O nome do cidadão impressiona. Afinal de contas, quantos sujeitos
chamados Luigi Paulino Alfredo Francesco Antonio Balassoni deram as caras no
jazz? Para tornar mais fácil a vida dos amantes do estilo, ele resolveu
simplificar as coisas e adotou um nome artístico bastante singelo: Louie
Bellson. Com esse nome bem curtinho, ele abriu as portas do sucesso e se tornou
um dos três principais bateristas da Era do Swing. Os outros dois, obviamente,
são Gene Krupa e Buddy Rich (não é por acaso que os fãs de jazz costumam se
referir a eles como “The Big Three”).
Nascido no dia 06 de julho de 1924, em Rock Falls,
Illinois, Louie provinha, logicamente, de uma família de origem italiana. Seu
pai era dono de uma loja de instrumentos musicais e aos três anos ele começou a
aprender piano. Ainda na infância, passou para a bateria e graças à influência
paterna, aprendeu harmonia e teoria musical. Louie estudou na Moline High
School, na cidade vizinha de Moline, e ali aprofundou seus estudos musicais. Suas
primeiras influências foram Jo Jones, Big Sid Catlett e Chick Webb e as
primeiras lições vieram pelas mãos de Roy Knapp.
Quando já era um músico consagrado, declarou em uma
entrevista: “Eu tenho uma enorme dívida para com Big Sid Catlett e Jo Jones.
Eles exerceram uma enorme influência na minha maneira de tocar. Nós, bateristas
mais novos, olhávamos para Jones e o chamávamos de ‘Papa’ Jo porque ele
realmente era genial. Mas também não podemos nos esquecer das contribuições de Big
Sid Catlett e Chick Webb. Gene foi fundamental para popularizar a bateria como
um instrumento solo e Buddy é um baterista formidável, mas nós três somos
herdeiros de Jo, Sid e Chick”.
O espírito inovador manifestou-se desde a mais tenra
idade. Com apenas 15 anos, Louie montou um kit de bateria com dois bumbos e foi
um dos primeiros bateristas de jazz a fazer uso constante desse equipamento. Em
1941, Bellson venceu o Slingerland National Gene Krupa Contest, um concurso
nacional de bateristas que contou com a participação de cerca de 40 mil
candidatos. O prêmio lhe rendeu uma grande visibilidade e poucos meses depois,
o jovem foi contratado pelo bandleader Ted Fio Rito, cuja orquestra era atração
fixa no clube Florentine Gardens, em Los Angeles.
No ano seguinte, o garoto de apenas dezoito anos seria
convidado por Benny Goodman para integrar a sua famosa big band. Além dos
concertos e álbuns, a orquestra de Goodman era bastante requisitada no cinema e
Bellson teve a oportunidade de aparecer em diversos filmes ao lado do patrão. O
primeiro deles foi “The Powers Girl”, de 1942, estrelado por George Murphy e
que contava com Peggy Lee no elenco.
Louie também pode ser visto em “The Gang’s All Here” (no
Brasil, “Entre a loura e a morena”), de 1943, que foi dirigido pelo lendário Busby
Berkeley e que tinha Alice Faye e Carmen
Miranda nos papéis principais. Em 1948, Bellson marcaria presença em outra
produção importante, “A Song Is Born” (no Brasil, “A canção prometida”),
estrelada por Danny Kaye e Virginia Mayi, com direção de Howard Hawks, ao lado
de jazzistas de peso, como, Louis Armstrong, Benny Goodman, Lionel Hampton, Tommy
Dorsey, Page Cavanaugh, Charlie Barnet e Benny Carter, entre outros.
A associação com o clarinetista, entretanto, seria
subitamente interrompida no final de 1943, por conta da convocação de Bellson
para o exército. Felizmente, ele não foi mandado para as frentes de batalha – o
mundo vivia as agruras da II Grande Guerra – e pôde continuar a tocar nas
orquestras das forças armadas. Em 1946, já de volta à vida civil, o baterista
pôde se juntar novamente à orquestra de Goodman. Seguiram-se, então, trabalhos
nas big bands de Tommy Dorsey, entre 1947 e 1949, e de Harry James, entre 1950
e 1951.
Do final dos anos 40 até meados dos anos 50, Bellson foi
um assíduo integrante da caravana “Jazz at the Philarmonics”, de Norman Granz,
tendo a oportunidade de tocar ao lado de gênios como Art Tatum, Oscar Peterson,
Dizzy Gillespie, Roy Eldridge e muitos outros. Sobre os concertos, Louie
recorda: “Nós tocávamos nos melhores teatros do país e os espetáculos duravam
no máximo duas horas e meia. Mas tocar por duas horas e meia com aqueles caras
equivalia a tocar cinco horas com outros músicos. Eu adorava aquilo”.
No final de 1951, Louie foi chamado para substituir Sonny
Greer na orquestra de Duke Ellington. Durante os quase três anos de associação
com o maestro, os dois desenvolveram uma sólida amizade e um intenso respeito
profissional. Ellington costumava dizer que Bellson “não é apenas o maior
baterista do mundo, mas o maior músico do mundo”. Composições do baterista,
como “Skin Deep” e “The Hawk Talks”, foram gravadas e incorporadas ao
repertório da big band.
A história desta última é bem curiosa. Louie compôs o tema
pensando em Harry James, cujo apelido era “The Hawk”. O trombonista Juan Tizol
gostou do que ouviu e sugeriu que Bellson mostrasse a sua composição ao patrão.
O baterista se mostrou cético com a proposta e conta o resto da história: “Eu
perguntei a Juan: ‘Você está louco? Você quer que eu mostre a minha música numa
orquestra em que os compositores são gênios como Duke Ellington e Billy
Strayhorn? De jeito nenhum!’. Mas ao final, eu criei coragem, mostrei o tema a Duke e
ele acabou gravando. Duke me ensinou a escrever música, me ensinou a ser
original. Ele sabia tudo sobre comandar uma orquestra, sabia exatamente como
cada peça deveria soar, da sessão rítmica aos metais”.
Em 1952, Bellson, que era o único músico branco da
orquestra de Ellington, casou-se com a atriz e cantora negra Pearl Bailey, em
Londres, assumindo também a direção musical de seus discos, shows e do programa
de TV que ela apresentou no final daquela década, na rede ABC, chamado “The
Pearl Bailey Show”. O casamento perduraria até a morte de Pearl, em 1990. Bellson
e Bailey estão entre os artistas que mais vezes se apresentaram na Casa Branca
e a marca do casal somente é superada pelo comediante Bob Hope. O casal morou
algum tempo na Inglaterra nos anos 50, por temer as reaçõess que um casamento
interracial pudessem despertar na preconceituosa sociedade norte-americana da
época.
Como músico de apoio, o nome de Bellson pode ser lido nos
créditos de álbuns de centenas de artistas, como Count Basie, Della Reese, Woody
Herman, Sarah Vaughan, Ella Fitzgerald, Oscar Peterson, Dizzy Gillespie, Louie
Armstrong, Joe Pass, Ray Brown, Benny Carter, Art Tatum, Dizzy Gillespie, Gerry
Mulligan, Stan Getz, Hank Jones, Zoot Sims, Sonny Stitt, Milt Jackson, Clark
Terry, Eddie “Lockjaw” Davis, Lionel Hampton, James Brown, Sammy Davis Jr.,
Tony Bennett, Mel Torme, Joe Williams e muitos outros. Estima-se que o
baterista tenha participado de mais de mil gravações como sideman.
Além da extensa agenda como acompanhante, Bellson também
se envolveu em projetos de educação musical, ministrando oficinas e seminários
pelos Estados Unidos, e ajudou a desenvolver produtos para a fábrica de pratos
para bateria Zildjian Company. Em 1963 ele voltou a trabalhar com Duke
Ellington em várias ocasiões, sendo a primeira delas no musical “My People”, em
homenagem ao centenário da abolição da escravatura e no “The First Sacred
Concert”, de 1965, um concerto de música sacra descrito pelo maestro como “a
coisa mais importante que eu já fiz na vida”.
Em 1966 foi a vez de trabalhar novamente com Ellington,
desta feita na trilha sonora de “Assault on a Queen” (no Brasil, “Assalto em um
transatlântico”), aventura estrelada por Frank Sinatra e pela atriz italiana
Virna Lisi. No ano seguinte, Bellson gravaria para o selo britânico Studio 2 o
álbum “Repercussion”, onde divide os créditos com o baterista inglês Eric
Delaney.
Bellson tinha muitos admiradores no Reino Unido e realizou
diversos trabalhos ali. Em 1971 ele foi um dos participantes do concerto em
homenagem ao falecido baterista Frank King, realizado no Queen Elizabeth Hall,
em Londres, e que também contou com as participações dos formidáveis Kenny
Clare e Buddy Rich na bateria. Com arranjos e regência de Bobby Lamb, o
concerto foi gravado pelo selo Vocalion e disponibilizado em cd em 2011.
Ainda na Terra da Rainha, ele gravaria outros discos, como
“Louie in London” (DRG, 1970), que conta com a participação do trompetista
Kenny Wheeler, “London Scene” (Concord, 1980), à frente de uma big band formada
por músicos ingleses e norte-americanos, “Live at Ronnie Scott’s” (Concord,
1980), gravado ao vivo no célebre clube londrino, e “The London Gig” (Pablo,
1982), outra vez comandando uma big band, tendo na sessão rítmica os
experientes George Duvivier (contrabaixo) e Frank Strazzeri (piano).
A obra de Bellson como líder está registrada em uma longa
e consistente discografia, espalhada por selos como Norgran, Verve, Roulette,
DRG, Nimbus, Fantasy, Telarc, Capri, Pablo e Concord. Entre seus músicos de
apoio, nomes consagrados como Blue Mitchell, Harry “Sweets” Edison, Frank
Rosolino, Nat Pierce, Don Menza, Clark Terry, Carl Fontana, Conte Candoli, Bill
Holman ou Snooky Young aparecem nos créditos ao lado de jovens em início de
carreira como Ted Nash, Pete Christlieb ou Dennis Chambers.
Para a Concord, casa que o abrigou de 1974 até a segunda
metade dos anos 80, Bellson gravou aproximadamente dez álbuns, dividindo-se
entre a liderança de orquestras e de pequenos grupos. Neste último formato,
destaca-se o ótimo “Live at the Jazz Showcase”, gravado em outubro de 1987 e
que flagra o quarteto de Bellson durante uma temporada no templo do jazz de
Chicago. A banda é complementada por Don Menza (que se divide entre o sax tenor
e a flauta), Larry Novak (piano) e John Heard (contrabaixo).
A tempestuosa “Sonny Side”, bebop de autoria de Sonny
Stitt, abre o disco com o quarteto em estado de ebulição. A interação do líder
com os seus comandados é quase telepática, sobretudo com o veterano Heard, e
seu domínio da sintaxe bop é absoluto. Apesar de pouco conhecido, Novak se
mostra um acompanhante versátil e de grande desenvoltura. O sopro de Menza é
feroz, vigoroso, enfático, capaz de conciliar técnica e impetuosidade em igual
medida, e seus solos são harmonicamente desafiadores.
“Duke’s Blues” é um tema de Bellson, composto em homenagem
ao ex-patrão Duke Ellington. Trata-se de um blues solene, dramático em algumas
passagens, especialmente durante as intervenções de Menza, cujas frases sinuosas
revelam um intérprete destemido e maduro. Os graves de Heard são profundos,
ressonantes e traduzem a influência de Oscar Pettiford em sua maneira de tocar.
A percussão de Bellson cria nuances imprevisíveis, merecendo amplo destaque sua
criativa utilização dos pratos.
“3 P.M.” foi composta pelo líder, em parceria com o guitarrista
Remo Palmieri, um veterano dos primeiros tempos do bebop e hoje injustamente
esquecido. É uma balada charmosa, com uma linha de baixo delicadamente hipnótica
e um piano espirituoso, que se insinua pela melodia com leveza e graça. O
andamento de valsa e a estrutura minimalista do tema exigem uma postura quase
contemplativa por parte de Bellson. Com a flauta, Menza exibe uma sensibilidade
comovente e demonstra ter absorvido bem as lições de geniais predecessores como
Frank Wess ou Herbie Mann.
Dick Gasparre, George Fragos e Jack Baker são os autores “I
Hear A Rhapsody”, standard que recebe um arranjo musculoso e francamente orientado
para o bebop. O ágil Novak se esmera em improvisos complexos e a exuberância do
seu toque deixa perceber a influência de Bud Powell em sua formação. O líder
brilha com intensidade solar, imprimindo uma levada inventiva e seus diálogos
com Menza, no estilo “pergunta e resposta” são arrebatadores.
Em seguida, é a vez de “Walkin’ With Buddy”, outra
parceria de Bellson e Palmieri, desta feita prestando tributo a Buddy Rich. É
um tema sincopado, com ecos de blues e uma batida infecciosa, que evoca os
melhores momentos do soul-jazz dos anos 60. Menza tem uma de suas atuações mais
empolgantes, construindo frases nervosas, inquietas, cheias de efeitos. Louie é
dono de uma técnica soberba e domina seu instrumento como poucos, mas é incapaz
de resvalar pelo exibicionismo que, muitas vezes, contaminava as performances
de Rich.
Composta por Red Mitchell, a irresistível “Jam For Your
Bread” é o veículo mais que propício para que Heard exiba suas qualidades de
sólido acompanhante e fulgurante improvisador. Ao final do seu longo solo, é
possível ouvir os aplausos da platéia, extasiada diante de uma impecável
demonstração de apuro técnico. Novak não se intimida com as qualidades do
parceiro e também proporciona à audiência um belo exercício de improvisação. O
trabalho do líder com as escovas se notabiliza pela precisão cirúrgica e pelo dinamismo
de sua abordagem.
Retirada da ourivesaria de Duke Ellington, a balada “Warm
Valley” é um momento sublime de encantamento, doçura e lirismo. Incorporando a
verve de um Ben Webster, Menza elabora frases de delicada textura e é o grande
responsável pelo alto grau de emotividade do tema, enquanto seus companheiros
de empreitada, generosamente, adotam uma postura discreta e reflexiva.
O arranjo de “Cherokee”, clássico de Ray Noble, é uma
apoteose de velocidade, potência e destreza, em especial por conta das
investidas furiosas de Menza e Novak, com destaque para as arrojadas linhas
harmônicas propostas pelo saxofonista e para a sua criatividade aparentemente
inesgotável. Bellson, por sua vez, mostra porque seu nome é sinônimo de
excelência. Ele não é um baterista particularmente agressivo e nem possui uma batida
que se caracterize pela opulência. Mas é intenso e vibrante como poucos, um
exímio criador de atmosferas rítmicas e um virtuose capaz de extrair da bateria
timbres e nuances sonoras surpreendentes.
Embora a crítica seja reticente em relação à maioria dos
álbuns de Bellson para a Concord, este disco é uma excelente oportunidade para que
o ouvinte se familiarize com o seu trabalho à frente de um pequeno grupo e
serve como uma amostra da sua versatilidade e do seu profundo conhecimento do
idioma jazzístico em todas as suas vertentes.
Muito justas, portanto, as palavras de Jane Alexander, presidente da
NEA, ao se referir ao baterista como “um talento colossal, que ajudou a
escrever a história do jazz”.
Bellson se manteve em intensa atividade durante os anos 80
e 90, gravando com regularidade e excursionando pelo mundo, muitas vezes à
frente da sua própria orquestra, intitulada “Big Band Explosion”. Em 1987, durante
um evento da Percussive Arts Society, Louie apresentou o seu “Concerto for Jazz
Drummer and Full Orchestra”, peça escrita por ele especialmente para bateria e
orquestra. Posteriormente, a obra seria gravada pela Bournemouth Simphony
Orchestra. Em 1990, Bellson perdeu a esposa, vítima de uma insuficiência
coronariana. Dois anos depois, ele se casaria novamente, com a engenheira Francine
Wright Bellson, que se tornaria sua empresária.
Ao longo dos seus mais de sessenta anos como músico
profissional, Belson amealhou muitas homenagens. Uma das mais importantes foi o
título de “Duke Ellington Fellow”, concedido em 1977 pela prestigiosa Yale
University. Além disso, ele recebeu inúmeros doutorados honorários, concedidos
por instituições como a Northern Illinois University, em 1985, a Denison
University, de Ohio, em 1995, e a DePaul University, de Chicago, em 2001.
É claro que, como qualquer ser humano, Bellson também
colecionou alguns fracassos. O mais retumbante deles foi o musical da Broadway intitulado
“Portofino”, para o qual compôs o score musical em 1958. Mesmo contando com o galã
Georges Guétary no elenco e com letras de Sheldon Harnick (do premiado musical
“Fiddler on the Roof”), o espetáculo ficou em cartaz apenas três dias, ante a
absoluta indiferença do público e da crítica especializada.
Nos anos 90, quando Buddy Rich sofreu uma grave crise na
coluna e precisou se afastar dos palcos e estúdios, chamou o velho amigo
Bellson para substituí-lo à frente da Buddy Rich Big Band. Bellson entregou-se
de bom grado à tarefa e durante alguns meses liderou a orquestra do amigo,
fazendo questão de dizer que aquela foi uma das maiores honrarias que já recebeu.
Outro motivo de orgulho foi o álbum “Louie and Clark Expedition”, onde divide
os créditos com o lendário Clark Terry e se reveza na bateria com os jovens
Kenny Washington e Sylvia Cuenca.
Bellson recebeu o título de Jazz Master da National
Endowment for the Arts em 1994 e teve seu nome inscrito no Hall of Fame da
revista Modern Drummer e da Percussive Arts Society. Em 1998, ele foi
agraciado, juntamente com Roy Haynes, Elvin Jones e Max Roach com o “American
Drummers Achievement Award”, concedido pela Zildjian Company. Como educador musical, além de ministrar
oficinas e cursos, escreveu mais de uma dezena de livros didáticos. Ele também
foi homenageado pelo baixista Jay Leonhart, que compôs “The Louie Bellson Song”
em seu louvor.
Em março de 2007, Bellson foi escolhido para receber o
“Living Jazz Legends Award”, dado pelo Kennedy Center for the Performing Arts a
um seleto grupo de 36 artistas de jazz. Ainda naquele ano, em junho, recebeu
outra homenagem de grande relevo, desta feita por parte da American Society of
Composers, Authors and Publishers ao ter seu nome incluído na categoria de
Living Legend no ASCAP Jazz Wall of Fame, em uma cerimônia realizada no Lincoln
Center, em Nova Iorque.
Não é à toa que o respeitado crítico britânico Leonard
Feather assim se referia ao seu trabalho: “o que torna Bellson um baterista tão
especial é a sua formidável musicalidade. Ele também se destaca como um
compositor e arranjador inventivo, que transita pelo jazz e pela música erudita
com igual desenvoltura. Sua sonoridade é baseada em uma lógica peculiar, não se
limitando simplesmente percutir o instrumento, mas incorporando à sua batida o
dinamismo e a estrutura melódica de uma obra em progresso permanente”.
Desde 2003 o baterista patrocinava o “Louie Bellson Heritage
Days”, uma semana inteira dedicada a reverenciar a sua música. O festival é
realizado todo mês de julho em Rock Falls, Illinois, cidade natal de Bellson e
além de concertos, são ministrados ali cursos e oficinas para jovens músicos. Louie
faleceu no dia 14 de fevereiro de 2009, em conseqüencia de cmplicações causadas
pelo Mal de Parkinson. Seu corpo foi enterrado no Riverside Cemetery, em
Moline, Illinois.
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22 comentários:
Dear Gran Master Boss Érico,
Esse fez história, grande músico, grande compositor e arranjador. Se não fosse tudo isso, Duke Ellington jamais o teria contratado. Quando ele veio ao Free Jazz de 1999 liderando a sensacional "Duke Ellington's Big Band" com remanescentes all stars que foram da orquestra de DE, deu demonstrações do seu imenso virtuosismo na bateria, sua segurança no comando da liderança da big band, a despeito do tremor em suas mãos antecipando o Mal de Parkinson que lhe ceifaria a vida.
Parabens pela escolha de um gigante do jazz, embora eu saiba que pouquíssimos concordarão comigo.
Keep swinging,
Raffaelli
P.S. acabo de enviar-lhe (a seu pedido) email com meus textos sobre Johnny Alf e a História Verdadeira da Bossa Nova, que alguns mal informados aventureiros oportunistas escreveram sem qualquer conhecimento de causa e sem nunca terem ouvido ao vivo seus verdadeiros criadores......
Mestre Raffalli,
Eu não apenas concordo com tudo o que você falou sobre o Bellson, como assino embaixo. Foi um gigante do Jazz. Gosto demais dos seus discos para a Concord (tenho uns cinco ou seis, entre big band e pequenos grupos) e todos são de excelente nível.
Quanto aos textos, não só recebi como também já os li. Excelentes, os três. Peço sua vênia para publicá-los no blog, todos juntos, como uma justa homenagem à Bossa Nova e a um dos seus mais geniais precursores, Johnny Alf. Todo bem?
Um fraterno abraço e obrigado pela presença sempre afetuosa e enriquecedora!
Dear Gran Master Boss Érico,
Agradeço suas bondosas referências aos meus textos. Obviamente, nem precisaria qualquer autorização para publicá-los, pois já a havia solicitado anteriormente. Todavia, por tratar-se de bossa nova e especialmente sobre Johnny Alf, o verdadeiro pai da bossa nova, não creio que desperte o interesse da maioria dos jazzófilos assíduos deste barzinho (utilizando sua expressão favorita sobre este blog).
Ontem almocei com meu grande amigo e ex-colega do Globo o honrado jornalista Antonio Carlos Miguel (uma das maiores autoridades em MPB e música americana), falei-lhe a seu respeito e sobre seu trabalho neste blog. É possível que ele dê as caras por aqui. Caso aconteça, acredito que você e os demais habituês deste blog apreciarão seus comentários.
Keep swinging,]
Raffaelli
Querido Mestre Raffaelli,
Seria uma honra receber a visita do Antonio Carlos Miguel aqui no barzinho. Se não for incômodo, será que você poderia me informar por e-mail o endereço dele, para que eu possa lhe enviar um exemplar do Confesso que ouvi? De logo agradeço pela "ponte"!!!
Quanto ao Alf, tenho certeza que os "fregueses" do jazzbarzinho vão adorar os textos.
Abraços fraternos!
É muito bom conhecer a vida e obra dos grande músicos de jazz e, especialmente pra mim, dos grandes mestre da bateria.
Excelente postagem, justa homenagem a esse artista dos tambores.
Aguardemos agora o texto sobre Johnny Alf e a bossa nova!
Abraços!
Grande Fig,
Falou em baterista, falou no Embaixador nas Terras D'El Rey.
O texto do Mestre Raffaelli é um primor e vai ser postado em breve - tenho certeza de que será um dos mais lidos do barzinho.
Já esse disco do Bellson vai despertar a fúria atômica de um certo destruidor de planetas. Duvida?
Grande abraço!
Estou agora mesmo corrigindo a falha de não ter nada de Bellson solo. E já q o mestre recomenda este exemplar postado, começarei por ele.
Perdoe, mr. Sam, mas meu comentários só aparecem como anônimo.
sergio millan
Tá perdoado.
E espero que eu esteja também :-)
Gostou da postagem sobre o Thomas?
Abração!
Ué, já respondi, agora é a vez de vossa tréprica...
Mas, é como eu disse lá, sem essa de perdão, é conversanu q a rente sintendi. Portanto a questão é dintindimento - sempre até na minha ingnoralça agarranchada.
Abraços mr.. Hoje vou me aventurar noutro point pro lojinha: Lagoa Rodrigo de Freitas, perto do Heliporto. Façamos figa pra q seja um porto seguro.
Baterista típico de orquestra fez também alguns bons trabalhos liderando combos. Gostava muito de latinidade e incorporava esse tipo de rítimo em suas gravações(um verdadeiro horror para mim). Músico respeitado, resenha elucidativa, mr.Cordeiro, mas o álbum escolhido para essa postagem foi muito pouco representativo na carreira de Bellson, "um zero a esquerda". Existem "zilhões" de discos do Bellson melhores que este, por exemplo, "Greetings", "Skin Deep", "Intensive Care" e muitos outros com Count Basie, Oscar Peterson, Louis Armstrong, Pearl Bailey, e ele próprio, Louie, conduzindo sua orquestra. Aliás, já escreví muito e não quero perder tempo comentando discos da Corcord Jazz, e estamos conversados. E, Johnny Alf será muito bem vindo.
Xiiih, seu sam... Olha ele aí de novo. Como não sou bobo nem nada, vou seguir tbm as dicas de mestre Predador.
Nunca duvidei do seu bom gosto mestre Érico (e quase nunca me arrependi), mas o do Predador é sempre certeiro porque o alienígena é fidelíssimo ao be bop de raíz e aí nunca dá xabu.
ps.: mas tbm tem aquela frase: "nunca diga nunca" e eu já disse nunca umas 10 vzs só nesse micro comentárinho.
sônico
Mr. Sérgio, o Predador tem um ótimo gosto, mas é meio dado a radicalismos. Ouça o disco e me diga se é um zero à esquerda. O Don Menza é um craque e nesse disco ele está inspiradíccimo - aliás, gravação de jazz ao vivo sempre é muito legal.
Mr. Pradador, eu já sabia! Essa velha implicância com a Concord é uma característica dos oriundos de Predatória!
Abração aos dois!
Meu amigo, seu san, depois do silêncio, como diria o boêmio, "aqui me tens de regresso!" O tagarela (e boêmio tomem, não necessariamente em ordem alguma). E, diria o meu amigo Pesca, viajando de LSD: "Quem mandou me acordar!"
Mas verás que é por uma bela causa... Meu amigo, dê uma passada de olhos (caprichada!) nesse blog:
http://bloginjazz.blogspot.com.br/
E para evitar a preguiça natural q pode lhe bater, mesmo em se tratando de jazz ou por isto mesmo já que só se fala nisso aqui, no conteúdo manteúdo desse blog só tem gravações raríssimas, geralmente na Itália, de Chet Bakers, Gillespies, George Shearing, Ellington & Ella, Joe Venute, Charles Loyd - Live in Soviet Union! -...
Sim. É de dar preguiça sim... Estou baixando uma raridade de Paul Desmond Live in Italy com aquela galerinha fraca do MJQ. mas sim, já tou com preguiça, pq a coisa é tipo já na casa de Noca, o coro come, ge-ral
Bem legal o blog, Mr. Sérgio.
Vou colocar um link aqui.
Muito vídeo bacanudo também e raridades.
Valeu.
Abração.
Mr. Bellson, aqui resenhado à altura, é de fato um dos grandes, mormente na fase de transição do papel do baterista, não só na linguagem se não em cena. Que magnífica notícia do colóquio gastronômico entre Mestre Raff e o querido A.C Miguel, que espero faça sua adesão a este maravilhoso espaço o mais rapidamente possível. Quanto a Johnny Alf não posso imaginar algo mais jazzy e afeito ao tema aqui tratado. Ainda que não o fosse e sendo da lavra de quem é já estaria valendo...e muito.
érico san,
a bio de mr.belison não conhecia...apenas em créditos...obrigadão pela resenha, que lerei oportunamente...rs
ouvirei a radiola pra já...
abrsons
ps. li acima sobre a postagem dos textos sobre johnny alf...ou como o maestro jobim o chamava...'genialf'...o cdzito voz e violão que registrei ano passado tem 4 do compositor...era pra ter mais, mas o produtor não encarou a idéia...enfim...salve genialf
Caros Zé Miguel e Pituco-San,
Maravilha chegar aqui no barzinho e encontrar clientes tão especiais.
Ao primeiro, assino embaixo de tudo que foi dito sobre o Bellson (e fico na torcida para que o Antônio Carlos Miguel venha fazer uma visita - será uma honra).
Ao segundo, em breve pinta por aqui uma resenha do Mestre Rafaelli sobre os primórdios da bossa nova, onde ele resgata a importância do Genialf para o surgimento desse estilo.
Grande abraço aos dois!
Mestre Cordeiro,
Excelente homenagem ao explosivo Louis Bellson que bem sabia ser suave quando o momento e os parceiros assim exigiam.
Seria fantástica a publicação do texto sobre Johnny Alf, principalmente assinado pelo nosso ídolo, JDR.
Quanto ao Antonio Carlos Miguel, ele fez, e ainda faz, muita falta em O Globo.
Só mesmo o barzinho, ou barzão do Cordeiro, para servir tanta especiaria.
Um grande abraço
RC
Caríssimo Rogério Coimbra,
Recentemente, em outro post, soube que a Ester Mazzi é a cantora favorita do Mr. Predador, e ontem à noite ouvi o LP, cujo texto de liner notes é de sua autoria.
Ela não é boa, é ÓTIMA e ponha ÓTIMA NISSO!!
E o Chryso Rocha, que conheci em Vitória nos velhos tempos em que eu ia ao festival de Jazz que você e o o Marien organizavam anualmente, mostra sua categoria em acompanhamentos e arranjos "out of this world" - a propósito, como vai ele, continua tocando ?
Como disse-me Tommy Flanagan no último dia em que tocou no Rio, "o que importa não é o que eu toco, mas como toco, é nisso que me concentro sempre e se você gostou, fico muito contente porque alguém me ouviu a aprovou" - Isso é o que vale"
Tommy era muito modesto e sabia das coisas da música. Sempre lembrarei dele com saudade, embora tenha uns 15 LPs dele....
Grande abraço e keep swinging,
Raffaelli
Caríssimos Coimbra e Raffaelli (meus gurus),
Tê-los na casa é motivo de júbilo.
Viva Bellson, que nos permite estreitar o convívio e viva o Jazz, a nobre arte musical.
Mestre Raffaelli, a galera toda tá vibrando com o texto, viu!
Isso é que é prestígio!
Abraços aos dois!
PS.: e que o Antonio Carlos Miguel possa dar as caras por aqui - e nos enriqueça ainda mais com sua sabedoria e conhecimento musical!
Mestre Cordeiro e ídolo JDR:
Vi e ouvi, a meio metro, Tommy Flanagan em LA, em 1967. Homem simples, de fortes frases ao piano, contundentes e capazes de derrubar qualquer racional.
Predador, é irmão de sangue de Ester Mazzi.
Chryso se esconde em Guarapari,ES, infelizmente- grande músico.
Aguardamos Johnny Alf by JDR.
Paz.
Ô inveja!!!!!!
Não é à toa que você é meu Guru!!!!!
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