Amigos do jazz + bossa

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

OS OBSÉQUIOS LANCINANTES


Trancado no castelo de fécula e bruma,


Espero, apenas.


Meu paradeiro calcinado e minha identidade fugidia


Me permitem dizer quem não sou


Eu fio o linho das horas e costuro a brevidade das manhãs


Habito entre as quatro paredes adversas


Que formam o hexágono perfeito do meu cárcere...


Com olhos marejados e desatentos,


Tenho a companhia dos uivos longínquos


E o odor indesculpável das sarjetas.


Os obséquios lancinantes que nunca me foram atendidos


São as testemunhas perplexas da minha vontade nulificada.


O suor goteja-me em profusão


Como um néctar amanhecido e sedento


E embora só me tenham chegado aos ouvidos


A ortografia pálida do teu pesar


E o silêncio balouçante do teu não,


Era em tua boca uma surpresa velha, desbotada,


Era em tua voz um não escarrado com ferocidade e ternura...


Vesti o meu despudor de púrpura


Refiz a trajetória reversa,


Percurso interminável de um noviciado perpétuo,


Decidido a deixar para trás a solidão insular,


Abandonando a tenacidade, lancei ao mar a bênção atribulada


E fiz da penumbra a minha companheira e confidente


Demiurgo que sou, revelei a ela os segredos de catedral,


Disse-lhe, arfante, acerca dos vaticínios sonolentos


E ocultei-lhe a verdade perpendicular.


Renunciei ao dialeto mudo que me consome


Reneguei aquele último espasmo de lucidez,


A chaga nacarada e tênue, berço e sepulcro de minhas aflições.


Mantive o olhar crispado sobre o varal


Onde as almas secam ao vento, feito pinturas insubmissas


Então veio o adeus, que ontem apenas reluzia,


Mas que hoje desabou, sísmico


Um adeus uterino e tresloucado,


Um adeus para além da eternidade


Que me atingiu como um bólido feito de vontade e desdém.


Mas deixei um ou dois poemas esquecidos no toucador...


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Nascido em 24 de janeiro de 1920, na cidade de Saint Louis, Jimmy Roberts Forrest Jr. tornou-se conhecido por sua composição “Night Train” (uma interpretação funky baseada em “Happy Go Lucky Local”, de Duke Ellington), que alcançou bastante sucesso nas paradas de R&B, no início dos anos 50.


Filho de músicos, sua mãe liderou uma banda denominada Eva Forrest’s Stompers, em sua nativa Saint Louis. Saxofonista tenor de grandes recursos técnicos e de muita versatilidade, Jimmy começou a carreira profissional tocando com os pianistas Eddie Johnson e Fate Marable, passando, pouco tempo depois, para a Jeter-Pillars Orchestra. Posteriormente, integrou as orquestras de Jay McShann, Andy Kirk e Duke Ellington, ainda nos anos 40.


Com um estilo exuberante, que lembra o de Gene Ammons ou de Eddie Lockjaw Davis, Forrest fixou residência em Nova Iorque, no início dos anos 50, onde tocou com Red Garland, Curtis Fuller, Miles Davis, Bennie Green, Oliver Nelson, Jack McDuff, B. B. King e o trompetista Harry Sweets Edison, com quem manteve uma produtiva associação, entre 1958 e 1963 (voltariam a tocar juntos algumas vezes nos na década de 70). Forrest também fez parte da orquestra de Count Basie, de 1972 a 1977. Outra parceria importante foi com o trombonista Al Grey, a qual se estenderia de 1977 até 1980.


Forrest é o exemplo clássico do músico formado nas orquestras de swing, mas que incorporou, com muita propriedade, a sintaxe do bebop e do hard bop em seu fraseado, e foi um dos primeiros a assimilar elementos do R&B e da soul music. Também era um emérito intérprete de baladas, tocando sempre com muita entrega e emotividade. Como líder, sua discografia não é muito extensa, mas ele gravou com certa regularidade para selos como Prestige, Delmak, New Jazz, Muse e Palo Alto.


Dentre os músicos “descobertos” por Forrest, ou que tocaram em seus grupos no início de suas carreiras, estão Grant Green, Elvin Jones, Larry Young e Joe Zawinul. Faleceu no dia 26 de agosto de 1980, em decorrência de problemas hepáticos, na cidade de Grand Rapids, Michigan, onde morava desde meados da década de 70.


Um dos melhores álbuns de Forrest é “All The Gin Is Gone”, gravado para a Delmark entre os dias 10 e 12 de dezembro de 1959 . O saxofonista está acompanhado de Harold Mabern (p), Grant Green (g), Gene Ramey (b) e Elvin Jones (bt). Para além do título bastante intrigante, este álbum merece especial atenção por se tratar da primeira gravação do excepcional guitarrista Grant Green.


Calcado em baladas como “Laura”, “What’s New” e “You Go To My Head”, e em composições do próprio Forrest, como a música título e “Sunkenfoal”, este disco é uma excelente introdução à obra do tenorista e uma ótima oportunidade de ouvir o piano ágil e envolvente de Mabern, cuja execução é sempre instigante.


O destaque absoluto fica por conta da versão de “Caravan” (de Duke Ellington, Juan Tizol e Irving Mills), simplesmente fabulosa, com direito a uma devastadora performance do tuareg Jones. As influências do R&B estão presentes em “Myra”, interpretada com muito groove, com direito a solos alucinantes do líder e do novato Green.


48 comentários:

Ianê Mello disse...

Oi, Erico,

Obrigada pela visita e votação dos poemas.
Foi muito difícil?...rsrsrs

Esse poema é seu?

Que coisa maravilhosa!!!

Grande beijo.

Érico Cordeiro disse...

Cara Ianê,
Obrigado pela presença!
Pois é, eu também me arrisco na poesia (timidamente, é certo).
Esse poema, originalmente, tinha quase vinte anos - li, reli, treli e acabei modificando bastante!
Tem sido assim com a maioria dos poemas que eu publico aqui - acho que a idade aumenta o rigor consigo mesmo (fora que muita coisa do que escrevi há 15, 20 anos, não bate mais com o que eu penso hoje - acho que é o peso dos cabelos brancos - rs, rs, rs).
Fico feliz que tenha gostado - me incentiva a tirar mais coisa do baú.
Um fraterno abraço e uma ótima semana!

Ianê Mello disse...

Erico,

por favor, tire esses poemas do baú...quero lê-los...rsrsrs

Quer dizer que todos que vc posta aqui são seus?

São lindos demais!

Não guarde seus poemas, compartilhe-os.

Um grande abraço e boa semana pra você também.

Érico Cordeiro disse...

Ianê,
Fico honrado com suas palavras - aos pouquinhos eles vão ser postados por aqui, ok?
Valeu mesmo!!!!

guru martins disse...

...tudo de bom
por aqui!!
bem vindo ao balaio.
saudade dessa terra
saborosa, de dançar
um reggae coladinho
e do teatro Artur Azevedo
Já tá na lista
e tamos juntos...

aquele abraço

Érico Cordeiro disse...

Valeu, Guru!
Junte-se à turma - mais um músico prá abrilhantar o barzinho virtual!
Quer dizer que você já andou por aqui! E pelo visto gostou da Ilha Maravilha - quando vier outra vez, dê um toque!!!!
Grande abraço e fique à vontade - a casa é sua!!!
Abraços maranhenses!!!

Daniel Luppi disse...

Obrigado pela visita no blog e pelo comentário, Erico.
e Parabens pelo blog!
belos textos, visual agradavel e jazz!
Visitarei mais vezes!
abço

Celijon Ramos disse...

Bela poesia, Érico. Que fôlego... Também para o fraseado do Homem. Tudo muito ágil. Ligeiro e certo. Ótima escolha!

Érico Cordeiro disse...

Caros Daniel e Celi,
Valeu pela visita - ao primeiro, um seja bem-vindo especial e convido logo para que se junte à nossa confraria!
Ao segundo, pena que não deu pra ir no sábado - falei com o Augusto hoje e ele me falou que o show foi muito bom!
O Forrest é muito legal - bacanudo, diria o Pituco!
Abraços fraternos aos dois!!!

Adriana Godoy disse...

Érico, apreciei bastante seu blog e esse poema é muito interessante. A música ao fundo é de primeiríssima. Voltarei. Bj

Érico Cordeiro disse...

Adriana,
Seja muito bem-vinda e que bom que você gostou!
Fique à vontade no barzinho virtual e volte sempre, ok?
Um fraterno abraço e até breve!!!

HotBeatJazz disse...

Ô¬Ô

Mestre Érico,

excelente escolha, como sempre.
Nesta seção de 10 de dezembro de 59 foram gravadas as faixas para o "All The Gin Is Gone" e também para o "Black Forrest", que tornou-se o segundo mais bem sucedido álbum em vendagens do Forrest, superado somente pelo Night Train. Grant Green, apesar de estar fazendo estréia em estúdios, já mostrava a habitual classe e competência que o marcou por toda a carreira. Grande escolha, repito.

Abrações

Ô¬Ô

Érico Cordeiro disse...

Grande Mauro,
Seja mais que bem-vindo!
Pois é: o Black Forrest foi gravado na mesma sessão, com a mesma banda. Tive que optar e falar sobre um deles e deu o All The Gin Is Gone (acho que a citação etílica pesou na decisão - rs, rs, rs).
Mudando de assunto, e o seu Fluzão, hein - tá ganhando de 3 a 1 e deixa aquele timeco virar!!!! Pera lá!!! O Sonic-boy ainda tá zureta com a "tabocada", como se diz por aqui!!!
Abração!!!

nydia bonetti disse...

Érico, teu poema é magnífico. Nossa... Fiquei sem palavras. Que texto incrível. Por favor, tire todos da gaveta. :) Vou procurar correndo os outros agora.

Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Nydia,
Que prazer é receber sua visita aqui no jazz + bossa!
Muito obrigado pelas palavras gentis - espero que você goste dos outros poemas e dos que ainda virão (aos pouquinhos, vou tomando coragem para publicá-los).
Um fraterno abraço!!!

figbatera disse...

Pelo visto, o tal "baú" guarda muita coisa boa!
Som maravilhoso, o Grant Green "arrasando"...
Mas, pera aí, Érico, chamar de "timeco" o campeão brasileiro e quase "hexa" carioca, já é um pouco demais, né? Um radicalismo "despeitado" que não combina com o sensível poeta e admirável resenhista, amante do jazz, que tanto nos ensina e presenteia com primorosos "trabalhos".(rs...)
Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Grande Fig,
Grrr!!! O torcedor é um ogro, que não tem a menor sensibilidade!!!
Tudo que ele quer ver é o rival na lama (rs, rs, rs).
Ass.: Mr. Hyde
E valeu pelas palavras carinhosas. Fico contente de que tenha gostado do poema e do disco!
Valeu mesmo!
Ass.: Dr. Jekyll

.Edinho disse...

Caro Érico ,
Como foi que consegui ficar esse tempo todo sem seus poemas e resenha's ????
O importante, é que voltei aos seus belos textos ...
Abraços sonoros e vascaino,

Obs : Senti falta dos seus "ursinhos" PANDO !

Rafael Castellar das Neves disse...

Muito bom aqui, Erico...ótimas dicas....

abraços...

Érico Cordeiro disse...

Grande Edinho,
Saudações cruzmaltinas - seja bem vindo de volta!!! Você faz falta.
Quanto aos ursinhos Pando, não sabia se você estava recebendo ou não - mas sexta feira eles retornam ao bom caminho (estou em Pinheiro City)!
Caro Rafael,
Seja muito bem vindo e obrigado pelas palavras gentis.
Junte-se à nossa confraria e fique à vontade no barzinho virtual!
Um fraterno abraço aos dois.
Valeu!!

SAM disse...

Boa noite, Érico


fica difícil sair do seu blog, viu? O poema é maravilhoso. Com o texto, aprendi. E, finalmente, quando vi a opção de escolher a música...Aí quis ouvir todas! HAhahahahahahahaa. Parabéns pelo excelente blog. Obrigada pela visita-presente ( foi para mim). Um espaço que vou desfrutar muitíssimo.


Abraço

Érico Cordeiro disse...

Querida Sam,
Seja muito bem-vinda e junte-se à nossa confraria. Esteja à vontade para vir sempre que quiser.
Fico honrado com a sua presença e com as suas palavras tão gentis - o espírito do barzinho jazz + bossa é esse: bater papo, fazer amigos e mostrar que o jazz é uma música que fala direto ao coração das pessoas.
Muito obrigado e espero encontrá-la sempre por aqui, afinal a casa é sua!
Um fraterno abraço!

Salsa disse...

Respiras e transpiras Anjos, meu caro.
Discaço. Pena que eu não tenho.

Salsa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Érico Cordeiro disse...

Grande Salsa,
Esse disco é fabuloso! Merece um espaço na estante.
Já te falei sobre o Pando - que tal começar a experimentar o programinha?
Sexta-feira eu "vou estar lhe anteciPando", tá bom?
Abração!

José Domingos Raffaelli disse...

Mercer Ellington, filho do genial Duke Ellington, referindo-se ao plagio de Jimmy Forrest em "Night Train", assim resumiu o assunto: "Dei a esse plagio indecente o subtítulo "The Great Train Robbery" - alusão ao título do filme do mesmo nome, considerado o primeiro filme do gênero Western da história do cinema.

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli,
Seja muito bem vindo - estávamos todos mom muitas saudades suas!
Essa questão do plágio é sempre delicada. O Forrest diria que "se insporou" em Happy Go Lucky Local.
E ninguém pode dizer que o Mercer Ellington não era um sujeito espirituoso (rs, rs, rs).
Um grande abraço!!!

John Lester disse...

Prezado Mestre, e que bardo não esconde escritos os desassossegos d'alma?

Parabéns pela escolha do álbum, desse que é um dos saxofonistas mais bluesy do jazz.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Mestre John Lester,
É sempre um renovado prazer tê-lo a bordo, meu capitão!
E peço vênia para usar a belíssima expressão "os desassossegos d'alma" em algum dos meus escritos - só você para nos brindar com algo tão poeticamente belo.
E o Forrest manda muito bem mesmo - tenho poucos discos dele (acho que uns cinco), mas todos são muito bons!
Grande abraço!

Esther disse...

Hey Eric,

te mando un beso grande. Acabo de escuchar a través de Youtube a Jimmy Forrest y su Night Train. Qué bueno.

Saludos y abrazos desde Madrid!

Érico Cordeiro disse...

Cara Esther,
Que prazer tê-la aqui no barzinho virtual!!!
Acabei de falar de você, em no blog do amigo John Lester, aí em cima (o Jazzseen, - tem um link para ele aqui no jazz + bossa).
É um blog maravilhoso e foi a inspiração imediata para que eu criasse o jazz + bossa. Lá tem uma postagem sobre o fotógrafo Elliott Erwitt, que você deve conhecer.
Um fraterno abraço e Jimmy Forrest cai sempre muito bem - Jimmy Rules!!!!

Esther disse...

Eric, você é meu anjo da guarda!

Érico Cordeiro disse...

E você, a minha fada madrinha!!!

José Manuel Vilhena disse...

Boa batida a que por aqui passa.
Obrigado pela saltada ao ruinologias.
Agora já sei onde venho quando me apetecer ouvir boa música e apanhar novas pistas.
um abraço

Érico Cordeiro disse...

Oi, JMV,
Muito bacana o seu blog, vou recomendá-lo aos amigos do jazz + bossa!!!
E a Esther é uma grande fotógrafa, seu blog é maravilhoso - acho que você vai gostar (tem um link para ele aqui no jazz + bossa).
Seja muito bem-vindo e se junte à nossa confraria - aqui é um verdadeiro barzinho virtual, com muita música e bate papo - só falta um chopinho (rs, rs, rs)!!!
Abração!

William Alexander López disse...

Gracias amigo por tu visita, es una combinación perfecta entre poemas y jazz
Te dejo mis saludos y un fuerte abrazo

Érico Cordeiro disse...

Caro William,
Bienvenido!
Obrigado pelas palavras gentis - seu blog é maravilhoso, fotografias lindíssimas!
Junte-se à nossa confraria virtual e fique à vontade para voltar sempre que quiser!
Saludos y un fuerte abrazo para usted tambien!

pituco disse...

érico san,

teus 'desassossegos d'alma' são requintados e eruditos...assim como tuas resenhas poracá.

sonzaço de prima...valeô

ps.parece que o gcast ainda aceita uploads?...alarme falso...rs
abraçsons

Érico Cordeiro disse...

Mestre Pituco,
Prazer em lê-lo - só que hoje eu dei uma passada lá, por desencargo de consciência, e tem uma mensagem de que não está mais aceitando upload (inclusive a opção "upload new audio" foi retirada).
Vou passar lá de novo!
Saudações pinheirenses, meu digníssimo embaixador!!!

Señor Werty disse...

muito bom blog Érico, o salvo em favoritos.

Sau2

pituco disse...

sir érico san,

infelizmente, não foi alarme falso...é isso mesmo, conforme descreveste...retiraram a opção upload...c'est la virtualite...rs

bom,
espero que encontres outra opção para as próximas resenhas...sem música não pode, certo?

amplexossonoros e 'notúrnicos'...rs

Claire disse...

obrigada por passar no meu blog e segui-lo!!!
adorei passar por aqui.

grande beijo

la cocina de frabisa disse...

Es un placer visitarte. Soy una enamorada del jazz y este blog respira buenísima música y literatura.

un beso

Érico Cordeiro disse...

Señor Werty, Claire e Frabisa,
Sejam muito bem vindos! Obrigado pelas presenças e fico feliz que tenham gostado do jazz + bossa!
Por favor, venham sempre que desejarem e juntem-se à nossa confraria.

Pituco,
infelizmente é verdade! Tô tentando fazer um podcast no divshare. Vamos ver se dá certo.

Um fraterno abraço aos quatro!!!!

Valéria Martins disse...

Que liiiindo!!! Adorei os versos. Obrigada, Erico!

Érico Cordeiro disse...

Cara Valéria, obrigado pela presença e pelas palavras generosas!
Valeu mesmo!!!

Campos de Morangos para sempre disse...

maravilha de poema.

abração por isso.

Érico Cordeiro disse...

Valeu, meu caro!
Obrigado pelas palavras gentis e, por favor, venha sempre - alguém com esse nome é mais do que bem vindo aqui, afinal:
"Once there was a way, to get back homeward.
Once there was a way, to get back home.
Sleep pretty darling, do not cry.
And I will sing a lullaby..."
Saudações beatlemaníacas e lennonmccartianas!!!!!

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