Único músico brasileiro a dominar completamente o idioma jazzístico moderno, indo do bebop parkeriano ao mais ousado free com a mesma naturalidade e competência, o carioca Victor Assis Brasil nasceu no dia 28 de agosto de 1945. No mesmo dia e local, com uma diferença de apenas cinco minutos, nascia o seu irmão gêmeo, o pianista João Carlos Assis Brasil.
Sempre incentivado pela família, Victor, desde muito cedo, revelou um talento musical fora do comum e seu primeiro instrumento foi a gaita. Embora fosse autodidata, a seriedade com que se dedicava à música fazia com que o garoto copiasse os solos de saxofonistas e trompetistas de jazz, que ouvia com devoção, para reproduzi-los na gaita. Aos 12 anos, recebeu de presente uma bateria e passou a se dedicar com o mesmo empenho ao novo instrumento.
Quando fez 17 anos, ganhou de uma tia um saxofone alto e, com isso, começou a se aventurar com enorme paixão e intensidade pelas veredas abertas pelos ídolos Charlie Parker, Cannonball Adderley, Phil Woods e John Coltrane. Deslumbrado com as possibilidades do novo brinquedo, que casava à perfeição com a sua fabulosa musicalidade, o jovem saxofonista passava horas praticando, incansavelmente, e, a partir daí, teve a inabalável certeza de que a música seria um elemento determinante em sua vida e nela haveria de se enraizar profundamente.
Victor começou a tocar, basicamente, em reuniões familiares e em shows nas escolas da Zona Sul carioca, como os tradicionalíssimos colégios Andrews, onde estudava, e Benett. Em pouco tempo, já era capaz de encarar as concorridas jam sessions do lendário Beco das Garrafas, especialmente nas boates Little Club e Bottles, onde atuava a nata da música instrumental brasileira, além de cantores como Leny Andrade, Claudete Soares, Elis Regina, Pery Ribeiro e Wilson Simonal.
A reputação de exímio improvisador só aumentava e um dos primeiros músicos a reconhecer o talento do jovem saxofonista foi Paulo Moura, que tomou-o sob sua proteção e foi seu primeiro professor de teoria musical, ajudando-o a refinar a sua fabulosa técnica. Ao mesmo tempo, preocupado com as incertezas da vida musical, foi aprovado no vestibular para o curso de Direito, na Universidade Cândido Mendes, mas nunca chegou a concluí-lo.
Em 1965, quando alguns jornalistas, críticos musicais, radialistas e músicos cariocas criaram o Clube de Jazz e Bossa, coube a Victor a honra de protagonizar o show que marcou a inauguração do clube, realizado na boate Gaslight. O clube, na época, era presidido pelo jazzófilo Jorge Guinle e dentre os seus associados constavam nomes como José Domingos Raffaelli, Ricardo Cravo Albin, Luiz Orlando Carneiro, Ary Vasconcelos, Everardo Magalhães Castro e Silvio Túlio Cardoso. Suas reuniões eram realizadas, inicialmente, no Golden Room do Hotel Copacabana Palace, aos sábados, e, posteriormente, na boate Little Club, aos domingos.
Naquele mesmo ano, durante uma de suas apresentações no CJB, Victor foi ouvido pelo pianista e maestro austríaco Friederich Gulda, ele próprio um grande admirador e intérprete de jazz. Impressionado com o talento do saxofonista, o maestro incentivou-o a participar do Concurso Internacional de Viena, em 1966, onde Victor recebeu um honroso terceiro lugar, na categoria de saxofone.
O júri, integrado pelo próprio Gulda e por feras do calibre de J. J. Johnson, Cannonball Adderley e Joe Zawinul, deu a vitória a Eddie Daniels, bem mais experiente e então um destacado integrante da Thad Jones-Mel Lewis Orchestra. Posteriormente, Daniels tocaria com uma plêiade de grandes jazzistas, como Yuse Lateef e George Benson, e se consagraria como clarinetista, chegando a ser comparado a Benny Goodman e Buddy DeFranco, pelo apuro técnico e pela inventividade. Mas aquele terceiro lugar, obtido pelo jovem instrumentista brasileiro, que mal havia completado 21 anos, foi crucial na manutenção de sua auto-estima e de suas convicções musicais.
Aproveitando a oportunidade na Europa, onde ficou por quase um ano, Victor dedicou-se ao estudo de teoria musical e composição. Na mesma viagem, e de forma ainda mais surpreendente, o brasileiro foi eleito o melhor solista do Festival de Jazz de Berlim, que lhe renderia como prêmio uma bolsa de estudos na prestigiosa Berklee School of Music, nos Estados Unidos.
Victor gravou seu primeiro disco, chamado “Desenhos”, em 1966, para o pequeno selo Forma, secundado pelo pianista Tenório Júnior, pelo baixista Edison Lobo e pelo extraordinário Chico Batera. Trata-se de um verdadeiro marco na história da música instrumental brasileira saudado pela crítica especializada como “o primeiro grande disco de jazz gravado no Brasil” e que, infelizmente, se encontra fora de catálogo há vários anos.
O segundo LP, “Trajeto”, seria lançado em 1968, antes de sua partida para os Estados Unidos, e obteve ótima repercussão de crítica e público, especialmente do chamado circuito universitário. Naquele ano, Victor liderou um sexteto onde despontavam jovens instrumentistas como o pianista Haroldo Mauro, de apenas 18 anos e o tenorista Ion Muniz, então com 19 anos, fizeram a turnê “Calmalmas”. O grupo realizou concorridos shows em teatros e universidades país afora, apresentando o jazz a pessoas que, habitualmente, tinham muito pouco contato com esse tipo de música.
Marco na trajetória do saxofonista, foi a apresentação do seu sexteto, juntamente com o Quinteto Villa-Lobos e a companhia de dança de Sandra Diekens, na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, ainda em 1968. Sobre a importância de levar sua música às pessoas e formar um público interessado em jazz, Victor chegou a afirmar: “Ninguém avalia a minha felicidade diante de um garotão de cabelo parafinado, quieto, ouvindo minha música sem amplificadores”.
Em 1969, mais uma façanha internacional: foi considerado o melhor saxofonista do festival de Festival de Montreux, liderando um quinteto que contava com os fabulosos Dom Salvador (piano), Hélio Delmiro (guitarra), Edison Lobo (baixo) e Edison Machado (bateria). Em seguida, Victor partiu para os Estados Unidos, a fim de estudar em Berklee, onde ficou por cinco anos, aprimorando sua técnica e estudando, sobretudo, harmonia, arranjo e composição.
Na terra de Tio Sam, o saxofonista conseguiu um razoável destaque no concorrido cenário jazzístico – reza a lenda que, após ouvi-lo, um dos seus professores em Berklee, abismado com o seu nível técnico, teria lhe perguntado: “Você veio aos Estados Unidos para aprender ou para ensinar saxofone?”. Para ajudar a se manter, o saxofonista dava aulas de improvisação na J. D. School of Music, em Boston.
Ao longo da sua carreira, Victor tocou com nomes importantes como Dizzy Gillespie, Jeremy Steig, Red Mitchell, Albert Mangelsdorff, Slide Hampton, Richie Cole, Clark Terry, Chick Correa, Ron Carter, Jeff Gardner e Bob Mover, entre outros. Durante o período nos Estados Unidos, formou uma banda com músicos norte-americanos e brasileiros, onde se destacava o trompetista Cláudio Roditi.
Em 1970, durante suas férias, passou três meses no Brasil e aproveitou para gravar dois álbuns: “Victor Assis Brasil toca Antonio Carlos Jobim” (para o selo Forma), onde, pela primeira vez em disco, usa o sax soprano, e “Esperanto” (para o selo Tapecar), que somente foi lançado em 1974.
Produzido por Robert Quartin, o álbum “Victor Assis Brasil toca Antonio Carlos Jobim” (lançado em cd pela Atração Fonográfica) pode ser descrito como o encontro épico de dois titãs da música brasileira. Em comum, ambos possuíam uma incontida paixão pelo jazz e a aspiração de fazer uma música universal, sem perder de vista as peculiaridades harmônico-melódicas do samba e da bossa nova. Liderando um quinteto que contava com os mesmos músicos que o acompanharam em Montreux, no ano anterior, o saxofonista estava particularmente iluminado nesta sessão, gravada nos dias .
Solto de qualquer amarra estética e disposto a expandir as fronteiras do jazz e da música popular brasileira, Victor encontrou no repertório jobiniano o veículo mais que adequado para destilar a sua técnica invejável e a sua capacidade improvisacional aparentemente ilimitada. Perfeccionista ao extremo, jamais se contentava com um acorde que não fosse, no mínimo, irretocável.
Em “Wave”, tema que abre o disco, o arranjo torna o tema, por vezes, irreconhecível, sem jamais ofuscar-lhe a beleza. O fraseado do líder é prenhe de lirismo e criatividade, alternando os registros agudos e graves com o máximo de expressividade. O piano de Dom Salvador, outro improvisador nato, e a guitarra de Hélio Delmiro, preenchem todos os espaços da melodia e Edison Machado, soberano, mostra porque é um dos maiores bateristas brasileiros de todos os tempos.
“Só tinha de ser com você” rememora os gloriosos tempos do Beco das Garrafas, com um arranjo que reverencia todos os cânones do samba jazz. Bateria pulsante, com excepcional trabalho de pratos, baixo robusto, diálogos que beiram o impossível, discurso incisivo do saxofone e um piano ensandecido, dão a sensação de que o ouvinte se encontra em plena jam session dominical, na histórica boate Little Club.
Em “Bonita”, uma das jóias menos badaladas do repertório do maestro soberano, Victor se mostra senhor absoluto do vocabulário jazzístico, improvisando com extrema autoridade e com uma excepcional capacidade de concatenar o enorme fluxo de idéias de maneira lógica e coerente. Por outro lado, seu saxofone jamais soa mecânico ou cerebrino: sua música é feita com alma e emoção, apesar da elevada complexidade harmônica. Os parceiros que o acompanham compreendem essa intensa necessidade de expressão e jamais impões qualquer obstáculo ao vigoroso solista. Além do líder, outro destaque é Salvador, que aqui maneja, com competência ímpar, o órgão Hammond.
“Dindi” talvez seja a faixa mais arrojada do álbum, do ponto de vista estilístico, com uma introdução arrebatadora, a cargo de Salvador, novamente pilotando o Hammond. Os instrumentos vão se agregando aos poucos, primeiramente a bateria de Edison Machado, depois o etéreo sax soprano do líder, que após quase um minuto de improvisação livre começa a articular a melodia. Poucas vezes essa composição tão bela foi interpretada com tamanha ousadia, valendo destacar a guitarra à Wes Montgomery de Delmiro.
A delicada “Quartiniana”, feita em homenagem ao produtor Robert Quartin, encerra o álbum de maneira bastante tranqüila, com seu clima oriental minimalista. A reedição em cd, pelo selo Atração Fonográfica, traz, além da apresentação escrita pelo próprio Tom Jobim e que constava do LP, um emocionado e emocionante depoimento de Quartin, no qual revela a sua admiração pelo fabuloso músico e ser humano Victor Assis Brasil.
Mesmo sem concluir sua graduação em Berklee, Vitor retorna, definitivamente, ao Brasil em 1974 e decide retomar sua carreira profissional, já que era mais reconhecido no exterior do que em seu próprio país – fato que o magoava bastante. Vieram então novas turnês e apresentações pelo país, o álbum “Victor Assis Brasil Ao Vivo no Teatro da Galeria” (CID) e uma marcante participação na trilha sonora da novela O Grito, da Rede Globo, com a inclusão de quatro composições suas no disco.
Em 1976, sob a regência do maestro Marlos Nobre, apresenta a sua “Suíte para Sax Soprano e Cordas”, executada pela Orquestra Sinfônica Nacional, no templo da música erudita brasileira, a Sala Cecília Meireles. Em 1977, apresentou-se com o pianista Luiz Eça no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em um show histórico, que posteriormente seria lançado em disco.
No mesmo ano, fez shows ao lado do flautista norte-americano Jeremy Steig e, para coroar a sua obstinada luta pela causa do jazz, foi convidado por Art Blakey para ser o diretor musical do mítico Jazz Messengers – associação que, infelizmente, não se materializou, ante a ausência de tempo hábil para solucionar as intrincadas exigências legais e contratuais necessárias.
Em 1978, foi um dos destaques do I Festival de Jazz de São Paulo, deixando boquiabertos músicos como Chick Corea e Joe Farrell e merecendo rasgados elogios do crítico Leonard Feather, que, extasiado com sua performance, escreveu: “Victor Assis Brasil, um esplêndido saxofonista, não deixou que sua longa estada nos Estados Unidos confundisse seus valores, apresentando uma música firmemente plantada nos solos dos dois países. Seu ‘Love For Sale’ recebeu um tratamento altivo, contagiante, jamais incerto em seu senso de direção”.
No ano seguinte, apresentou-se no Festival de Jazz de Monterey e gravou seus dois últimos álbuns: “Victor Assis Brasil Quinteto” e “Pedrinho”, ambos pela EMI-Odeon. Victor foi um dos pioneiros na realização de workshops para jovens músicos e a sua influência pode ser sentida no trabalho de gente como Mauro Senise, Roberto Sion, Carlos Malta, Mané Silveira, Nivaldo Ornelas, Ivo Perelman, Zé Nogueira, Ion Muniz, Nailor Proveta e muitos outros.
Quando estava no ápice criativo e começava a desfrutar do merecido reconhecimento no Brasil, Victor Assis Brasil faleceu, vitimado por uma doença circulatória bastante rara, chamada periartrite nodosa, no dia 14 de abril de 1981, no Rio de Janeiro. Tinha apenas 35 anos. Seu legado, consistente em oito álbuns gravados no país e em mais de 500 composições, representa um dos momentos mais sublimes da música instrumental brasileira, capaz de ombrear-se à obra dos grandes mestres do jazz.
Após a sua morte, sua mãe conservou intactas, no apartamento da família, duas malas que havia encontrado no quarto do filho. Quando seu irmão, o pianista João Carlos Assis Brasil, decidiu abri-las, em 1988, deparou-se com centenas de partituras, que continham cerca de quatrocentas composições inéditas, compreendendo peças para piano solo, orquestra e quarteto de cordas, indo do jazz ao erudito, com uma nítida influência de compositores modernos como Satie, Debussy e Stravinsky.
O resultado dessa viagem afetivo-musical está contido no cd “Self Portrait”, lançado originalmente em 1990 pela Kuarup e relançado pela Biscoito Fino, no qual João Carlos se faz acompanhar por Paulo Sérgio Santos (clarinete e saxofone), Zeca Assumpção (contrabaixo) e Jurim Moreira (bateria). Dentre as 13 músicas escolhidas pelo pianista para compor o disco, destacam-se um tributo a Bill Evans, chamado “One for Bill”, e “Blues for Oliver”, composta em homenagem ao saxofonista e arranjador Oliver Nelson.
Em 2001, o guitarrista Alexandre Carvalho, o pianista Fernando Martins, o saxofonista Idriss Boudrioua, o contrabaixista Paulo Russo e o baterista Xande Figueiredo criaram o Quinteto Assis Brasil, dedicado à preservação da sua obra. Em 2005, ano em que Victor completaria 60 anos, o quinteto se apresentou, juntamente com o pianista João Carlos, na Sala Baden Powell, em um concerto em homenagem ao saxofonista.
Cioso de sua arte, Victor jamais se rendeu à ditadura do mercado ou aceitou submeter-se a contextos comerciais, apesar das eventuais dificuldades financeiras. Obcecado pela preservação da música de qualidade, costumava dizer que o jazz, no Brasil, só era pouco conhecido por causa da sua precária divulgação. Ele tocava apenas aquilo que lhe parecia relevante e sua honestidade, integridade artística e dedicação à música permanecem vivos, quase trinta anos depois de sua morte. Sobre ele, o querido José Domingos Raffaelli escreveu:
“Victor foi um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos. Tinha ainda muito a realizar, muito a oferecer, muitos projetos idealizados. Resta-nos o consolo da sua obra gravada. Uma obra inspirada, criativa e, acima de tudo, musicalmente honesta. Victor Assis Brasil deixou um grande vazio que não foi e dificilmente será preenchido, além de uma imensa saudade que não foi e não será amenizada no coração de todos os que tiveram a felicidade de conhecê-lo.”
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30 comentários:
Érico,
Parabéns por mais esta magnífica resenha. Victor Assis Brasil foi e continua sendo o maior músico brasileiro de jazz de todos os tempos, um idealista que sempre acreditou no que tocava e revelou dezenas jovens nos seus conjuntos, cuja maioria continua em atividade.
Ele foi um dos meus amigos mais queridos e levei-o para a Odeon quando estava sem gravadora. Na Odeon ele gravou seus dois últimos discos, para os quais tive a honra de redigir os respectivos textos.
Lembro perfeitamenrte como consegui "dobrar" o saudoso amigo Maurício Quadrio, então diretor artístico da Odeon, para que o contratasse. Isso foi logo depois do I Festival de Jazz São Paulo-Montrex, em 1978, quando o próprio Leonard Feather, presente ao evento, elogiou a atuação de Victor na sua coluna do Los Angeles Times.
Quando Victor faleceu de uma doença desconhecida e insidiosa, o Jornal do Brasil, no qual eu trabalhava, publicou na capa do Caderno B minha matéria sobre ele.
Há no Rio uma estátua de Victor no Parque dos Pàtins, na Lagoa Rodrigo de Freitas, com uma frase extraida da minha matéria no pé da mesma.
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
Obrigado pela presença e pelas palavras gentis.
Suas matérias foram a base pela qual eu me guiei para escrever esta resenha.
O Victor era, de fato, um músico especial e, de acordo com todos os que com ele conviveram, como você, um ser humano de primeira.
Pena que tenha partido tão cedo, mas deixou uma obra lindíssima e emocionante.
Um fraterno abraço!
Desse quero saber tudo! Mas com calma para beber a história. Tenho alguns álbuns dele, mas não este postado. Me Pandeia "Clementino"!
Mestre Raffaelli, me obriga a fazer algo q há muito não faço, caminhar a volta da Lagoa Rodrigo de Freitas, pra ver a tal estátua. Era um hábito saudável e prazeroso que faz tempo não executo. Quero ler a frase.
Sobre frase e estátua, lembrou-me uma imagem de merecida pompa e circunstância que gostaria de dividir com os amigos:
http://2.bp.blogspot.com/_eXNA7sx3Rxk/Sb7dHUsQMKI/AAAAAAAAAQA/qB45TgM20k4/s320/Kennystreetsign.JPG
érico san,
primeiramente...piramidal ao cubo...victor assis brasil é um dos grandes músicos brasileiros em todos os tempos, em minha singela opinião
meu primeiro contacto com o trabalho desse grande artista foi através desse Lp de tua postagem (faz tempo, hein?)...era adolescente e chamou-me a atenção o cara recostado com um sax soprano tocando um repertório do maestro jobim (de quem já nasci fã)...pedi ao camarada da loja pra tocar, mas ele se recusou, pois estava selado...comprei e depois todos os outros do victor...costumo brincar, afirmando que é um caso raro em que a foto da capa atuou em favor da compra...rsrsrs
'wave', em minha opinião, talvez seja o registro instrumental mais 'expressivo' desse tema...até hoje, costumo rolar aqui no hd.
há dois anos atrás, conheci o ion muniz no site de relacionamento, orkut, em uma comuna dedicada ao maestro jobim...até seu falecimento, o ion tornou-se outro mestre pra mim, dando dicas bacanudas sobre o que ouvir e relatando estórias...além de me esclarecer muitos assuntos musicais e coisa e tal...ele demonstrava um respeito enorme quando nos referiamos ao victor
e dos músicos citados em teu post sou fâzão de todos...conheço pessoalmente alguns...e quando eu crescer, quero tocar tanto quanto eles...rs
curto pacas tuas resenhas brazucas...sem levantar bandeira pois que a música é universal, mas o berço esplêndido faz músicos e artistas em grande estilo.
abraçsons tropicais
Caros Pituco e Sau San, o Sérgio,
Sejam bem-vindos.
Agradeço de coração as palavras generosas dos amigos e acho desnecessário dizer (mas digo assim mesmo - rs, rs, rs) que o Victor merece todo o nosso apreço e todas as loas possíveis.
É e continuará sendo uma referência - o Ion tocou com ele no final dos anos 60 e até hoje tem gente que o cita como fundamental em sua formação!
Um discaço, realmente - uma viagem sonora da maior qualidade e Wave é um monumento em forma de música!
Abraços aos dois.
PS.: Como diria a saudosa Kelé, "fui feito prá Pandear"!!!
Grande Érico!
Vitor Assis Brasil é daqueles que a gente não esquece. Me lembro MUITO BEM do vinil (naquele tempo a gente chama elepê..eheheh) que comprei lá pelos 80 do século passado. Ele interpretando Jobim! Claro que foi a isca que faltava (se é que faltava) pra me deixar ainda mais apaixonado pelo jazz. Uma pena que ele se foi tão cedo. Ainda guardo muito carinhosamente este vinil.
Grande Sérgio,
correspondente do j+b na pequena e pacata cidade de Amsterdão d'Oeste,
Esse disco me lembra muito uma época (anos 80) em que nos reuníamos no apartamento de um querido amigo prá bater papo, tomar cerveja e ouvir muita música (tem uma postagem sobre ele e seu apartamento, é só ir nos marcadores e clicar em "Arlindo Raposo").
Discaço, mas só consegui comprar esse disco há uns cinco ou seis anos, depois que foi reeditado pela Atração Fonográfica.
Valeu pela presença e continue a caçada pelas melhores casas de jazz da Grande Maçã!
Abração!
Erico apesar de discordar de que Victor Assis sejao o unico brasileiro a dominar completamente o idioma jazzistico moderno, concordo que ele é brilhante e
pioneiro na apresentação e na projeção q obteve na Europa mesmo antes de gravar aqui.
Victor Assis é grande. Esta versão de Bonita toca sempre no meu mp3 player, delicia total.
abs
paul
Grande Paul,
Na verdade, o que eu quero dizer é que o Victor consegue transitar pelo idioma jazzístico moderno de uma forma tão natural que parece que o sujeito se criou na Rua 52.
Outros grandes músicos, como o Paulo Moura ou o Wagner Tiso, também conseguem fazer essa ponte com o jazz, mas por um ou outro motivo não mantém o jazz com a mesma intensidade e intimidade que o Victor.
Nele o jazz é algo orgânico, vital, embora ele nunca tenha abandonado as suas raízes brasileiras. Em muitos outros músicos brasileiros o jazz é uma influência, mas eles não parecem vivenciar e nem elaborar com a mesma força.
É como se tivéssemos um sambista com a mesma estatura de um Cartola ou de um Paulinho da Viola, só que nascido nos States.
Para mim o Victor é isso: sua música está no mesmo nível que a dos grandes jazzistas americanos, pais do estilo!
Abraços fraternos, meu caro!!!!
Bela explanação no quesito “porque o nosso V.A. Brasil é mais jazz que outros dos nossos”...
Te mandei um emeio make urgente, amigo san. Assim q assentares suas reais emergências, dê uma passada de olhos e ouvidos, sim? Valeo!
Já li e ouvi, Seu San!
A resposta também já mandei.
Valeu mesmo!!!
bem acho q porque vivi já um tempo lá fora e outro cá vejo um pouco diferente esta questão, mas, tiro o chapéu pela explanação supimpa.
fica aqui o meu viva para Vitor Assis, Egberto Gismontti, Antonio Adolfo, Hermeto Paschoal, Sergio Mendes, João Donato, Bola Sete, Tom Jobim e tantos outros.
abs
paul
Grande Paul,
Valeu mesmo - diferenças de pontos de vista são sempre bem-vindos, ainda mais quando temperadas ao som de muita música (ou de Muza Música).
E Viva itor Assis, Egberto Gismontti, Antonio Adolfo, Hermeto Paschoal, Sergio Mendes, João Donato, Bola Sete, Tom Jobim!!!!
Abração!
Ô¬Ô
Seu Érico, antes de tudo parabéns pelo resgate e palavras, como sempre de uma categoria arrazadora. Fazem juz, inteiramente, ao talento e competencia do Victor.
Fui amigo de faculdade do Pedro, o caçula do clã Assis Brasil, ao qual o Victor dedicou o álbum "Pedrinho". Victor não foi só uma dos maiores músicos que conheci, foi também um grande sujeito, com um coração e um caráter que, infelizmente, são tão difíceis de se esbarrar por aí. A saudade dele é inextinguível, não só aquela dos palcos, mas aquela das noites de papos e de risos soltos, que só encontramos no interior de nossos lares, junto dos amigos.
Hj o senhor me levou as lágrimas, lágrimas de muita, mas muita saudade, de mais um dos diletos amigos que não posso mais conviver. Amigos como o trompetista Barrosinho e o saxofonista Oberdan Magalhães, e é por estes, também, que não posso deixar de te corrigir, o Victor não foi o único a dominar os idiomas, por vc tão bem citados. Ele próprio te corrigiria em sonora e gentil gargalhada carinhosa, tenho certeza disso. Amigo Érico, eu entendi bem que tua afirmação parte nao de uma exclusão a outros, e sei que ela é proveniente de uma imensa admiração e respeito teu pelo Victor. Mas não posso deixar de colocar aqui algo que vale pra tudo na vida, não existe e nem existirá nunca, alguém único ou o maior em termos de música. Simplesmente pq a música é uma arte coletiva.
mas me levastes as lágrimas hj, lágrimas ótimas,pq derramadas para todos meus diletos amigos com os quais já não posso mais conviver.
Sacanagem Seu Érico!!!
Grandes abraços a vc meu amigo
Ô¬Ô
O Mauro é único.
diferença alguma grande amigo virtualissimo Erico..risos..
se a gente estivesse em volta da mesa de um bar ia rolar um papo super bacana com muitas risadas , cerveja e brindes....
diferenças alimentam nossas idéias e nos fazem refletir o q pensamos...no mais é musica.
jazz:bossa e outros baratos.
abs
paul
Sejam muito bem-vindos, Mestres Mauro, Sérgio e Paul,
Já pensou, Mr. Paul, como seria esse papo em uma mesa de bar? Certamente detonaríamos alguns hectolitros do precioso chá de malte e lúpulo, bem gelado, e passríamos horas falando desse assunto que nos apaixona e emociona: a música!
Pois é, Seu Mauro, não sei se me expressei mal ou se minha visão está equivocada, mas o que quis dizer é que o Victor realmente tocava jazz de uma maneira diferenciada.
Decerto há músicos fantásticos, inclusive morando e trabalhando nos EUA ou na Europa - Airto, Roditi, Hélio Alves, Duduka da Fonseca, Raul de Souza, entre incontáveis outros - mas acho que pela obra, pela disposição em extrapolar fronteiras, pela ousadia, enfim, por tudo o que fez em tão pouco tempo, o Victor galgou um outro nível - não era só um intérprete superlativo, mas um criador.
Maravilha saber que você, Mauro, pôde privar da companhia dele e conviver com ele e sua família. De resto, só posso reproduzir o que disse o mestre Raffaelli:
"Victor Assis Brasil foi e continua sendo o maior músico brasileiro de jazz de todos os tempos, um idealista que sempre acreditou no que tocava e revelou dezenas jovens nos seus conjuntos, cuja maioria continua em atividade."
Grande abraço aos três!
E, quem sabe uma hora dessas a gente toma esse chopp?
Pois é, tínhamos que ser todos muito ricos para concatenar os compromissos e a distância, sem que ninguém sofresse um revés financeiro. De minha parte, se o encontro fosse no Rio, poderia começar num Troigros qualquer - já que ricos seríamos -, mas obrigatoriamente terminaria no Dudu. O pé sujim mais simpático do Leblon. E pode ter certeza, lá é que a festa ia começar.
Mestre san, tá tão raro pé-sujos decentes e autênticos na zona sul do Rio de Janeiro que qualquer dia, só pra ver em exposição o ovo rosa e a bandeja de torresmo no balcão, teremos que pagar couver artístico. E, pode anotar, essa inversão de valores (o chique ser a birosca) ainda há de acontecer!
Esqueci dois recados importantes: o Jon Faddis é um assomboro! Ouço agora Youngblood e o cara manda muito!
E o outro recado é bem curtinho e merecido... FOGO!!!
Torço para que isso ocorra o mais breve possível: o encontro etílico-papológico dos blogueiros - de preferência na gloriosa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro - e que as biroscas se tornem o point chique, Mr. Seu Sérgio.
Quanto ao Faddis, não conheço esse disco, mas o Legacy é bacanudo. Se quiser, posso estar anteciPando (mas acho que, pela forma como você falou do Faddis, esse já deve tá rolando no player há um bom tempo).
Ah sim, muito importante: 3, 2, 1, FOGO! Rs, rs, rs!!!!
Eu tenho o Legacy e foi o 1º q baixei e ouvi. Vou atrás de mais Faddis - não resisto: o pai do Mussum, "My faddis"... Foi mal, foi mal, foi mal...
É Seu San,
Acabo de ver um duo com o Oscar Peterson no Amazon, a seis verdinhas. Não curto muito esse formato, mas acho que vou acabar adquirindo uma hora dessas!
Quer dizer que o cara é o Mussum's Faddis - sinistro, Seu San! Sinistro!
Valeu - ah! e o nosso amigo Salsa voltou à ativa!!!
Tenho umas gravações do Vítor. É som pra mais de metro. Bela homenagem.
Grande Mestre Salsa!
Seja bem-vindo à blogsfera, após um não tão longo e nem tão tenebroso inverno!
Tomara que agora seja prá ficar mesmo - nada de férias compulsórias!
Assino embaixo: o cara fazia um som pra mais de metro mesmo!
Abração!
Seu san, se eu te dissesse que conheci um duo de violonistas CHINESAS!, tocando e BEM!, mpb, vc ficaria muito curioso?... Poxa, eu fiquei. E a M é que não há como baixar e acho q nem no Amazon aparece pra vender. Então, a informação q pegeui no Manhathan Connection – naqueles intervalos musicados do programa, sabe? – q eles põe a música e dão crédito, com direito a uma chamada do Lucas Mendes, dizendo de quem será a música... ? Pois é, já “panhei” muita dica boa de som nesse programa...
Enfim, fica a informação pela metade. O nome do duo é “Beijing Guitar Duo”. Achei o site das moças pra te dar uma informação mais completa:
http://www.beijingguitarduo.com/
Pela metade pq não há disco, claro. Mas sei lá, né, vai q o Pituco san ainda aparece aqui e conhece e nos manda um link...
Mr. Seu San,
Vivendo e aprendendo - taí que eu não sabia que na Chhina se ouvia (e se tocava) Mpb. Mas Tom é universal, donde se conclui que até lá o nosso maestro soberano conseguiu levar a sua música.
Vou dar uma sacada, ok?
Abração!
teste.
Bela HOmenagem ao Vítor. Parabéns.
Caro Raul,
Obrigado pela visita e pelas palavras gentis.
Venha sempre que desejar ao barzinho virtual, onde você será sempre bem-vindo.
Abraços!
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