Amigos do jazz + bossa

sexta-feira, 8 de julho de 2011

NO PRINCÍPIO ERA O CORNET...



O lendário Buddy Bolden costumava soprar o seu cornet com tanta força que, reza a lenda, conseguia se fazer ouvir em um raio de dez quilômetros. Seu toque era o chamado irresistível para uma festa pagã, uma luxuriante apoteose de sons, onde se misturavam, sem nenhum tipo de constrangimento, o minueto, a valsa e a mazurca europeus com o blues e o ragtime nativos. Essa mixórdia de ritmos e cores seria o caldo vital que originaria o jazz.
Negros, pobres, prostitutas, operários, artesãos, trabalhadores portuários, arruaceiros, imigrantes, cafetões. Todos atendiam ao chamamento de Bolden e se dirigiam para os bailes que ele comandava, nas regiões periféricas e nos bordéis de New Orleans. Por suas bandas passariam alguns dos pais fundadores do jazz, como o também cornetista Bunk Johnson e o clarinetista Frank Lewis. De temperamento difícil e grande apreciador do álcool, Buddy costumava se envolver em toda sorte de confusão.
Em 1907, durante um baile de rua, desentendeu-se com alguns integrantes da assistência, passando a agredi-los. A violência de sua conduta foi tamanha que a polícia foi chamada para contê-lo. Os homens da lei o levaram para o Insane Asylum Of Louisiana, uma instituição para doentes mentais e Buddy permaneceu internado até falecer, no dia 04 de novembro de 1931. Foi enterrado como indigente, completamente esquecido e totalmente apartado das glórias do passado.
Graças a Bolden, o cornet se tornaria sinônimo de jazz, pelo menos até meados da década de 20 do século passado, quando perdeu espaço para o trompete. Ainda assim, músicos ligados às mais diversas correntes do jazz, como Louis Armstrong, Bix Beiderbecke, Ruby Braff, Bobby Hackett, Freddie Hubbard, Don Cherry e Thad Jones, apenas para citar alguns, acabaram por adotá-lo e ele está presente em muitas gravações consideradas históricas.
O instrumento, que no Brasil é conhecido como cornetim, possui um ataque mais agressivo e tem um som menos polido que o do trompete, com quem guarda enorme semelhança no aspecto mecânico. De acordo com os ensinamentos do preclaro Mario Jorge Jacques, o cornet “foi o primeiro instrumento de metal a ser equipado com válvulas a pistão e capaz de reproduzir todos os graus da escala cromática”.
O maior nome do cornet no jazz moderno é, provavelmente, Nathaniel Adderley, o irmão mais novo e mais magro de Julian Cannonball Adderley. Nat, como era mais conhecido, não obteve a mesma notoriedade que o irmão, mas esse trompetista, compositor, arranjador e educador musical faz parte daquela galeria de músicos extraordinários que, por um motivo ou outro, permanece nas sombras, esperando ser descoberto por um maior número de aficionados do jazz.
Ele nasceu no dia 25 de novembro de 1931, em Tampa, na Flórida – pouco mais de vinte dias após o falecimento do seu predecessor Buddy Bolden. A família Adderley, comandada por Julian Sênior e mamãe Sugar, era bastante musical – o pai era trompetista amador e grande fã do jazz. Nat e seu irmão mais velho foram criados em Tallahassee, também na Flórida, por causa do trabalho dos pais, ambos professores da A&M University.
Aos doze anos Nat acompanhava o irmão Julian, cantando nas gigs do Edgewood Club, onde Julian comandava uma banda chamada The Royal Swingsters. Naquela época, Julian já era conhecido como Cannonball e tocava trompete, logo trocado pelo sax alto. Foi Cannonball quem ensinou ao pequeno Nat os primeiros compassos ao trompete, mas em pouco tempo o mais novo já se exibia com destreza e muita fluência.
Em meados dos anos 40, os irmãos Adderley eram bastante conhecidos na região de Tallahassee e chegaram a tocar algumas vezes com o futuro astro Ray Charles. Nat foi convocado pelo exército em 1951, tendo servido às forças armadas até 1953. Ele chegou a ser mandado para a Coréia, onde os Estados Unidos travavam mais uma de suas incontáveis guerras, mas não chegou a entrar em combate, atuando apenas como músico em bandas da corporação.
De volta aos Estados Unidos, foi lotado em uma base em Louisville, Kentucky e ali passou a se dedicar com maior ímpeto ao cornet, influenciado pelo estilo do lendário  King Oliver. Após a conclusão do serviço militar, Nat passou algum tempo em Washington, estudando na US Naval School of Music, e logo retornou a Tallahassee, onde se graduou em sociologia, para desgosto da mãe que queria vê-lo advogado.
Concluídos os estudos, ele foi se juntar à orquestra de Lionel Hampton em 1954, graças a uma indicação do trombonista Buster Cooper, permanecendo na big band do vibrafonista até o ano seguinte. Nesse ínterim, realizou algumas gravações como líder para a Savoy e a EmArcy. Em julho de 1955, Nat e Cannonball viajaram da Flórida até Nova Iorque, a fim de fazer uma visita ao amigo Buster Cooper. Em uma das primeiras noites na cidade, os dois irmãos resolveram assistir a um concerto de Oscar Pettiford no Café Bohemia.
Pettiford estava no palco, juntamente com o baterista Kenny Clarke e o pianista Horace Silver, mas o saxofonista da banda, Jerome Richardson, não havia chegado a tempo, por conta de compromissos em uma gravação. Assim que viu os dois irmãos com os respectivos instrumentos nas mãos, o baixista os convidou para subirem ao palco e tocar um pouco. O primeiro tema escolhido foi “I’ll Remember April” e os dois irmãos estraçalharam! Por causa da morte de Charlie Parker, ocorrida no início daquele ano, os holofotes foram bem mais direcionados a Cannonball, logo saudado como “o novo Bird”.
Mas Nat também teve o seu quinhão de notoriedade, por conta daquele impressionante atuação. O primeiro efeito foi o convite, por parte de Kenny Clarke, para participar do álbum “Bohemia After Dark”, gravado para a Savoy no mês seguinte. Ainda naquele ano, Nat esteve presente nas gravações de “Presenting Cannonball” (Prestige), álbum de estréia do seu irmão como líder e do qual também participam Jerome Richardson no sax tenor, Hank Jones no piano, Paul Chambers no contrabaixo e Kenny Clarke na bateria.
O primeiro disco de Nat como líder também foi gravado durante aquele auspicioso período. Trata-se de “Introducing Nat Adderley”, cujas gravações ocorreram no dia 06 de setembro de 1955, para o pequeno selo Wing, subsidiária da Mercury e que atualmente pertence à Verve. A seu lado, o irmão Julian, o pianista Horace Silver, o contrabaixista Paul Chambers e o baterista Roy Haynes. Todas as composições do disco são de autoria dos irmãos Adderley, com exceção de “I Should Care”, de Paul Weston, Axel Stordhal e Sammy Cahn.
A faixa de abertura é “Watermelon”, bebop furioso e ríspido, que apresenta uma pegada agressiva por parte do líder, que articula suas frases de maneira lúcida e desenvolta. Os solos do cornetista são vibrantes e intensos, tal como ocorre com o irmão, Julian, que exibe a influência parkeriana em seu modo de tocar. Silver está muito à vontade em um contexto tão viril e seu ataque mescla velocidade e paixão.
O blues acelerado “Little Joanie Walks” vem em seguida. Aqui o quinteto flerta com o hard bop de uma forma incisiva. Cannonball é um músico confiante e bastante criativo, dono de uma musicalidade natural, que flui sem nenhum esforço aparente. Nat é menos intuitivo e suas intervenções são mais estudadas, embora não abra mão da espontaneidade e sempre mostre disposição e vivacidade. Destaque também para o gracioso solo de Chambers.
“Two Brothers” traz os irmãos duelando em um ambiente sonoro de alta combustão. Cornet e sax atuam em contraponto, secundados por uma sessão rítmica que se alinha entre as melhores da época, merecendo atenção a formidável performance de Chambers. Único standard do álbum, “I Should Care” recebe uma interpretação delicada e emotiva. Destaques para a veia lírica do cornetista, que faz uma rápida citação ao “Bolero”, de Maurice Ravel, e para as inflexões à Benny Carter de Cannonball.
“Crazy Baby” é um blues luxuriante, que por vezes remete às harmonias imprevisíveis de Thelonious Monk, permite uma exibição de gala do quinteto. Nat é um intérprete vigoroso e sua atuação é um amálgama da tradição do blues com a voracidade harmônica do bebop. Destaques para a sofisticada percussão de Haynes, precisa e surpreendente, para a limpidez do sopro de Cannonball e para a exuberância pianística de Silver.
Com uma introdução arrebatadora, a cargo de Haynes, “New Arrival” mantém a animação, e em sua levada irresistível pode ser percebida uma genuína afinidade com o swing. Em clima de jam session, Silver usa seus dedos ágeis para criar uma cornucópia de harmonias. Fabulosos solos de Chambers, com a sua inequívoca habilidade com o arco, e Nat, cuja sonoridade expansiva faz lembrar os melhores momentos de Fats Navarro ou Dizzy Gillespie.
Cannonball domina a cena na feérica “Sun Dance”, com frases serpenteantes e um precioso sentido harmônico. Na parte final, sobressai o portentoso duelo entre o saxofonista e o endiabrado Haynes. Em “Fort Lauderdale” Silver impregna o ambiente com doses cavalares de groove, enquanto o líder concebe alguns dos solos mais impactantes do álbum.
Nat e Cannonball dialogam em ritmo acelerado em “Friday Nite”, trocando frases rápidas e improvisando de modo quase orgânico. Mais uma vez com o arco, Chambers exibe toda a sua maestria, perpetrando um solo de grande beleza. Haynes também apronta das suas e envereda por caminhos rítmicos bastante intricados.
Para fechar, o vigoroso “Blues for Bohemia”, cuja levada caudalosa e robusta lembra as deliciosas experiências de Ray Charles. O cornetista tem uma sonoridade rascante e é uma voz extremamente distinta, além de possuir grande familiaridade com o soul e o R&B. Sua execução encontra em Silver o parceiro ideal, graças à facilidade com que o pianista transita pelos ritmos mais fervilhantes. Um disco valioso, que enfoca o início da trajetória de uma dupla que, na década seguinte, estaria no epicentro das grandes transformações pelas quais o jazz passaria.
No ano seguinte, os irmãos Adderley foram contratados pela Mercury Records e formaram um quinteto, liderado pelo saxofonista. Sem conseguir o reconhecimento esperado, a banda foi desfeita em 1957 e o cornetista se juntou à banda de Gerry Mulligan. Em seguida, foi contratado pelo trombonista J. J. Johnson, em cujo grupo permaneceu por cerca de nove meses. Em 1958, Nat excursionou pela Europa com a orquestra de Woody Herman Band e participou de gravações sob a liderança de Sonny Rollins, Quincy Jones, Nina Simone e Tony Bennett.
Já o irmão mais velho obteve bastante notoriedade, ao se juntar à banda de Miles Davis. Considerado um dos pequenos grupos mais importantes e influentes do jazz, o grupo contava com sumidades da estirpe de John Coltrane no sax tenor, Bill Evans e Wynton Kelly no piano, Paul Chambers no contrabaixo e Jimmy Cobb na bateria. Com essa formação, o sexteto de Miles daria ao mundo o soberbo “Kind Of Blue” (Columbia, 1959), que até hoje remanesce como um dos álbuns mais reverenciados de toda a história do jazz.
Ainda em 1959, o altoísta deixou o grupo de Miles e montou uma nova edição do Cannonball Adderley Quintet, mais uma vez com a presença de Nat no trompete e cornet. O mais novo também ficou responsável pela administração da banda, lidando com as finanças e empresariando as apresentações do grupo, que iniciou a década de 60 como um dos mais requisitados e bem-sucedidos da época.
O ano de 1959 também foi importante por causa da gravação do seminal “The Cannonball Adderley Quintet in San Francisco” (Riverside), verdadeiro marco fonográfico na história da banda e grande sucesso de público e crítica. O álbum foi gravado no clube Jazz Workshop, em outubro daquele ano e o quinteto trazia em sua formação o pianista Bobby Timmons, o baixista Sam Jones e o baterista Louis Hayes e “This Here”, composição de Timmons, se tornaria um clássico do jazz.
Em 1960, outra gravação histórica do quinteto, desta vez no célebre clube Lighthouse, em Hermosa Beach. O álbum “At The Lighthouse” foi lançado em 1961, pela Capitol, e continha “Sack O’ Woe”, um dos maiores hits do grupo.  A banda havia passado por uma modificação importante, com Timmons dando lugar ao pianista inglês Victor Feldman mas a sua pegada continuava a mesma. Segundo o produtor Orrin Keepnews, este disco representa o nascimento do soul jazz.
O sucesso do quinteto deu novo impulso à carreira solo de Nat, que gravou os ótimos “Work Song” e “That’s Right” (ambos para a Riverside, em 1960), que contam com participações de figurões do jazz, como Wes Montgomery, Sam Jones, Percy Heath, Charlie Rouse e Bobby Timmons, entre outros. Além dos próprios discos, o cornetista tocou em álbuns de Oscar Brown Jr., Jimmy Heath, Bobby Darin, Yusef Lateef, King Curtis, Paul Gonsalves, Louis Hayes, Nancy Wilson, Sam Jones, Budd Johnson, Eddie Higgins, Wynton Kelly, James Clay, Johnny Griffin, Les McCann e muitos mais.
Durante aquela década, Nat aperfeiçoaria seus dotes de compositor, municiando a banda com os sucessos “Never Say Yes”, “The Old Country” e “Jive Samba” (este último contém uma forte influência da bossa nova). O grupo se transformaria em um sexteto, com a chegada do multiinstrumentista Yusef Lateef. Outra aquisição decisiva foi o pianista austríaco Joe Zawinul, autor de “Mercy, Mercy, Mercy!”, estrondoso sucesso do grupo, lançado no álbum homônimo, de 1966. O álbum vendeu mais de um milhão de cópias e ganhou o prêmio Grammy de melhor álbum de jazz instrumental do ano seguinte.
Em 1970, cansado da rotina de shows e gravações, Nat foi morar na tranqüila cidade de Teaneck, em Nova Jérsei. Naquela década, seria chamado a trabalhar em discos de gente do calibre de Kenny Clarke, Gene Ammons, Kenny Burrell, Dexter Gordon, Philly Joe Jones, Johnny Griffin, J. J. Johnson, Carmen McRae, Oscar Peterson e Red Garland.
Julian e Nat gravaram, no início de 1975, um ambicioso musical baseado na vida do lendário herói negro John Henry, chamado “Big Man” (Fantasy). Com música da dupla e letras de Diane Lampert e Peter Farrow, o álbum contou com as participações dos cantores Joe Williams e Randy Crowford, nos papéis, respectivamente, de Henry e de sua esposa Carolina. A parceria entre os irmãos Adderley continuaria a funcionar até agosto daquele ano, quando um derrame abateu o saxofonista.
Abalado pela perda do irmão, Nat voltou a Tallahassee desenvolveu uma estreita relação com a A&M University, onde seus pais haviam lecionado muitos anos antes. Foi artista residente daquela instituição e ajudou a desenvolver o programa de jazz da universidade. Também foi o criador e principal produtor do “Child of the Sun Jazz Festival”, em parceria com o Florida Southern College, em Lakeland.
Vida que segue, Nat montou um novo grupo no final dos anos 70, tendo como parceiro mais constante o baixista Walter Booker. Diversos saxofonistas importantes passariam por sua banda, incluindo revelações como Scott Whitfield, Antonio Hart e Vincent Herring e veteranos como John Stubblefield, Sonny Fortune e Ken McIntyre. O trompetista e seu conjunto se apresentaram em inúmeros festivais pelo planeta e tocaram em países como Canadá, Suíça, Holanda, Japão, Austrália, Nova Zelândia, Suécia e França.
Nos anos 80, Nat trabalhou exaustivamente, destacando-se sua participação na Paris Reunion Band, com quem excursionou por diversas vezes pela Europa. Durante a década seguinte, Nat teve diversos problemas de saúde por causa do diabetes, doença que, em 1997, causou-lhe a perda da perna direita. Naquele ano, o cornetista seria imortalizado no Jazz Hall of Fame de Kansas City. Ele também desenvolveu uma longa carreira como educador, dando aulas de teoria musical no Florida Southern College, além de ter ministrado oficinas em instituições de prestígio, como a Universidade de Harvard.
Ele foi o grande homenageado do Playboy Jazz Festival de 1999, no qual uma banda formada pelo trompetista Longineu Parsons, pelo baixista Walter Booker, pelo percussionista Airto Moreira, pelo baterista Roy McCurdy e pelos pianistas George Duke e Michael Wolff eletrizou a platéia, com interpretações de algumas de suas composições mais importantes, como “Jive Samba”, “Work Song” e “Sermonette”.
No dia 02 de janeiro de 2000, Nat Adderley faleceria, em Lakeland, Flórida, devido a complicações causadas pelo diabetes. Seu filho, o pianista Nat Adderley Jr., também seguiu a carreira artística e durante muito tempo foi o diretor musical da banda do cantor Luther Vandross. Precoce, Nat Jr. tinha apenas 11 anos quando escreveu para o tio Cannonball o arranjo de “I’m On My Way,” incluída no álbum “Why Am I Treated So Bad!”, de 1967. Aos 15 acompanhou o pai e o tio no Monterey Jazz Festival de 1971, no qual a banda interpretou uma composição sua, “The Price You Got to Pay to Be Free”.
O cornetista deixou uma obra de vulto, espalhada em discos gravados para selos como Savoy, Atlantic, Milestone, A&M, Pony Canyon Records, EmArcy, Riverside, Landmark, Jazzland, Capitol, Prestige, SteepleChase, Challenge Records, Galaxy, Enja, Timeless, Evidence e Chiaroscuro. Além disso, suas composições foram gravadas por nomes de peso, como Kenny Drew, Paul Horn, Hank Jones, Richard “Groove” Holmes, Bud Shank, Gene Harris, Thad Jones, Roy Ayers e muitos outros.
Adorado pelos colegas, foi descrito pelo jornalista Philip Elwood, do San Francisco Examiner, como “o mais amigável e cordial músico de jazz que já existiu”. No mesmo sentido, o crítico Richard Cook o considerava “um homem afável, que teve uma vida dedicada ao jazz e que sempre foi um amigo leal e um ótimo companheiro”. Sua contribuição mais importante talvez tenha sido a de resgatar a importância do velho cornet e investir-lhe de uma nova dignidade, adaptando a sonoridade tão particular do instrumento à sintaxe do jazz moderno.

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25 comentários:

PREDADOR.- disse...

Depois dessa resenha "escorreita", repleta de dados importantes e informações preciosas sôbre o "cornetista" Nat Adderley, um músico extraordinário, como você, Mr.Cordeiro, mencionou, "que por um motivo ou outro, permanece nas sombras, esperando ser descoberto por um maior número de aficionados do jazz", pouca coisa cabe acrecsentar. Na minha opinião, alguns de seus trabalhos como líder nos anos 70, 80 e 90 realmente não me agradam. Deixo, como sempre, para sua apreciação discos ótimos liderados por Nat, além do resenhado e alguns outros citados em seus comentários:
1."That's Nat Adderley" (Savoy-ano 1955, com os fabulosos Hank Jones e Jerome Richardson); 2."Branching Out" (OJC-ano 1958, com Johnny Griffin e o famoso The Three Sounds= Gene Harris, Andy Simpkins e Bill Dowdy); 3."Little Big Horn" (OJC-ano 1964, com Junior Mance trio e os dois maiores guitarristas do jazz, Kenny Burrell e Jim Hall). É isto!

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

Belíssima resenha e estupenda a gravação escolhida.
Na trilha do "PREDADOR" (que nada tem de predador, mas sempre com bom gosto) o album "Little Big Horn" é um alento para os sentidos; coisa de gente grande !
Parabéns, grato pela música e aguardo os próximos "post's".

Érico Cordeiro disse...

Caros Predador, RENAJAZZ e Apóstolo,
Sejam mais que bem-vindos.
Tenho uns cinco discos do Nat (gosto muito do Work Song e até os 45 minutos do segundo tempo o "Little Big Horn" estava na mira para ser postado.
Confesso que não conheço muito bem seu trabalho nos anos 70 exceto por uns discos que ele fez com o Johnny Griffin, mas sua obra é das mais interessantes, sobretudo por resgatar um instrumento que praticamente definiu a sonoridade original do jazz e que caiu em desuso depois.
Agradeço ao RENAJAZZ pela disposição em compartilhar conosco os links e ficam as dicas para que os amigos do blog se deliciem com o Nat.
Quanto aos próximos posts, meu caro Mestre, digamos que terão um conteúdo bastante "apostólico" :-) - espero que você aprove!!!
Um fraterno abraço aos três!

Anônimo disse...

Salve, Érico,
Tudo bem com você? Ainda está colunável?
Obrigado por esta aula. Tenho o Mercy, Mercy, Mercy! e mais alguns discos do Cannonball, inclusive um com John Coltrane, ao vivo em Chicago. Bom saber um pouco mais sobre esse grande músico.
Vou tentar baixar algo dele pelos links que o Renajazz deixou.
Dia 28 de julho nosso amigo Gilberto Mineiro produz o show com o Blues Etílicos. Nos vemos por lá, ok?
José Carlos Fontenele.

renajazz disse...

pequeno lembrete a senha é melachthon

renajazz disse...

pequeno lembrete a senha é melachthon

Érico Cordeiro disse...

Caros Zé Carlos e Renajazz,
Sejam bem-vindos.
Ao primeiro, digo que continuo colunável, mas melhorando aos pouquinhos :-)
Esse disco do Cannonball em Chicago, com Coltrane no tenor é maravilhoso. Também tenho e é um dos melhores discos do "gordinho".
Não sei se vou poder ir ao show do Blues Etílicos, mas a vontade é grande - se não puder ir, toma umas duas cervejinhas lá por mim, ok?
Ao segundo, obrigado pelas dicas e que muitos amigos possam conhecer um pouco mais sobre o trabalho do Nat.
Abração aos dois.

RENAJAZZ disse...

DEPOIS QUE VCS BAIXAREM OS DICOS DOS LINKS DO NAT A SENHA PEDIDA É MELANCHTHON A CITADA NOS POSTS ANTERIORES ESTA ERRADA

RENAJAZZ disse...

DEPOIS QUE VCS BAIXAREM OS DICOS DOS LINKS DO NAT A SENHA PEDIDA É MELANCHTHON A CITADA NOS POSTS ANTERIORES ESTA ERRADA

MARIO JORGE JACQUES disse...

Érico a dupla Adderley é realmente fantástica. Tive a gratíssima satisfação de poder assistí-los em 1972 no Teatro Municipal do Rio. Concerto explêndido com a participação de "Cannonball" Adderley (sa) - Nat Adderley (cornet)- George Duke (piano) - Walter Booker (baixo) - Roy McCurdy (bat)
E porque Cannonball? apelido dado a Julian Edwin Adderley pelo seu colega e baterista Lonnie Haynes, de início "cannibal" graças ao seu apetite gastronômico depois evoluiu para "cannonball" (bala de canhão) provavelmente pela engorda que obteve. Isto ocorreu quando da prestação do serviço militar sendo lotado na 36th Army Band junto com o pianista e compositor Junior Mance e o trombonista Curtis Fuller.
Abraços
Mario Jorge

Érico Cordeiro disse...

Caros MaJor e Renajazz,
Sejam bem-vindos.
Essa dupla era, sem trocadilhos, da pesada (embora o Nat fosse magrinho).
Que privilégio poder assisti-los ao vivo. E a quantidade de grandes músicos de jazz que se apresentaram no Teatro Municipal do Rio de Janeiro: Horace Silver, Art Blakey, Oscar Peterson, Teddy Wilson e muitos outros.
Uma ótima época para se viver - antes das janelas não passarem de um quadrado e de tudo enquanto é canto ter um prédio do Sérgio Dourado :-)
Abração aos dois.

John Lester disse...

Costumam dizer que Buddy Bolden morreu louco. Pra mim ele nasceu louco, daí ter escolhido o jazz.

Mais uma resenha daquelas, pra gente imprimir e guardar numa pastinha até que saia em livro...

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Meu prezadíssimo guru John Lester,
Tê-lo no barzinho é sempre uma indizível alegria.
Reza a lenda que à noite, ele saía do manicômio, escondido, para ouvir as estonteantes performances de um jovem cornetista chamado Louis Armstrong, o que mostra que talvez ele não fosse tão louco assim...
Obrigado pelas palavras sempre generosas!

José Domingos Raffaelli disse...

Caro Gran Master Érico,

Sua incrível produção em massa continua a pleno vapor numa seqüência que promete ser interminável, graças ao seu poder ilimitado de ouvir, analisar, conhecer e escrever sobre jazz.
Reiterando o que escrevi há tempos sobre sua invulgar capacidade de transpor para a crítica suas reações e emoções decorrentes da música, nesse particular você ocupa um posto análogo ao que ocupou Nat Hentoff quando foi editor da Down Beat, ou seja, quando nos anos 50 escrevia diariamente um monte de críticas!

Por isso, você é o Nat Hentoff brasileiro.

A propósito de Nat Adderley: quando ouvi a big band de Lionel Hampton no extinto Basin Street, ao apresentar seus músicos, disse que naquela noite estava estreando um músico jovem recém chegado da Florida referindo-se a Nat Adderley. Isso foi em agosto de 1954!

Por falar em Nat Adderley, você e os demais confrades conhecem a gravação de Work Song por Wes Montgomery para a Riverside ? Vale a pena ouvir e de quebra toca o irmão Cannonball Adderley.

Keep swinging,

Raffaelli

Jarbas Couto e Lima disse...

Érico, amigo, permaneço abismado com seu extraordinário saber sobre o jazz. Isto harmonizado com sua melodiosa escrita torna-se música de primeira. Seu teclado faz um maravilhoso jazz que adoro escutar.
Beijos!!!
Jarbas

Érico Cordeiro disse...

Caríssimos Raffaelli e Jarbas,
Prazer em tê-los a bordo!
Agradeço as palavras gentis - é o tipo de estímulo que faz bem à alma e dá forças para continuar essa caminhada.
Mestre Raffaelli, como de hábito, sempre presente nos momentos mais importantes do jazz - que honra poder compartilhar este espaço com alguém que viu e ouviu o melhor do jazz, bem de pertinho.
Esse disco Work Song é fabuloso - gosto bastante dele e vale a pena ser conhecido.
Um grande abraço aos dois queridos amigos!

Érico Cordeiro disse...

Olá, Dan!
Seja muito bem-vindo e vamos estreitar os laços de amizade.
Seu blog é um manancial de coisas boas e é uma honra dividir o espaço virtual com você.
Obrigado pelas palavras generosas e espéro que você se agregue à nossa confraria.
Abraços!

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

Qual o endereço do "blog" do DAN, que não conheço mas escreve sobre JAZZ e, como digo e repito, sempre queremos aprender, ouvir, saber mais, partilhar.
Grato antecipadamente.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Apóstolo,
O endereço é:
http://danjazzpoucodetudo.blogspot.com
Esse é o espírito do jazz: compartilhar informações e fazer novos amigos.
Abração.

Sergio disse...

Seu san, na sanha de virar "empresário" meu tempo está se diluindo... Pq temos q trabalhar, hein? Mas essa é outra questão. Com o "empresário" sem tempo quis dizer q tá impossível ir na vossa toada, maaaas, boas novas! A "carga" - e tenho q dizer q são livros, se não, já pensou? - chegou.

Mas o do Ruy Castro autografado, nada. Vai ver um Rui Castro apócrifo deu uma de pedra no meio do caminho.

Te escrevi um emeio AC, antes da carga, então a preocupação com os correios se resume agora ao livro autografado do Ruy. Parte do texto q te fiz virou postagem nova. Daí q a única importância desse emeio é um pedido com link q te fiz. Considere, please.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Sérgio,
Ia te responder o email, pois o site dos correios é atualizado às 14:00. Mas já que você me trouxe as boas novas, beleza.
O livro do Ruy Castro foi devolvido (eu errei na hora de colocar seu endereço, pus só bloco B).
Vou mandar de novo, autografadinho.
Mas se você olhar ele por esses dias, pode dar um sem autógrafo (ele fica com dois, de repente até pode dar o sem autógrafo para algum amigo).
Vou já passar na casa sônica - quanto ao East Of Eden, do Kalipse, te confesso que não é lá muito a minha praia.
Já tinha ouvido quando você postou e vi o vídeo, mas não me bateu - por isso não pus comentário.
Bom, tomara que o livro tenha a mesma receptividade que a Recobike.
Abração!

Sergio disse...

Gosto é uma coisa maravilhosa, né, seu mr.? É praticamente tudo que nos diferencia, individualiza, no melhor dos sentidos e nem vou completar o velho "que seria do azul, não fosse...?" é mais clichê do que as nossas inteligências podem suportar. Ocorre que aquela música do novo East Of Éden, álbum Kalipse... É linda, seu San! Linda, linda, linda... Infim, xá pra lá.

Posso dar um livro sem autógrafo com um bilhetinho dando conta de que o autografado está por vir. Apressa um processo particular que me ajuda a chegar mais junto no homi (com todo o respeito, craro)... E no mais, gostei do texto da última postagem do sônico. O assunto é o recorrente, mas dessa vez acho q disse mais, ficou mais inteligível, talvez, sei lá... Bem, bola pra frente q atrár vem gente.

Érico Cordeiro disse...

Como diria o esquartejador, vamos por partes...
Não é que não ache a música do East of Eden ruim, mas não me emocionou. Na verdade, ouvir pela radiolinha do computador é meio... anticlimático, dá apenas uma pálida idéia. pode ser que com o disco em mãos, ouvindo algumas vezes, prestando mais antenção eu acabe me encantando. O problema é que tem tanta coisa prá ouvir que você acaba tonto :-)
Seu texto está maravilhoso - pus um comentário lá.
Quanto ao livro do Ruy, pode fazer isso. Se der certo, hoje ou amanhã eu mando pelo correio o autografado. Abração!

Washington Luis Midoes e Silva disse...

A senha realmente é a segunda postada, mas em letras minúsculas...


melanchthon

Érico Cordeiro disse...

Valeu, Washington!

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