Quando se fala em guitarristas de jazz, quais os nomes que logo vêm à mente? Barney Kessell, Wes Montgomery, Jim Hall, Joe Pass, Grant Green, Pat Martino, Herbie Ellis, Tal Farlow, Jimmy Raney, Pat Metheny, Django Reinhardt... Dificilmente alguém mencionará, de imediato, o nome de Howard Mancel Roberts, embora ele tenha sido, durante mais de quarenta anos, um dos músicos mais ativos e requisitados do cenário norte-americano.
Talvez por ter atuado em contextos tão variados, como orquestras de TV e de cinema, ou por ter sido um dos primeiros guitarristas a realizar a fusão entre o jazz e estilos tidos como comerciais, como o funk, o country ou o pop, Roberts jamais obteve um reconhecimento, no âmbito do universo jazzístico, à altura do seu talento, muito embora conste dos créditos de alguns dos melhores discos de jazz, rock, pop, soul e R&B gravados entre os anos 50 e 80.
Esse grande músico, compositor, arranjador e educador musical nasceu no dia 02 de outubro de 1929, em Fênix, no Arizona. Desde muito cedo, Roberts revelou uma enorme aptidão para a música e seu talento precoce sempre foi estimulado pelos pais. Com oito anos já conseguia tocar algumas músicas de ouvido, aos nove ganhou sua primeira guitarra acústica (uma Gibson Kalamazoo) e aos doze ele já era um músico hábil e bastante maduro para a idade.
O aprendizado musical formal veio, inicialmente, pelas mãos de Horace Hatchett, guitarrista que tocou nas orquestras de Tommy Dorsey e Red Nichols, que lhe transmitiu os rudimentos da música erudita e do jazz. Em seguida, o garoto estudaria com professores renomados como o arranjador Howard Heitmeyer (criador de um dos mais populares métodos para guitarra do período) e o compositor Fabian Andre (autor do standard “Dream a Little Dream of Me”).
Aos 15 anos, ele inicia a carreira profissional, tocando guitarra acústica, elétrica e bandolim em bandas de baile da cidade natal. Seus ídolos, na época, eram Django Reinhardt, George Van Eps e Oscar Moore, mas em breve o jovem Charlie Christian se juntaria ao rol de suas preferências musicais. Antes de completar 20 anos, já havia tocado com alguns nomes de peso, como o trompetista Art Farmer e o pianista Pete Jolly, outro gênio precoce em seu instrumento, quando estes se apresentaram em clubes da região de Fênix.
Em 1950 decide se mudar para Los Angeles, onde o mercado musical se mostrava bastante promissor. Um dos primeiros amigos que fez na nova cidade foi o também guitarrista e arranjador Jack Marshall, por intermédio de quem arranjou seu primeiro trabalho fixo, no trio do baterista Chico Hamilton, juntamente com o experiente baixista George Duvivier. Em seguida, Howard integraria o quarteto do pianista e compositor Bobby Troup, que se tornaria um dos seus mais constantes parceiros musicais ao longo dos anos.
Dono de um estilo que lembrava o de Barney Kessell, outro grande amigo, Roberts construiu uma sólida reputação como músico de estúdio, tendo participado de gravações de trilhas sonoras de vários filmes no cinema e na TV. Ao mesmo tempo, seu nome se consolidava como um dos mais confiáveis acompanhantes do cenário local.
Na nova cidade, o guitarrista retomou os estudos, tendo cursado a faculdade de História da Música, na University of Southern California. Também aprofundou-se no aprendizado de arranjos, regência, orquestração e composição com figuras proeminentes como Albert Harris, Russ Garcia e Earl Hagen.
Em seu impressionante currículo, constam participações em álbuns de gente do gabarito de Harry Babasin, Shorty Rogers, Frank Morgan, Pete Jolly, Helen Carr, June Christy, Bud Shank, Lena Horne, Buddy Rich, Chico Hamilton, Claude Williamson, Gerry Mulligan, Peggy Lee, Pete Rugolo, Bob Cooper, Buddy DeFranco, dos irmãos Pete e Conte Candoli, Sonny Stitt, Wardell Gray, Cannonball Adderly, Dave Brubeck, Zoot Sims, Stan Getz, Lennie Niehaus, Georgie Auld, Buddy Collette, Neal Hefti, Mel Tormé, Billy May, Lou Rawls, Jack Wilson, Thelonious Monk, Miles Davis, Jack Sheldon, Mary Lou Williams e uma infinidade de outros.
Sua versatilidade lhe permitia atuar ao lado do “Rei do Mambo” Perez Prado, dos ídolos adolescentes Ricky Nelson e Eddie Cochran, de astros pop como Sonny & Cher e The Jackson Five, do precursor da bossa nova Laurindo de Almeida, do soulman Sam Cooke, de estrelas do R&B como as Supremes, do folclórico bandleader Ray Conniff, do refinado Johnny Hartman, de atores como Dean Martin e Robert Mitchum ou de roqueiros como Elvis Presley, The Beach Boys, Little Richard e The Monkees, com igual desenvoltura.
Um dos seus trabalhos de maior repercussão, artística e comercialmente falando, foi o álbum “Julie Is Her Name – Vol 2” (Liberty Records, 1958), da cantora Julie London. Roberts substituiu o sensacional Barney Kessel, que originalmente acompanhava a cantora no primeiro volume (também da Liberty Records, mas gravado em 1955), juntamente com o contrabaixista Ray Leatherwood. Para a continuação, foi recrutado o ótimo baixista Red Mitchell e o repertório é recheado de clássicos como “Blue Moon”, “What is The Thing Called Love” e “How Long Has This Been Going On”.
Nesse período, Howard já estava profundamente envolvido com a educação musical. Seu primeiro emprego como professor foi no Westlake College of Music, instituição renomada e que era considerada uma espécie de Berklee School da Costa Oeste. Em meados dos anos 70, Roberts seria um dos fundadores do Guitar Institute Of Technology, em Hollywood, instituição que existe até hoje, com o nome de Musician's Institute.
Howard também seria um alentado autor de livros didáticos, tendo escrito mais de uma dezena deles. Títulos como “Howards Roberts Chord Melody”, “Howards Roberts Guitar Book”, “The Electric Bach”, “Six Violin Pieces By Bach Arranged For Plectrum Guitar”, “The Accelerator: The Theory – Fingerboard Connection”, “Super Chops: Jazz Guitar Technique in 20 Weeks” e “Howard Roberts Sight Reading For The Guitar”, são considerados obras de referência para o estudo da guitarra e o detalhe é que todos foram publicados pela sua editora, a Playback Publishing Company.
Além de artigos esporádicos para a Down Beat, ele manteve, durante anos, uma coluna mensal, chamada “Jazz Improvisation”, na revista Guitar Player. Como músico, sempre gozou do respeito da crítica. O venerando Leonard Feather, certa feita escreveu em sua coluna no jornal Los Angeles Times: “Roberts emerge como músico de um talento devastador e se alinha entre os maiores guitarristas da atualidade. Sua técnica é fenomenal, assim como a sua capacidade de execução nos tempos rápidos”.
Liderando seus próprios combos, Howard construiu uma bela, porém não muito extensa, carreira discográfica. Seus álbuns encontram-se distribuídos por selos como Verve, Capitol, Impulse, V.S.O.P., Discovery e Concord. Pela gravadora de Norman Granz, lançou aquele que é considerado, pela crítica especializada, o ponto culminante de sua discografia: “Good Pickin’s”.
Secundado por uma seleção de craques da Costa Oeste, Roberts divide o estúdio com o saxofonista Bill Hollman (que participa de cinco das dez faixas), o pianista Pete Jolly, o contrabaixista Red Mitchell e o baterista Stan Levey. As gravações foram realizadas em março de 1959 e os arranjos ficaram a cargo de Hollman e do não menos talentoso Marty Paich.
Para abrir os trabalhos, nada melhor que uma irresistível releitura de “Will You Still Be Mine?”, de Matt Dennis e Tom Adair. A abordagem de Howard é voluptuosa, incandescente, repleta de riffs certeiros e muito balanço. O tenor de Hollman se mostra um parceiro à altura da perícia do líder e seus improvisos são naturalmente desafiadores, assim como os solos de Mitchell e do incansável Levey.
O blues “When The Sun Comes Out”, de Harold Arlen e Ted Koehler, é executado com toda a solenidade que o estilo exige, sendo que o sopro relaxado de Hollman acrescenta uma surpreendente dose de ternura ao tema. A dupla de compositores é responsável, ainda, por “Between The Devil And The Deep Blue Sea”, aqui executada em um inebriante tempo médio. Sem a participação de Hollman, Howard tem uma atuação impecável. Energético e apoiado por uma sólida sessão rítmica, o guitarrista cria riffs bastante consistentes e solos inspiradíssimos.
Composta por Jerome Kern e Oscar Hammerstein II, “All The Things You Are” recebe um arranjo esperto e imaginativo. A agilidade de Roberts e sua fluência nos tempos mais acelerados se revelam por inteiro, mas a classe de Jolly e a potência percussiva de Levey também merecem ser apreciadas com bastante atenção. Na comovente “Lover Man”, de Jimmy Davis, Jimmy Sherman e Roger “Ram” Ramirez,o guitarrista utiliza uma afinação diferente, fazendo com que o seu instrumento adquira uma sonoridade próxima do violão.
Charlie Parker é uma das maiores influências de Howard e a interpretação de “Relaxin’ At Camarillo” mostra à perfeição o domínio do guitarrista sobre o idioma bop. Seu dedilhado é viril, feérico, intenso, nervoso. A performance de Hollman é das mais estimulantes, transpondo para o tenor, com enorme competência, as harmonias aparentemente indomáveis criadas por Bird.
Outro ídolo do bebop, o pianista George Wallington contribui com a agitada “Godchild”. A abordagem crispada e furiosa de Howard é muito bem ancorada pela sessão rítmica, com destaque para a levada segura de Mitchell e para as palpitantes intervenções de Levey. Improvisos ensolarados de Jolly e Hollman traduzem a leveza e a técnica preciosa de dois dos mais talentosos representantes do West Coast Jazz.
“Easy Living” é uma das mais belas canções do repertório norte-americano e as versões de Billie Holiday e Chet Baker estão entre as mais emocionantes. A versão do quarteto, decerto, não tem o mesmo impacto emocional e nem se permite a maiores ousadias harmônicas, mas possui charme e personalidade. Outro standards revisitado com graça e sobriedade é a encantadora “The More I See You”, da dupla Harry Warren e Mack Gordon. O líder e Hollman brilham, com atuações convincentes, solos inspirados e muito swing.
“Terpsichore” é o único tema de autoria do líder incluído no disco. Blues encorpado e ressonante, apresenta diálogos avassaladores entre Hollman e Roberts, que criam uma atmosfera nebulosa, quase opressiva. Um álbum bastante representativo de um guitarrista no auge de sua criatividade, cuja contribuição para o West Coast Jazz ainda é pouco reconhecida.
Em 1963, Roberts assinou com a Capitol e seus dois primeiros álbuns para a nova gravadora “Color Him Funky” e “H. R. Is A Dirty Guitar Player”, fizeram grande sucesso, influenciando, por exemplo, a guinada de Wes Montgomery rumo ao pop. Ambos contaram com a produção de Jack Marshall e apresentam Howard na companhia do baixista Chuck Berghofer, do baterista Earl Palmer e dos organistas Paul Bryant e Burkley Kendrix.
A partir de 1966, Roberts e seu grupo, chamado “The Magic Band”, passaram a ser atração fixa do clube Donte’s, um dos mais importantes de Los Angeles. Emérito descobridor de talento, o guitarrista deu oportunidade a vários jovens em início de carreira, como os saxofonistas Pete Christlieb e Tom Scott, o pianista Dave Grusin e o baterista John Guerin, que futuramente viriam a ser músicos de renome no cenário jazzístico.
Roberts e Wes eram grandes amigos e costumavam conversar bastante. Uma das maiores preocupações de Montgomery, na época um guitarrista de muito prestígio, mas com vendas modestas, era exatamente dar maior conforto à sua família. Ele viu nos álbuns de Roberts para a Capitol uma maneira de diversificar seu público, atrair novos ouvintes e aumentar as vendagens de seus discos. Além disso, Wes não conseguia ler música, o que reduzia sensivelmente as suas possibilidades como músico de estúdio.
Howard incentivou o amigo, inclusive dando sugestões em relação ao repertório. Em pouco tempo, Wes, se tornaria o maior vendedor de discos da pequena Riverside, sendo rapidamente elevado à condição de astro do jazz e assíduo freqüentador das paradas de sucesso. Um dos grandes prazeres que os dois partilhavam era constatar que entre seu público havia milhares de garotos que, depois de ouvi-los tocar, passaram a se interessar pelo jazz.
Requisitado músico de estúdio, Roberts está presente nas trilhas sonoras de diversos seriados e programas televisivos, como “The Twilight Zone” (exibido no Brasil com o título “Além da imaginação”), “The Munsters” (“Os monstros”, também exibida no país), “I Dream of Jeannie” (“Jeannie é um gênio”, inesquecível seriado estrelado por Barbara Eden e Larry Hagman), “The Beverly Hillbillies” (sucesso absoluto da rede CBS, que ficou no ar de 1962 até 1971 e que no Brasil recebeu o nome de “A família Buscapé”) e “The Deputy” (produzida pela rede NBC de 1959 a 1961 e estrelada por Henry Fonda).
No cinema, ele pode ser ouvido na trilha do filmes “The Sandpiper” (“Adeus às ilusões), produção de 1965, dirigida por Vincent Minelli e estrelada por Elizabeth Taylor e Richard Burton. A trilha sonora foi composta por Johnny Mandel, que ali lançou seu grande sucesso “The Shadow of Your Smile”. A música, que ganharia o Oscar de Melhor Canção Original, é uma parceria com o letrista Paul Francis Webster e se tornaria um dos maiores hits da década, nas vozes de gente como Tony Bennett, Barbra Streisand e Johnny Mathis.
O nome de Roberts está indelevelmente associado à célebre fabricante de guitarras Gibson, que sob a sua supervisão construiu dois modelos com o seu nome: a H. R. Custom e a H. R. Fusion. Por suas contribuições como músico e projetista, Howard faz parte do seleto Gibson Hall of Fame, embora também tenha ajudado no desenvolvimento de guitarras para outras marcas, como Epiphine, Ibanez e Aria.
Inquieto e extremamente interessado na mecânica dos equipamentos musicais, ele fundou na década de 60, juntamente com o engenheiro Ron Benson, a fábrica de amplificadores Benson Amplifier Company, que encerraria suas atividades em 1974. Também foi o produtor de uma série de vídeos didáticos estrelados pelo grande baixista Ray Brown.
O compositor Duane Tatro criou o “Concert For Electric Guitar and Orchestra” especialmente para Roberts. A primeira execução pública da obra foi realizada no auditório do Museu Municipal Jean Delacour, em Los Angeles, no mês de janeiro de 1977. Howard atuou como solista convidado da Studio Arts Orchestra, sob a regência de Charles Blackman, e a repercussão do concerto junto à crítica foi bastante favorável.
Após uma vida intensa e bastante produtiva, Howard faleceu no dia 28 de junho de 1992, em Seattle, estado de Washington, onde morava desde a década anterior. Naquela cidade, fundou o Roberts Music Institute, que depois de sua morte passou a ser administrado por seu filho, o também guitarrista Jay Roberts. Sua influência pode ser sentida no trabalho de feras como Grant Green, George Benson, Jerry Garcia, Howard Alden, Jimmy Bruno, Larry Carlton, Lee Ritenour ou Anthony Wilson, todos admiradores confessos.
Pedro “Apóstolo” Cardoso define Roberts como um guitarrista “de técnica brilhante, em estilo marcado pela ousadia nas escalas harmônicas, acordes de passagem explorados com grande sutileza e intenso contraste de altos e ‘calmas’. Pertence à mais pura tradição do ‘bebop’, mas capaz de lirismo e altas doses de sensibilidade nas baladas, como nos acompanhamentos e solos da gravação com Julie London”.
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27 comentários:
Dear Gran Master Boss,
The Man Who Never Sleep Rides Again!
Mais uma vez, rendo-me à sua inicrível e admirável stamina aplicada à divulgação do jazz. Suas resenhas possuem o dom de galvanizar a atenção dos jazzófilos leitores que são atraídos por suas precisas e preciosas observações baseadas nas audições de CDs dos mais variados músicos da sempre instigante e catalizadora "música dos músicos".
Não é por acaso que o seu labor conquista leitores e admiradores há algum tempo. Suas informações e descrições de cada item, destacando as diversas nuances e peculiaridades de cada solo, sempre faixa a faixa, sem deixar escapar em suas análises qualquer referência a uma determinada passagem, uma acentuação rítmica em meio a qualquer improvisação, uma citação de outro tema em meio a algum solo, enfim, nada lhe escapa, nenhum detalhe passa despercebido e sabe como pouquíssimos dissecar tudo que ouve e analisa.
Enfim, cabe-me, mais uma vez, parabenizá-lo por mais esta etapa vitoriosa de sua carreira como crítico de jazz, fato que, estou certo, os demais confrades corroborarão entusiasticamente com esta assertiva.
Um detalhe mais sobre o referido CD de Howard Roberts: como ocorreu com outros discos, o meu exemplar, um LP, foi "confiscado" há muitos anos por um conhecido a quem cometi o erro de emprestá-lo e nunca mais devolveu.... São as agruras da vida de um jazzófilo.....
Grande abraço, sucesso e keep swinging,
Raffaelli
Querido Mestre Raffaelli,
Você não imagina a alegria que é abrir a caixa de comentários e encontrar você por aqui!
Bom, com palavras tão carinhosas (e exageradas, em igual medida), só me resta torcer para que, de repente, algum passarinho deixe em sua janela um exemplar do Good Pickin'!
Espero que você também tenha gostado da resenha sobre o Teddy Wilson e nos brinde com algumas histórias sobre o pianista.
Grande e fraterno abraço!
Caro Érico, nosso Gran Master Boss,
Reitero tudo que escrevi no post acima porque confirmam o que penso a seu respeito como arauto da nossa mui amada "melhor música do mundo", a despeito de ser odiada pelos xenófobos patrioteiros (e como existem no Brasil!).
Com relação a Teddy Wilson, você já escreveu tudo, mas tenho a acrecentar dois assuntos relacionados com ele:
1) O trio Benny Goodman-Teddy Wilson-Gene Krupa nasceu numa festa em casa da cantora Mildred Bailey, em 1936. Goodman e Krupa foram convidados porque a própria Mildred (que era casada com o vibrafonista Red Norvo) cantara com um pequeno conjunto de BG num concerto promovido pela extinta revista Esquire. Teddy Wilson era novo no pedaço e poucos sabiam de quem se tratava. A certa altura, alguém descobriu que ele era pianista e pediram a BG e Krupa que tocassem com ele. Foi um sucesso espetacular e na hora nasceu o Trio de Goodman. Alguns dias depois, o trio gravou uma série de músicas para a RCA Victor (tenho o respectivo CD) e a partir daí Teddy Wilson estava consagrado como um dos maiores pianistas de jazz.
2) Já mencionei em outro post seu (não lembro qual) que em 1974 tocou no Municipal o quarteto de pianistas Earl Hines, Teddy Wilson, Ellis Larkins e Marian McPartland, com enorme sucesso (nosso preclaro Mestre Major mencionou em seu post).
Grande abraço e keep swinging,
Raffaelli
Bom mesmo é Peter Bostzman, Alfred Rascunhossen, Bannanna Maku-d-lele, Shang Chiiiii e Cu....não sei de que, concertos de reco-reco, tamborim. Tenha paciência mr.Cordeiro!! Por favor, não divulgue, repassando seu gosto pessoal pelos músicos acima citados, como se fosse meu. Eu não mereço tanta "obscenidade musical"
Mr. Seu Predador,
Prazer em lê-lo!
Pensei que um intrépido piloto de naves espaciais só gostasse de coisinhas mais modernas!
Não fica bem um ser interplanetário ouvir essa musiquinha tão certinha.
Tem que ter dissonância, desafinação, tijolada sonora, ousadia desarmônica!
Nada mais desanimador do que voar por aí na velocidade da luz ouvindo esse sonzinho careta.
Mas não se preocupe, não vou revelar seu segredo e juro que não conto pra ninguém que você mantém no player a coleção completa do Albert Ayler!
Mestre Raffaelli,
Sempre preciso e cheio de informações bacanudas - não sabia desse detalhe sobre o encontro entre Goodman e Wilson. Legal demais!
Abraços!
Neófito em jazz é isso aí mr.Cordeiro. Fica se preocupando e perdendo tempo com essa "bobajada" de tijolada sonora, dissonância, ousadia disarmônica, Albert Ayler....e não pesquisa as coisas sérias do jazz, desconhecendo os trabalhos de Mr.Wilson com Benny Goodman Trio( posteriomente quarteto com a inclusão de Lionel Hampton)= gravações de 1935 a 1939 pela RCA. Anos mais tarde (1980) fez uma homenagem especial a Goodman, no álbum, acredito que o senhor conheça, "Teddy Wilson Trio Revisits The Goodman Years". Aconselho-o, se é que posso, deixar para trás o joio e a "mulambada", atendo-se mais ao JAZZ clássico. Tem muitíssima coisa boa(musiquinha certinha)abrangendo anos 30 aos anos 60. Concernente ao Howard Roberts, sem muita conversa fiada, é um bom guitarrista quando atua especificamente na área do jazz.
Obs.: Pat Martino e Pat Metheny NÃO são guitarristas de JAZZ.
Mr. Seu Predador,
Tinha que ter um carrinho com as travas da chuteira levantada :-)
Metheny pode até não ser, mas o Martino é Guitarrista com G maiúsculo! Todos os discos que tenho (incluindo o recente Undeniable: Live at Blues Alley) são ótimos.
Você tá ficando muito resmungão esse ano - porque será?
Quanto ao Wilson, confesso que não tenho o disco mencionado, mas uma recomendação sua vale ouro!
Abraços siderais!
Prezados amigos & confrades,
Há alguns anos (não posso precisar exatamente quando) o guitarrista Pat Martino perdeu a memória, esquecendo tudo que havia aprendido em sua vida, inclusive de tocar guitarra. Em face dessa autêntica tragédia, em se tratando de um músico profissional, ele levou muito tempo para reaprender a tocar, bem como relembrar das composições que conhecia, pois passou longo período de reabilitação sob os cuidados de psicólogos, psicanalistas e um professor de música. Foi o início de um longo e doloroso processo em busca do passado perdido. Entre as medidas determinadas para sua recuperação, constou a audição de seus próprios discos, numa tentativa para recuperar sua memória. Após longo e demorado período no qual Pat dedicou-se com afinco, pois queria voltar a viver como antes e a audição dos seus discos foram decisivos para finalmente voltar a ser quem sempre foi. Assim, após muito tempo, reencetou sua carreira com sucesso, inclusive tocou numa das edições do extinto Free Jazz Festival, comprovando que voltara a ser o mesmo músico dos áureos tempos.
Desconheço a data em que ele perdeu a memória, assim como a de quando voltou a ser o mesmo músico de antes.
Sem dúvida, ele enfrentou tempos muito difíceis, porém, muito bem orientado e assistido por profissionais de várias especialidades, sua recuperação foi total, uma vitória e um exemplo de vida, força de vontade, dedicação e persistência que lhe proporcionaram VIVER NOVAMENTE.
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
O Martino, em 1980, teve um aneurisma cerebral e passou por uma cirurgia.
A perda da memória foi decorrente dessa cirurgia - realmente um drama.
Tem um post sobre ele aqui no barzinho (é só ir nos marcadores e clicar sobre o nome dele).
Gosto muito do Martino, acho ele um craque, assim como o Larry Coryell quando ele se envolve em contextos acústicos - tenho um disco sensacional, onde ele toca com o Cedar Walton Trio - chama-se Cedars of Avalon (tô ouvindo agora).
Grande abraço!
Palavras do PREDADOR : "Pat Martino e Pat Metheny NÃO são guitarristas de JAZZ"
Só chamando o Alien para exterminá-lo de vez, e para sempre !
Pat Martino é um dos guitarristas com verdadeira autenticidade jazzística que surgiu depois dos 60. O cara não só era genial como "aprendeu" novamente a linguagem do jazz após sua total amnésia. E Martino tem um pouco dessa guitarra de Roberts, a palhetada seca e legivel, como Erico definiu perfeitamente em seu texto - viril, feérico, intenso, nervoso.
Pat Metheny pode até não ser categorizado como um guitarrista exclusivamente de jazz, mas conhece a linguagem como poucos, é um músico extraordinário. Fez brilhantes discos de jazz (isso mesmo, jazz) como o ensaio free Song-X com Ornette, 80-81 e seus discos em trio em todas as formações, com uma roupagem moderna do jazz, com improviso, harmonia, dissonância, música de verdade.
Francamente, PREDADOR ! O Alien esta em sua caça.
Howard Roberts se escondia muito na guitarra base das big bands e ele está encolhido no excelente disco Monk´s Blues do Thelonius Monk, pura elegância.
Grande guitarrista, não a toa a Gibson tem um modelo 175 assinada Howard Roberts.
abs,
Grande Guzz!
Seja mais que bem-vindo! É isso aí! Assino embaixo!
Confesso que o Metheny não faz muito a minha cabeça - eu até tenho alguns discos dele (gosto do Day Trip e do Question and Answer, com Roy Haynes) mas não é um cara que eu ouço sempre. Agora, assim como o Stanley Jordan (que eu assisti ao vivo e não acreditei no que vi/ouvi), ele é um puta guitarrista, conhece a linguagem bop e toca muito.
Aliás, como não sou especialista nele, que disco(s) você me recomenda, onde ele atue em contextos jazzísticos acústicos, com uma orientação bop mais acentuada?
Quanto ao Martino, você disse tudo: é um gigante!
Grande abraço e vê se não some do barzinho! Você é figura muito querida na casa!
Outro guitarrista que quase ninguém cita é o suave e elegante Johnny Smith, autor da conhecidíssima "Moonlight in Vermont".
Bem amigos da Rede do canaljazz mais visitado do Brasil, nem vou entrar na polêmica “Howard Roberts”, não entendi a grita de Mr. Predador pq ainda não tive tempo de ler o texto, mas dá pra dizer que Roberts está pleno em H.R. Is A Dirty Guitar Player e The Real Howard Roberts, e que o cara, sem favor algum, se equipara a Barney Kessel no volume dois de Julie "Is Her Name". Mas como praticamente desisti do Sergio Sônico, q agora, nos meus links postados (megaupload), ao invés de dar acesso a boa música, mostra escudinhos de FBI e de todas as forças policiais americanas - e isso me bateu tão mal q perdi até o saco de peitá-los – substituirei até segunda ordem meu espaço de dar dicas pra cá... E convenhamos, aqui devo dser mais lido q lá no sônico...
Então o que me trouxe? De volta ao Ron Carter, à postagem recente do contra-baixista, quando me associei ao Predador na (digamos) implicância com um bom baixista q não fazia ou (na minha opinião) nunca tinha feito álbuns q me enchessem os olhos. Q injustiça! Será que o Predador e vc, mr. Érico (q sei q tem o Ron na mais alta conta), tem um álbum de 1997 "The Bass and I"?
Amigos, pelamô de deur!, ouçam e vejam a versão de "The Shadow of Your Smile", no youtube neste endereço http://www.youtube.com/watch?v=U4n8fL5BYMo e, principalmente, Predador: dê-me sua opinião (nem vou dizer sincera, pq sinceridade é a sua moeda de troca...). Para mim, é versão definitiva - sem exageros, viu, mr Lester, se passares por cá e ler...
E o álbum "The Bass and I", eu tenho certeza, será, junto com "For my Father" do Hank Jones, dos álbuns mais revisitados q tenho! O que não os qualifica como os melhores álbuns de jazz na minha opinião, mas os q mais ouço. Tudo entendido?
Amigo Érico, compre o livro do Ruy Castro, “Rio Bossa Nova”, teu amigo agora mora lá. Num amplo “quarto e sala” de duas páginas. Uma pra foto outra pro texto – com erros de edição q serão corrigidos na próxima.
Abraços!
Ah! Em tempo, observem no video do youtube a performance do pianista Stephen Scott, do qual nunca eu ouvira falar. O cara é um monstro tbm...
Grandes Takechi e Sérgio,
Sejam mais que bem-vindos!
O Johnny Smith tamabém é formidável e tá na lista pra pintar aqui.
Já o Carter, meu amigo, a coisa é séria! Essse disco The Bass and I é fantástico - um dos meus preferidos do baixista, junto com o Dear Miles, o So What, o Mr. Bow-Tie e o Third Plane.
Tenho uns dois discos do Stephen Scott Trio - o cara é um monstro, mais ou menos na mesma praia do Mulgrew Miller.
Quanto ao livro, vou dar uma esnobada: ganhei ontem, no programa Pontapé Inicial, da Espn, apresentado pelo Dudu Monsanto.
Falei que era amigo de um dos personagens retratados no livro e eles vão me mandar. "Aduvinha" de quem eu tava falando?
Abração!
caro erico tudo tranquilo.....mas uma otima resenha confesso o meu total desconhecimento deste musica o que torna esta resenha para mim muito importante quanto a citação do grande stefhen scott trata-se de um otimo pianis eu tenho uns tres discos do mesmo gostei tb de sua indicação de disco do ron carter com certeza irei fazer a pescaria nos blogs dos mesmo forte abraço adora quero tb dizer queo nosso grande mestre raffa esta sendo aguardado ja ha duas edições da nossa reunião da and liderada pelo mestre lula e ainda não compareceu ... raffa estamos saudosos de vc
Bom demais ter você aqui, meu caro Renato!
Torcendo pra que tudo dê certo e que eu possa ir ao Rio em março!
Um grande e tragerno abraço - quanto ao Mestre Raffaelli, sugiro que as reuniões da AND passem a ser realizadas na Adega Portugália, no Largo do Machado!
Bem pertinho do apartamento do nosso queridíssimo mestre!
Um abraço fraterno e cruzmaltino!
Como fui citado, vou responder. Continuo afirmando: Pat Martino e Pat Metheny não são guitarristas de JAZZ. A maioria dos álbums do primeiro são recheados de arranjos e sonoridades latinas, acompanhados por orgão, muito enjoativo. O sentimento "jazz" passa longe de seus discos. O segundo nem vou perder tempo em qualificar. Não discuto o mérito de eles serem bons guitarristas, mas não têm nada a ver com jazz clássico. Quanto ao Ron Carter quero registrar que ele não é um dos meus preferidos, e, o álbum tão elogiado por mr.Sônico (The bass & I), inclusive a "melosa" The shadow of your smile é um verdadeiro atendado ao JAZZ. Muito rítimo de samba, bossa nova, bongôs, sininhos e pandeiradas. Horrível. Com relação ao pianista neo-bop Stephen Scott, MENOS com seus rasgados elogios, tem muito pianista de JAZZ mil vêzes melhor que êle. Não é essa "coisa toda" e nem é do meu agrado dentro do contexto jazzístico. Apesar de ter uma técnica apurada, é um músico especialista em estilos "straight-ahead" e "Latinos". Sei que existe gosto p'ra tudo. Certamente não é o meu. Para terminar, por favor não "misturar" Johnny Smith (o guitarrista- não confundir com Johnny Smith o Hammond- no mesmo "saco balaio de gatos" de Pat Martino, Pat Metheny e até mesmo do Howard Roberts. Basta ouvirem, além do Moonlight in Vermont(acima citado), especialmente "Kaleidoscope" e "The man with a blue guitar" e tirem as suas conclusões.
Não voltarei mais a tocar nesses assuntos e ponto final!
... rsrsrs... Já q estamos em vésperas de carnaval, e, parafraseanso os puxadores de samba (novisfora Jamelão q fica puto com o título): "pedi pra batê, bateu!"
Só mais uma coisinha meu bom (mau) predador, nunca tive dúvidas d q vc não engolisse o Matheny, mas e o Howard Roberts, além do fato de ser guitarrista, o que tem com isso?
Maravilha!
2012 marca a volta do mau e velho Predador!
Ele andava bonzinho demais, e a gente até se acostumou com esse lado light!
Agora, parafraseando Scharzennegger: He's back!
Pois é Mr. San, sobrou até pro Howard Roberts!
Abração aos dois!
Lido, ouvido, baixado. Tenho dito!
Gostei de ler. Assim vamos ampliando nossos conhecimento.
É sábio aquele que partilha seu saber.
Um abraço
Caros Fig e Salete,
Sejam muito bem vindos.
Ao primeiro, digo que esse disco é formidável - só fera e todo mundo mandando muito bem.
À segunda, agradeço as palavras generosas e espero que você se junte à nossa confraria.
Abraços fraternos aos dois!
Prezado RENAJAZZ,
Agradeço suas amáveis palavras, porém faltei a duas reuniões da AND, comandada pelo capitão e confrade LLULA por devido a ocorrências alheias à minha vontade.
Caso não me eliminem da confraria, na próxima estarei presente.
Grande abraço e keep swinging,
Raffaelli
Fala grande Érico!
Sues posts continuam muito bonsss!!!
Cara, se puder, gostaria de deixar aqui pra divulgar, o link da entrevista que fiz com o batera João Viana. Ficou muito legal...
espero que goste...
http://musicocontemporaneo.blogspot.com/2012/01/joao-viana-expandindo-o-legado.html
Abrs!
Caio Garrido
Caros raffaelli e Caio (saudades de você, meu amigo!),
Sejam mais que bem-vindos!
Ao primeiro, já me antecipei e sugeri que a AND faça da Adega Portugália o seu quartel-general! Além do chope gelado e dos deliciosos bolinhos de bacalhau, ela fica bem pertinho do seu apartamento, Mestre!
Quanto ao convite, obrigado, Caio - já estou dando uma passada por lá e recomendo aos amigos que visitem o seu ótimo blog, feito com carinho e competência por quem conhece e ama a música!
Abraços!
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