Amigos do jazz + bossa

domingo, 10 de janeiro de 2010

NOME: ART BLAKEY. PROFISSÃO: REITOR DA UNIVERSIDADE DO JAZZ

O professor entra na sala de aula, ajeita os óculos sobre o nariz e olha ao redor. Dá um sorriso discreto para si mesmo, abre a lista de freqüência e começa a chamada:


- Horace Silver? Presente!


- Clifford Brown? Presente!


- Lou Donaldson? Presente!


- Curley Russell? Presente!


- Kenny Dorham? Presente!


- Hank Mobley? Presente!


- Doug Watkins? Presente!


- Jackie McLean? Presente!


- John Gilmore? Presente!


- Benny Golson? Presente!


- Barney Willen? Presente!


- Johnny Griffin? Presente!


- Wayne Shorter? Presente!


- Donald Byrd? Presente!


- Lee Morgan? Presente!


- Freddie Hubbard? Presente!


- Bill Hardman? Presente!


- Chuck Maggione? Presente!


- Wynton Marsalis? Presente!


- Bobby Timmons? Presente!


- Cedar Walton? Presente!


- Lucky Thompson? Presente!


- John Hicks? Presente!


- Keith Jarrett? Presente!


- Valery Ponomarev? Presente!


- Curtis Fuller? Presente!


- Reggie Workman? Presente!


- James Williams? Presente!


- Wallace Rooney? Presente!


- Terence Blanchard? Presente!


- Mulgrew Miller? Presente!


- Peter Washington? Presente!


- Lonnie Plaxico? Presente!


- George Cables? Presente!


Bom, a aula já poderia começar e o seu título bem que poderia ser: “como montar a maior usina de talentos da história do jazz e permanecer na crista da onda por quase 35 anos?”. Nenhum outro ser humano poderia responder a essa pergunta com mais propriedade que o professor Arthur Blakey. Não, não... não apenas professor! Se há um título que Mr. Blakey merece é o de reitor. Reitor da Universidade do Jazz. Conheçamos um pouco de sua trajetória!


A vida de Art Blakey tinha tudo para dar errado. O pai abandonou a mãe, grávida, poucos momentos depois do casamento (logo após a cerimônia, o cafajeste saiu para comprar charutos e nunca mais deu as caras). Como se não bastasse, a mãe morreu quando o garoto, nascido no dia 11 de outubro de 1919, em Pittsburgh, tinha apenas cinco meses. O pequeno Art foi, então, criado por uma amiga da família, em cuja casa havia um velho piano.


O primeiro contato com a música foi, de fato, com o piano, que ele aprendeu tocar na igreja adventista freqüentada pela família adotiva e que praticava em casa. Com apenas 11 anos, foi trabalhar em uma mina de carvão, a fim de ajudar nas despesas do lar. Aos 14 anos, casou-se e aos 15 já tinha um filho para criar (ao todo, seriam oito rebentos). Embora a rotina de trabalho fosse exaustiva, o jovem Art, não abandonou a escola e nem o piano.


No início da década de 30, com a dificuldade decorrente da Crise de 1929, Art se viu obrigado a arrumar mais um emprego, para dar conta das despesas domésticas. Juntou-se à orquestra que animava as noites de clubes como o Ritz e o Democratic, mantendo, ao mesmo tempo, a extenuante atividade nas minas de carvão. Essa rotina perdurou por cerca de dois anos, até que os proprietários do Democratic Club resolveram montar ali um musical que haviam visto em Nova Iorque.


Trouxeram as partituras e distribuíram entre os músicos. Blakey, que não sabia ler partitura, estava em apuros. Pediu um tempo para aprender, de ouvido, as músicas do score mas, para seu azar (e para a sorte do jazz, como veremos mais adiante) havia um outro pianista de Pittsburgh disputando o mesmo posto e que, embora também não tivesse conhecimento de teoria musical, sabia de cor todas as músicas do show. Seu nome: Erroll Garner que, é claro, ficou com o emprego.


Indignado, Blakey pediu uma chance aos patrões, alegando que tinha família para sustentar e que havia passado um bom tempo na orquestra. Do alto de sua sensibilidade, um dos donos da boate – um gângster conhecido no submundo local, que andava o tempo inteiro com um vistoso revólver na cintura – lhe disse: “Quer ficar na banda? Então assuma a bateria”. Sem muita alternativa, Blakey obedeceu e, até o resto da vida, a bateria foi a sua companheira mais constante. A bordo dela, percorreu o país acompanhando a pianista Mary Lou Williams.


Após tantas peripécias, Art se mudou para Nova Iorque no início dos anos 40. O primeiro emprego foi na orquestra do lendário Fletcher Henderson. Com ela, durante uma excursão pelo sul dos Estados Unidos, Blakey pôde conhecer a face mais cruel e estúpida do racismo: após uma discussão banal com um policial, na Geórgia, o baterista foi preso e covardemente espancado. A violência foi tanta que ele precisou ser submetido a uma cirurgia, para implantação de uma placa de metal no crânio.


Observava e aprendia com os grandes bateristas das orquestras de swing, especialmente Chick Webb e Big Sid Catlett, vindo a se tornar amigo de ambos. Em 1944 já, na orquestra de Billy Eckstine, Blakey conheceu Charlie Parker e Dizzy Gillespie, que também pontuavam ali. O contato com aqueles jovens e revolucionários músicos foi fundamental para que Blakey começasse a modernizar a sua forma de tocar, tornando-se, em pouco tempo, um dos três bateristas mais importantes do bebop, ao lado de Kenny Clarke e Max Roach.


Também com a orquestra de Eckstine, Blakey descobriu ser possível confrontar o racismo e não se submeter às suas ignominiosas regras. Parker, Dizzy e companhia possuíam uma atitude arrogante e insubmissa, completamente diferente dos músicos das gerações anteriores. O bebop nada mais era que uma manifestação musical dessa atitude.


Em 1947, já completamente à vontade com o novo idioma proposto por Bird e Dizzy, Blakey começou a tocar com o arredio Thelonious Monk, firmando uma amizade que duraria pelo resto de suas vidas. Nesse mesmo ano, fez a sua primeira gravação como líder, à frente de uma orquestra que contava com Fats Navarro e Miles Davis. No final da década de 40, passou uma longa temporada na África, onde se encantou com a riqueza da sonoridade local e travou contato com a filosofia e as religiões orientais. Voltou de lá convertido ao islamismo e adotou o nome Abdullah Ibn Buhaina.


Nos anos 50, Blakey já era um dos mais reputados bateristas de Nova Iorque, tocando regularmente com Miles Davis, Clifford Brown, Buddy DeFranco (com quem permaneceu entre 1951 e 1953), Zoot Sims, Milt Jackson, Stan Getz, J. J. Johnson, Bud Powell, Paul Bley, Sonny Rollins, Cannonball Adderley e muitos mais.


Participou ativamente da criação do hard bop, uma releitura harmonicamente menos complexa, mas extremamente energética, do bebop. O novo estilo, que temperava as harmonias do bebop com fartas doses do velho swing, de blues e de gospel, deu as cartas naquela década e ganhou adeptos como John Coltrane, Miles Davis, Sonny Rollins e outros luminares.


Em 1954 formou o “Art Blakey Quintet” e em 1955, co-liderou o “Horace Silver And The Jazz Messengers”. No primeiro combo, tocavam Lou Donaldson, Clifford Brown e Horace Silver. No segundo, além dos líderes, atuavam o trompetista Kenny Dorham e o saxofonista Hank Mobley. Ambas as embrionárias experiências foram decisivas para a efetiva criação do futuro Art Blakey And Jazz Messengers, em 1956, e as duas formações deixaram registros antológicos: “A Night At Birdland, Vols. 1 & 2” (1954) e “At The Café Bohemia, Vols. 1 & 2” (1955), ambos lançados pela Blue Note.


A partir de 1956, Blakey conduziu os Messengers (cujo primeiro álbum, denominado “The Jazz Messengers” foi lançado pela Columbia naquele ano e que viria a ser um dos combos mais populares e bem sucedidos da história do jazz) pelos 35 anos seguintes. “Moanin’”, composta por Bobby Timmons e lançada em 1958, no álbum homônimo, é até hoje um dos temas mais conhecidos da história do jazz


O incansável baterista ainda encontrava tempo para atuar como um requisitado acompanhante e manter a carreira solo, onde se destacam álbuns como “A Jazz Message” (que apesar do nome nada tem a ver com a banda – aqui Blakey está secundado por Sonny Stitt, Art Davis e McCoy Tyner) e “Holiday For Skins” (um tour-de-force percussivo, com a participação dos bateristas Philly Joe Jones e Art Taylor e de percussionistas como Sabu Martinez e Ray Barretto).


Uma das formações mais interessantes e duradouras dos Messengers incluía, além do líder, o saxofonista Wayne Shorter, o trompetista Freddie Hubbard, o pianista Cedar Walton, o baixista Reggie Workman e o trombonista Curtis Fuller. E foi esse sexteto que, no dia 16 de junho de 1963, anunciado pela estridente voz de Pee Wee Marquette, subiu ao palco do Birdland para um show memorável.


Para a felicidade dos jazzófilos, o concerto foi gravado e lançado em disco pela Riverside, com produção de Orrin Keepnews. E quem esteve no clube naquela noite certamente jamais esqueceu a performance do grupo, que abriu a sessão com “One By One”, belíssimo tema de Shorter, que então se firmava como uma espécie de co-lider e principal compositor dos Messengers. Trata-se de um blues com pitadas de funk, com uma seqüência quase psicodélica de solos do autor, de Hubbard e de Fuller.


“Ugetsu”, palavra japonesa que significa fantasia, é uma verdadeira fábula musical de autoria de Walton, com uma deliciosa combinação de melodia assobiável com solos incandescentes, especialmente o de Hubbard e o de Shorter. Blakey não poupa as baquetas e cabe a Workman, o ancoradouro, segurar o tsunami sonoro que emana de dos outros cinco instrumentos. Ao longo de toda a execução, que faz uma discreta citação a “It Never Entered My Mind”, pode-se ouvir a manifestação entusiasmada da platéia, ao final de cada solo.


Fuller contribui com a tórrida “Time Off”, epítome do hard bop nervoso, na qual Hubbard e Blakey, explosivo como nunca, roubam a cena. Outro tema vigoroso, “Ping-Pong”, é uma das quatro composições de Shorter presentes no álbum e possui um swing oblíquo, repleto de modulações, com riffs que se estendem ao infinito, com evocações à música latina. A fabulosa atuação do líder, impetuosa e dinâmica, merece ser destacada.


Não poderia faltar um standard nesta auspiciosa apresentação e a escolhida foi a sofisticada “I Didn't Know What Time It Was”, de Richard Rodgers e Lorenz Hart. Belas intervenções de Walton, cuja introdução é soberba, e de Blakey, tocando com chamosa discrição. Mas o destaque absoluto é o saxofone de Shorter, indomável e harmonicamente imprevisível, mesmo em uma balada intimista como esta.


“On The Ginza” é outra referência ao Japão e homenageia o bairro de Tókio famoso por suas lojas e shoppings de luxo. É mais um tema de Shorter, bastante complexo e desafiador, na medida exata para os seus solos inebriantes. Complexidade que também está presente nas exuberantes performances de Walton, Hubbard e Fuller.


A assinatura de Shorter também está presente na hipnótica “Eva”, uma balada de contornos impressionistas e altamente reflexiva. O clima volta a esquentar com “The High Priest”, outro petardo de Fuller, com direito a metais em uníssono, solos cativantes e uma devastadora atuação do autor do tema. Blakey destroça a bateria, com sensacionais viradas e um trabalho com o bumbo que honra o apelido de “Thunder” (Trovão).


Encerrando o disco, “The Theme” é uma pequena vinheta de autoria não creditada, com pouco mais de um minuto, na qual os músicos se esbaldam, após uma exaustiva, mas muito proveitosa, noite de trabalho. Um disco memorável, à altura dos melhores que o combo produziu para a Blue Note (essa mesma formação é responsável por pérolas preciosíssimas como “Free For All” e “Mosaic”, no qual Workman dá lugar a Jymmie Merrit) e que dignifica qualquer discoteca.


Os Messengers foram uma das primeiras bandas de jazz a excursionar no Japão, onde foram recebidos como pop stars. Blakey, incansável, sempre desempenhou com muita galhardia o papel de embaixador do jazz. Apesar do seu intenso envolvimento com a heroína, que lhe trouxe sérios problemas nas décadas de 50 e 60, conseguiu manter a carreira nos trilhos e, até o fim da vida, foi um dos mais ardorosos defensores da causa do jazz.


Durante a edição de 1964 do Festival de Newport, Blakey protagonizou, ao lado de Max Roach, Elvin Jones e Buddy Rich um eletrizante duelo de bateristas. Em 1971, ele excursionou com os Giants of Jazz, grupo de all-stars que incluía Dizzy Gillespie, Thelonious Monk, Kai Winding, Sonny Stitt e Al McKibbon. Em 1976, o baterista foi indicado para o Newport Jazz Festival Hall of Fame. No final da década de 1970, Art recebeu em seu grupo um trompetista sério e com jeitão de intelectual, filho de um conhecido pianista de New Orleans. Seu nome: Wynton Marsalis, o homem que resgatou do limbo a tradição jazzística, então sufocada por toneladas de sintetizadores, batas indianas e baixos elétricos.


Em 1981 foi a vez de Blakey ser indicado para o Down Beat Jazz Hall of Fame. As homenagens e honrarias foram uma constante na década de 80, incluindo-se o prêmio Grammy de melhor performance instrumental de jazz, para o álbum “New York Scenes”, em 1984, e o título de Doutor Honoris Causae concedido pelo Berklee College of Music, em 1987.


Os anos de estrada, contudo, começaram a cobrar o seu preço. Blakey foi perdendo, progressivamente, a audição – embora continuasse a tocar praticamente até o fim da vida. No dia 06 de outubro de 1990, ele finalmente perdeu a luta contra o câncer de pulmão, que travava já há alguns anos. Mas as homenagens não cessariam com a morte: em 2005 ele receberia, postumamente, o Grammy Award For Lifetime Achievement.


Os músicos relacionados no início desta resenha possuem duas coisas em comum: todos foram agraciados com um enorme talento musical (que em alguns deles chega à genialidade) e todos passaram pelos Art Blakey’s Jazz Messengers (ou por seus embriões Art Blakey Quintet e Horace Silver’s Jazz Messengers). Nenhum deles deixou de reconhecer o quanto Blakey foi importante em suas vidas e em suas carreiras.


O baterista, uma das mais importantes e influentes figuras da história do jazz, pode se orgulhar da extensa linhagem de grandes músicos que acolheu em seu grupo e de talentos que ajudou a descobrir. Se o jazz é uma grande escola, os Messengers só podem ser considerados uma universidade e Blakey, o seu animadíssimo reitor. E, se você quiser continuar a chamada, a lista é quase infinita. Duvida?


- Jymmie Merrit? Presente!


- Sam Dockery? Presente!


- Reggie Workman? Presente!


- Joanne Brackeen? Presente!


- Bobby Watson? Presente!


- Bill Pierce? Presente!


- David Schnitter? Presente!


- Charles Fambrough? Presente!


- Dennis Irwin? Presente!


- Brandford Marsalis? Presente!


- Donald Harrison? Presente!


- Kenny Garrett? Presente!


- Bill Hardman? Presente...


53 comentários:

Unknown disse...

Uau! É mesmo! A bateria do Blakey foi o que me fisgou definitivamente pro Jazz. Eu lembro de ouvir, adolescente os "Jazz Messengers" com uma formação com o Wayne Shorter! Me fisgou, definitivamente.

Unknown disse...

Ha! A imagem do Art Blakey com a lista de chamada é ótima! Eheheeh!

Esses "garotos" todos passaram por ele.

Érico Cordeiro disse...

Grande Sérgio,
Seja muito bem-vindo.
Pois é, meu caro, nada melhor que ser apresentado ao jazz pelo vulcânico Mr. Blakey.
Esse é um cara de quem não conheço um mísero disco ruim - é craque e fez escola (ou melhor, universidade - rs, rs, rs).
Pô e que moral a do cara!!!!
Abração e uma ótima semana prá você!

Andre Tandeta disse...

Sim Senhor !
E a pergunta que não quer calar:
Art Blakey ,alem do texto bacana que voce fez, não merecia um poema epico?
Estamos falando do cara que tem "O" swing. Blakey é a principal referencia da bateria no jazz . Isso não é opinião minha ,é um conceito amplamente difundido e aceito. Seu groove é uma real experiencia fisica,não da pra não sentir no corpo,mesmo que seja só estalando os dedos a reação é imediata. Um magico,como os feiticeiros africanos. Ha inclusive um disco dele,espetacular ,chamado "The Witch Doctor".
O disco escolhido é uma obra prima,das varias gravadas pelos "Jazz Messengers", imperdivel para quem gosta de jazz.
Não ha um disco de Blakey que não seja pelo menos otimo.
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Mestre Tandeta,
Que o cara merece não só um, mas vários, isso merece.
Quem sabe ele não ganhe um espaço na sessão poemas de jazz (tava na maior dúvida entre esse Ugetsu e o Jazz Message, com McCoy Tyner, Art Davis e Sonny Stitt).
Blakey, de fato, é o cara!E o tanto de gente que passou pelos Messengers - é um verdadeiro Who is Who do jazz!!!
Abração, mestre (sabia que você ia gostar dessa postagem!).

John Lester disse...

Prezado Mr. Cordeiro, bom retornar de curtas férias e encontrar tão magnífica resenha. E, pode anotar: John Lester está presente.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

John Lester? Presente!
Pô, ganhei a semana! O meu bom e velho comandante, o capitão da belo(a)nave jazzseen de volta ao batente!
Isso é muito bom!
Prenúncio de um 2010 cheio de muito trabalho e de muito jazz!!!
Grande abraço, meu capitão!

Rounds disse...

blog de ótima qualidade. parabéns e obrigado pela visita.

abs

Érico Cordeiro disse...

Caro On The Rocks,
Obrigado pelas palavras gentis e pela presença - dei uma passada no seu blog hoje e fiquei feliz em poder ver Chet Baker interpretando Time After Time!
Junte-se à nossa confraria e venha sempre!
Um fraterno abraço!!

O Pescador disse...

Viva Érico.
Como eu gostaria de ver Reitores assim à frente de algumas Universidades do meu país...
Mas... Adiante! A minha formação preferida dos Jazz Messengers foi a que contou com Morgan, Golson, Timmons e Merritt. Faz um tempo que adquiri o DVD "Live in '58", da série Jazz Icons, e já o pirateei para uma série de amigos. Vale a pena dar uma espreitadela a este concerto registado na Bélgica em 1958.
Parabéns por este tributo a Blakey e saudações gélidas ;-) (Castelo Branco está coberta de neve) do Pescador.

Andre Tandeta disse...

Erico,
alguns pitacos ,sob o sol de quase 40 graus:
o termo "hard -bop" é uma invenção de criticos de jazz. Nunca se ouviu nenhum musico se referir a ele.Art Blakey sempre disse que o que fazia era jazz,mas se quisessem chamar de hard -bop,para ele estava OK.
O tal hard-bop parece que foi a maneira que os criticos acharam de batizar a forma como os "Jazz Messengers" tocavam. Em termos harmonicos não ha a menor diferença do bebop. O que talvez pareça uma simplificação é o fato de varias composições terem uma de suas partes,em geral a primeira ou parte A, com apenas um ou dois acordes("Night In Tunisia" mesmo sendo anterior ao tal hard-bop seria um exemplo classico desse tipo de composição) e são tocadas usando algum dos ritmos afro-cubanos adaptados ao jazz. Isso permite que o solista se alterne entre dois tipos de vocabulario:na parte A , criando melodias sobre um unico acorde e isso levando diretamente ao vocabulario modal e explorando os ritmos afro -cubanos. Na parte B, onde ha uma harmonia com varios acordes,mas sem muita diferença do que ja se usava no bebop, o solista podia "navegar" pelas "changes",mudanças de acordes e criar um contraste com a parte A. Um jogo de tensão e relaxamento.
Abraço

Andre Tandeta disse...

Faltou falar:
a parte A sendo tocada em ritmo afro-cubano contrastava com a B, tocada em swing time,o ritmo normal do jazz.
Abraço

Paul Constantinides disse...

brother érico
nesta universidade só tem fera e o Art vai de reitor com muita batuta...adorável post
abs
paul

PREDADOR.- disse...

PREDADOR? Presente!
Não sou grande músico e nem fiz parte do mundo musical de Blakey, a não ser assistindo videos e ouvindo seus discos. Concordo com mr.Tandeta quando ele fala que o nosso homem "é a principal referencia da bateria no jazz" e também no que diz respeito ao hard bop e, ainda baseado nos comentários do Tandeta: além das partes A e B, tinha as partes C (improviso) e D (encerramento), sempre com muita consistência e de uma beleza sem par. Ótimo texto mr.Cordeiro, mas desse jeito eu não aguento: artigos sôbre Brubeck, Sahib Shihab, McCoy Tyner, Milt Jackson, Barry Harris e agora Art Blakey tudo de "carreirinha", não consigo acompahar. Pára sô! Vai tirar umas férias na praia e volte mais devagar. Que coisa?

ju rigoni disse...

Rapá, se você é jazzófilo amador, então eu já não sei mais o que sou... Excelente blogue! Apreciei muito ler sua resenha sobre o genial Blakey.

Obrigada por seguir meus blogues, Érico.

Bjs e inté!

pituco disse...

érico san,

uau...que aula e que corpo discente bacanudo...creio que uns dos meus primeiros vinis de jazz ou hard-bop ou seja lá como se designa, foi o jazz messengers recorded in paris...e um outro com ele tocando batera na capa...big beat...sonzaço...devo tê-los ainda e outros tantos, poraí...isso se a galera já não passou nos cobres...rs

agora,
essa de que art blakey foi pianista de ouvido eu não sabia...rs

sr.tandeta-san,
valeô a explicação...nesse caso joão donato é modal também...rsrsrs

abraçsonoros e pacíficos

Érico Cordeiro disse...

Caramba! Quantos amigos!!!
Saudações a todos, em especial á Ju, que vem pela primeira vez ao jazz + bossa (seja muito bem vinda e tomara que você se agregue à nossa confraria!!!).
Mr. Fisherman, mande um pouco dessa neva prá nós - São Luís beira os 35 graus e Pinheiro Cite, de onde falo nesse momento, beira os 40º.
Seu Mr. Tandeta, escusas por parte deste escriba - e permita-me expor minhas dúvidas, como leigo total em teoria musical.
Acho que há diferença entre o bebop e o hard-bop, pelo menos para quem não tem conhecimento em teoria musical - o uso dos instrumentos de sopro em uníssono, os "refrões", a batida do blues mais presente, melodias mais "assobiáveis" (o que, na minha ausência de conhecimento técnico encaro como "simplicidade", entendendo-se esta como ausência de tanta sinuosidade).
Para tentar ilustrar o que estou dizendo, ouça-se "Scrapple From The Apple" e "Moanin'".
Enfim, se o bebop fosse um jogador de futebol, certamente seria Garrincha. Já o hardbop seria o não menos genial Vavá (orgulho da nação cruzmaltina!!!!).
Pelé seria o jazz em si, com todas as suas vertentes e abordagens (tá bom assim?).
Seu Predador, vou dar uma maneirada - aproveitei prá dar uma atualizada nas resenhas e olha só quem vai pintar breve, breve: Phil Woods, Walter Bishop, Walter Davis, Jimmy Forrest, Ray Draper, Zoot Sims, Bobby Timmons, Ted Curson, Montgomery Brothers, Hank Jones, Tadd Dameron...
Acho melhor desarmar os torpedos de fótons e o detonador atômico!!!!
Mr. Paul, valeu pela presença internacional, diretamente de Saint Paul.
Ju, não se assuste com esses malucos - aqui todo mundo é bacana (o barzinho virtual só não vende cerveja, mas boa música e bom papo você sempre vai encontrar por aqui).
Mestre Pituco, não sei se o João Donato é modal, mas que ele é monumental, isso é mesmo - você viu aí de pertinho (rs, rs, rs).
Grande abraço a todos!!!!

Andre Tandeta disse...

Pituco-san,
sabemos que os modos podem ser usados em diversas situações harmonicas. Mas originalmente os musicos de jazz foram usando esse tipo de vocabulario em contextos onde havia um unico acorde, chamado de "vamp" . Conheço alguma coisa do João Donato ,inclusive ja toquei com ele algumas poucas vezes e ele realmente domina tanto o vocabulario de jazz que podemos chamar de diatonico,quando ha uma harmonia rolando, quanto o modal, que usa magistralmente quando improvisa sobre um acorde só. Alem disso ha uma musica dele,com gilberto Gil("A Paz"),na qual ha um uso bastante interessante da escala pentatonica. Donato é fera.
Predador:
voce fez uma pequena confusão: as partes a que me refiro são da composição que esta sendo tocada. Voce se refere a tema,solo e tema.Pense em "Oleo",de Sonny Rollins,por exemplo. A forma da composição é AABA e isso não muda, todos os solistas vão dar o seu recado em cima dessa estrutura,o improviso não é uma nova parte da musica .Ele é uma composição espontanea de melodias que o solista vai criando ao sabor do momento usando a forma ,e portanto a harmonia,da composição que esta sendo tocada. Tema ,solos e tema novamente é o que mais se ve no jazz mas tanto tema como solos tem exatamente a mesma forma,AABA no caso da citada "Oleo" e, consequentemente, a mesma harmonia.
Espero que tenha ficado claro.
Abraço

Andre Tandeta disse...

Erico,
não se preocupe,estamos todos sempre aprendendo uns com os outros. gostar ja é uma forma de entender.
Concordo que o tal hard-bop tem composições mais "assobiaveis',como voce diz.Mas e "Now's Time" de Charlie Parker,que é uma composição,um blues ,de uma simplicidade total? O que talvez voce esteja se referindo é alguma coisa que foi trazida ao jazz pelo Genio Horace Silver: juntar ao jazz o gospel(o verdadeiro,aquele das igrejas americanas)e o rhythm &blues(Blakey é um mestre no shuffle,um ritmo tipico do r&b,é o ritmo de "Moanin'). Bobby Timmons, o autor de "Moanin'" tambem tinha raizes musicais fortes no gospel e no r&b. Enfim,é interessantissimo esse assunto onde me parece que o tal de hard-bop seria o be-bop no seu segundo estagio,pos Horace Silver.
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Meu caro Tandeta,
Muitos críticos afirmam que o hard bop foi criado porque o bebop se sofisticou tanto e ficou tão complexo, que estava se tornando algo meio hermético - a adição de mais elementos de blues, soul, gospel, etc. trouxe uma espontaneidade ao jazz e lhe deu uma boa revigorada, inclusive com a grande influência do Clifford Brown-Max Roach Quintet.
A propósito, que tal montarmos um cursinho básico de teoria musical e disponibilizarmos no You Tube (ou aqui mesmo no jazz + bossa)? Eu vou fazendo as perguntas e você vai respondendo, com exemplos!!!! Ia ser show de bola!!!!
Brincadeira, mas, pô, tenho a maior vontade de entender a parte teórica da música mesmo, ouvir uma nota e saber se é um lá, um dó, saber o que é uma escala, se a melodia é criada a partir de um ou dois acordes, ouvir e diferenciar uma composição que use um vocabulário modal ou diatônico, o que é uma vamp (coisas que eu só intuo ou que tenho uma idéia a partir de leituras, mas gostaria de ver na prática mesmo, ouvir e reconhecer).
Tenho uma promessa de projeto com o Victor Castro, violonista extraordinário, para montar um curso com esse perfil - acho que seria muito legal e que haveria um monte de gente que gosta de música e que gostaria de entender um pouco mais profundamente a mecânica da coisa.
Tomara que dê certo e você vai ser o patrono da primeira turma, ok?
Abração!!!!

Salsa disse...

O revolver na cintura foi fator que pesou bastante na escolha feita por Art:)
Realmente, Art é um herói no cenário jazzístico. Merece todas as homenagens possíveis. Valeu, Érico.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Salsa,
Valeu pela presença sempre alvissareira!
Pois é, com argumentos tão poderosos, até eu me arriscaria na batera (rs, rs, rs). Ainda bem que deu certo!
Abração!

PREDADOR.- disse...

Mr.Cordeiro: foram claríssimas as explicações de mr.Tandeta. Não existe realmente na forma da composição musical letras C, D, etc...Entendo pouca coisa de extrutura musical e a citação de partes C e D foram por minha conta, tentando dar mais enfase, para os possíveis leigos, da genialidade de Blakey. Tema, Solo, Tema seguem a mesma extrutura de composição AABA. Valeu a aula mr.Tandeta. Grato!

Érico Cordeiro disse...

E aí, Mr. Predador?
Que tal a idéia do curso de teoria musical, na forma que falei no comentário anterior?
Será que não ia aparecer um monte de gente prá fazer?
Não é uma graduação, uma Juilliard ou uma Berklee, mas apenas rudimentos, prá que a gente possa aproveitar com mais propriedade a nossa paixão pela música e entender melhor os seus aspectos mais técnicos!!!
O que você acha?
Abração!

figbatera disse...

Muito bom, Érico; nós, os bateristas, profissionais ou não, nos sentimos homenageados com essa resenha sobre um grande mestre dos tambores.
E a ideia do cursinho de teoria é legal mesmo e o Tandeta (aposto que ele topa) será figura importante do projeto.
Abração!

HotBeatJazz disse...

Ô¬Ô

Mr. Érico,
que beleza de post e de morfologia sintática, ou seja, a estrutura do teu texto. É exatamente a esta morfologia q mestre Tandeta se referia, a morfologia das composições A=primeira parte, B=bridge, ou ponte mesmo e A=primeira parte em repetição. Já o pescador se referia a morfologia da apresentação, da interpretação, o tema + solo + tema + solo + tema fechando. Afinal todos estão certos. Ambas as mosrfologias são percebidas por quem interessa, no primeiro caso pelos músicos, para poderem se entender na execução e no segundo caso pelos ouvintes, para poderem apreciar o q está acontecendo. São maravilhosos e complementares todas estas formas de apreciação e entendimento.

Abração a vc pelo belo post e resenha e ao Mestre Tandeta pela aula técnica sobre jazz e música. Este bar é memso fenomenal!!!

Ô¬Ô

Érico Cordeiro disse...

Caros Fig e Mauro,
Bem-vindos a bordo! É sempre bom poder contar com amigos tão queridos!
Pois é, o jazz + bossa tá ficando chique, com as explanações do mestre André Tandeta - tanto que ainda há pouco eu o ouvia no disco uma Guitarra no Tom, do Victor Biglione.
Se ele nos der a honra do curso, não é, mestre Fig, vai ter aluno prá caramba!
Pois é, o mais importante é que o barzinho tá funcionando a todo vapor - a cervejinha mais tarde fica por conta de cada um!
Abração aos dois - e Saúde!

Sergio disse...

Seu, Érico, embora a introdução do Blakey já esteja chic paca, ainda não deu pra ler. Vim portanto comentar teu último comentário... De onde diabos vc conheceu os Keane??? Quando li a coisa era tão improvável que achei que era Kenny Clark e q estivesses escrito errado mas aí foi vindo as explicações e eu pensei... Ele deve ter uma filha adolescente... Anfã. Mas isso tem seu lado bom, radical q só escuta jazz e no máximo mpb agora tive certeza q não és, MESMO!

Abraços! Agora está intimado a no mínimo olhar os dentes das Llamas. Afinal as influências lá são Beach Boys, Burt Bacharach e Steely Dan e isso, na minha modesta opinião é pedigree legítimo.

Érico Cordeiro disse...

Tens toda razão, Seu Mr. San!
E não tenho filha adolescente, mas meu lado de fã dos Smiths e do Cure me impele a ouvir essas bandas "pop-sensível" tipo Keane, Pulp, Semisonic, Blur, Coldplay, Belle And Sebastian - enfim, de vez em quando tenho uma recaída pop-roqueira (rs, rs, rs)!
Final de semana ouvi Heaven And Hell, do Sabbath (Guilherme adora rock'n roll) - mas nesse momento tô escutando Red Garland Trio - disco Bright And Breezy!
Saudações Pinehrenses!!!!

Sergio disse...

Tá, mas só não põe o Blur nessa seara, não, seu san. O Blur eu acho um bandaço. E deixa agora eu me calar, pq o seu Predador e o seu Tandeta podém me passar(-nos) um corretivo em regra!

Érico Cordeiro disse...

É Seu San, o Blur tem mais pegada (Song 2 é duca) - mas ainda assim enquadro nas "bandinhas-sensíveis-de vocalistas com cara de desgostosos com a vida" (lembra de Boys And Girls). E ainda tem Placebo, Suede, Pulp, Radiohead...
Valeu!

Andre Tandeta disse...

Erico,
se eu puder ajudar sera um prazer.
Uma vez num comentario la no CJUB eu disse mais ou menos o seguinte:ja que voces gostam tanto de jazz e de musica porque não aprender um pouco da materia em si? Ninguem se pronunciou.
Mais importante do que a teoria é a pratica de ouvir e entender o que se ouve. Roma não foi feita em um dia, como diria minha avó, então vamos devagar.A audição, digamos,tecnica de jazz é bastante complexa e exige muita experiencia.
Como falei acima estou a disposição para ajudar,só não sei como isso seria.
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Caro Tandeta,
Puxa, ia ser muito legal!
O Victor, que é um cara com formação teórica extraordnária (já tocou no mundo todo - vou te mandar o cd dele), achou muito legal a idéia.
Ficamos de conversar e amadurecer, mas ele viajou prá Portugal (ele é açoriano) prá passar as festas de fim de ano com a família. Quando ele voltar, vamos tentar montar um projeto e te mando o que elaborarmos (um roteiro, digamos).
Você pode fazer alguns vídeos (coisa caseira mesmo) explicando, por exemplo, alguma coisa sobre Charlie Parker, com um áudio de uma ou duas músicas - pensei em algo assim.
Outro grande amigo, o Jarbas, é dono de uma loja de instrumentos musicais (onde aos sábados tava tando aula de violão com o Jair Torres - um guitarristas extraordinário, herdeiro de Wes Montgomery e super talentoso) e que também toca.
Acho que o espaço poderia ser lá, aos sábados. A idéia tá lançada - com tantos músicos por aqui (o Joe Brazuca, amigo recente e cujo blog também, tá linkado é pianista e pode pensar em algo), a gente podia fazer algo bem bacana, divertido e que formasse "ouvintes e pensantes"!
Abração!

Roberto Cuzco disse...

Ual, que biografia bem escrita, senhores!!!

No blog Farofa Moderna do site da MTV, o garoto Vagner Pitta elaborou um programa de podcast onde ele faz comentários interessantes sobre o estilo da bateria de blakey e as as fases da sua carreira. E a seleção também é maravilhosa. Quem tiver a oportunidade de ouvir é uma boa pedida pra complementar com o conhecimento adquirido com esse texto daqui. Fiz até questão de copiar o link porque é muito pertinente:

http://mtv.uol.com.br/farofamoderna/blog/perfil-art-blakey-um-dos-bateristas-de-beat-mais-poderoso-da-hist%C3%B3ria-ele-personificou-o-hard-bop-por-mais-de

E quanto à este espaço, parece que além do Farofa Moderna que eu visito toda semana, esse vai ser mais um espaço onde vou estar sempre. E minha esposa já está reclamando dou mais atenção pro jazz do que pra ela...ai, ai...rsrs, vício é complicado!

Abraços. Roberto Cuzco

pituco disse...

tô nessa festa e no balanço do meu funk,funk tamborim...rsrsrs

é isso aí,master tandeta,
e temos nessa estrutura AABA, maestro jobim...um blues camuflado em bossa nova...wave...piramidal

érico san,
em tempo...
desconheço a palavra ugetsu (pronuncia-se uguetsu)...parece-me que é título de filme japonês...precisamos pesquisar pela net...mas,a tradução como 'fantasia' não está correta não...ok?

é isso mesmo,
ginza (lê-se guinza), é um bairro muito antigo e chique pacas, da era edo, na cidade baixa (shitamachi),onde tokyo nasceu...lembro-me que quando cheguei por aqui,no século passado...rs...fui à ginza de jeans e todos me olhavam, pois ninguém se trajava assim lá, àquela época...chic né???...bom, hoje, os tempos mudaram...rs

abraçsons

Érico Cordeiro disse...

Caros Roberto e Pituco,
Um seja bem-vindo todo especial ao primeiro, que pela primeira vez nos dá a honra de visitar o jazz + bossa (só posso dizer que as mulheres são todas iguais - só muda o endereço - rs, rs, rs). Aguegue-se à nossa confraria e fique à vontade aqui no barzinho virtual.
O Pitta é nosso velho amigo e companheiro na batalha pela causa do jazz - tem até um link pro farofa aqui ao lado (mas ainda não ouvi o podcast - valeu pela dica).
Seu Mr. Pituco, essa tradução de Ugetsu como "fantasia" consta no próprio encarte do disco e o Blakey, na introdução do tema, ao anunciá-lo, fala a mesma coisa - pena que não dá prá ouvir, porque eu fiz o upload mas o gacast não recebeu (só percebi quando já estava em Pinheiro City e agora só na quinta ou na sexta prá consertar - rs, rs, rs).
Pois é, eu dei uma sacada no verbete Ginza na wiki e parece que o negócio lá é podre de chique - o metro quadrado mais caro do mundo e coisa e tal - você tá bem, meu amigo!!!!
Abraços fraternos aos dois!

dade amorim disse...

Mais um capitulo da história do jazz, aprendi mais coisas do que provavelmente cabem na minha cabeça, mas valeu, sempre vale, Érico. E acho que ainda vale a pena continuar tentando conhecer mais desse mundo, bem mais vasto do que sonhava minha vã filosofia. Enquanto isso, vou ouvindo e viajando.
Um ano bem feliz pra você também.

Érico Cordeiro disse...

Dade,
Seja muito bem-vinda!
Que bom que tenha gostado da postagem e da música O legal do jazz (e da música em geral, como da literatura, do cinema, de qualquer forma de arte), é que a gente pode falar por anos e anos e nunca consegue esgotar o tema e nem conhecer uma parte ínfima que seja.
A expressão eterno aprendiz vale aqui com muita felicidade!
Um fratrno abraço e tudo de bom!

PREDADOR.- disse...

A idéia do curso de teoria musical, mr.Cordeiro, é genial. Já estou, desde agora, pleiteando minha inscrição. E, ainda contamos com uma forte atenuante que é a predisposição do professor mr.Tandeta em "tocar" o projeto adiante. Ótimo! Quanto aos dizeres de mr.Sergio, fique frio companheiro, pois, igualmente a mr.Cordeiro, também aprecio um bom rock'n roll, só não admito "misturas" e o jazz estará sempre em primeiro lugar.

Érico Cordeiro disse...

Valeu, Mr. Predador!
Quer dizer que você também ouve um roquinho de vez em quando. Certamente um heavy metal bem alto, quando está destruindo algum planetinha indefeso - rs, rs, rs...
Bom, se tudo der certo, vou combinar com o Victor para tentar viabilizar o curso bem básico. Quem sabe até gravar as "aulas" e disponibilizar no Youtube, por exemplo!
Grande abraço, meu caro discípulo de Ming, o Impiedoso!

Sergio disse...

Seu Érico San, a respeito do disco pedido via comment no SSônico, eu já o tenho-nho! Pensas q durmo no ponto. Está no DVD MP3 481 q eu, q não me chamo mais sergio sônico, ainda não mandei pra vc. Veja as músicas:

LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 1970

LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 01 - WHEN SUNNY IS BLUE.
LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 02 - BODY AND SOUL.
LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 03 - SPANYOLA.
LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 04 - I GOT IT BAD.
LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 05 - SOUL CARNIVAL.
LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 06 - BLUES 'N' BOOGIE.
LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 07 - SPANISH RAILS.
LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 08 - WHAT'S NEW.
LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 09 - SOUL'S NITE OUT.
LUCKY THOMPSON (SOUL'S NITE OUT) 10 - THE WORLD AWAKES.

Escusando-me do atraso, mas garantindo o envio, me despeço.

Assinado,
Zé Sem Palavra - vulgo Prometeu.

Érico Cordeiro disse...

Esse é "O Cara"! O sujeito que não dorme no ponto. O garimpeiro mais rápido do oeste, o meu amigo... Luís Oligofredo Sigmundo Lloyd (ex-Sérgio)!!!
Tá bom, tá bom, não se preocupe - você tá com crédito na casa, pode voltar a usar o seu nome!!!
E aí, deu uma sacada no blog da Esther?
Maravilhoso, não?
Abração!!!!

Andre Tandeta disse...

Erico,
estive matutando sobre a ideia do "curso" . Sem querer cortar a onda de ninguem digo que em geral essas explicações no youtube não vão fazer la tanto efeito assim. Acho que ,infelizmente, o aprendizado que comprovadamente funciona é aquele da antiga e que hoje tem o nome besta de "presencial"(argh!!!). É fundamental a presença do professor.
Acho que no you tube pode se fazer alguma coisa pratica,mostrando no instrumento certas coisas mas sem um apoio mais proximo de um professor ficara uma coisa meio manca,faltando um pedaço.
Porque ,no seu caso,não procurar alguem por ai proximo a voce e que tenha experiencia de ensinar musica? Deve haver ,com certeza.
Abraço

Andre Tandeta disse...

Mais uma coisa:
http://charutojazz.blogspot.com/2008_01_27_archive.html
Isso é um link para um post que fiz sobre Blakey la no CJUB 2 anos atras. Voce deve rolar a pagina até em baixo para acha-lo.Por coincidencia logo em cima esta outro post meu ,dessa vez sobre Max Roach.
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Mestre Tandeta,
A idéia é essa. Já tinha conversado com o Victor e ele ficou animadão (muitos amigos também gostaram e ficaram interessados em fazer).
Só que além do curso presencial, pensei em gravar as aulas e disponibilizar na internet (mas isso é só uma idéia).
Criaria uma biblioteca virtual (ou videoteca - acho que fica melhor) e nela poderíamos colocar putros vídeos, com aulas complementares ou que abordassem outros tópicos, dadas pelo pessoal que é músico e que freqüenta o jazz + bossa (você, o Salsa, o Fig, o Lester, o Joe - ele é pianista e tem um link pro blog dele ao lado - o Pituco).
De repente, pode até rolar um movimento em outros locais, como Minas, puxado pelo Fig, ou Vitória, puxado pelo Salsa.
Mas é só uma idéia. Tomara que ele amadureça e saia da cabeça para o mundo real.
Quanto ao texto sobre o Blakey, vou checar - já conhecia o post sobre o Roach (acho que você ou o Edú haviam me falado dele).
Abração!

Grijó disse...

Genial, genial postagem.
Tanto pelo bom humor quanto pela justiça feita a um dos grandes nomes do jazz.

Art Blakey esteve em Vitória, e eu, idiota que sou, não pude vê-lo em ação. Restou-me ouvir seus discos e, com os mensageiros do jazz - nenhum termo é tão adequado! -, pude ter contato com o melhor de sua produção.

O interessante, amigo Érico, e não quero de forma alguma trazer à tona a polêmica, é que figuras como Miles Davis e Charles Mingus, que também foram grandes "professores", não têm esse apelo carinhoso que muitos - não vc, naturalmente - insistem em negar.

Repito: umas das mais interessantes postagens que li nos últimos tempos. uma aula digna de Art.
Parabéns.

F. Grijó

Érico Cordeiro disse...

Meu querido Grijó,
Seja muito-bem vindo e obrigado pelas palavras gentis!
Pois é, o Blakey é dos grandes e, de fato, possui esse apelo carinhoso que outros grandes não têm. Talvez porque não costumasse dar porrada nos seus músicos, como Miles fez com Coltrane e Mingus fez com Jimmy Knepper (rs, rs, rs).
Pena que você não pôde ir ao show - certamente um momento inesquecível para quem o assistiu!
Obrigado pela presença e saiba que a casa é sua, meu caro!!!
Um fraterno abraço!

Dois Rios disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dois Rios disse...

Oi, Érico!

Ótimo texto sobre o lendário Art Backley. Fui apresentada ao jazz por um amigo muito querido que nos deixou no dezembro p.p.. Foi com ele que dei os primeiros passos rumo a esse contagiante e sedutor ritmo. Sei que ainda falta muito a percorrer mas, na falta dele sigo "Baratos Outros" e continuo enriquecendo e apurando o meu gosto musical.
Muito obrigada pela sua visita. A propósito, tenho sim Mar de Sophia, com a Bethânia. Adoro música e poesia ainda que não saiba tocar nenhum instrumento e muito menos poetizar. Mas como gostar é de graça, transbordo-me, então, por essas duas artes.

Beijos,
Inês

Érico Cordeiro disse...

Prezada Inês,
Seja bem-vinda e fique à vontade nesse nosso barzinho virtual!
Que bom que goste de jazz - embora lamente a perda do seu amigo e me solidarize com você!
Estarei sempre dando uma espiada em seu ótimo blog e espero que você continue nos dando a honra de sua presença.
Um fraterno abraço e volte sempre que desejar!

James Magno Farias disse...

James? Presente! Que maravilhoso post, mano! Olha, parece que eu vi um filme. Art Blakey merece mesmo, ele foi sensacional. adorei a estória do gangster - quer ficar na banda? então assume a bateria rsss.
abração

Érico Cordeiro disse...

Grande Molosso!
Presente sempre!
Já pensou, encarar um maluco com 38 na mão, mandando tocar bateria?
Coisa de louco mesmo!
Beijão, compadre!!!!

Anônimo disse...

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