Amigos do jazz + bossa

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O PRIMEIRO ROMÂNTICO



Originalidade. Dentre tantas palavras que podem ser associadas a Lester Willis Young, talvez essa seja a mais representativa de tudo aquilo que esse homem de temperamento cordato e, ao mesmo tempo, inquieto, fez pelo jazz. Young nasceu em Woodville, Mississippi no dia 27 de agosto de 1909, em uma família altamente musical, e foi criado no berço do jazz – Nova Orleans, Louisiana. O pai, músico de circo, vivia uma rotina de viagens constantes e o filho, aos dez anos, foi incorporado à trupe, inicialmente tocando bateria.

Aos 13 anos resolve trocar a bateria pelo sax tenor e é nesse instrumento que Young vai se destacar como um dos mais originais e inovadores músicos de todos os tempos. Sua grande virtude foi romper os paradigmas do saxofone jazzístico, imprimindo ao instrumento um fraseado límpido, delicado, intimista e frontalmente distinto daquele que, à época, era maciçamente utilizado como padrão: o sopro viril, encorpado e cheio de vibrato de Coleman Hawkins.

Mas o seu percurso rumo a um estilo próprio não foi fácil. No início da década de 30 tocou com King Oliver, Walter Page e Bennie Moten. Em 1934 passou um período na orquestra de Count Basie, até ser contratado por Fletcher Henderson para substituir Hawkins em sua própria orquestra. Young foi dispensado pouco tempo depois, por conta da sua absoluta incompatibilidade com o estilo hard desejado pelo patrão e, em 1935, após excursionar com Andy Kirk, voltou para a orquestra de Basie, que então passava por um momento de renovação, que incluía a chegada do baterista Jo Jones, outro músico de concepções bastante avançadas.

Young começou a se tornar um músico lendário após vencer sucessivas batalhas de saxofone nos anos 30 e 40. Nesses embates, criou e sistematizou uma nova sintaxe para o instrumento, bem menos áspera e prolixa que a de Hawkins. Na orquestra de Basie, onde ficaria até 1940, o saxofonista fez uma intensa amizade com o pianista Teddy Wilson e com a extraordinária Billie Holiday, a quem apelidou carinhosamente de Lady Day. Esta retribuiu a deferência, apelidando Young de President (logo abreviado para um singelo Pres) e mantendo com ele um tórrido romance. Muitos dos discos de Billie Holiday do final dos anos 30 e início dos anos 40 contaram com a participação dos amigos Wilson e Young.

Após deixar Basie, Lester montou um quarteto com o irmão, Lee, mas não obteve muito sucesso. Participou de gravações esporádicas e tocou como free lancer, até que em 1943 retornou à orquestra que o consagrara, permanecendo ali por quase um ano. Em setembro de 1944, Young foi convocado pelo exército, onde viveu, certamente, os piores anos de sua vida. Ali foi vítima de toda a sorte de brutalidade e racismo, sendo que em fevereiro de 1945, foi levado à corte marcial por porte de drogas. A pena foi cumprida em Fort Gordon, Geórgia, e afetou tanto a saúde física quanto mental do saxofonista.

No final de 1945, de volta a vida artística, foi contratado por Norman Granz e realizou incontáveis turnês com o Jazz At Philarmonic, do qual era um dos astros mais fulgurantes. Ao mesmo tempo, gravou uma série de excelentes discos como líder, sendo memorável o seu encontro com o trio de Oscar Peterson, em 1952. Quatro anos depois, reencontraria os velhos amigos Teddy Wilson e Jo Jones para gravar, no dia 13 de janeiro de 1956, o maravilhoso “Pres And Teddy”, para a Verve. Um álbum verdadeiramente clássico, com o frescor típico do Lester de 20 anos antes – na década de 50, sem qualquer trocadilho, Young poucas vezes soou tão jovial.

Completando o quarteto, o competente Gene Ramey assume o baixo com discrição e sobriedade. O set é, basicamente, composto de standards, a começar pela lindíssima “All Of Me”, tocada com um ardor e uma paixão ímpares. Na balada “Prisoner Of Love”, Young exibe um lirismo de tão intenso que chega a assombrar o ouvinte, enquanto Wilson encarrega-se de um dos solos mais sublimes do álbum. Outro momento arrebatador é “Taking A Chance On Love”, no qual o Presidente extrai do seu saxofone uma leveza comovente. A destacar, o majestoso trabalho da dupla Jones-Ramey.

A convivência entre os dois líderes, forjada pelos muitos anos de estrada, dá aos diálogos uma elevada carga de emotividade, mesmo em canções mais suingantes, como “Louise” ou “Love Me Or Leave Me”. Mesmo bastante debilitado fisicamente, Pres ainda consegue demonstrar um domínio superlativo do tenor, impregnando de ternura cada nota. Raríssimas vezes “Our Love Is Here To Stay”, jóia raríssima da ourivesaria dos irmãos Gershwin, pareceu tão pungente. Na única composição própria, “Pres Returns”, o saxofonista perpetra um blues com toda a autoridade de quem, por muito tempo, viveu às margens do Mississipi.

Lester Young é um dos mais influentes músicos do jazz e um dos seus mais hábeis e inteligentes improvisadores. Um revolucionário que antecipou em mais de uma década a sonoridade mais tranqüila do cool jazz, com suas frases longas e refinadas, que criaram uma escola fundamental para o desenvolvimento do idioma jazzístico. Admiradores confessos de seu estilo, músicos do calibre de Charlie Parker, Dexter Gordon, Paul Quinichette (cujo apelido, Vice-Pres, diz tudo), Sonny Stitt, Lee Konitz, Warne Marsh, Stan Getz, Paul Desmond, Zoot Sims e Al Cohn sempre reconheceram a importância de Young em sua formação.

Os últimos anos de vida do Presidente foram dolorosos. O alcoolismo e vários problemas psicológicos o empurraram para uma sucessão de internações, vindo a falecer no dia 02 de março de 1959. Mesmo reconhecido como um dos três mais importantes tenoristas do jazz, Young professou, até o fim, um credo de humildade e aperfeiçoamento constantes. Por acreditar que o instrumentista somente poderia improvisar se conhecesse a fundo a letra das canções que tocava, Pres munia-se de uma pequena vitrola portátil e enfrentava a solidão dos quartos de hotel ouvindo Frank Sinatra por horas a fio. Era a sua forma de dizer que mesmo os gênios jamais deixam de ser eternos aprendizes.

46 comentários:

O Pescador disse...

Goodbye Pork Pie Hat.
Continua sendo um prazer ouvir a sua música.

Olá Érico. Saudações lusitanas.

Érico Cordeiro disse...

Caro Pescador,
Tenho sentido sua falta por este lado do Atlântico!
Mas confesso que tenho estado ausente das minhas outras casas virtuais, por conta dos compromissos profissionais!
É sempre bom tê-lo a bordo.
Um fraterno abraço!!!!

APÓSTOLO disse...

Prezado ÉRICO:

Bola na rede ! ! !
Estupenda resenha, escolha mais que estupenda do disco.
Mais uma vez e como sempre PARABÉNS e grato pela música.

Érico Cordeiro disse...

Caro Apóstolo,
Você sempre gentil - um gentleman em todos os sentidos.
O Pres merece toda a nossa deferência e sei que ele é dos seus favoritos!
Obrigado - e agora com o fabuloso Glossário do Jazz em mãos, as pesquisas vão ficar mais completas e muito mais gostosas de fazer!
Um fraterno abraço!

Vagner Pitta disse...

esse disco foi postado por certa vez por leonardo alcantara (o jazzman) lá no farofa moderna...pra quem se interessar em baixar, pode ser que o link esteja ativo...mas, discos como estes tem que serem adiquiridos em material físico e palpável!

abs

Érico Cordeiro disse...

Mr. Pita,
Saudações fraternas e seja bem vindo.
Tenho acompanhado seus novos desafios e torço para que todas essas empreitadas sejam recheadas de sucesso.
Quanto ao Pres e Teddy, de fato, ele merece estar presente em uma discoteca física e palpável - é um clássico total e absoluto!!!
Grande abraço!!!!

pituco disse...

érico san,
resenha piramidal...informações na medida exata num texto delicioso...tá tudo aí.

abraçsons pacíficos

Paul Constantinides disse...

bela e comovente historia , grande Erico.
no coments...o Pres foi bamba total.
ler o texto, ouvindo a musica deliciosa da mais cores a tudo q foi lido...beleza de blog!!!

abs
paul

Érico Cordeiro disse...

Grande dupla de embaixadores (e sem funk carioca nas respectivass embaixadas),
Valeu pelas visitas e pelas palavras.
É sempre muito bacana contar com as presenças ilustres de vocês!!!!
Abração!

Andre Tandeta disse...

Erico,
pelo que vi ai em cima nosso amigo Manito esta fazendo escola: "discos como esse tem que serem"...(ai!!!!).
Lester Young é o pai do sax tenor como o conhecemos hoje em dia.
Ha uma linhagem que começa nele passa para Dexter Gordon,segue com Sonny Rollins e John Coltrane,a seguir Wayne Shorter e Joe Henderson e indo ate Branford Marsalis, Michael Brecker,Joe Lovano e Joshua Redman ,isso pra ficar só nos muito conhecidos.
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Mestre Tandeta,
E ai, como anda o nosso querido amigo HYJ?
Pois é, o Pres, é um dos pais fundadores - quase todo mundo que veio depois bebeu naquelaa fonte - riquíssima fonte, por sinal!!!
Valeu mesmo!!!

Sergio disse...

Seu Érico grande resenha, como sempre. Mas todos os discos baixáveis, tbm podem ser palpáveis, a medida que os programinhas nero e congêneres estão aí para facilitar a vida dos durango kid's de todas as idades. E é uma terapia produzir seus próprios discos.

Acabo de ter (ter?) minha postagem do Gary Higgins denunciada (fui informado por e-mail) e deletada, adivinha por quem?...

Gary Higgins, um músico excepcional que não teve a sorte ou o azar de ser conhecido e consumido em sua minimal obra de um discaço só - lançado em 1973. O outro finalmente lançado (o já deletado), na volta triunfal de 2009. Higgins é uma espécie “Tom Zé” de artista q tem sua musica redescoberta trocentos anos após o lançamento.

E eu vos pergunto: o Second de 2009 do Higgin será lançado no Brasil? Façam suas apostas. Então abaixo a ditadura Capital! Quem tem compra, é mais que obrigação! Quem não tem fabrica! Uma questão de necessidade. O que não se pode é abandonar a música ou troca-lá por axé. Para tal, não se tem desculpas.

Abraços rebeldes.

Érico Cordeiro disse...

Indignado Sonic Boy,
Faço minhas as suas palavras - já disse isso milhares de vezes!
Boicotar, censurar, tirar o link de artistas pouco conhecidos ou com discos fora de catálogo é burrice!!!
Senhores do retrocesso, onde está o bom senso?
Ou vocês lançam os discos a preço acessível ou deixem os guerrilheiros da boa música em paz!!
Abraços solidários, compadre!

APÓSTOLO disse...

Prezado ÉRICO:

É gratificante apreciar como pessoas que efetivamente gostam da "ARTE POPULAR MAIOR", o JAZZ, sabem dar valor e divulgar o que é bom.
A exposição da nova capa do "Glossário do Jazz", do grande MÁRIO JORGE, é sinal de que você é um desses "apóstolos" com que sempre se pode contar.
"Keep swinging" que a música merece.

Sergio disse...

Uma porta é mais esperta, seu san. Ela fecha mas abre. Valeu a solidariedade. A luta continua!

Érico Cordeiro disse...

Caros Apóstolo e Sérgio,
Ao primeiro, digo que é nossa obrigação apoiar e divulgar tudo de bom que é feito em prol do jazz.
Da minha modesta trincheira, tento sempre fazer o possível para levar ao conhecimento dos viajantes deste blog na área do jazz (estou só esperando a Valéria me mandar mais detalhes sobre a palestra do Roberto Muggiati, para colocar um post sobre o evento).
Acho que essa convivência harmoniosa e fraterna é o que existe de mais bacana no meio da blogsfera - o capitão John Lester, do jazzseen acaba de publicar uma resenha sobre esse maravilhoso livro do Mario Jorge!!!!
Ao segundo, renovo a minha solidariedade e indignação!!!
Grande abraço aos dois!!

Salsa disse...

Outro discaço. Merece um pedestal. Parabéns, mr. Érico, pelo excelente trabalho.

Érico Cordeiro disse...

Grande Salsa,
Você um dileto herdeiro do Mestre Pres!!!
Valeu a presença - sabia que você ia gostar!!!
Abração!

figbatera disse...

O que mais dizer?

PREDADOR.- disse...

Depois da árdua "missão" que me foi proposta sobre os Jazz Messengers, estou ainda "orbitando no espaço". Mas, o assunto agora é LESTER YOUNG. Um dos maiores saxofonistas de jazz de todos os tempos, brilhantemente aqui abordado. Quem não conhece jazz ou conhece e quer obter um retrato da vida de Pres é só ler essa sua resenha mr.Cordeiro. A destacar nesse disco a bela "Love me or Leave me", que fez e ainda faz muito sucesso aqui na "galaxia". Mais uma vez, parabens!

Sergio disse...

Q tal isso?
http://www.fnac.com.br/pres-teddy-FNAC,,musica-187268-3177.html

Érico Cordeiro disse...

Grandes Fig, Predador e Sérgio!
Fiquem à vontade.
Aos dois primeiros, agadeço as palavras gentis - quer dizer que em Alpha Beta III se ouve o maravilhoso som do Pres. Muito bom gosto o dos predadores!!!!
Pois é, seu Mr. Garimpeiro, setenta pilas em um cd - é por isso que o Brasil não vai prá frente!!!!
Abração!

Sofia Urko disse...

Caríssimo Érico, o q dizer de mais um excelente artigo e dos excelentes sons q nos dá a ouvir?...Obrigada mais uma vez. Ontem tive a sorte de assistir a um concerto dos "The bad plus", aqui em Braga, excelente, e num palco c óptima acústica. Foi a 2a vez este ano! A 1ª foi no mítico Village Vanguard, em Janeiro, em q esperámos cerca de 2 h numa longa fila, com - 7ºC, mas valeu a pena. Uma actuação perfeita c uma sincronia total entre os três, ainda por cima super simpáticos, tal como em NY, em breve voltarão, concerteza aí ao Brasil, abraço c amizade, Sofia :)PARABÉNS PELOS JOGOS OLÍMPICOS!!!!FOI MT BOM!!

Érico Cordeiro disse...

Cara Sofia,
Que bacana poder assistir a um concerto de jazz bem de pertinho - não conheço muita coisa do Bad Plus, mas quem já assistiu, como o meu aamigo Salsa, diz que eles são muito legais - impressão reforçada por seu depoimento.
E mais legal ainda você ter podido vê-los no mítico Village Vanguard!!!! Não sei se você conhece, mas há um livro do Max Gordon (fundador do clube) e que saiu no Brasil com o título "Ao vivo no Village Vamguard" (Ed. Cosac-Naify) que é muito legal e tem algumas histórias deliciosas.
Quanto aos jogos olímpicos, todos estamos muito contentes. Espero que consigamos fazer uma grande festa!!!!
Um fraterno abraço!!!!

Maysa disse...

Caríssimo Érico
Fico feliz e, por vezes, eufórica passando por aqui.Na verdade,fico... mais que passo! Deixo a música excelente se embrenhar pelo lugar, este cantinho, aqui do Rio.Quando vejo estou em completa harmonia com a melodia, alma em êxtase pela interpretação: Prisioner of love!

Devo afirmar que Coleman Hawkins, sempre foi meu preferido.
Mas sua pauta de afirmações é eficaz!
Abração
Maysa

Érico Cordeiro disse...

Cara Prima Maysa,
Sua presença aqui no JAZZ + BOSSA é sempre muito bem vinda. Fico bastante contente que tenha gostado da postagem e das músicas que pus no podcast.
Pois é, durante muito tempo o duelo Hawkins x Young movimentou os jazzófilos - cada um tinha a sua torcida, uma espécie de Vasco e Flamengo do jazz e ambas eram inconciliáveis.
Subvertendo essa lei que determina que tenhamos que optar entre um e outro, eu prefiro os dois (parece coisa de "tucano" - rs, rs, rs)!!!!
Um fraterno abraço!

Andre Tandeta disse...

Erico,
sobre HawkinsX Pres:
1)o filme Kansas City",de Robert Altman, se passa justamente na epoca em que essa cidade era um grande centro jazzistico e ha um night club com uma big band , que seria a de Count Basie, e la pelas tantas acontece um "duelo" de saxes tenor entre "Hawkins" e "Pres" com dois grandes saxofonistas contemporaneos vivendo esses dois monstros do jazz,David Murray e Joshua Redman. É sensacional porque os caras tocam de verdade e dentro do estilo da epoca. O filme é chato,chatissimo pra falar a verdade, mas essas partes da banda e o duelo,especialmente,valem pelo todo.E ha uma versão tipo "makin'of" só com a parte musical.
2)Luiz Fernando Verissimo tem um texto sobre as diferenças entre Hawkins e Pres e magistralmente expande suas observções a ponto de mostrar que o mundo se divide entre pessoas que são Hawkins e outras ,Pres.
Eu e com certeza nosso amigo HYJ somos Pres. Leia se possivel o texto e descubra sua verdadeira personalidade. Aposto que voce é como nos,puro Pres.
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Mestre Tandeta,
vou dar uma procurada no Kansas City (te confesso que não sou lá grande fã do Altman, embora tenha gostado bastante de Assassinato em Gosford Park).
A trilha sonora, salvo engano, ficou a cargo do Redman, mas também não conheço (ótima oportunidade para conhecer).
E o Mestre Lula, lá no CJUB tem uma história impagável sobre a rivalidade Hawkins x Young.
Quanto ao texto do Veríssimo, vou dar uma procurada, ok?
Obrigado pelas dicas e pela presença, meu caro mestre da percussividade!!!!!

John Lester disse...

Prezado Mr. Cordeiro, embora com algumas divergências sobre dados biográficos - as fontes, em jazz, são muito perigosas, nós sabemos - não há como negar a excelência de Pres, um dos meus três músicos favoritos do jazz.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Salve, meu capitão John Lester.
É verdade, os dados biográficos de muitos jazzistas são, muitas vezes, imprecisos.
Às vezes é necessário checar diversas fontes e "escolher" a que parece ser mais confiável.
Mas são ossos do ofício - dividamos com o leitor essa responsabilidade!!
Um fraterno abraço!

HYJ disse...

Eu soube que tinha um texto sobre Lester Young aqui e me falaram que eu não podia perder. Gostei legal! E das musicas tambem. Tenho uns tres discos dele que eu gosto muito e tambem pelo que ja me falaram e eu tambem li ele tambem curtia um baurete. Não tenho o talento mas tenho o gosto.Curto muito esse blog, e o Jazzseen que foram indicados pra mim pelo meu camarada Andre. Bacana Erico, tamo junto!
amplexos fumegantes

Érico Cordeiro disse...

Valeu, Mestre HYJ,
Grande presença.
Tamo na área, meu camarada!!

Celijon Ramos disse...

Com esse artigo você me fez relembrar meu inicío de audição com o jazz. É de tamanha beleza a sonoridade de Lester Young que agora estou a lembrar daqueles dias em que pegava meus discos e sozinho em meu quarto me punha a ouvir extasiado todas essas envolventes frases melódicas que acariciam a alma.

Érico Cordeiro disse...

Compadre,
Hoje parece ser o dia das evocações.
Seu texto belíssimo e emotivo me transportou para os umbrais da memória. Bola de meia, bola de gude, há sempre um moleque em nossas almas.
E tem postagem nova, um poema antigo que tirei do fundo do baú e que é uma homenagem a um poeta recentemente falecido - o capixaba Miguel Marvilla.
Beijo grande!!!!

APÓSTOLO disse...

Prezados ÉRICO e TANDETA:

O "makin'of" a que se refere TANDETA é o magnífico documentário "Jazz'34", 1996, que ALTMAN produziu e dirigiu para reviver a primeira metade da década de 30 em Kansas, com o ambiente de desafios musicais entre os grandes mestres.
No "Hey Hey Club" travam-se as "chases", em que cada musico vai chegando, incorporando-se ao clima e aos demais músicos e "batalhando" com longos solos, "chorus" após "chorus", idéias intermináveis, estimulantes e sem repetições.
Vestidos à carater, com classe e como na época, Jesse Davis e David "Fathed" Newman nos saxes.alto, James Carter, Craig Handy, David Murray e Joshua Redman (em estado de graça)nos saxes.tenor, Don Byron no sax.barítono e clarinete, Olu Dara, Nicholas Payton e James Zollar nos trumpetes, Curtis Fowlkes e Clark Gayton nos trombones, Geri Allen e Cyrus Chestnut no piano, Russell Malone e Mark Whitfield nas guitarras, Ron Carter, Christian McBride e Tyrone Clark nos baixos, Victor Lewis na bateria e Kevin Mahogany no vocal, desfilam 11 temas, entre os quais pérolas como o tema de abertura (Lester Young) "Tickle Toe", "Indiana", "Moten Swing" e muitos outros.
Joshua Redman é um "monstro" de idéias, em meio a um timaço de craques.
O "clima" reproduzido é de "clube de músicos".
A meu juizo um dos melhores filmes produzidos sobre JAZZ, sem diálogos (a menos dos cumprimentos "telepaticos" entre os músicos), apenas musical e de uma qualidade soberba, compensando a do filme "Kansas City", que não está a altura da bela obra de ALTMAN.
É obra obrigatória na fitoteca de quem gosta de JAZZ, que nos remete realmente a Lester, Ben Webster e demais gigantes da época.

Érico Cordeiro disse...

Caro Apóstolo,
Depois de uma descrição dessas, como não correr pelas lojas virtuais, em busca desse jóia raríssima?
É de dar água na boca e várias gerações de saxofonistas se encontrando e pagando tributo (justíssimo) àqueles que os precederam, além de outros monstros como Nicholas Payton, Ron Carter (está em todas), Cyrus Chestnut e outros.
Obrigado pela dica - agora é procurar!!!!
Grande abraço!!!

Andre Tandeta disse...

Viu só ,Erico,como diziam na epoca que eu era garoto,uns 40 anos atras:"quem tem padrinho não morre pagão". O amigo Apostolo é daqueles que "matam a cobra e mostram o pau",no melhor sentido, é claro.
Repare como o seu blog atrai pessoas interessantes e interessadas. Manito,que a maneira dele esta nessas duas categorias, esteve aqui em casa ,acabou a cerveja que tinha na geladeira, e comentou comigo como esse seu blog faz a cabeça dele,tambem no melhor sentido. Concordei totalmente e ele me prometeu que vai conseguir em DVD esse documentario do Altman.Veremos.Pintando por aqui eu envio pra voce via Pando.
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Valeu, Mestre!!!
Vou esperar, ansioso.
E obrigado pelas palavras afetuosas - vocês é que são o charme desse blog.
Eu sou só o síndico.
Abração!

edú disse...

Eu mesmo tive o atrevimento de resenhar sobre o filme de Altman em
nosso espaço.Já ouvi falar sobre o documentário, sem assisti-lo, todavia.Porém o filme de Altman abriga duas trilhas absolutamente sensacionais – produzidas originalmente pelos músicos mencionados para o selo Verve - q por ousadia afirmo duas das melhores trilhas cinematográficas no setor jazz dos últimos quinze anos.O filme , como escrevi, é mediano, apesar do bom casting.O negócio era essencialmente o som q saia dos falantes da tela.

Érico Cordeiro disse...

Seu Mr. Edú,
Disco recomendado e chancelado pelo Tandeta, Apóstolo e você é disco na prateleira e na vitrola.
Deixa pegar mais umas duas ou três dicas e mando ver no Amazon!
Abração!!!!

Anônimo disse...

André Tandeta,

Sinto muito, mas desde os anos 20 Coleman Hawkins foi reconhecido como "o pai do sax-tenor no jazz". Lester Young nunca foi reconhecido como tal.
Até Pixinguinha era fanático por Hawkins, do qual comprava todos seus discos.
Abraços tenorianos,

Érico Cordeiro disse...

Caro Anônimo,
Seja bem-vindo e junte-se à nossa confraria.
Briga boa essa - e antiga também.
Adoro os discos de Hawk do final dos anos 50 e início dos anos 60 (Hawk's Eye, Hawk Flies High, Night Hawk, etc.), ele é, de fato, um monstro.
Mas o Pres não fica atrás - intérprete fenomenal, extremamente técnico e emotivo.
Acho que dá empate técnico
Abração!

Anônimo disse...

Erico,

Não se trata de briga boa, trata-se de uma verdade jazzística há muito sacramentada.
Ninguém contesta a genialidade de Lester Young, apelidado por Billie Holiday "presidente do sax-tenor", mas Hawkins, desde o início, foi consagrado como "O pai do sax-tenor no jazz".

P.S. detesto brigas de qualquer espécie, nunca as procuro, mas apenas fiz o comentário para colocar as coisas em seu devido e imutável lugar. Grato.

Érico Cordeiro disse...

Valeu, meu caro Anônimo.
E "briga", no âmbito do jazz, é sinônimo de jam e muita música, jamais de violência, nãi é mesmo?
Seja sempre bem-vindo e, por favor, fique à vontade para manifestar sempre a sua opinião.
Abraços fraternos!

Andrea Nestrea disse...

adoro esse disco, tenho embolachão, o que, às vezes, dificulkta a audição. vou baixar e deixá-lo ao alcance do click.
texto ótimo érico!

Érico Cordeiro disse...

Cara Andréa,
Prazer receber a sua visita aqui no JAZZ + BOSSA.
Felizmente, eu tenho o cd - é bem mais prático (na verdade meus vinis estão abandonados, pois nem tenho mais player).
Obrigado pela presença e que bom que você gostou!!!
Um fraterno abraço!

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