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sexta-feira, 23 de julho de 2010

APONTAMENTOS SOBRE O ABSURDO



Em um texto chamado “O absurdo e o suicídio”, publicado no livro “O mito de Sísifo” (6ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2008, p. 17/23), Albert Camus discute, de forma bastante profunda, a questão do suicídio e de todas as suas implicações. Para Camus, “só existe um problema filosófico realmente sério: o suicídio. Julgar se a vida vale ou não vale a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da Filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, vem depois”. Segundo ele, “matar-se, em certo sentido, e como no melodrama, é confessar”.

Definido pelo escritor franco-argelino como “o gesto definitivo” ou o “percurso sutil em que o espírito apostou na morte”, o suicídio é a mais completa e irrevogável forma de renúncia: o suicida, movido por seja lá qual motivo, renuncia à própria vida. Este ato extremo sempre despertou enorme preocupação no âmbito da literatura, da psicologia, da sociologia, da psiquiatria e da filosofia. O sociólogo francês Émile Durkheim buscou as motivações sociais que impelem alguém ao suicídio. O filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard encarava o suicídio como uma tentativa de escapar aos flagelos morais originados pelo desespero, a angústia causada pela sensação de finitude inerente ao homem.

Johann Wolfgang von Goethe provocou comoção entre a juventude européia, ao publicar, em 1774, “Os sofrimentos do jovem Werther”. O livro relata as desventuras amorosas do protagonista e sua paixão impossível pela bela Charlotte. O romance não correspondido consome a alma do atormentado Werther e este acaba por ceifar a própria vida. Além de projetar o nome do seu autor como um dos mais importantes da literatura alemã, consta que o livro desencadeou uma verdadeira onda de suicídios pela Europa e chegou a ser proibido na Dinamarca. Não era incomum encontrar em cartas de jovens suicidas, inspirados pelo taciturno Werther, transcrições de trechos do livro.

Para outro alemão, o filósofo Arthur Schopenhauer, o suicídio decorre de uma insatisfação profunda com a própria vida, de uma impossibilidade de consumar a vontade de viver em sua plenitude. No clássico “O mundo como vontade e como representação” (São Paulo: UNESP, 2005, p. 504), o filósofo do pessimismo revela o paradoxo crucial de quem põe fim à própria vida: “O suicida quer a vida; porém está insatisfeito com as condições sob as quais vive. Quando destrói o fenômeno individual ele, de maneira alguma, renuncia à Vontade de vida, mas tão-somente à vida. Ele ainda quer a vida, quer a existência e a afirmação sem obstáculos do corpo, porém, como a combinação das circunstâncias não o permite, o resultado é um grande sofrimento”.

Ninguém consegue ter uma explicação exata para o fenômeno, nem as religiões e nem a ciência. O suicídio continua a desafiar a curiosidade humana e a causar perplexidade, reverberando em nossa cabeça, todas as vezes que somos informados que alguém cometeu “o gesto definitivo”. No universo jazz, alguns músicos fizeram a opção pela morte, como os trombonistas J. J. Johnson e Frank Rosolino. Ambos construíram carreiras brilhantes e, ainda em vida, mereceram um reconhecimento à altura dos respectivos talentos. O mesmo não se deu com o engenhoso Sonny Criss, que permanece, até hoje, envolto em uma injustificável obscuridade.

O olhar lançado por William “Sonny” Criss na capa do álbum “This Is Criss” diz muito acerca da sua personalidade. Tímido e reservado, não era dado a muitas palavras e preferia se comunicar por meio da música. O temperamento arredio e introspectivo escondia um músico de enorme talento e versatilidade, e até hoje o seu suicídio, ocorrido em 1977, é lamentado pelos fãs do jazz. Embora não possa ser considerado um inovador, foi certamente um dos mais notáveis discípulos de Charlie Parker.

Em seus cinquenta anos de vida, construiu uma obra honesta e de muita personalidade, que lhe assegura um lugar de honra no panteão dos grandes músicos do jazz. O reconhecimento, todavia, é inversamente proporcional à grandeza de sua obra e à sua importância como intérprete, arranjador e compositor. Passados mais de trinta anos de sua morte, é imperioso conhecer um pouco mais da vida e da carreira desse grande altoísta e fazer justiça ao seu valioso legado musical.

Ele nasceu no dia 23 de outubro de 1927, em Memphis, Tennessee, e até os 15 ano, embora costumasse ouvir música e assistir a concertos em sua cidade natal, não havia demonstrado nenhuma aptidão musical especial. Em 1942 a família se mudou para Los Angeles, e foi ali que o jovem deu os primeiros passos no saxofone alto, ainda no colegial. Sua primeira grande influência foi Benny Carter, logo substituído em seus afetos pelo mago Parker, herói de dez entre dez jovens aspirantes a saxofonista dos anos 40. Suas primeiras experiências profissionais foram em bandas de R&B locais.

Aos 19 anos, Criss chamou a atenção do trompetista Howard McGhee e juntou-se à sua banda, onde teve a honra de conhecer pessoalmente – e tocar com – o ídolo Charlie Parker, dentre outros grandes nomes do bebop da Costa Oeste, como os tenoristas Teddy Edwards e Dexter Gordon e o baixista Charles Mingus. Em seguida, tocou com o vibrafonista Johnny Otis e com o trompetista Al Killian, integrou a orquestra do bandleader Gerald Wilson e entre 1950 e 1951 acompanhou o cantor Billy Eckstine.

No terço final da década de 40, participou de vários concertos promovidos pelo produtor Gene Norman, em um projeto chamado “Just Jazz”, acompanhando o patrão Howard McGhee, além de astros em ascensão como Stan Getz e Wardell Gray. Também tomou parte em vários concertos do projeto Jazz At The Philarmonics, organizados pelo empresário Norman Granz, o que lhe permitiu tocar com astros do quilate de Coleman Hawkins, Benny Green e Fats Navarro, além de ter lhe dado alguma visibilidade.

Esteve na orquestra de Stan Kenton em 1955 e, no ano seguinte, foi chamado a integrar o quarteto do baterista Buddy Rich. Sonny também acompanhou diversos músicos importantes, como Joe Newman, Eddie “Lockjaw” Davis, Chet Baker, Howard Rumsey, Dexter Gordon, Dodo Marmarosa, Hampton Hawes, Kenny Clarke, Memphis Slim, Plip Philips, Vince Guaraldi, Lawrence Marable, Lou Rawls e muitos outros.

Com sua reputação se firmando no meio jazzístico, o pequeno selo novaiorquino Imperial Records decidiu contratá-lo, em 1956. Álbuns como “Jazz in USA”, “Go Man” e “Sonny Criss Plays Cole Porter”, que contam com as participações de figuras como Sonny Clark, Kenny Drew, Barney Kessel e Leroy Vinnegar, são considerados pequenas obras-primas do bebop e dão uma inequívoca demonstração das habilidades do saxofonista. “West Coast Blues”, inccluída no album “Go Man” chegou a fazer algum sucesso nas rádios de R&B, mas a repercussão de seu trabalho foi bastante modesta. Esses discos foram reunidos em uma coletânea de 2 cds e relançados em 2000 pela Blue Note, com o título “The Complete Imperial Sessions”.

Entre 1962 e 1965, resolveu tentar a vida na Europa e fixou-se em Paris, onde foi muito bem recebido e tocou com grandes nomes do jazz francês, como o pianista Georges Arvanitas e o guitarrista René Thomas, tendo lançado alguns álbuns pela série Jazz In Paris, da gravadora Gitanes. Apresentou-se em diversos países do continente europeu, como Alemanha, Bélgica e Suíça, e tocou com vários músicos norte-americanos ali estabelecidos, como Kenny Drew, Johnny Griffin e Kenny Clarke, mas a saudade falou mais alto e ele decidiu retornar

De volta aos Estados Unidos, tocou com o bandleader Onzy Matthews, até ser contratado pela Prestige, em 1966, o que motivou sua mudança para Nova Iorque. Na gravadora fundada por Bob Weinstock, Criss lançou alguns dos melhores álbuns de sua carreira e teve a oportunidade de ser acompanhado por astros como Bob Cranshaw, Hampton Hawes, Monty Budwig, Shelly Manne, Cedar Walton, Tal Farlow, Conte Candoli, Ray Draper, Tommy Flanagan e Al McKibbon, entre outros.

Um desses discos é o excelente “This Is Criss!”, gravado no dia 21 de outubro de 1966, com produção de Don Schlitten, onde o saxofonista está acompanhado pelos superlativos Walter Davis Jr. (piano), Paul Chambers (contrabaixo) e Alan Dawson (bateria). “Black Coffee”, de Sonny Burke e Paul Francis Webster, abre o álbum com uma poderosa conjugação de sensibilidade e paixão, em uma interpretação magnética e encharcada de blues. Destaque para o piano sombrio de Davis e para as fabulosas harmonias costuradas pelo líder.

O sopro luminoso de Criss casa com perfeição com o clima alegre de “Days of Wine and Roses”, gema da ourivesaria de Henry Mancini, que aqui ganha uma roupagem colorida e mais acelerada que o habitual. O entrosamento da sessão rítmica é tamanho que Sonny não tem qualquer dificuldade em soltar a sua prodigiosa imaginação, em solos delirantemente belos.

“When Sunny Gets Blue” é outra imersão no blues, mas este se apresenta revestido de uma ternura sem par. A abordagem do quarteto é leve, mas não desprovida de emotividade. Criss e Davis dialogam no idioma da sensibilidade, enternecendo o ouvinte com delicadeza e frescor. Chambers, que até então vinha se mantendo bastante discreto, brilha em um solo veemente e de enorme precisão.

Davis mostra o seu conhecido talento como compositor com a trepidante “Greasy”, na melhor tradição do soul jazz feito por Cannonball Adderley. O trabalho de Dawson, verdadeiro dínamo rítmico, se sobressai tanto quanto a fluidez do líder, solista de enormes recursos e dono de uma criatividade aparentemente ilimitada. Groove de primeira, com Chambers atuando com a robustez de sempre.

A melancólica “Sunrise, Sunset”, extraída do musical “Fiddler on the Roof”, é uma valsa que exige total entrosamento do grupo. O tema vai sendo sobreposto pelos instrumentos, como uma delicada cortina de sons. Mais uma vez, piano e saxofone dialogam com intensidade, em um crescendo dramático que somente realça as qualidades da melodia.

“Steve's Blues”, de autoria do líder, é a faixa mais energética e intrigante do álbum. Bebop sorrateiro e de aparente simplicidade, vai ganhando corpo à medida em que os executantes vão abandonando o tema e mergulhando no improviso. Os solos de Dawson e do líder são nada menos que arrebatadores, mas o destaque é Davis. Lançando mão de uma sonoridade absolutamente contemporânea e arrojada, o pianista toma emprestados elementos do free jazz de Cecil Taylor, abusando das dissonâncias e acordes desconexos, mas suas idéias se concatenam de tal maneira que é impossível ficar indiferente a um discurso melódico de tamanha inquietude.

Uma das mais belas composições do pianista Hoagy Carmichael, “Skylark” está entre os standards mais gravados pelos músicos de jazz. A versão do quarteto não traz grandes novidades, mas se situa em um patamar bem acima do meramente correto. Criss, mais uma vez, brilha nos improvisos e imprime distinção e elegância ao tema.

Para encerrar, “Love For Sale”, de Cole Porter, ganha uma versão acelerada e bastante robusta. O piano de Davis carrega nas tintas do blues, fazendo o contraponto perfeito à vigorosa interpretação do líder, muito bem arrimada na tradição bop. O trepidante Dawson, com um trabalho de pratos soberbo, e Chambers, usando o arco em seu solo fenomenal, merecem ser ouvidos com atenção redobrada. Um disco primoroso e que representa, como poucos, uma preciosa síntese da obra de Criss.

Em 1968, graças à boa repercussão dos seus discos junto à crítica especializada, o saxofonista foi agraciado com um prêmio especial da revista Down Beat (Talent Deserving Of Wider Recognition) e brilhou na edição daquele ano do tradicionalíssimo Newport Jazz Festival. Mas as perspectivas de sucesso, que se afiguravam auspiciosas, não se confirmaram e ele retornou a Los Angeles, no inicio dos anos 70.

Sem contrato com nenhuma gravadora e com poucas oportunidades de trabalho, Criss sobrevivia, basicamente, de dar aulas em escolas da região de Los Angeles e de apresentações em clubes da cidade. Apesar das adversidades e demonstrando possuir um espírito solidário, manteve uma discreta militância social, auxiliando na recuperação de dependentes químicos e ministrando palestras em escolas, universidades e centros de reabilitação – ele próprio havia enfrentado e vencido o alcoolismo há alguns anos.

Continuou a liderar seus próprios grupos e a atuar como freelancer, gravando com Esther Philips e com o velho amigo Hampton Hawes. Em 1974, fez uma nova tentativa de se estabelecer na França. Desta feita, a receptividade a seu trabalho foi bem menor e ele retornou aos Estados Unidos no mesmo ano. Algumas de suas últimas performances foram uma apresentação no Festival de Monterey, acompanhando o espetacular Dizzy Gillespie, e a participação no Beale Street Music Festival, em Memphis, ao lado do Rei do Blues B. B. King, ambas em 1977.

Sua discografia é bastante rarefeita e mal chega a 20 álbuns. Além da Imperial e da Prestige, ele gravou basicamente para selos independentes, como Peacock Records, Liberty, Savoy, Muse, 32 Jazz e Xanadu. Todavia, seus últimos álbuns foram lançados por gravadoras importantes – “Warm & Sonny”, para a MCA e “The Joy Of Sax”, para a Impulse, ambos de 1976 – e demonstram uma maior preocupação comercial.

Neles, Sonny mesclava um repertório tipicamente jazzístico, como temas de Oliver Nelson, Sonny Clark ou Wes Montgomery, com sucessos da música pop, como “You’ve Lost That Lovin’ Feeling”, “You Are So Beautifil” ou “The Way We Were”. Bem produzidos e contando com a participação de músicos respeitáveis, como os saxofonistas Buddy Collette e Ernie Watts, o trompetista Blue Mitchell e o guitarrista Dennis Budimir, os discos tiveram uma recepção morna perante a crítica e os fãs de jazz, embora tenham ajudado trazer Criss de volta aos holofotes.

Contudo, o saxofonista não chegaria a desfrutar da popularidade que esses discos poderiam lhe granjear. No dia 19 de novembro de 1977, o músico, que sofria de câncer no estômago em estágio avançado, matou-se com um tiro. A família atribuiu o gesto extremo às dores insuportáveis que a doença lhe impunha e à completa impossibilidade de cura.

O mais triste é que em poucos dias ele deveria partir para uma excursão no Japão, que poderia mudar-lhe os rumos da carreira e levá-lo a um outro patamar de popularidade. Mas os seus álbuns, especialmente aqueles lançados pela Prestige – relançados em cd pela OJC – estão à disposição do ouvinte e servem de consolo a uma perda tão traumática e prematura.

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35 comentários:

Armando disse...

Interesantísimo relato Érico. Hace poco conseguí las grabaciones de Imperial sin ninguna información y no te imaginas lo valiosa que será para ponerme en contexto, la que ahora publicas. Gracias.

Saludos

pituco disse...

érico,

ceifar a prórpia vida para determinadas civilizações já foi ato ético...não acredito que hoje haja essa predisposição...

e o suicídio nem sempre é um ato individual...às vezes é cometido em grupo, em nome de seitas ou insatisfações sociais similares...enfim, atos como esse, eutanásia, pena de morte, ganham uma dimensão filosófica que transcende o 'contra ou a favor', não é verdade?

o próprio poeta drummond escreveu...o mundo não tem solução, os suicídas tinham razão...ou algo parecido com isso?...mas, qual seria o ideal desse remédio para os contratempos da humanidade?...enfim

curti pacas o sonzaço e a resenha bacanuda como sempre...uma aula, obrigadão

abraçsonoros

Hod disse...

A finitude perde-se em bilhões de opiniões e dispor da propria vida é questão de toal foro íntimo.

No que me diz respeito essa perceção significa que tomaria essa decisão caso o desamor e o desencanto pela vida fosse diametralmente oposta, ao que motiva viver todo o tempo que tenho para viver.

Vc entre tantos cita CAll Porter, e lembrei do Chet Baker, qrande expressão do West Coast Jazz, brilhante Trompetis, passeando pelo vocal e percussão.

Bom amigo, um bom final de semana

Forte abraço.

Salsa disse...

Tenho um ou outro. Procurarei os citados. Valeu, mr. Érico.

Érico Cordeiro disse...

Caros Armando, Pituco, Hod e Salsa,
Sejam muito bem-vindos.
Essa questão realmente é complexa e, por isso mesmo, desperta tanta discussão. São assuntos que, como disse o Pituco, possuem um conteúdo filosófico tão profundo que transcendem o 'contra ou a favor',
O Armando possui o "Complete Imperial Sessions", Mr. Salsa, que é fabuloso e altamente recomendável.
O Criss merece ser um pouco mais conhecido.
Quanto ao Chet Baker, ele tinha o dom de se "apropriar" de certas canções e suas interpretações costumavam ser definitivas, tanto cantando quanto tocando trompete. Uma lembrança sempre maravilhosa, amigo Hod!
Abração aos quatro!

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

Sem nenhuma dúvida, a melhor resenha sobre CRISS que já lí.
Também sem dúvida alguma a gravação escolhida é ótima, em que CRISS, no fabuloso "When Sunny Gets Blue", emula a articulação e o fraseado de BIRD, em extenso e mais que lógico solo = todas as frases e suas sequências são necessárias e suficientes; "a real masterpiece", simples, bela, definitiva.
A título de complemento, claro que dispensável para sua mais que importante resenha, CRISS gravou uma única vez com BIRD, no dia 16/junho/1952 (BIRD e CRISS nos saxes-alto, CHET BAKER ao trumpete, AL HAIG/piano e também RUSS FREEMAN/piano em uma das faixas, "Indiana", HARRY BABASIN/baixo e LAWRENCE MARABLE/bateria), no "Trade Winds Club" da Califórnia.
Foram 04 faixas, 43 minutos de pura emoção, disponíveis no estojo "Bird", volumes 12/13. No Brasil também foi editado na série "The Jazz Masters - 100 Anos de Swing", volume 16, Folio Collection.
Seu fôlego na escrita merece palmas.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Apóstolo,
Sua presença é sempre jubilosa e, como de hábito, com informações mais que relevantes para nós que amamos o jazz.
Não conheço essa gravação e lamentavelmente, comecei a coleção 100 anos de swing, mas não tenho todos os exemplares. Se não for incômodo, o disco está em nome de quem? Parker, Criss ou Baker (tenho o do Charlie Parker, apenas).
Grande abraço, Mestre, e muito obrigado pelas palavras generosas!

HotBeatJazz disse...

Ô¬Ô

Mr. Érico,

seu texto é absolutamente fabuloso, começando por citar um de meus pensadores prediletos, o Camus. Junto-me ao Pituco San, ceifar a própria vida é algo que transcende o julgamento moral ou filosófico. Afinal, a única coisa que realmente temos é nossa própria vida. Tirar o direito de gerenciarmos esta única propriedade que de fato temos, por questões morais-éticas-filosóficas, é de uma maldade ímpar.
A música de Criss é absolutamente divina, e isto, por si só, já o coloca em consonância com todo o universo espiritual.
Meu amigo, muitos parabéns a vc pela fantástica abordagem da obra deste incrível músico.

Ô¬Ô

olney disse...

É, mais um "show" do amigo Érico; se já é preciso fôlego pra ler seu extenso e recheado trabalho, imaginem para elaborá-lo.
Os fãs do jazz agradecem.

olney disse...

ps.:Não consigo parar de ouvir esse fabuloso quarteto. Dá pra "pandear"?

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

O CD nº 16 da série "The Jazz Masters - 100 Anos de Swing" saiu em nome de PARKER, com 08 faixas.
Dessas, as de números 2 ("Lisa" de George e Ira Gershwin, 9'59"), 4 ("The Squirrel" de Tad Dameron, 14'42"), 5 (o clássico "Indiana", 10'55") e 8 ("Irresistible You" de Gene DePaul e Don Raye, 6'05"), são com o grupo citado. Foram tomadas ao vivo, com o público manifestando-se.
Como o grupo estava atuando em um clube, o clima é de "jam", com faixas que permitem extensos solos = PARKER e CRISS soberbos, com CHET em segundo plano.

Érico Cordeiro disse...

Caros Mauro, Fig e Apóstolo,
Obrigado pelas palavras generosas (e pela presteza das informações, Mestre),
Em homenagem ao querido Apóstolo, ouço agora a esfuziante Confirmation, primeira faixa do álbum 100 anos de swing, com o genial Bird.
Grande Mauro, sabia que você era fã do Criss e que ia gostar do álbum postado.
Quanto ao pando, já está a caminho, amigo Fig.
Abraços aos três!!!

.Edinho disse...

Ao amigo vascaino Érico Cordeiro, que com o seu bom gosto musical e literário, me presenteou esse belíssimo disco ... Meu muitoooooooooo obrigado !!!! E pode mandar mais ( rss) !

.Edinho disse...

Eu classificaria este disco, superior a 10 estrelas se critico fosse . Sonny Criss sentia uma profundidade na alma ao tocar sua música. Ele ia bem fundo para extrair as suas belas notas musicais . Cada canção deste CD é um copo de cerveja bem gelado, descendo pela garganta em um dia de sol ou um whiskyzinho no fim de noite !

Érico Cordeiro disse...

Grande Edinho,
O jazzbarzinho entrega os "petiscos" na mesa do cliente, rápida e prontamente.
Não se preocupe, porque no baú ainda tem mais algumas coisinhas - em breve Enrico Pieranunzi, maynard Ferguson, Shorty Rogers, Shelly Manne e muito mais!
Abração!

MJ FALCÃO disse...

Vou já ouvir o "Sonny" Criss, que não conheço... A minha ignorância é grande, mas a vontade de aprender é muita....
Abraço amigo
o falcão

Érico Cordeiro disse...

Cara M. J. Falcão,
Seja muito bem vinda.
O jazz sempre tem a capacidade de nos surpreender. São tantos os grandes músicos que é mesmo impossível conhecer a todos.
Obrigado por sua visita e espero que você goste das músicas postadas.
Um fraterno abraço, diretamente do Brasil.

Sergio disse...

Ah, meu amigo, fortes dores em decorrência de um câncer no estômago em estado avançado e sem a menor possibilidade de cura, justificam qualquer ato desesperado. E o homem é gênio. Tenho tudo q me apareceu pela frente já há alguns anos, e ouvi ao álbum na leitura da (detesto esse nome): resenha. Parabéns seu San!

Olha, fui agraciado pela paciente amiguinha q me socorre na coisa dos plays. Amanhã eu JURO!, aprendo finalmente a lidar com aquela estrovenga.

E vc dizendo q é simples assim. Por isso q muitos desistem. E o moço q pediu a ajuda, na postagem abaixo concluiu q é pago. Sim e não, seu San. Depende dos conhecimentos de quem opera. Pobre moço...

Voltando às reses magra d lá um confere no moe. - q não é mugido, é uma boa banda de rock.

Abraços!

Em tempo: ouvindo um discaço! A dica pra variar veio de vossas postagens: Pierre Michelot (Round About A Bass) 1963. Um jazz orchestra de um bom gosto inquestionável! Grato muito grato gratíssimo.

Sergio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Érico Cordeiro disse...

Grande Mr. San,
Seja mais que bem vindo!
Aguardo a sonic-radiola com ansiedade e irei prestigiar a casa, sem dúvida.
Não tenho nada do Pierre Michelot como líder, embora deva ter alguns discos como sideman. Ele tocou com Chet Baker, Rene Urtreger e um monte de gente. Vou conferir o disco no Amazon.
Valeu a visita - tava com saudades de você, meu amigo!

Sergio disse...

Não, seu San, os plays já estão lá. Quando disse q "amanhã eu juro q aprendo", é q ficou prometida pra amanhã, a minha aula de reforço.

Quanto ao álbum do Pierre Michelot pode adquirir sem susto.

Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Indo, indo...

Sergio disse...

Mais e melhores descobertas em suas detalhadas postagens, mr. Erico: Dodo Marmaosa. E mais e piores sinas, tbm. Este, exímio pianista - ouço agora o Jug & Dodô, com Gene Ammons - foi submetido a rigorosos tratamentos de choque nos sanatórios americanos. Parece que no fim da vida, ainda se apresentava para os companeiros de manicômio. Êita ferro... O jazz e suas histórinhas amenas.

Citadino Kane disse...

Érico,
Parabéns pelo fôlego e qualidade das informações!
Abraços desde Belém do Pará,

Pedro

Rounds disse...

é sempre agradável passar por aqui...

abs

Érico Cordeiro disse...

Caros Sérgio, Citadinokane e On Tha Rocks,
Sejam bem-vindos e obrigado pelas palavras gentis.
Michael "Dodo" Marmarosa foi, ao lado de Bud Powell, Al Haig e Geirge Wallington, um dos primeiros pianistas do bebop.
Sei muito pouco a seu respeito e nada tenho dele como líder, mas parece que ele passou boa parte da vida em sanatórios e instituições psiquiátricas.
Ótima garimpagem sônica!
Abraços aos três!!!

Celijon Ramos disse...

Bem, isso é que é balanço! Uma maravilha. Quanta agilidade desses músicos! Veleu a resenha.
Um abraço!

Érico Cordeiro disse...

Compadre Celi, o "furão" (rs, rs, rs).
Mas tá perdoado, porque o querido "Tonhão" merece todas as honras - espero que você tenha dado um abraço nele em meu nome!
Pois é, o cara swinga pra dedéu - não é à toa que recebeu o selo Parker de qualidade.
Beijão pra todos!

Selena (Fran) disse...

Saudações Érico!
Adoro Jazz, Blues,reggae, clássica, na verdade não gosto de "sertanejo" e pagode, de restante, todo bom arranjo é bem vindo!

Sou um tanto leiga em Jazz, mas já vi que por aqui posso aprender bastante!

Paz e luz!
\o/

.Edinho disse...

Caro Érico ,
Gostei tanto do disco que me mandou , que coloquei lá no meu blog "JazZona", sem o seu consentimento (risos). Passa por lá pra tomar um " Black Coffee "( gostei muito do piano do Walter Davis lá na cozinha)
Maravilha de disco !

Saudações Vascainas !!!

Érico Cordeiro disse...

caros Edinho e Selena,
Sejam muito bem vindos!
A Selena já está convidada a se juntar à nossa confraria - espero que venha sempre ao jazzbarzinho!
Mestre Edinho, já deixei ema mensagem lá no Jazzona! É uma honra ser citado por você - obrigadão e fico contente que você tenha gostado do Pando.
Abraços aos dois!!

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO e prezado SÉRGIO:

Michel "Dodo" Marmarosa (nascido em Pittisburgh / Pensilvania a 12/12/1925, onde faleceu em 17/09/2002) foi definido pelo já falecido crítico Leonard Feather como "um dos mais brilhantes pianistas surgidos com o bebop".
"Dodo" iniciou o estudo sério do piano com 09 anos e descobriu o JAZZ via gravações de Art Tatum e de Teddy Wilson.
Desde o início da década de 1940 tocou em orquestras de baile.
Participou de gravações para os "V.Discs" (os discos da vitória para as forças armadas americanas durante a IIª Guerra Mundial).
Gravou em diversas ocasiões com Charlie Parker (29/12/1945 em formação sob o comando do "pitoresco" Slim Gaillard à guitarra, 28/03/1946 com participação de Miles Davis e em gravação que vocês 02 devem possuir, da VERVE, em que consta o "Famous Alto Break" do clássico "Night In Tunisia", em 26/02/1947, gravações pela "Dial" e distribuidas no Brasil pela VERVE....).
Em 11/01/1946 Dodo gravou sob seu nome, em Los Angeles, os clássicos "Mellow Mood", "How high The Moon" e "I Surrender Dear".
Sob seu nome e em 1947 gravou os albuns "Bopmatism", "Tone Painting I" e "Tone Painting II".
Uma boa apreciação do pianismo de Dodo Marmarosa é a do crítico e autor François Billard = "formado na dura escola de Czerny e Bach, seu estilo é muito equilibrado, brilhante em todos os registros; seja nos acordes, seja na exposição do tema em linhas prolongadas ("single notes" com a mão direita), nos presenteia sempre com rigor elegante; emprega combinações rítmicas, próximas em alguns momentos a Errol Garner; com uma mão no bebop e a outra nas nuvens, impulsiona toda a força dos grandes mestres do swing até descobertas harmônicas futuristas, sem deixar de apoiar-se na tradição swing de Teddy Wilson e de Jess Stacy".

Érico Cordeiro disse...

Mestre Apóstolo,
Que seria do jazzbarzinho se não fossem os nossos enciclopedistas?
Pois é, o Dodo tem uma reputação grandiosa, mas, infelizmente, nada possuo dele como líder.
Dei uma passada no Amazon e encontrei o Jug & Dodo a razoáveis 8 dólares, o que significa que em breve eu tomo coragem e peço.
Um fraterno abraço e obrigado pela generosidade em compartilhar essas informações com os amigos - e sobretudo, pela presteza!
Obrigado!!!!

APÓSTOLO disse...

Tentando que seja "em tempo", corrijo: a gravação do "Famous Alto Break" (47") está no lado 2 do 1º LP do album duplo "The Very Best Of Bird"(que vocês seguramente possuem), distribuido no Brasil pela WEA (não pela VERVE).

Érico Cordeiro disse...

Mais uma vez,a "tropa de elite" do jazzbarzinho está a postos para nos guiar. Pena, mestre, que eu não possuo esse "The Very Best Of Bird" - talvez até tenha essas gravações em outras coletâneas (vou dar uma procurada).
Abração!

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