Amigos do jazz + bossa

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O BARÃO NAS ÁRVORES


Kenneth Barron é um dos mais festejados pianistas da atualidade. Além de ser um intérprete de talento superlativo, ele também é arranjador, educador musical e compositor. Nascido no dia 09 de junho de 1943, na Filadélfia, estado da Pensilvânia, ele é irmão mais novo do saxofonista tenor e soprano, compositor e professor de música Bill Barron (falecido no dia 21 de setembro de 1989, aos 62 anos). Seu pai, William, era operário de uma fábrica de aço e a mãe, Rella, havia aprendido os rudimentos do piano na juventude e estimulava as aptidões musicais dos filhos.

Recebeu as primeiras lições de piano aos seis anos pelas mãos de Ruth Issaks, então namorada do seu irmão mais velho, Bill. Complementava os estudos em casa, usando o popular método para piano criado por William Matthew. Aos doze anos, Kenny foi estudar com Vera Bryant, renomada professora e irmã do pianista Ray Bryant e do baixista Tommy Bryant, outros fabulosos nativos de Filadélfia. Barron também estudou na Philadelphia Musical Academy, mas acabou abandonando o curso, sem concluí-lo, por causa dos compromissos profissionais.

Aos 14 anos, em 1957, Kenny experimenta sua primeira participação profissional na banda de Mel Melvin, por indicação do irmão Bill, que já tocava naquele grupo. O garoto recebia 15 dólares por noite e a banda se apresentava no Elk's Lodge. Em seguida, Barron atuou em formações lideradas por Philly Joe Jones, onde substituiu Dick Katz, e Yusef Lateef. Com este, aliás, Barron realizou seus primeiros trabalhos como arranjador, tendo escrito os arranjos de dois temas gravados no álbum “The Centaur And The Phoenix”, de 1960. Pouco depois, muda-se para Nova Iorque, em 1961, juntamente com o irmão, a fim de se unir ao grupo do trompetista Ted Curson, também oriundo da Filadélfia.

Na Meca do Jazz, o jovem de apenas 18 anos trabalha com nomes de primeira linha, como James Moody, Lee Morgan e Lou Donaldson. Em 1962 o pianista se junta ao grupo de Roy Haynes para, em seguida e por recomendação de James Moody, substituir Lalo Schiffrin no quinteto de Dizzy Gillespie. Apesar da pouca idade, Kenny já era um músico experiente e de muita personalidade, agregando ao seu rol de influência nomes como os de Tommy Flanagan, Hank Jones e Wynton Kelly.

O trabalho com Dizzy lhe abriu as portas para o público e a crítica e lhe trouxe enorme prestígio. Barron participou do documentário “Dizzy Gillespie” (de 1965, dirigido por Les Blank), no qual Gillespie fala sobre sua trajetória e apresenta-se em quinteto com James Moody no sax tenor, Kenny Barron no piano, Chris White no contrabaixo e Rudy Collins na bateria, em uma apresentação gravada em Hermosa Beach, Califórnia.

Em 1966, após quatro anos de parceria, Barron deixa Gillespie para tocar, seguidamente, com Freddie Hubbard, Jimmy Owens e Stanley Turrentine. Em março de 1970 o pianista passa a fazer parte do quarteto de Yusef Lateef, com quem já havia trabalhado anteriormente nos anos 50. Em seguida, viriam participações nos grupos de Milt Jackson, Booker Ervin, Jimmy Heath e Stan Getz, onde substituiu Chick Corea, em uma formação que incluía os ótimos Stanley Clarke e Tony Williams.

Em 1972 Barron passou a dar aulas de piano no “Jazzmobile Workshop”. No ano seguinte, começou a ministrar aulas práticas e de teoria musical no Livingston College, ligado à Rutgers University, em uma associação que se prolongaria pelos próximos 27 anos – ele se aposentaria em 1999. Também exerceu o magistério na “Juilliard School Of Music”, sendo que alguns de seus mais destacados alunos foram Aaron Parks, David Sanchez, Terence Blanchard, Harry Pickens e Noah Baerman.

Seu primeiro álbum como líder, “Sunset to Dawn”, foi gravado em 1973, para o selo Muse. No início de 1976, passa a integrar a banda do baterista Buddy Rich mas ali teve uma curta permanência. Desligado da banda, o pianista participou de concertos e gravações sob aliderança de George Benson, Eddie Harris, Sonny Stitt, Chet Baker, Harry “Sweets” Edison, Von Freeman, Elvin Jones, Sam Most, Jon Faddis, Jim Hall, Joe Henderson e Eddie “Lockjaw” Davis.

A partir de meados dos anos 70, Barron iniciou uma parceria duradoura e sumamente estimulante com o baixista Ron Carter, que perdurou até o início da década seguinte. Sobre Carter, de quem é amigo até hoje, sobram palavras elogiosas: “Ron é capaz de dizer exatamente o que quer e de explicar aos parceiros o que quer que eles façam. Ele é capaz de extrair as coisas de você, porque tem uma visão musical muito particular. Poucos músicos sabem fazer isso de uma maneira tão natural”, declarou certa vez. Nesse período, graduou-se, em 1978, Bacharel em Artes pelo “Empire State College”, de Nova Iorque.

Em 1981 Barron foi co-fundador, ao lado de Charlie Rouse, do grupo “Sphere”, dedicado a difundir e a perpetuar a obra do grande Thelonius Sphere Monk. O grupo, do qual faziam parte o baterista Ben Riley e o baixista Buster Williams, permaneceria em atividade até a morte de Rouse, em 1988. Poucas semanas antes do falecimento do saxofonista, a banda havia realizado uma vitoriosa temporada no Village Vanguard. O grupo “Sphere” fez um breve retorno aos palcos em 1997, com Gary Bartz assumindo o saxofone, durante um festival de jazz em Atenas, na Grécia.

Os anos 80 encontram o pianista trabalhando febrilmente e se consagrando como um dos grandes acompanhantes de cantores e cantoras como Sheila Jordan, Abbey Lincoln, Maria Muldaur, “Little” Jimmy Scott, Dianne Reeves e Ella Fitzgerald. Em 1984 Barron iniciou uma longa e prolífica parceria com o vibrafonista Bobby Hutcherson, que resultaria em álbuns muito bem recebidos pelo público e pela crítica, como os excelentes “In The Vanguard” (32 Jazz, 1986), sob a liderança de Hutcherson, e “Other Places” (Verve, 1993), tendo o pianista como líder.

Convidado para acompanhar Stan Getz na temporada européia de verão de 1987, Barron se tornou o mais constante parceiro musical do saxofonista até a morte deste, em junho de 1991. Os dois já haviam trabalhado juntos anteriormente e dessa nova reunião surgiram preciosidades como “Serenity” (EmArcy), gravado ao vivo no dia 06 de julho de 1987, no Café Montmartre, em Copenhague e que conta, ainda, com a presença dos sempre competentes Rufus Reid e Victor Lewis.

O último trabalho de Getz, aliás, é um dueto entre ele e o pianista. Indicado ao Grammy de melhor álbum de jazz, o álbum duplo “People Time” foi gravado em fevereiro de 1991, mais uma vez no clube Montmartre, na capital dinamarquesa. Considerado um dos momentos mais líricos da parceria entre barron e Getz, ele apresenta releituras emocionantes de standards como “East of the Sun (And West of the Moon)”, “I Remember Clifford” e “Softly, As in a Morning Sunrise”.

Barron lançou álbuns dedicados à música brasileira, com ênfase na bossa nova, destacando-se “Sambao” (Verve, 1992), ao lado dos brasileiros Nico Assumpção e Toninho Horta, além do baterista francês Mino Cinelu, e “Canta Brasil” (Universal, 2002), onde se faz acompanhar pelo fabuloso “Trio da Paz” (Nilson Matta no contrabaixo, Romero Lubambo na guitarra e Duduka da Fonseca na bateria).

Um dos momentos mais brilhantes da discografia do pianista é o formidável “Live At Bradley’s”. Gravado ao vivo no lendário clube de Nova Iorque (cujo piano foi um presente de Paul Desmond ao proprietário da casa), nos dias 03 e 04 de abril de 1996 e lançado em 2002 pelo pequeno selo Sunnyside, o álbum traz cinco temas, todos executados de forma preciosa por Barron e seus habilíssimos parceiros: Ben Riley na bateria e Ray Drummond no contrabaixo.

O trio abre os trabalhos com “Everybody Loves My Baby But My Baby Don't Love Nobody But Me”, de Spencer Williams e Jack Palmer, na qual o líder executa uma inebriante introdução de quase um minuto, num estilo exuberante que lembra Art Tatum. Em seguida, com a entrada dos outros instrumentos, os diálogos entre eles se intensificam e o ouvinte é brindado com uma interpretação que conjuga improvisos criativos, técnica arrebatadora e interação telepática entre o líder e seus comandados. Riley possui um senso de tempo irrepreensível e desenvolve o acompanhamento de maneira sempre surpreendente, dando ênfase à complexidade polirrítmica. Tão à vontade quanto o baterista, Drummond elabora um longo solo, que não merece outro adjetivo a não ser antológico.

“Solar”, de Miles Davis, recebe um arranjo – perdoem o trocadilho – ensolarado. Com um andamento ultra-rápido, o tema permite aos três que exibam incontestável domínio do idioma bop. Barron é um virtuose de recursos aparentemente ilimitados. Sua destreza faz com que ele transite entre os registros graves e os agudos com enorme naturalidade e crie riffs empolgantes ao extremo, além de acrescentar em algumas passagens um indisfarçável tempero latino. A exuberância rítmica de Riley pode ser apreciada em toda a sua grandeza e Drummond, impecável, é o grande responsável pela coesão harmônica do trio.

Richard Rodgers e Lorenz Hart marcam presença com “Blue Moon”, aqui interpretada em um andamento lento, quase marcial. Barron foi bastante feliz ao incorporar elementos de blues ao tema, criando uma versão absolutamente original, na qual a beleza da melodia pode ser apreciada em toda a sua plenitude. O lirismo quase melancólico do piano possui grande força emotiva sem, no entanto, jamais resvalar para o sentimentalismo gratuito. Destaque para a sutileza percussiva de Riley, cujo trabalho com as escovas é notável.

Com uma sonoridade que remete aos discos de Herbie Hancock feitos para a Blue Note nos anos 60, a hipnótica “Alter Ego” é uma composição do ótimo James Williams. Complexa e cheia de nuances, a faixa possui uma elegância bastante peculiar e sua beleza intrigante, como ocorre nas composições de Monk, por exemplo, provém do estranhamento e da inquietude. Dono de um senso estético refinado e bastante arrojado, Barron flerta com o impressionismo e com as dissonâncias típicas de um Charles Mingus. Atenção para o contrabaixo inebriante de Drummond, responsável, em grande medida, pela atmosfera por vezes sombria da faixa.

O encerramento fica a cargo de “Canadian Sunset”, de autoria de Norman Gimbel e Eddie Heywood. Trata-se de um dos temas mais caros ao piano jazzístico e que já foi gravada por monstros do gabarito de Wes Montgomery, Gene Ammons, George Shearing. A desenvoltura do trio empolga a platéia, que aplaude generosamente ao fim do set, mas é Barron o maior destaque individual. Seus solos são como uma carpintaria sonora, cuja matéria-prima é um amálgama de rigor formal, articulação, bom gosto e inventividade. Um álbum “cheio de energia, serenamente alegre e que revela sempre uma maneira diferente de encantar o ouvinte, a cada nova audição”, nas irretocáveis palavras de Judith Schlesinger.

Ao longo dos seus quase 60 anos de carreira, Barron colecionou uma infinidade de prêmios e honrarias. Foi indicado em nove ocasiões para o “Grammy Awards”, foi indicado para o “American Jazz Hall Of Fame” em 1990 e venceu a eleição dos críticos da revista”Down Beat”, na categoria de melhor pianista, em 1999. Também foi considerado o melhor pianista no “Jazz Awards” nesse mesmo ano e foi nomeado “Fellow” pela “American Academy Of Arts And Sciences”.

O pianista tem sido uma presença constante em festivais de jazz pelo mundo e já tocou, entre outros, nos de Marciac, Perugia, North Sea, Halifax, Portland, Detroit, Montreal, Chicago e Newport. Acompanhante dos mais requisitados, seu trabalho pode ser ouvido em álbuns de artistas do calibre de Barney Kessel, Nick Brignola, Larry Coryell, Benny Golson, Illinois Jacquet, Cláudio Roditi, Lee Konitz, Barney Wilen, Joe Locke, Sonny Fortune, Eric Alexander, Christian McBride, Tom Harrell, Russell Malone e muitos outros.

Apesar da aposentadoria do Livingston College, ele continua a dar aulas na Manhattan School of Music e na Julliard School of Music. Sua agenda é sempre lotada e somente neste ano de 2011 ele já se apresentou em várias cidades dos Estados Unidos, além de ter realizado concertos na França, Itália, Dinamarca e Canadá. Seus álbuns como líder encontram-se, quase todos, em catálogo, distribuídos por etiquetas como Gitanes, Uptown, Criss Cross, Enja, Candid, Reservoir, Concord, Sunnysville e Venus Jazz.

Na abalizada opinião de Pedro “Apóstolo” Cardoso, Barron “converteu-se para a crítica e o público em depositário da já atingida “tradição” do piano-jazz moderno, na mainstream do jazz, dedicando-se de maneira clara à sonoridade, ao desenvolvimento harmônico refinado com exploração de aspectos rítmicos pouco visitados por seus pares, mas sem jamais desprender-se do mais acentuado swing”.

Em sentido semelhante, o blogueiro e pianista Murilo Barbosa vaticina que Barron “sabe aplicar a textura correta no momento de acompanhar, de improvisar ou de simplesmente dialogar com outros músicos, sempre usando acordes precisos, voicings bem definidos e frases enxutas. Sabe como ninguém o som que pode tirar do piano quando precisa”.

=============================

31 comentários:

Murilo disse...

Eu amo mesmo o Kenny Barron... legal conhecer a história dele por aqui... fico com vontade de entrevistar todos esses caras, exercitar meu lado jornalista, querendo entender como é que é pra um pianista do naipe dele tocar nos bares da vida, acompanhar gente como Sarah Vaughn... um dia quem sabe.
Valeu pela citação no final Érico...

Érico Cordeiro disse...

Grande Murilo,
É sempre bom tê-lo a bordo e sua opinião é muito importante.
Tenho vários discos do Barron, mas esse gravado no Bradley's (assim como o vol. II - The Perfect Set) é arrebatador.
Impressionante como ele constrói temas longos mas sempre de maneira surpreendente.
Um craque do piano.
Esse seu projeto de entrevistar esses grandes mestres do jazz é maravilhoso - também gostaria muito de poder entrevistá-los, ouvir suas experiências de vida e de estrada.
E estando em Sampa é menos difícil, já que sempre tem um ou outro gigante por aí (ano passado teve o Yusef Lateef e o Ahmad Jamal e esse ano já pintaram por aí o Ron Carter e o Keith Jarrett).

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

Bela gravação escolhida, faixas tão bem comentadas e uma resenha que presta homenagem a um senhor pianista, tão pouco lembrado.
A música postada não ficou disponível, aguardo.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Apóstolo,
Nem preciso ressaltar que o seu texto é a base, a parede e o telhado para essa resenha - no máximo coloquei a pintura e fiz uns acabamentos :-)
Embora não seja muito badalado, o Barron tem cadeira cativa entre os grandes nomes do piano em todos os tempos. Os discos com Gillespie e Moody são excepcionais.
Quanto às músicas postadas, não sei o que está acontecendo - provavelmente problemas com o Div Share, pois nenhum outro post com a radiolinha hospedada lá está rodando.
Torçamos pra que tudo se resolva logo.
E também para que o Vasco não repita a péssima atuação de ontem (quer dizer, até criamos algumas chances, mas o outro time jogou com mais determinação).
Abraços!

Sergio disse...

Kenny Barron é Craque maiúsculo com músculo! Já certos outros craques...

Seu sam, ontem finalmente alguém da família (Faria/Cordeiro) conheceu o leblonino (Cupertino) Dudu (Durão). Vimos o jogo lá - ou melhor, vimos por trás dos ombros e cabeças de vascaínos fanáticos o que deu pra ver do jogo. Mr. use a sua autoridade e mande esse psual jogar mais bola, seu sam! Acredite, tou torcendo pro Vasco ser Campeão Brasileiro maiúsculo cumúsculo. A cima de tudo Carioca! seu mr. Érico!... E se o Parmera engrossar pras banda daquele curinguinha de meia pataca, não vai ser o framengo q vai estragar o meu prazer de ver os da gema levando mais uma dos paulista, certo?

Abraços!

Ah! O Dudu o nosso Apícius (Faria) dos buteco achou correto. Levou até uma quentinha de kibes pra devorar em casa. Tás venu o q perdeu?

Érico Cordeiro disse...

Pô, Mr. San,
Perdi essa - mas não vai faltar oportunidade de prestigiar o glorioso Dudu.
Pergunta: o quibe de lá é bom mesmo?
Quanto ao Vasco, acho que domingo é impossível repetir uma atuaç.ão tão ruim quanto a de ontem. Mas leve-se em conta que os caras devem estar estourados - foram 73 jogos esse ano, um absurdo!
Vamos lá, não podemos perder a esperança!
Abração!

Sergio disse...

Ué, Tio Faria não iria levar uma quentinha com DUAS porções, não fosse bom o bichinho.

Mas teve um episódio hilário: quando eu já estava para lá de marra-kesh (rs...), jogo mal encerrado, fui até o balcão e mandei na lata: "Esse time é fraco"... Rapá, os vaiscaínos todos viraram uma matilha de pitbul, amigo. Claro que, como sou muito local e não só havia vascaíno no bar, a turma do deixa disso controlou a hidrofobia dos cara e tudo acabou em gargalhadas. Mas, fala pra mim, mr. san: aquilo é ou não um butiquim onde a encarnação e a galhofa é liberada? Esses vascaínos tem que ter um espírito esportivo ou vão acabar com o miocárdio avariado ou então terão que andar na coleira e de mordaça.

O Dudu é bacana, seu san. Legítimo butiquim comopoucos hoje no Rio.

pituco disse...

érico san,

tenho os discos com sabor brasileiro...hehehe...e há um quiprocó com a música 'paraty' que é de algum músico brazuca...não me recordo o nome...e está creditada como de mr. barron...essas coisa têm estória...

depois pesquiso em qual disco e de quem é a autoria...está no hd do outro pc...

abrçsonoros e arigatõ por mais uma aula

Érico Cordeiro disse...

Grandes Sérgio e Pituco-San,
Prazer em lê-los.
Ao primeiro, essa história de dizer que no Dudu você está pra lá de marra-kesh é pleonasmo :-)
Mas fala sério, depois de ontem manter o espírito esportivo é dose...
Domingo a gente cura essa ressaca :-)
Quanto aos discos do Barron tocando música brasileira, lamentavelmente não tenho nenhum deles - mas vai ficando na já lendária sacolinha amazônica...
Grande abraço aos dois!

José Domingos Raffaelli disse...

Dear Gran Master Boss Érico,

O Sphere fez uma temporada no extinto Mistura Fina nos anos 90, quando O GLOBO, com seu projeto MISTURA INTERNACIONAL, financiou a contratação de músicos de jazz para o referida clube. Integrado por Gary Bartz, Kenny Barron, Buster Wiliams e Ben Riley, fizeram seis fantásticas apresentações. Todavia, além de um fortíssimo baque financeiro do O GLOBO (que repercutiu ruidosamente em toda imprensa brasileira), e a mínima afluência do público, o referido projeto foi definitivamente cancelado, encerrando de vez as apresentações de músicos de jazz naquele clube.

É desnecessário acentuar que Kenny Barron é um excepcional pianista. Ele foi o último pianista a tocar com Stan Getz.
Keep swinging,
Raffaelli



Keep swinging,
Raffaelli

José Domingos Raffaelli disse...

Dear Gran Master Boss Érico,

Em minha opinião, WANTON SPIRIT é um dos melhores CDs de Kenny Barron. Quando foi editado no Brasil, em minha coluna no Globo dei-lhe o lugar de honra na relação dos melhores lançamentos de jazz do ano.

Keep swinging,
Raffaelli

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

A radiola entrou !
Tenho o CD mas é sempre bom ver/ouvir a postagem completa.
Mais um gol de placa.
Mestre RAFFAELLI lembrou bem das apresentações no extinto "Mistura", onde tanta coisa boa aconteceu.

José Domingos Raffaelli disse...

Dear Gran Master Boss Érico e amigos blogueiros,

Duas observações sobre o Bradley's, que era na University Place, onde estive duas vezes.

Na primeira, ouvi o quarteto do pianista Don Friedman com Atilla Zoller (guitarra), Marcus McLaurine (baixo) e Jeff Williams (bateria) - ótimo jazz, Friedman (que é casado com uma brasileira chamada Olivia) é um dos melhores harmonizadores pianistas do jazz e os demais completaram maravilhosamente o grupo.

Na segunda vez, ouvi o duo do pianista Duke Jordan com o baixista Red Mitchell - noite inesquecível! Jordan, que é um dos melhores pianistas de jazz de todos os tempos, interpretou "Garota de Ipanema" alterando harmonicamente os acordes da "bridge" - quase caí duro, como só ele, com sua infinita criatividade poderia fazê-lo!

Detalhe: o piano do Bradley's foi de Paul Desmond, que doou-o ao clube antes de falecer.

O Bradley's foi extinto há alguns anos.

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Caríssimos Raffaelli e Apóstolo,
Infelizmente perdi essa apresentação - imagina só, o Kenny Barron cercado por três feras de altíssimo gabarito!
Pena que o Mistura Fina tenha fechado as portas - ali foram feitos shows históricos, como o da volta do Edson Machado ao Brasil, se não me engano.
Quanto ao Friedman, gosto muito dos seus cds de standards - tenho uns três ou quatro e em breve ele pinta no barzinho.
Um fraterno abraço aos dois queridos mestres!

PREDADOR.- disse...

Depois da ressaca gastronômica batizada de "Feijão do Jazz" (uma feijoada p'ra ninguém botar defeito), devidamente regada a "bebemoração" ("Claudionor", Cervejas, uísques, vodkas,etc...) realizada semana passada na residência sempre acolhedora do Capitão Lester, com a presença dos integrantes do "Clube das terças-feiras" e com a participação auspiciosa de "nosso" tio Frutuoso, retorno ainda meio cambaleante aos "trabalhos". Muito boa sua lembrança em postar algo sôbre o Kenny Barron. Pianista que militou com grandes "feras" do jazz, sendo pouco "badalado" mas de uma técnica e um swing fantásticos. O álbum resenhado por você, mr.Cordeiro, é um dos melhores do Barron, no meu entendimento, juntamente com "Live in Tokyo", "Green Chimneys", "Minor Blues" , "People Time" c/Stan Getz.........Sempre peferí mr.Barron tocando na formação de trio e com a cozinha de Ray Drumond e Ben Riley. Apenas preferência pessoal, sem desmerecer seus outros trabalhos (apesar da "famigerada" fase "bossa-nova"). É isso!

Érico Cordeiro disse...

Que inveja, meu caro Destruidor de Planetas!
Falei com a rapaziada no dia da feijoada (Lester, Coimbra e meu tio Frutuoso) e confesso que se pudesse teria pego o avião na mesma hora.
Quanto ao Barron, você disse tudo - é um pianista formidável - ufa! escapei da detonação.
Fique na linha, pois daqui a pouco tem postagem nova no barzinho!
Abração!

Sergio disse...

"(apesar da "famigerada" fase "bossa-nova")s" a parte, levo muito em consideração as opiniões do destruidor de galáxias. Cambaleante então... melhor! Já estou com o Live At Bradley's na sacola. Farei o seguinte: é a versão "comprar sem ouvir” de quem baixa e põe capa. Farei essa no escuro. E se domingão não chover (o Rio de Janeiro continua rindo [da nossa cara]), o álbum tocará e será quando provarei o óbvio, que todos aqui tinham razão. Me arrependerei? Acho que não, né?

Mr. Érico, no domingo, em não chovendo, farei o 1º festival de músicos solo. Começando por mr. Chet Baker (faria 82 anos dia 23 de dezembro). Tou com uns 20 discos excelentes do cara para tocar na avenida do jazz que virou lá a Delfim Moreira, na altura do Posto 12.

Em tempo, descobri um álbum de Chet Baker com Philip Catherine “Strollin’” que é literalmente um achado! Há um tbm que um amigo me apresentou dele, Chet, com Bill Frisell (Allmost Blue Chet Baker Live in Paris & Tokio) que tbm é muito chique... Aliás, Chet é sempre Chique. E esse papo de que “ele estava acabado como músico nos seus últimos 15 anos, tou achando que é balela de crítico mal humorado. Os discos Chet Baker (Almost Blue) 1984-7; (Strollin’) 1986 ; (Live At Nick's) 1978; (Live in Rosenheimer) - talvez o último álbum antes da morte em 1988; (Once Upon A Summertime) 1977; (Two A Day) 1979; (Why Shouldn't You Cry) 1979… Enfim, tudo isso vai tocar lá, pra provar que Baker É o cara.

Aliás, acabo de ver que Chet Baker não está entre os seus resenhados, mr Érico, que tal aproveitar a véspera da véspera 23/12/2011 e escrever um de seus tratados sobre o trompetista com cara de astro de Hollywood que por pouco não é enterrado como indigente?

Érico Cordeiro disse...

Grande Mr. Sérgio,
Pois é, o Barron é aquele tipo de artista que se pode comprar sem susto. Você não vai se arrepender.
Quanto ao Baker, ele é um dos meus favoritos e está nos planos.
Também discordo dessa história de que ele estava tocando mal nos últimos anos - é pissível que em uma ou outra sessão ele estivesse muito chapado e desse uma escorregada, mas no geral todos os discos que eu conheço são muito bons.
Muito sucesso no Chet Baker's Day e que a lojinha fature bastante (e, de conseqüência, o Dudu também).
Grande abraço e boa sorte domingo!!!!

PREDADOR.- disse...

Vou aproveitar este espaço para dar um "pitaco" sôbre Chet Baker. Aliás, muito boa a idéia do mr.Sergio de uma resenha dedicada ao trumpetista. E agora, me permita mr.Cordeiro, uma pequena mensagem a mr.Sônico: quanto ao papo de que Chet Baker "estava acabado como músico nos seus últimos 15 anos", não é balela de crítico mau humorado não (mau humorado sou eu), mas sim "balela" de críticos (ou falsos críticos?) que não entendiam coisa alguma a respeito de jazz. Haja vista que em 1985, pouco antes de sua morte, Chet Baker participou de uma gravação(dentre outras ótimas durante toda sua carreira musical) com Grallier(pianista belga), Rassinfosse(baixista fracês) e entrevistado por Red Mitchell, na biblioteca da Gravadora Sonet, na Suécia, onde ele, apesar da idade e dos percalços da vida, ainda demonstrou toda sua habilidade técnica e um lirismo impressionante. Vá em frente com seu "Festival" anos 70/80 de Chet Baker, músico que tocava bem em qualquer época, produzindo álbums sempre muito bons. Críticos de jazz(salvam-se pouquíssimos) só servem para "encher o saco" e no "frigir dos ovos" são uns verdadeiros enganadores, não sabem nada. "Faça ouvido de mercador" para esses "ditos críticos". Quizera eu poder estar ai no Rio para ouvir todos os discos do Baker que serão tocados na Delfim Moreira. Sucesso mr.Sergio.

P.S.: tenho certeza, quase que absoluta, que você não se arrependerá do Live at Bradley's de Kenny Barron.

Érico Cordeiro disse...

Assino embaixo, meu intergalático amigo!

Sergio disse...

Mr. Predador, um tremendo incentivo o seu, fico-lhe grato e me sinto honrado. Mas, permita-me fazer uma ressalvinha. Não será um festival restrito aos anos 70/80s. A coisa será mais abrangente. É que lavaram o meu cérebro com esse papo de que o Chet perdeu a capacidade de tocar bem a partir de certa época. E como diria o Jô nos bons tempos de Viva o Gordo, “eu acreditei!!!”. Mas veja a lista dos álbuns preparados para a ocasião:

1. Chet Baker - It Could Happen To You - 1958; 2. Chet Baker & Art Pepper (The Route) 1956; 3. Chet Baker & Crew - 1956; 4. Chet Baker (Baker's Holiday) 1965; 5. Chet Baker (Stairway To The Stars) 1965; 6. Chet Baker (The Best Of Chet Baker Sings) 1957; 7. Chet Baker & Paul Desmond (Together) 1970's; 8. Chet Baker (Almost Blue) 1984-7; 9. Chet Baker (Live At Nick's) 1978; 10. Chet Baker (Once Upon A Summertime) 1977; 11. Chet Baker (Strollin') 1986; 12. Chet Baker (Why Shouldn't You Cry) 1979; 13. Chet Baker Sextet (Chet Is Back!) 1962 - este último, uma maravilhosa compilação de várias fases com, entre outras feras, o René Thomas, minha última postagem no sônico (álbum solo dele), na guitarra.

E ainda tenho mais bala na agulha... Mas isso é coisa pro próximo domingo sem ser este agora...

Abraços a todos!

PREDADOR.- disse...

Os discos do Baker, citados por você mr.Sergio, são todos ótimos. Tentei participar do blog do Sônico, mas não consegui entrar. É cheio de códigos e senhas de entrada e eu, um ser intergalático, não estou acostumado com essa "parafernália internética". No meu planeta, cidade de Predatória, as comunicações são através de raio de luz e muito simplificadas. Mas, quero abordar 2(dois) assuntos do blog de mr.Sergio, com a permissão de mr.Cordeiro:
1) René Thomas é um ótimo guitarrista e o disco postado por mr.Sergio e realmente muito bom, especialmente pela participação de vários "cobras" do lazz e do pianista Hod O'Brien, que já marcou presença em disco do Chet Baker ("Blues for a Reason") bem como o Rene Thomas também. Excelente o "Guitar Groove";
2)Com o nome de "nabunda" conhecí um cachorrinho que certa vez estava com seu dono em meio a uma tempestade em alto mar, num barquinho que veio a virar. Se fosse você o dono do cachorrinho "nabunda" o que faria: deixava "nabunda" ou levava "nabunda"??????? Diga-me mr.Sônico

Sergio disse...

Olha, mr. Predadpr, antes de responder a este novo velho dilema, te garanto: o blogger é um embaça! Por exemplo, essa é a 1ª vez q me dizem que há codigos para comentar no meu blog mas volta e meia tbm não tenho acesso aos comentários dos blogs amigos, se leu sobre a cachacinha do dilema, viu q o texto surgiu de uma dificuldade de comentar na postagem no jazzseen do sr. mr. Lester. Tenho certeza q essa dificuldade que teve é passageira.

Bom, quanto ao dilema rs rs... acho q o pobre nabunda teria q ser sacrificado...

Abraços.

Érico Cordeiro disse...

Pobre cachorrinha! Mas a trilha sonora do funeral é sensacional... "Let's get lost
Lost in each others arms..."

PREDADOR.- disse...

O dilema da história do cachorrinho é mais fácil de decifrar que os testes de mr.Lester.
Mr.Cordeiro e mr.Sônico, a resposta é muito simples: "nabunda" nada. Entenderam????? Bom, agora chega dessas "historinhas", que o blog é de jazz, um blog sério e se ficarmos divagando sôbre os assuntos de "nabunda" e outros que tais, seguramente iremos criar espaço para transformá-lo em um blog de Jazz & Pornografia. É mole mr.Cordeiro!!!

Érico Cordeiro disse...

Não é mole não, Mr. Predador! Tá me estranhando?

Sergio disse...

Mr. san, tou prestes a repetir de ano na escolinha do professor Cordeiro. Cá estou 3 postagens atrasado, com essa não lida, mas, amarradaça no(s) dois Live At Bradley's! Descobri o "II" da série q é fora de série! Todo Monkiado, muito bom! Dois discaços, monamí, espero q tenhas o segundão (isso deve estar no texto q qualquer hora eu leio), Abraços e grato, muito grato, gratíssimo!

Érico Cordeiro disse...

Mr. Sérgio, folgo em lê-lo e, mais ainda, em saber que você aprovou o cd.
Tenho o volume II e é tão bom quanto o primeiro. Não se avexe e dê sua opinião sobre o Rich!!!
Abração!

Sergio disse...

Meu caro, só li agora sua resenha pq de Barron apesar de ter muita coisa, o deixei um tanto de lado nessa sanha de encontrar novos artistas. Não tanto no primeiro Bradley's, mas vi muito no 2º Live at Bradley's uma semelhança com toque enérgético do Petrucciani. Sim, o 2 é tão bom quanto o 1. Mas, quando fui pesquisar sobre o 2, ainda no allmusic, me veio a mais grata informação que se transformou no bálsamo para os meus ouvidos, o grupo Sphere! Meu amigo, o que é o 1º álbum Sphere "Four In One") 1982 que ouvi ontem 3 vezes no Dudu!? Mas me prostou aquela música do que as cervejinhas. Um disco que não há o menor problema em ter somente 35 minutos, porque o barato dele é repetir direto!

Cara, se não tens, esta é outra dica, corra atrás. No Amazon tá por 15zinho... Eu sei q vc me disse que 15 dólares já é zona proibida, mas esse vale cada centavo. Agora tou provando o bacanudo "On Tour" de 1985. Mas a inbtenção do caçador é levar todos! Valeu!

Érico Cordeiro disse...

Achei a cinco doletas em um vendedor associado do Amazon - arriscar-me-ei (mas com seu veredito, arriscar não é o termo exato, já que vou na certeza).
Valeu, meu garimpeiro!

Anônimo disse...

http://prixviagragenerique50mg.net/ acheter viagra
http://prezzoviagraitalia.net/ viagra generico
http://precioviagraespana.net/ viagra sin receta

Google Analytics