Amigos do jazz + bossa

terça-feira, 26 de julho de 2011

VITAMINA MUSICAL



Antes do aparecimento de Jean Baptiste Frederic Isidor Thielemans a gaita era considerada um instrumento irrelevante dentro do jazz. Exceto por Larry Adler, que também tocava piano e era mais atuante nas áreas da música erudita e das trilhas sonoras para o cinema, a harmônica (como também é conhecida a simpática gaita de boca) era vista como um instrumento pouco versátil, mais adequado aos lamentosos e simples acordes do blues.

A chegada de Thielemans, nascido em Bruxelas, no dia 29 de abril de 1922 modificou completamente o status do instrumento no cenário jazzístico. Todavia, antes de se notabilizar pelo uso gaita, ele passou por vários outros instrumentos. O primeiro deles foi o acordeão, que começou a tocar com apenas três anos. Em seguida, passou à guitarra acústica e com ela adquiriu certa notoriedade no cenário musical da Bélgica. Somente no final da adolescência é que iria se dedicar à gaita e o já mencionado Larry Adler foi uma de suas primeiras influências, assim como o baixista Slam Stewart, por conta da sonoridade que, com o arco, extraía do contrabaixo.

O próprio Thielemans recorda que aprendeu a tocar guitarra por acaso. Ele conta:  “Eu estava doente e um amigo veio me visitar. Ele trazia uma guitarra preta na mão e nós ficamos um tempo ouvindo alguns discos de Fats Waller , como ‘Hold Tight’. Aquilo era o jazz em sua essência e tudo que você precisaria saber sobre o blues estava naquelas gravações. Eu sabia tocar aquelas músicas, mas jamais havia pego em uma guitarra e então o meu amigo me fez um desafio: se eu conseguisse tocar ‘Hold Tight’ em cinco minutos, ele me daria a guitarra.  Toquei a música e fiquei com o instrumento”.

No entanto, apesar de gostar bastante de música, o futuro de Thielemans parecia estar nas ciências exatas. Ótimo aluno de matemática, ele imaginava para si uma tranqüila carreira de engenheiro ou professor. A Segunda Guerra Mundial veio para embaralhar os planos do jovem guitarrista, que em 1941 viu-se forçado a fugir do país com a família, por causa da invasão alemã, e foi buscar abrigo na vizinha França.

A França também tinha sido invadida pelos nazistas, mas por causa do governo colaboracionista do Marechal Pétain, o domínio do exército alemão não havia sido tão brutal quanto foi no território belga e a população francesa ainda podia viver em relativa tranqüilidade. Os pais de Thielemans, que eram donos de um café em Bruxelas, tiveram que recomeçar a vida em um novo país e a música foi o elemento que ajudou a manter a esperança e a auto-estima do jovem belga.

Em solo francês, Jean Baptiste conheceu o som do violinista francês Stephane Grappelli e do seu compatriota, o guitarrista belga Django Reinhardt, e apaixonou-se pelo jazz. Ele já conhecia alguma coisa do estilo, graças às transmissões da BBC que chegavam até Bruxelas, levando o som das big bands norte-americanas, mas até então nunca havia escutado algo parecido com o que Grappelli e Reinhardt faziam. Aproximou-se do meio musical francês e chegou a tocar com os dois proeminentes jazzistas.

Em 1944 Thielemans retornou à Bélgica e tocou com uma banda do exército norte-americano, quando este libertou Bruxelas do jugo nazista. Decidido a investir na carreira musical, ele fez parte da banda do clube Ma Maison, em Bruxelas, onde teve a honra de acompanhar Edith Piaf, Charles Trenet e Django Reinhardt. O jazz passava então por um período de grande efervescência e o bebop emergia como principal força criativa do período. Fascinado pelo som de Charlie Parker, Thielemans foi o primeiro músico a tentar reproduzir, na harmônica, os  tortuosos mistérios do idioma bop.

Ele já era conhecido no meio musical belga como Toots, tendo recebido esse apelido em 1946, quando tocava na banda Le Jazz Hot, em homenagem ao saxofonista Toots Mondello, um famoso acompanhante dos anos 30 e 40, que trabalhou com Louis Armstrong, Teddy Wilson e Benny Goodman, entre outros. Em 1948, Toots fez a sua primeira viagem aos Estados Unidos, onde tocou com o trompetista Howard McGhee e com o pianista Lennie Tristano.

No ano seguinte, voltou a morar na França, estabelecendo-se em Paris, onde costumava tocar com os mais diversos músicos norte-americanos de passagem ou estabelecidos na cidade, como Sidney Bechet, Miles Davis, Roy Eldridge, Zoot Sims, Max Roach e outros mais. Toots foi uma das atrações do Festival International de Jazz All-Stars realizado em Paris, na prestigiosa Salle Pleyel, templo da música erudita.

Outros grandes músicos belgas, como o saxofonista Bobby Jasper e o guitarrista Rene Thomas, e franceses, como o pianista René Urtreger e o guitarrista sacha Distel, ajudavam a formar, juntamente com Toots, o núcleo do efervescente movimento jazzístico parisiense.

Em 1950 Thielemans fez uma excursão pela Europa, como membro da banda de Benny Goodman, graças a uma indicação de Ray Nance, membro da orquestra de Duke Ellington. Nance havia ficado impressionado com as habilidades do gaitista, que conheceu durante uma turnê do maestro pela Bélgica, e os dois se tornaram grandes amigos. Em novembro daquele ano, quando a banda de Goodman estava na Suécia, o gaitista conheceu o ídolo Charlie Parker e chegou a tocar com ele em uma jam no clube Nalen, em Estocolmo.

No ano seguinte, Toots decidiu tentar a sorte nos Estados Unidos e ali desenvolveu uma longa e muito bem-sucedida carreira. Em pouco tempo, já estava tocando com a nata dos músicos da época, com destaque para a sua breve participação no Charlie Parker's All-Stars, durante uma temporada de uma semana no Earle Theatre, em Filadélfia.

Reza a lenda que Miles Davis teria ficado incomodado com a presença do belga e vivia implicando com o seu sotaque fortemente carregado. Foi então que Parker deu uma bela regulada no trompetista: “Deixe o meu garoto em paz, Miles”. Nem mesmo Miles ousaria questionar uma ordem de Bird e Toots pôde tocar sossegado: “Eu não estava preparado para aquilo. Miles vivia me provocando, tirando sarro com a minha cara. Eu mal havia chegado aos Estados Unidos e já estava dividindo o camarim com Charlie Parker”, relembra o bem-humorado Toots.

O gaitista recorda com muito carinho o seu convívio com Bird: “Foi uma experiência memorável. Eu era o único sujeito branco da banda, formada por caras como Milt Jackson, Jimmy Cobb e Miles Davis. Ali, eu tocava tanto guitarra quanto harmônica. Charlie Parker era um monstro – para mim, ele ainda é o patrão. Ele me colocou sob sua proteção por algumas semanas e isso é algo que eu jamais esquecerei”.

Depois disso o gaitista trabalharia ao lado de Quincy Jones, Bill Evans, Ella Fitzgerald, Stan Getz, Peggy Lee, Dinah Washington, Paul Quinichette, J. J. Johnson, Dizzy Gillespie e muitos mais. Sua associação mais constante foi com o pianista inglês George Shearing, em cujo quinteto permaneceu de 1952 até 1959, tendo feito um sem número de concertos e gravações. Com o pianista, Toots se apresentou Newport Jazz Festival, em 1958.

Em 1959, quando o grupo de Shearing era atração de um clube em Hamburgo, na Alemanha, um jovem inglês chamado John Lennon, cuja banda também fazia uma longa temporada na cidade, costumava, sempre que possível, assistir às apresentações do quinteto, apenas para apreciar a técnica apurada de Toots.

Lennon sempre levava seu amigo e companheiro de banda George Harrison a essas apresentações e, influenciado pela sonoridade do belga, comprou uma guitarra idêntica à que o ídolo usava, uma Rickenbacker 1958 modelo 325 Capri. A guitarra acompanharia Lennon ao longo dos anos – era o instrumento que ele usava quando os Beatles se apresentaram pela primeira vez em um programa de TV dos Estados Unidos, o Ed Sullivan Show, em fevereiro de 1964.

Após seu desligamento da banda de Shearing, Toots montou um grupo, com o qual se apresentava com freqüência no clube Basin Street East e Herbie Hancock, que futuramente seria um dos pianistas mais badalados do cenário jazzístico, fez parte de uma dessas formações. O gaitista integrou o hepteto do pianista Raymond Scott, onde também atuavam o baterista Elvin Jones, o baixista Milt Hinton, o guitarrista Kenny Burrell e o trompetista Harry “Sweets” Edison.

Embora tenha gravado como líder algumas faixas para a RCA-Victor, entre 1952 e 1953, seu primeiro álbum oficial veio ao mundo em 1955. Intitulado de “The Sound: The Amazing Toots Thielemans”, o disco, que saiu pela Columbia, conta com as participações do pianista Ray Bryant, do contrabaixista Wendell Marshall e do baterista Bill Clarke.

Ao longo de quase 70 anos de carreira, uma das mais longevas de toda a história do jazz, Toots gravaria dezenas de álbuns, para selos como Riverside, ABC, Concord, Doctor Jazz, Polygram, Pablo Denon, Sonet, EmArcy, Candid e muitos outros. Em seus álbuns, presenças de pesos pesados como Pepper Adams, Kenny Drew, Wilbur Ware, Art Taylor, Dick Hyman, George Arvanitas, Gene Bertoncini, Bucky Pizzarelli, Marc Johnson, Herbie Hancock, Joanne Brackeen, Cecil McBee, Shirley Horn, Svend Asmussen, Red Mitchell, Ed Thigpen Ray Drummond e Joe Pass, apenas para enumerar alguns.

Em 1962, Toots compôs seu maior sucesso, “Bluesette”, em cuja gravação original, o belga fez uso da guitarra, assoviando em uníssono. O gaitista fazia uma temporada em Bruxelas, com Stephane Grappelli, quando começou a improvisar um tema no camarim do teatro onde se apresentavam. O violinista gostou e pediu que ele transpusesse aquelas frases para a partitura. Toots seguiu o conselho do amigo e deu ao tema o nome de “Bluette”, uma flor típica da Bélgica.

Pouco tempo depois, ao apresentar a música em um concerto na Suécia, um produtor local sugeriu que mudasse o nome da composição para “Bluesette”, por causa de sua estrutura de blues. A canção é considerada um verdadeiro clássico do jazz e foi gravada por nomes como Lee Konitz, Bill Evans, Herb Alpert, Al Haig, Marian McPartland, Buddy Rich, Hank Jones, Ray Charles, Tito Puente, Pete Jolly, Milt Hinton, Herb Ellis e uma infinidade de outros.

Do ponto de vista profissional, Toots sempre manteve a agenda recheada de compromissos. Criou jingles publicitários para empresas como Firestone e Singer e para o desodorante Old Spice, participou de trilhas sonoras de filmes inesquecíveis, como “Midnight Cowboy” (“Perdidos na noite”, dirigido por John Schlesinger e estrelado por John Voight e Dustin Hoffman), “The Getaway” (“Os implacáveis”, com Steve McQueen e Ali McGraw, com direção de Sam Peckinpah), “The Yakuza” (dirigido por Sydney Pollack, com Robert Mitchum encabeçando o elenco) e Bagdad Café (cult movie dirigido por Percy Adlon).

Durante a década de 60, Thielemans foi apresentado à música brasileira pelo gaitista Maurício Einhorn, seu grande amigo, e apaixonou-se pelo que ouviu. Tocou com diversas figuras importantes da MPB, como Astrud Gilberto, Elis Regina e Sivuca. O gaitista também tocou na trilha do seriado infantil Vila Sésamo, grande sucesso televisivo dos anos 70, e atuou em disco de nomes importantes da música pop, como Paul Simon, Billy Joel, John Denver, James Taylor, Julian Lennon, Joni Mitchell, Carly Simon e muitos mais.

Uma das maiores atuações de Toots Thielemans está registrada no álbum “Big 6 At Montreux”, gravado ao vivo na noite de 16 de julho de 1975, durante o célebre festival de jazz suíço. Além do gaitista, a banda conta com os talentos superlativos do pianista Oscar Peterson, líder da sessão, do vibrafonista Milt Jackson, do guitarrista Joe Pass, do baixista Niels-Henning Orsted Pedersen e do baterista Louie Bellson.

Trata-se de uma jam session espetacular, na qual seis dos maiores músicos do jazz se divertem e se provocam o tempo inteiro. A empolgação contagia a platéia e a gravação é permeada de gritos e aplausos efusivos por parte da assistência. Para abrir o disco, nada melhor que uma composição de Parker, “Au Privave”, na qual Pass, Jackson e, sobretudo, Thielemans, brilham intensamente. Curioso perceber como as frases imortalizadas por Parker soam igualmente eletrizantes quando transpostas para a gaita. Os gritos de êxtase da platéia dão a medida da excelência do sexteto e Peterson, qual um maestro ensandecido, joga ainda mais combustível na sessão, com solos trepidantes e desafiadores.

“Here's That Rainy Day”, bela composição de Jimmy Van Heusen e Johnny Burke, ganha uma versão em tempo médio, com amplo destaque para o vibrafone sensual de Jackson. Em seguida, é a vez de Thielemans, que improvisa de maneira voluptuosa, exibindo uma técnica singular, onde se misturam influências do bebop, do blues e do jazz manouche. A impetuosa performance de Peterson, calcada em frases rápidas e um senso rítmico invulgar, merece todos os encômios, assim como o esplendoroso solo de Niels-Henning.

A versão lânguida e relaxada de “Poor Butterfly”, de autoria de John Golden e Raymond Hubbell, é executada em quase dezesseis minutos de pura magia. A sensualidade fugidia que Jackson extrai do seu vibrafone faz um belíssimo contraponto ao sopro luxuriante e intuitivo de Thielemans. Solos de grande conteúdo emocional, como os elaborados por Pass e por Peterson, mostram a força da individualidade em uma arte que, curiosamente, se constrói coletivamente.

O sexteto encerra o set com uma poderosa interpretação de “Reunion Blues”, de Milt Jackson. O autor do tema não perde a proverbial vitalidade, insuflando os companheiros com sua pegada viril e rica em texturas. A sonoridade polida de Thielemans contrasta com o timbre corrosivo imposto por Pass e o diálogo que os dois travam ao longo do tema é um dos momentos mais entusiásticos do disco. Bellson patrocina um solo arrasador e domina a cena durante quase quatro minutos de fúria percussiva. Um álbum espontâneo, alegre e despretensioso, que reúne estrelas de primeira grandeza, comprometidas apenas com o sacrossanto ofício de espalhar sons e alegrias pelo mundo e que dignifica o aspecto lúdico do jazz. Mais do que recomendável.

Em 1978, o belga, em parceria com Bill Evans, gravou o incensado “Affinity” (Warner). Os anos 80 marcam a associação de Thielemans com os então jovens jazzistas Paquito D’Rivera, Jaco Pastorius e Pat Metheny. Em 1984, participou do último disco de Billy Eckstine, “I Am A Singer” (Mastermix), com arranjos do pianista Angelo DiPippo.

Em 1981, um derrame o afastou dos palcos e estúdios por cerca de seis meses, mas ele deu a volta por cima e retomou a carreira. Uma pequena seqüela na mão esquerda o obrigou a usar menos a guitarra, e por conta disso a gaita passou a ser utilizada quase que exclusivamente. No final da década, montou uma banda onde atuavam o pianista Fred Hersch, o contrabaxista Marc Johnson e o baterista Joey Baron.

Toots tem uma verdadeira paixão pelo instrumento e justifica esse sentimento: “A gaita é um instrumento pequeno, por isso seu tom tem uma característica tão pessoal. Você sopra e o som se materialize a apenas duas polegadas de você, como se fosse uma parte do seu corpo. Ela é como um amigo íntimo, algo essencial, que faz parte de sua alma profundamente.”

Durante a década de 90, Toots gravou o excelente “The Brasil Project”, produzido por Oscar Castro Neves, cujo volume 1 foi lançado em 1992 e o volume 2 em 1993. Ali, o gaitista mergulha na obra de compositores brasileiros, como Edu Lobo, Ivan Lins, João Bosco e Dori Caymmi, e conta com as participações dos músicos citados e de outros mais, como Djavan, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Milton Nascimento.

O incansável Thielemans seguia, até poucos anos atrás, uma impressionante rotina de 250 apresentações por ano. Atualmente, ele diminuiu o ritmo para pouco mais de 100 concertos anuais. Foi uma das atrações da primeira edição do lendário Free Jazz Festival, em 1985 e em 2009 foi o grande nome do festival de jazz de Guaramiranga, no Ceará.

Em 1998, Toots lançou o álbum “Chez Toots” (Private Music), onde revisita clássicos do cancioneiro francês, ao lado de convidados mais do que especiais, como Diana Krall, Shirley Horn, Diane Reeves e Johnny Mathis. Ao longo das últimas décadas, participou de álbuns de Don Sebesky, Marc Jordan, Joe Lovano, Richard Galliano, Henri Salvador, Jane Monheit e Tony Bennet, entre uma infinidade de outros nomes importantes.

Em 2001 gravou para a Verve o elogiado “Toots Thielemans & Kenny Werner”. No ano de 2006 prestou uma belíssima homenagem ao compositor Harold Arlen, no disco “One More For The Road” (Verve), que conta com as participações de, entre outros, Lizz Wright, Madeleine Peyroux, Till Brönner e Laura Fygi.

Sua influência está presente no trabalho de nomes como o brasileiro Alex Rossi, o norte-americano Howard Levy e o holandês Jan Verway. É um dos mais queridos músicos de todos os tempos e tem recebido incontáveis homenagens, nos quatro cantos do planeta. Foi agraciado com o título de barão em seu país natal, pelo Rei Albert II, em 2001, e empresta seu nome a uma rua em Bruxelas.

Possui doutorados honorários na Université Libre de Bruxelles e na Vrije Universiteit Brussel, ambas na Bélgica. Em 2009 recebeu da o título de Jazz Masters, concedido pela National Endowment for the Arts, e o Amsterdam Concertgebouw Jazz Award. Na França, recebeu a prestigiosa comenda de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras e do governo brasileiro ganhou a comenda da Ordem do Rio Branco.

No dia 23 de janeiro de 2009, dividiu o palco com o guitarrista Philip Catherine, em um show comemorativo do centésimo ano de nascimento de Django Reinhardt. O eclético Thielemans acompanha o panorama musical da atualidade e ouve de tudo, dando especial atenção aos novos nomes do cenário jazzístico, como Dave Douglas, Eliane Elias, Jamie Cullum, Brad Mehldau ou Lionel Loueke. Só este ano, a agenda de Toots informa que ele está escalado para festivais importantes, como o de San Sebastian, na Espanha, e o North Sea, na Holanda. O segredo de tamanha vitalidade é a música. Segundo o veterano gaitista: “A música é a minha vitamina”.

Quincy Jones, seu amigo e parceiro de longa data e com quem trabalhou na trilha sonora do filme “The Pawnbroker” (produção de 1964, dirigida por Sidney Lumet e que no Brasil, recebeu o título de “O homem do prego”), fala um pouco sobre a importância de Thielemans: “Posso dizer, sem hesitar, que ele é um dos mais importantes músicos da nossa época. Com o seu instrumento, ele produziu alguns dos melhores momentos do jazz. Ele toca com o coração e consegue levar você às lágrimas. Não consigo contar as vezes em que trabalhamos juntos e em todas elas Toots conseguia me surpreender com algo novo.”

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28 comentários:

RENAJAZZ disse...

CARO AMIGO ERICO VC MEXEU COMIGO ESTE PIANISTA MARAVILHOSO É O GRANDE RESPONSAVEL POR GOSTAR DESTE MUSICA CHAMADA JAZZ

Érico Cordeiro disse...

Grande Renajazz,
Seja bem-vindo. O Oscar Peterson realmente é fabuloso, em breve ele pinta com uma resenha à altura do seu talento e importância para o jazz.
Espero que você também curta o Toots, um monstro sagrado que ainda se encontra em plena atividade.
Abração.

José Domingos Raffaelli disse...

Caro Gran Master Érico,

Êpa, você não dorme mesmo, é um petardo (no melhor sentido) atrás do outro......

Lendo continuamente sua enxurrada de resenhas sempre eivadas da melhor informação, conhecimento e apreciação do jazz, com imenso pesar certifico-me o quanto sou lerdo, preguiçoso e virtualmente inábil para sustentar um ritmo dessa natureza.
Por favor, não entenda que haja inveja em minhas palavras, mas muita admiração por sua inesgotável capacidade de manter uma produção com tanta qualidade e - principal e fundamentalmente - dando uma lição aos pseudo-críticos que lamentavelmente infestam a crônica musical do que restou nos jornais e revistas pátrios.

Keep swinging,
Raffaelli

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:
Sua estupenda resenha está brilhantemente coroada por uma das grandes gravações da história do JAZZ.
Parabéns, grato pela música e melhor impossível.
QUALIDADE e BELEZA são itens importantes na VIDA - na música são fundamentais.
À guiza de comentário (dispensável, claro), o belga gravou com PARKER durante uma "jam", em 15 de maio de 1950 na "Salle Pleyel", Paris / França, os dois acompanhados por Miles Davis, Kenny Dorham, "Hots Lips" Page, Bill Coleman, Aime Barelli, "Big Chief" Russell Moore, Huber Hustang, Sidney Bechet, Pierre Braslavsky, Don Byas, James Moody, Hazy Osterwald, Bernard Pfeiffer, Tommy Potter e Max Roach, gravação que ficou preservada no CD nª 12 da coleção "Bird's Eyes" do selo Philology = hoje essa formação deveria custar alguns "zilhões" de dólares para subir ao palco.

Murilo disse...

O Toots é mesmo fantástico, muito suingueiro. Os discos Brasil Project são muito bons. Legal o texto Érico, gostei das infos. Um abraço.

Érico Cordeiro disse...

Caros Raffaelli, Apóstolo e Murilo,
Sejam muito bem-vindos e obrigado pelas palavras generosas.
Ao primeiro, digo que a "coluna" acabou dando uma ajuda nas postagens,pois durante o tempo de molho, muito pouca coisa eu podia fazer, exceto ouvir muita música e pesquisar bastante.
Ao segundo, essa banda é, como se dizia antigamente, "do balacobaco".
Ao terceiro, agradeço a presença - sempre muito alvissareira, afinal você é alguém que vive o jazz de forma muito intensa em seu dia a dia!
Abração aos três!

renajazz disse...

mil desculpas essa coisa de acordar cedo e esta com pressa me fez errar bastou eu ver a foto do disco do peterson que imaginei que era dele que vc estava falando e não li o resto da resenha.......
bem vida que segue vou prestar mais atenção e verei o que poderei postar desse tambem magnifico
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renajazz disse...

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bem para começar foi neste disco que eu escutei o toots pela primeira vez e fiquei maravilhado

esse é um dos discos que pela formação fizeram eu começar a ter conhecimento de grandes musicos eles me deram uma grande base para poder curtir jazz

Érico Cordeiro disse...

Pois é, reunião do Big Six é o que se pode chamar de um Dream Team do jazz!
Valeu pelos links, meu caro Renajazz!

RENAJAZZ disse...

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BEM MEU CARO ERICO ESPERO TER ME REDMIDO PELO MEU ERRO INICIAL FORTE ABRAÇO

Érico Cordeiro disse...

Valeu, meu amigo!

Fred Monteiro da Cruz disse...

Grande Érico!
Cada vez que entro neste blog fico mais entusiasmado com a qualidade as suas resenhas e a quantidade de informação musical de primeiríssima ordem que elas nos oferecem.. Desta vez, além do talento do fabuloso Toots, todo esse cruzamento riquíssimo de influências e encontros verdadeiramente predestinados entre Toots e um monte de ídolos do quilate de Edith Piaff a Grapelli e Django (novamente eles) Stan Getz (que tenor, meus Deus!), dos nossos feras brasileiros a John Lennon ..tanta gente maravilhosa desse Reino Mágico da Música... Uma viagem de bom gosto, enfim.. Muito obrigado por mais esta lição, Mestre! E a escolha sonora também não podia ser melhor.. é suingue pra mais de metro !!!

Érico Cordeiro disse...

Grande Fred,
É sempre um prazer enorme tê-lo aqui no barzinho!
Seja muito bem-vindo!
Pois é, quem diria que o Toots tivesse influenciado os Fab Four - tenho uma coletânea em que ele toca guitarra em algumas faixas e o som dele é muito bacana - lembra o Jim Hall, o Jimmy Raney, esses guitarristas de timbre mais clean.
Falando em Getz, em breve ele vai dar as caras por estas bandas.
Abração!

PREDADOR.- disse...

Em matéria de gaita (conhecida como harmônica de boca) e também de sanfona (vulgo acordeon) não devo dar nenhum pitaco para não causar polêmicas, constrangimentos e detonações. "Gaita" e "sanfona" não combinam com JAZZ e para encurtar conversa sou mais Maurício Einhorn.

Érico Cordeiro disse...

É, Seu Predador...
Quero saber onde é que o senhor leu isso...
Quer dizer que o jazz tem uma reserva técnica instrumental? Só pode baixo, piano, bateria, saxofone e trompete, é?
Como diria o Thiago: sinistro...

pituco disse...

érico san,

mr.toots leva a vida na gaita, na guitarra e no assovio...

não li a resenha ainda...pura preguiça...abaianei-me...mas, o farei a posteriori, certamente...

e no último comentário, alguém diz que prefere o sr.einhorn...nesse caso, eu também...

abraçsonoros
e vamuquivamu

Érico Cordeiro disse...

Mestre Pituco,
Pois é, o Toots é versátil - guitarra, gaita e assobio são seus "instrumentos" :-)
A briga aí é dura - O Einhorn é uma fera. Prefiro os dois! (pô, tô parecendo político mineiro).
Abração.

PREDADOR.- disse...

Mr.Cordeiro, não lí em lugar nenhum, é concepção minha. Não é também questão de reserva técnica instrumental. Convenhamos, gaita, sanfona, reco-reco, birimbau, xilofone.......são instrumentos inapropriados a certos tipos de música, e estamos falando de JAZZ. Cada um tem o seu entendimento referente aos instrumentos musicais clássicos que compoem os grupos de Jazz. Acho que fugir muito desses instrumentos convencionais, são acréscimos desnecessários e invencionices. Sem nenhum demérito para o músico Toots Thielemanas, mas gaita no JAZZ não dá!!

Érico Cordeiro disse...

Mr. Predador,
Quanto preconceito...
Quer dizer então que você não "apreceia" o Concerto nº 4 para porco, galinha e facas Ginsu do nosso Bruxo Hermeto Pascoal?
E o que dizer do sexteto de ocarinas e conchas marinhas do Steve Turre e os monges trapistas do Curdistão?
E o espetacular Four String Berimbau's Ensemble?
E a Banda de Pífaros, flautas peruanas, cabaças e tambores de lata do Turcomenistão, onde é que fica?
Você é muito radical, meu caro destruidor de mundos. Abra seus ouvidos para essas novas sonoridades e deixe de preconceitos.
Afinal, como diria Glauber Rocha, para fazer jazz basta uma caixinha de fósforo na mão e uma idéia na cabeça.

PREDADOR.- disse...

Pela ironia de sua resposta acima, não consegui saber se por pura gozação ou se é verdade que você, mr.Cordeiro, aprecia mesmo àqueles verdadeiros "atentados" intitulados de "novas sonoridades". Meus ouvidos estarão sempre fechados para esse tipo de "lixo musical".

Érico Cordeiro disse...

Ih, ó o cara!
É claro que eu curto essas novas sonoridades, Mr. Detonador de Planetas.
Elas renovam o jazz e revitalizam o estilo.
Agora com licença que eu vou ouvir o Four String Birimbau Ensemble Meets Ornete Coleman, gravado ao vivo no Pelourinho, com a participação do Olodum e do octeto de pau, corda e lixa de parede.

PREDADOR.- disse...

Só me resta achar graça, mr.Cordeiro, e comemorar a vitória do Vascão. Coisa de louco esse seu gosto musical não jazzístico!!

Érico Cordeiro disse...

Se não tivéssemos empatado em casa com Bahia e Figueirense, seríamos líderes!
Pra comemorar, nada melhor que o maravilhoso álbum reunindo Ken Vandemark, Cecil Taylor, Maria Gadú e o Trio Los Panchos, chamado Folk Songs For a Distant Pleasure.
Show de bola!

Anônimo disse...

Erico, gostei! Preconceito musical é o fim. Na música também não há pureza de sons, é o hibridismo que permite a beleza e a renovação. Abração, Kátia.

Anônimo disse...

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