Amigos do jazz + bossa

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ARDIDO COMO PIMENTA



1968. O ano que não terminou. Paris em chamas. Contracultura. Rebeldia. Contestação. Nas principais cidades do mundo, os jovens expressam a sua insatisfação com uma sociedade que lhes assegura uma vida próspera, mas absolutamente careta. Direitos civis. Guerra do Vietnã. Ofensiva do Tet. Paz e amor. Hippies. Panteras negras. Daniel Le Rouge. Os Beatles mergulham na cultura oriental e adotam o polêmico Maharishi Mahesh Yogi como guru. Primavera de Praga. Desobediência civil. No Brasil, o assassinato do estudante Edson Luís, pela polícia, desencadeia os maiores protestos contra a ditadura militar até então e o General Costa e Silva intensifica a repressão, levando o país para o tenebroso período do AI-5.


No jazz, movimentos como o free e o hard bop, liderados por músicos politizados como Albert Ayler, Archie Shepp, Max Roach e Charles Mingus radicalizam o discurso contra a ainda racista sociedade norte-americana. Há não muito tempo e negros e brancos sequer poderiam dividir o mesmo ambiente ou tomar água no mesmo bebedouro e o apóstolo da luta pacífica, Martin Luther King, havia sido assassinado no dia 04 de abril daquele ano. Apesar dos avanços, ainda há muitas feridas abertas.


No final desse ano tão conturbado, exatamente nos dias 11 e 12 de dezembro, cinco músicos se reuniram no Nola Sound Studios em Nova Iorque, sob a supervisão do engenheiro Tommy Nola, e gravaram um disco espetacular. É claro que esse disco não provocou abalos sísmicos nos índices de Wall Street. Nem foi guindado aos píncaros das Billboard e Cash Box da vida. Mas é uma prova de que em 1968 a sensibilidade e o bom gosto também tinham lá o seu espaço.


E também de que brancos e negros, desde sempre, poderiam conviver de forma pacífica, harmônica e fraterna. Afinal, estavam ali o baixista Ron Carter, o baterista Elvin Jones, o saxofonista Zoot Sims e o pianista Tommy Flanagan, sob a liderança do baritonista Peper Adams, tocando e interagindo com a habitual camaradagem que só o jazz pode proporcionar. E o resultado dessa reunião de músicos estelares é o magistral “Encounter!” – o ponto de exclamação colocado no título é mais do que pertinente – gravado para a Prestige.


Falemos um pouco sobre Adams, considerado um dos saxofonistas barítono mais completos de todos os tempos. Seu nome de batismo era Parker Adams III e ele nasceu no dia 08 de outubro de 1930, na cidade de Highland Park, Michigan. Sua família logo se mudou para Rochester, Nova Iorque, onde passaria a infância e parte da adolescência. Ali começou a receber as primeiras aulas de clarineta e saxofone tenor, agregando-se à banda da escola. Um de seus professores foi Elmer Skippy Williams, ex-integrante das bandas de Earl Hines e de Duke Ellington.


O amor pelo jazz havia sido despertado pelas audições, no rádio, das orquestras de Jimmy Lunceford, Cab Calloway, Count Basie e Duke Ellington e do piano bem humorado de Fats Waller. Seus primeiros ídolos foram Coleman Hawkins e Don Byas, dois dos mais vigorosos saxofonistas da era do swing.


Em 1946, mais uma mudança, desta feita para Detroit. Ali, Adams travaria contato e firmaria amizade com uma constelação de jovens e futuros astros do jazz, como Kenny Burrell, Barry Harris, Tommy Flanagan, Paul Chambers, Doug Watkins, Curtis Fuller, os irmãos Hank, Thad e Elvin Jones, Billy Mitchell, Yusef Lateef e, sobretudo, Donald Byrd, uma espécie de alma gêmea musical. Um cenário absolutamente instigante, perfeito para qualquer jovem músico interessado em aprender e se desenvolver musicalmente.


Seus primeiros trabalhos, como profissional, foram ao lado de Lucky Thompson, mas também acompanhou grandes nomes, de passagem por Detroit, como Lionel Hampton, Sonny Stitt, Milt Jackson (que embora tivesse nascido em Detroit, era mais velho e já estava estabelecido em Nova Iorque), Miles Davis e Wardell Gray. Nessa época, segunda metade da década de 40, Adams já havia trocado o sax tenor pelo barítono, o que ocorreu meio por acaso.


Com efeito, ele havia conseguido um emprego temporário em uma loja de instrumentos musicais, chamada Grinnell’s, que possuía uma oficina onde os instrumentos eram consertados. Um dos empregados que trabalhavam ali era amigo de Adams e mostrou a ele um sax barítono, deixado ali como parte do pagamento de outro instrumento.


Adams experimentou o instrumento, gostou da sonoridade e decidiu levá-lo. Por ser empregado da loja, ganhou um desconto, usou seu salário do mês e mais um valor emprestado por um amigo e adquiriu o vistoso saxofone. Algum tempo depois, conseguiria comprar um novo em folha, da célebre marca Selmer, e, desde então, adicionou Harry Carney e Serge Chaloff ao panteão de influências e não deixou mais de tocar o barítono, tornando-se uma dos seus maiores expoentes.


De 1951 a 1953 esteve no exército, tendo servido na Guerra da Coréia. De volta à vida civil, continuou tocando em clubes de Detroit, como o Bluebird Inn, e participando de gigs na fantástica cena local. Em 1956, graças a uma indicação de Oscar Pettiford, Adams foi convidado a integrar a orquestra de Stan Kenton, mudando-se para Nova Iorque. No final daquele ano a orquestra retornou a Los Angeles, onde gravaria o álbum “Opus In Beige”, para a Contemporary.


Entre os companheiros de Adams na célebre big band estavam Bill Perkins, Pete Candoli, Lennie Niehaus, Charlie Mariano, Richie Kamuca e Mel Lewis. Em 1957, Adams deixou Kenton e se uniu a Shorty Rogers, com quem tocaria por quase um ano, tendo participado do ótimo “Portrait Of Shorty”. Ainda em Los Angeles, o saxofonista atuaria por um breve período com o trompetista canadense Maynard Ferguson e com o baixista Howard Rumsey, além de ter participado das gravações do álbum “The James Dean Story”, de Chet Baker e Bud Shank.


Ainda em 1957, Adams retorna a Nova Iorque e um dos seus primeiros trabalhos foi no álbum “Dakar”, de John Coltrane. Depois vieram trabalhos Lee Morgan, Curtis Fuller e Quincy Jones. Nesse mesmo ano, liderando seu próprio conjunto, Adams gravou álbuns como “The Cool Sound of Pepper Adams”, “Critics’ Choice” e “My One and Only Love”, que lhe renderiam o prémio de New Star daquele ano, concedido pela revista Down Beat.


No ano seguinte, tocou com Benny Goodman e deu início à parceria com o velho amigo de Detroit Donald Byrd, ao lado de quem gravaria uma enormidade de ótimos discos para a Blue Note, até 1961. Em sua discografia, merece destaque o clássico “Ten to Four at the Five Spot”, gravado ao vivo, em 1958, ao lado de Donald Byrd, Doug Watkins, Elvin Jones e Bobby Timmons.


Outra associação prolífica foi com o trombonista Jimmy Knepper, com tocou e gravou com regularidade entre 1958 e 1963. Sem deixar de atuar como músico de estúdio, Adams acompanhou Charles Mingus no seminal “Blues And Roots” e participou das gravações de “Thelonious Monk Orchestra at Town Hall”, ambos de 1959.


Durante os anos 60, a agenda do saxofonista continuou apertada. Afinal, era um dos mais requisitados baritonistas da época e tocava com gente como Freddy Hubbard, Duke Pearson, Joe Williams, Howard McGhee, Aretha Franklin, Red Garland, Oliver Nelson, Bem Webster, Brook Benton, Joe Zawinul, Blue Mitchell, Jimmy Witherspoon, Stanley Turrentine, Lou Donaldson, Esther Phillips, Herbie Mann, Herbie Hancock, Lionel Hampton, Jimmy Forrest, Dakota Staton, Roland Kirk, Jimmy Smith, Carmen McRae, Helen Merrill, Mose Alison, Richard Davis, Toots Thielemans, Hank Jones, Frank Wess, Dizzy Gillespie e muitos outros.


Como se não bastasse, em 1966 integrou-se à orquestra de Thad Jones e Mel Lewis, atração fixa nas segundas-feiras do Village Vanguard e ali permaneceria até 1978. Também foi presença constante nos álbuns de Elvin Jones, gravados entre o final da década de 60 e os primeiros anos da década de 70.


No final daquela década, Adams presenteou o mundo com o extraordinário “Enconuter!”, aquele do ponto de exclamação. Pois bem, falemos agora um pouco mais sobre o álbum que talvez seja o mais importante legado jazzístico de 1968. Secundado por dois velhos amigos, Flanagan e Jones, seus parceiros de gigs em Detroit, Pepper está muito à vontade, fazendo pleno uso de sua técnica arrojada e do seu proverbial vigor, que lhe rendeu o apelido de “The Knife”, pelo som às vezes cortante e agressivo do seu saxofone.


A abertura não poderia ser mais alvissareira. Logo em sua introdução, com frases de Pepper, Zoot e Flanagan se repetindo uma após a outra e cada vez mais complexas, “Inanout”, de autoria do líder, é uma estilosa releitura do blues. Sinuosa e com evocações a Monk, sobretudo na parte final, a faixa ainda traz alguns solos bastante intensos de Jones e uma assistência segura e discreta por parte de Carter.


A reflexiva “Star-Crossed Lovers”, de Duke Ellington e Billy Strayhorn, com seu clima onírico e viajante, recebe do quinteto uma interpretação sutil e despojada. Os saxofones dialogam de maneira bastante delicada, e o sofisticado Flanagan, mestre na execução de baladas, cria uma atmosfera envolvente, costurando a ligação entre os metais e a sessão rítmica com extremo lirismo.


A desenvoltura da banda nos tempos mais acelerados impressiona. Em “Cindy’s Tune” Adams e Zoot duelam o tempo inteiro, alternando suas intervenções ao estilo “pergunta e resposta”, num diálogo esfuziante. O voluntarioso Jones detona a pobre bateria, numa das atuações mais inflamadas do disco. Carter, às vezes criticado por seu academicismo, entra no clima e perpetra um solo descontraído. A irresistível levada bop é uma cortesia de Flanagan, que incorpora o fraseado de Bud Powell e se mostra particularmente inspirado nesse tema.


Composição de Joe Henderson, “Serenity” é uma espécie de pausa para descanso, com seu clima relaxado, onde se destacam o fabuloso solo de Carter e a textura impressionista que Adams imprime ao seu saxofone. O quinteto volta a extrapolar os limites de velocidade em “Elusive”, hard bop de autoria de Thad Jones. Incansável, líder se esmera em solos tecnicamente perfeitos, desafiando o indócil Sims a fazer o mesmo. A percussão de Elvin é uma soberba mistura de energia e ritmo, especialmente com os pratos. Flanagan, sempre muito exigido, é impecável na parte rítmica e altamente criativo em seu solo.


Em “I’ve Just Seen Her”, admiravelmente bem executada, Adams paga tributo ao maestro Duke Ellington, impregnando de lirismo essa lindíssima balada. Atenção para o solo de Flanagan, de uma delicadeza ímpar. Mantendo a atmosfera contemplativa, outra pérola de Henderson, a plácida “Punjab”, é uma balada nada ortodoxa, com ecos de Wayne Shorter. Zoot leva o ouvinte ao Nirvana musical, perpetrando com uma execução e relaxada comovente. O líder e Flanagan, altamente reflexivos, também merecem uma audição mais atenta.


Para finalizar, “Verdandi”, bebop de autoria de Flanagan, traz de volta o clima energético. Uma das faixas de maior volatilidade, que mostra porque Jones é considerado um verdadeiro dínamo – seu esplendoroso solo é o destaque absoluto e dura praticamente metade dos 3min47seg da faixa. Um disco extremamente representativo na carreira de Adams e que merece ser ouvido sempre e sempre. Afinal, 1968 ainda não terminou!


As décadas de 70 e 80 continuaram sendo de muito trabalho para Pepper, que além da participação na Thad Jones/Mel Lewis Orchestra, com quem gravou diversos álbuns, e ainda voltou a trabalhar com Charles Mingus, tendo participado de seus dois últimos discos.


Como líder, gravou alguns álbuns para selos como Enja, Uptown, Muse e Quicksilver, dando espaço para novos músicos, como os pianistas Bess Bonnier e Hod O'Brien, o guitarista Peter Leitch e o trompetista Kenny Wheeler. Nesse período, também participou de álbuns de Lalo Schifrin, Nick Brignola, Frank Foster, George Benson, David Fathead Newman, Hank Crawford e outros.


Pepper Adams morreu no dia 10 de setembro de 1986, em decorrência de um câncer no pulmão. Passou à história como um dos músicos mais originais de todos os tempos, cuja contribuição para a modernização do sax barítono é tão importante quanto a de Serge Chaloff ou de Gerry Mulligan, por exemplo. Seu legado reverbera até hoje, na obra de músicos como Nick Brignola, Ronnie Cuber e James Carter, discípulos confessos do seu estilo.


Sobre ele, nada melhor que as palavras do mestre Luiz Orlando Carneiro: “Adams foi o mais rápido, ágil e contundente dos que sopraram o pesado instrumento no estilo hard bop, enfrentando com sucesso – sem perder a lucidez e a beleza do seu discurso melódico – o registro grave do instrumento com a mesma facilidade com que chegava ao agudo”.


=================================

44 comentários:

pituco disse...

sou o primeirão...érico san

pelo primeiro parágrafo e o resenhado desse post, quis continuar, embora esteja de saída pra uma gig...soundcheck, essas coisas...mas, na volta, é a primeira coisa que irei fazer...se o cansaço permitir...rs

abraçsons

figbatera disse...

O cara é mesmo "apimentado". Muito bom!

Érico Cordeiro disse...

Valeu, Caros Pituco e Fig,
Tava sem computador - só ontem à tardinha recebi o meu de volta.
Sexta, quando voltar de Pinheiro City, estarei anteciPandom para os amigos o Parlan e o Pepper.
E boa gig, meu embaixador no Oriente!
Abração aos dois!

Esther disse...

Caro Eric,

seu texto na Pepper Adams é maravilhoso e tão animado sobre esse período de 1968.

Eu gostava de ler e que a pena é que a tradução do Português para o espanhol não é muito bom.

The Adams grande, como é maravilhoso!

Um grande abraço!

Anônimo disse...

Depois de Gerry Mulligan, pelos meus parcos conhecimentos após longos anos de audição, acredito que Pepper Adams se destaca dos demais baritonistas. Com esta resenha impecável, mr.Cordeiro(inclusive o "Encounter!" é um disco muito bom), nada mais a acrescentar, a não ser uma sugestão: procurem ouvir também do Adams os albums "Plays Charles Mingus" e "The Complete Blue Note Sessions" com Donald Byrd(caixa c/4CDs). Sensacionais. Aproveito o espaço para me dirigir a mr.Tandeta: apesar de minha "promessa", não estou podendo ainda me transferir para o Rio de Janeiro e poder carregar a bolsa de ferragens da sua batera. Quanto a poesia, fique descançado, não tenho o dom de mr.Cordeiro. Além do mais aquilo não é poesia nenhuma, e sim um amontoado de palavras, sem pé nem cabeça, que me foi dado pelo "poeta" português Joaquim Manuel da Siva. Coisa de louco! Um verdadeiro "samba" do crioulo doido.

PREDADOR.- disse...

Não deu tempo nem de me identificar, estou rapidíssimo na Internet. O Anônimo aí de cima chama-se PREDADOR.- Desculpem o ocorrido.

Érico Cordeiro disse...

Prezados Esther e Predador,
Quanta honra!
A primeira atravessa o Atlântico para nos dar o prazer de sua companhia e o segundo atravessa o espaço sideral para fazê-lo!!!!
Sejam muito bem-vindos.
Querida Esther, pena que os tradutores em geral (o Babel Vista também) sejam tão ruins. Eles fazem uma tradução literal, sem captar os recursos, as figuras de linguagem, as expressões idiomáticas, gírias, etc. Mas, de qualquer forma, acho que dá prá ter uma idéia do texto.
Mestre intergalático, ainda hei de ver essa bela dupla - Tandeta tocando a batera e você carregando a bolsa de ferragens.
Já ouvi maravinhas sobre o "Plays Charles Mingus", mas não conheço (acho que o Penguin dá 4 estrelas). Quanto às sessões com o Byrd, tenho boa parte desses discos - todos de alto nível.
Grande abraço aos dois!!!!

HotBeatJazz disse...

Mr. Érico,

grande escolha! O Pepper é, em minha opinião, um dos 3 maiores baritonistas do jazz, os outros são Challof e Mulligan, of course!

Bela resenha e escolha.
PS: me coloque nessa lista do Pando, please! O emeio é aquele que vc já tem, o hotbeatjazz do gmail. Grato!!!

Abração

Érico Cordeiro disse...

Mestre Mauro,
Será uma honra e um prazer. Sexta eu encaminho, ok?
E que bela lista de baritonistas!!! Mas que o Shihab e o Cecil Payne (tem um disco em que ele interpreta composições de Parker que é duca!!!!) merecem uma vaguinha nessa seleção, isso merecem - vamos fechar no quinteto?
Abração!

dade amorim disse...

Esse sax barítono é tudo de bom. E Pepper é fantástico mesmo. Toda vez que venho aqui me sinto como caloura na faculdade, mesmo sem trote :)
Obrigada pela música.

Beijo

Érico Cordeiro disse...

Dade,
Seja muito bem-vinda. Sua presença torna este espaço muito mais agradável e poético!
Pois sinta-se à vontade, pois calouros aqui somos todos - e o bacana é que os trotes aqui são sempre do bem (rs, rs, rs)!
Um fraterno abraço e uma ótima semana!

Sergio disse...

Seu san, parei a leitura no meio. No momento q começas a descrever faixa por faixa o “Encounter!” dos genios, pq espero essa hora pra ouvir o disco acompanhando sua descrição. Parei tbm pq acabo de descobrir (dias antes e não paro de ouvir) um violinista que, na minha imaginação delirante, vejo o velho Grappelli no leito de morte tirando os headphones do ouvido e dizendo suas últimas palavras após a audição do colega de violino, o romeno Florin Niculescu: "agora posso eu ir em paz.". Aí Grappellli virou o rosto e com aquela simpatia genuína, se despediu da vida serenamente.

O álbum q escuto e promoveu a “cena”,chama-se Djangophonie. Talvez seja a minha próxima postagem... Mas... como, né?, com meus garranchos, depois de ler mais um de seus tratados? Rs rs rs... O q me absorve é q Djangophonie compensará.

Pronto, Florin acabou de encerrar seu show. Encounter já está no ponto da audição.

Em tempo: como se pronuncia o Byas do Don? Báias, Bias mesmo?...

Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Mr. Seu Sérgio,
O garimpeiro não pára! Isso é um computador ou uma cornucópia de sons?
Confesso minha ignorância quanto ao Florin Niculescu, mas o leste europeu já nos deu alguns grandes instrumentistas, como os húngaros Gabor Szabo e Attila Zoller, os tchecos George Mraz e Miroslav Vitous, o russo Valery Ponomarev e o polonês Tomasz Stanko,
A tradição na música erudita é imensa e no jazz parece que também - espero conhecê-lo uma hora dessas!
E segundo o dicionário Tabajara, acho que é Baias (pelo menos assim é que eu chamo, mas vejamos o que dizem os nossos decanos, Mestres Apóstolo e Raffaelli).
Valeu!!!

Sergio disse...

Ops! Relido e lida a resposta de san, às correções: o disco do Florin me absorveu porque era excelente, mas o que me absolve de postá-lo sem uma resenha ao nível de (seu san e a altura do músico Floran) é a qualidade do álbum.
Tudo explicadin? Intão tá.

Érico Cordeiro disse...

Vi no Amazon o bichinho. Tá catorze verdinhas mais frete. Vou dar uma sacada na postagem sônica e depois vejo como vai ficar.
Abração!

Sergio disse...

Faço qüestão - aditivada de ex-trema urgência, inclusive - que escute o álbum antes seu san! Até pq, vou demorar a fazer outra postagem enquanto as minhas Zap Mama ficarem lá amargando só 4 destemidos downloads dos q arriscaram dividir comigo a musicalidade africana das moças. Ninguém levou fé, seu san... E o sônico é pra ser grife de bom gosto – sem modéstia alguma. Então "eles" empatam, eu empaco (ou vice versa dá na mesma).

Enfim, queres conhcer Florin?...
Be my guest!

http://www.4shared.com/file/226883454/68634413/Florin_Niculescu__Djangophonie.html

Sergio disse...

Em tempo: repare nos monstros da guitarra (Frederic Sylvestre) e o próprio Florin - q tbm é guitarrista dos bão! e Jean Wellers, logo na 1ª faixa, esculachando no contra-baixo. Q contra o q, o cara é muito a favor, seu moço!

Depois me fala. E se não gostar fazê o q?, passa o sarrafo.

Érico Cordeiro disse...

Sexta, Seu San, Sexta!
Em Pinheiro City é impossível downloadiar música.
Mas vou ouvir com atenção redobrada.
Amigos do JAZZ + BOSSA, por favor, não se façam de rogado e dêem uma sacada no Florin Niculescu, que ao que tudo indica tem origem cigana e já tocou com o ótimo Breli Lagrene!!!
Valeu, meu garimpeiro!

Paul Constantinides disse...

brother Erico
se alguem um dia quizer definir
o significado da palavra Divino,
vai ter que ouvir o som desta patota
ai, sem duvida.
abs
sonoros
paul
em ritmo brazilis forever

Paul Constantinides disse...

brother Erico
se alguem um dia quizer definir
o significado da palavra Divino,
vai ter que ouvir o som desta patota
ai, sem duvida.
abs
sonoros
paul
em ritmo brazilis forever

Sergio disse...

Ò, seu san, sem pressa alguma. Tbm, não sabia q estavas naquele trânsito de Pinheiro City. Esse som é sem contra-indicação. Valeu o incentivo de espalhá-lo.

E vim tbm pra dizer q não tive tempo de (re)ouvir o Encounter! Mas o farei, talvez ainda hoje. Mas sei q é um discaço. Nos meus arquivos (e esse é dasantiga) Encounter está, além do do título, grifado com umas!!!!!!!!mil exclamações.
Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Grandes Paul e Mr. San, o Sérgio!
Bem-vindos. Pois é, o divino talvez explique como é que essa galera conseguia fazer tanta coisa bela e emocionante!
Mistérios insondáveis da arte e dos deuses!!!
Seu San, reouça, porque o bichinho é bom - e nesse instante tô dando um tempo do jazz e ouvindo o Caetano (disco fundamental - Qualquer Coisa, depois de ter ouvido o fantástico Cinema Transcendental). Bons tempos.
Hoje é um tal de Zie e Zii!?!?!?
E o Encounter vale cada uma das exclamações!!!!!!!!!!!!!
Abração aos dois!

Valéria Martins disse...

Querido Erico, quantas informações!... Obrigada por nos contar tudo sobre o jazz. E assim, aos poucos, eu vou aumentando a minha discoteca.

Sobre o Eno, quer dizer que vc saca sobre rock também, hein? E fica escondendo o jogo...

Beijos!

Érico Cordeiro disse...

POis é, Valéria,
Eu também gosto muito de rock - até hoje não deixo de ouvir meus velhos discos do Led e do Pink Floyd (só comecei a ouvir jazz muito depois).
Gosto muito do Roxy Music (o Brian Ferry é muito bacana), de onde saiu o Eno.
Mas confesso que atualmente ouço bem pouco, muito menos do que ouvia antes.
Valeu pela presença e pelas palavras sempre generosas!!!! E a nova foto ficou bacana, com a árvore de fundo - valeu mesmo!!!
Um fraterno abraço!

Sergio disse...

Seu san (rs, rs, rs...), quem mandou me ligar lá do Maranhão pra reclamar q eu não venho mais no teu blog? Hoje eu tou impussivi! E olha q o dia de beber é amanhã! Mas por meio dessa, venho varrer umas sujeirinhas escritas mais acima. Na verdade o guitarrista do álbum linkado “Djangophonie” não é o monstro Frederic Sylvestre, mas outro monstrengo, o Christopher Lartilleux – creio q todo mundo ficou no “hora veja, trocou-se 6 por meia dúvida”, já que ninguém sabe quem são esses dois... Mas vc há de concordar q informação errada é uó!... Ocorre q toda essa gente da Europa me chegou através de um certo Jacques Vidal (baixista francês, creio), daí fui baixando a galerinha q orbita em volta dele. Como são todos eles da mesma tchurma, confundi os nomes dos guitarristas.

Quanto ao Roxy Music, é a banda de rock mais chique que já existiu. Existem dois tipos de rock chique no sentido de sofisticação, o soft, defendido com galhardia (galhardia é ótimo!) pelos Steely Dann. E o Glam (psicodélico), cujo Roxy Music não tem similares. Bandaralhaça!

Agora só volto na próxima postagem.

Érico Cordeiro disse...

O garimpeiro é assim: extermina o ofídio e exibe o porrete!
Muito bem, agora todo mundo já tá sabendo que o guitarrista do disco não é o glorioso Frederic Sylvestre, e sim estupefaciente o Christopher Lartilleux. Mas deu na mesma, Seu San, porque eu não conheço nenhum dos dois (rs, rs, rs)!
E quanto ao Roxy Music, os caras eram chiques prá dedéu! Concordo em GNG. O Brian Ferry até hoje manda muito bem (outro dia lançou um disco bacanudo, cantando standards).
Abração!

blog disse...

E eu, após esse tratado de amor e respeito ao jazz e a Pepper, obrigo-me - ainda bem! - a ouvir "Out of This World", com Don Byrd, Hancock e o grande barítono.

Valeu, Érico, por mais essa.
Abraço.

Grijó

Érico Cordeiro disse...

Mestre Grijó,
É sempre uma honra recebê-lo a bordo!
Seja muito bem-vindo e obrigado pelas palavras gentis - pô, e que bom gosto: Pepper Adams, Donald Byrd e Herbie Hancock.
Engraçado é que eu tenho esse disco, lançado pela Colectables, com o Hancock como líder (até tem um comentário do mestre Raffaelli sobre ele, aqui no jazz + bossa).
O disco saiu com o nome "Jamming with Herbie Hancock" e é bem bacanudo (não tem créditos, portanto, se você puder me dizer quem são o baixista e o batera, eu agradeço). Na verdade, estou colocando agora mesmo prá rodar, em sua homenagem!
Falando em homenagens, embaixo tem um poema de inspiração etílica, em louvor ao mau e velho Miles! O Predador não curtiu muito (rs, rs, rs).
Abração!

John Lester disse...

I’ve Just Seen Her aproxima-se da balada mais linda do jazz. Claro, há outras mais comentadas e citadas, muitas não tão belas.

Quanto à resenha, sem comentários.

Grande abraço, JL.

Andre Tandeta disse...

Erico,
Pepper Adams é um dos meus musicos preferidos . Esta entre os saxofonistas mais importantes do jazz . Um musico que é um verdadeiro monumento ao jazz e a propria musica. Parabens pela resenha.
Predador:
eu ia citar exatamente os discos que voce citou com Pepper Adams. Realmente são sensacionais . Muitissimo bem lembrados. Esses discos, todos eles, são historicos e imperdiveis.
E nas gravações com a big band de Thad Jones e Mel Lewis ,sempre havia espaço para Pepper Adams dar o seu recado. E que recados o homem deixou! Um dos maiores musicos de jazz de todos os tempos.
Abraço

Andre Tandeta disse...

Predador,
fique descansado . A bolsa das ferragens estara esperando.
Abraço

Celijon Ramos disse...

Érico,ao ler o artigo sobre Pepper Adams,acabei de perceber uma quase tragédia histórica: foi por pouco que não perdemos o jazz de vez para as balas das guerras.
É enorme a quantidade de músicos fascinantes que quase perderam literalmente suas cabeças por participaram de alguma guerra. Ainda bem que essa turma não esteve na linha de frente, se não... Ainda bem que tudo terminou bem.
Voltemas a Adms, soberbo!

Érico Cordeiro disse...

Caros Lester, Tandeta e Celijon,
Bem-vindos a bordo! “I’ve Just Seen Her” é fabulosa - o maestro soberano é um hiper-monstro ultra-sagrado (prá diferenciar dos monstros sagrados comuns - rs, rs, rs).
E o Adams é grandioso - sempre desafiador, sempre com algo novo a apresentar. Imagino que tocar o sax barítono e fazer aquelas viagens harmônicas não é fácil, pois parece ser um instrumento bem menos "maleável" que um sax tenor.
E ainda bem que ele passou incólume pela Guerra da Coréia (na verdade, boa parte dos músicos que servia nas forças armadas acabava indo tocar nas bandas e orquestras, o que os expunha menos às agruras dos combates).
Abração aos três!

José Domingos Raffaelli disse...

Caro Érico,

Com relação ao CD "Out of This World", foi lançado originalmente pelo selo Warwick, em nome de Pepper Adams e, posteriormente, pela TCB em nome de Donald Byrd.

Eis as informações do disco original:

Out of This World - Warwick 2041

Pepper Adams (baritono), Donald Byrd (trompete), Herbie Hancock (piano), Laymon Jackson (baixo) e Jimmy Cobb (bateria).

- Out of This World
- Curro's
- It's a Beautiful Evening (x)
- Mr. Lucky Theme
- Bird House
- Day Dream

(x) De acordo com o texto de Leonard Feather, nesta faixa toca um vibrafonista com o pseudônimo Jinx Jingles. Certamente trata-se de uma músico conhecido.

Keep swinging,
Raffaelli

Murilo Duarte Costa Corrêa disse...

Caro Érico, simplesmente demais teu blog; estou seguindo de perto. (E você, além de tudo, é vascaíno! Que beleza!). Parabéns pelo espaço. Tenho certeza de que vou aprender muito sobre jazz. Grande abraço, Murilo, do blog A Navalha de Dalí.

Érico Cordeiro disse...

Caros Raffaelli e Murilo (a quem saúdo com um seja bem-vindo especial),

Sabia que você, mestre, não deixaria na mão. Pois é, o jazz tem essas coisas: um mesmo disco foi lançado sob a liderança de três artistas diferentes - o meu é o do Hancock.
Engraçado como isso é comum - tenho um disco do Joe Gordon, que originalmente foi lançado como sendo do Art Blakey (que era o baterista da sessão).

Quanto ao Navalha de Dalí, já dei uma passada rápida por lá e voltarei mais vezes, com calma para ler os seus artigos. Filosofia e Teoria do Direito me interessam bastante, embora esteja afastado das salas de aula há algum tempo e minha vida acadêmica esteja bastante comprometida pelo avassalador número de processos aqui em Pinheiro (a maior jurisdição do Maranhão, com 36 municípios, alguns a mais de 200km da sede e 3.000 processos/ano). Estou saindo da audiência, que começou às 08:30, agora - nem almocei ainda (uma dieta complulsória - rs, rs, rs).
Grande abraços aos dois!

pituco disse...

érico san,

acabo de ler tua resenha, conforme prometi acima...com um certo atraso, em função de n coisas poracá...mas, invariavelmente...piramidal

e o álbum escolhido não poderia ser melhor...enquanto escrevo ouço cindy's tune...que batera é essa???...hehehe...aliás, a energia que rola é transcendental...inclusive os registros dos temas não são muito longos, ficando o desejo de 'quero continuar a ouvir'...mucho bom.

é isso aí,
abraçsons pacíficos e já primaveris

Érico Cordeiro disse...

Grande Pituco, como diria o Sonic boy, concordo em GNG. E o batera é Mr. Elvin, o cara! Valeu! Abs a 35 graus!

José Domingos Raffaelli disse...

Érico,

Qual o disco de Joe Gordon que saiu em nome de Art Blakey ?
Obrigado, bom fim de semana e keep swinging,

Raffaelli

Dr. Krapp disse...

Vin actuar a Pepper Admas a principio dos 80 e foi algo colosal. Chegou o escenario completamente só, sen grupo de acompañamento, colleu o seu saxo barítono e tocou unha única peza durante unha hora e vinte minutos. Logo saudou e marchou por onde vira. Nos quedamos apampados, sen saber que dicir, como xeados no asento. El parecía que tiña moitas sustancias enriba do corpo pero non se notou na música que me deixou a súa pegada para sempre.

Maysa disse...

Érico

Agora, sim, meu caro primo maranhense, o pedido de desculpas fica formalizado.Minha ausencia por aqui e em casa tem a lot of reasons!
V. merece todo o apreço e os meus encantos.
Explico:
1- Me encanto qdo v. passa por lá, no Ninho, deixando comentários, semeando delicadezas.
As segundas mais vitais do que as primeiras são para nós blogueiros.

2.Me encanto quando chego aqui, no seu JAZZ+BOSSA+BARATOS OUTROS ,barato que de barato só tem a entrada pois basta clicar. O resto fica caro.Faz pensar e sentir. Recordar.Aprender.
O melhor blog de jazz.Troca, ensina, apresenta, acolhe!
Compadre,primo,irmão, querido
sua presença por aqui é uma honra.
Abcs

Maysa

27 de fevereiro de 2010 14:20

Érico Cordeiro disse...

Caros Mestre Raffaelli, Dr. Krapp e Prima Maysa (tava com saudades suas!),
Sejam bem-vindos e perdoem por somente agora responder aos seus comentários.
É que estou sem internet e só hoje estou on-line (na casa dos meus pais).
Houve um problema com o meu moden e não teve santo que desse jeito. Nem o técnico descobriu o problema e um amigo meu que entende de informática passou a tarde de ontem tentando consertar, mas não conseguiu.
Mestre Raffaelli, o disco do Joe Gordon é o "Early Sessions", cujas músicas são as seguintes:
1. Rifftide
2. Lady Bob
3. Grasshopper
4. Theme
5. Bous Bier
6. Xochimilco
7. Evening Lights
8. Body and Soul
9. Minority
10. Salute to Birdland
11. Eleanor
12. Futurity
13. Simplicity
14. Strictly Romantic
15. Hello!
16. Mayreh
O disco foi lançado pela Fresh Sound, com dois grupos distintos, com feras como Gigi Gryce, Charlie Rouse, Art Blakey, Junior Mance, Walter Bishop - mas como não estou em casa e no Amazon só tem a relação das músicas, mas não de todos os músicos que tocam, prometo atualizar a informação posteriormente. O disco é muito bom e segundo o Mauro (Hot Beat Jazz) a parte com o Blakey era, originalmente, um álbum sob a liderança desta e que depois foi lançado sob o nome do Gordon.
Dr. Krapp, que maravilha, porder assistir ao vivo um músico tão fabuloso - deve ter sido uma experiência inesquecível! "Colossal" é uma palavra que consegue defini-lo muito bem!!!!
Prima, não se preocupe! Seu camarote VIP aqui no jazz + bossa tá guardadinho e bem cuidado. O importante é que agora você pode estar aqui conosco - nada de desculpas - e passar pelo Ninho é sempre uma experiência enriquecedora e prazerosa. Gosto muito de ler o que você escreve e pode ficar tranqüila que estarei sempre por lá!
Um fraterno abraço aos três e que tenham uma semana maravilhosa!!!!!

José Domingos Raffaelli disse...

Prezado Érico,

Grato pela informação. Na verdade, tive o 10 polegadas em nome do Blakey lançado pela Rmarcy nos anos 50. Quando dei-lhe a capa para autografar, disse-me sorrindo: ^Que raridade, você também trouxe algum disco de 78 rotações ?"

Ao receber a relação das músicas, lembrei que tenho esse CD lançado pela Mercury em nome do Joe Gordon. Parte dessas composições são baseadas nos acordes de outros temas, prática comum desde priscas eras.
Novamente agradeço a gentileza e keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli,
É sempre uma honra. Estou em Pinheiro, mas quando chegar em São Luís (e depois que conseguir consertar o meu computador), prometo que complemento as informações.
Um fraterno abraço!

Google Analytics