente - encontros de músicos de diversas gerações q possuiam elo comum: a paixão pelo jazz.Era um gostoso pretexto para um divertido bate papo e o dialogo da musica executada ao vivo no estúdio.Numa dessas aventuras nas ondas curtas, Os Cariocas – maior grupo vocal da fase bossa nova da música brasileira - resolveu reconciliar-se e novamente tentar carreira.No Cjub, Mestre Llulla desfila sua irrepreensíveis historias q aproxima intimidade com um Stan Getz incompreendido, ou um Phill Woods consumindo cigarro q não se vende nas tabacarias e Frank Rosolino longe do prenuncio da morte trágica.Por sua simplicidade e venerável modéstia ,Mestre Llulla até evita alongar-se a respeito da moderação numa mesa de debates ao lado de Leonard Feather no primeiro São Paulo/Montreux Jazz Festival – maior festival de jazz de todos os tempos promovido no pais.No qual foi um dos consultores artísticos.Agora,pela rede da Internet, tenho oportunidade de ler suas novas histórias numa espécie de ensino à distancia e invejando seus alunos nos cursos regulares q ministra sobre jazz no Rio de Janeiro.Se suas histórias no Cjub pontuam capítulos na evolução daquele blog na passagem dos anos, sua presença, hoje, garante a sustentabilidade daquele importante espaço.
Mestre Raf sempre informado de tudo q gira no mundo do jazz.Seja problemas legais ou fiscais.
Mestre Edú,
Compartilho com você essa descoberta tardia da importância do Mestre Lula na divulgação e preservação do jazz. Por ter atuado no rádio (em uma época em que não havia transmissões on-line, como é comum hoje) e essencialmente ter se baseado no Rio de Janeiro, nós ficamos, durante muito tempo, privados de sua simpatia, seu conhecimento enciclopédico, seu bom humor e sua autoridade incontestável de grande amante do jazz.
Felizmente, graças à internet, nos é dada a oportunidade de conhecer um pouco do seu trabalho e admirar a sua extrema seriedade no trato das coisas relacionadas ao jazz.
Que bom que tenhamos figuras ensolaradas como os Mestres Lula e Raffaelli, a nos servir de guias nessa tarefa a que nos propusemos: tentar levar adiante a bandeira dessa múisica maravilhosa num mundo, como bem disse Mr. Lester, que beneficia plutônio!
Não posso dizer que lamento a desclassificação do Palmeiras (afinal, todo torcedor tem um pouquinho do Marquês de Sade dentro de si e adora ver o outro sofrer), mas lhe mando um grande e fraterno abraço!!!
Caros companheiros,
Desculpem um erro na redação da notícia sobre o julgamento a que será submetido Donald Byrd:
Em vez de "Caso o juiz considerar que ele seja inadinplente, será absolvido. Caso contrário, a pena é de 1 a 3 anos de prisão, o que seria um triste fim de vida para um músico de 77 anos.",
LEIA-SE: "Caso o juiz considerar que não foi culpado pela inadinplência,será absolvido. Caso contrário, a pena é de 1 a 3 anos de prisão, o que seria um triste fim de vida para um músico de 77 anos".
Com minhas desculpas, keep swinging,
Raffaelli
Adendo necessário:
Ao discorrer sobre a vinda de Silver ao Brasil, comentei que em seu quinteto de 1973 despontava o saxofonista Michael Brecker.
Todavia, por falha minha imperdoável, não informei que no mesmo grupo também despontava o trompetista Tom Harrell, que anteriormente deixara magnífica e inesquecível impressão do seu grande talento na gravação de "A Time to Love", com a orquestra de Woody Herman.
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
Nada de falha imperdoável. No máximo, uma pequenina omissão, já devidamente sanada. Informo-o que graças às suas excelentes dicas e ao seu gosto prá lá de privilegiado, eu e muitos outros amigos do JAZZ + BOSSA pudemos conhecer um pouco da obra do grande Lucky Thompson (comprei alguns cds dele, inclusive o excepcional Lucky Strikes, que em breve será objeto de uma postagem) e do maravilhoso Michel Philip Mossmann (esse ainda não encontrei nada, mas já ouvi, graças ao Mr. Sônico, o ótimo Mama Soho).
O Tom Harrell também é muito bom, mas, infelizmente, tenho pouca coisa dele (somente com o Phil Woods).
Um afetuoso abraço e, por favor, me diga o que você achou do conto!
Veja minha homenagem para teu blog em meu blog,
abs
Mega Hiper Top Molosso,
Obrigado pela deferência e pelas palavras gentis. Você é mesmo o Molosso-Mor!!!!
Grande abraço!
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