Amigos do jazz + bossa

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO DO TROMPETE JAZZÍSTICO


O início da carreira do jovem Frederick Dewayne Hubbard, nascido em 07 de abril de 1938, não poderia ser mais auspicioso. Tocando em clubes e casas noturnas de sua Indianapolis natal, no final dos anos 50, ao lado dos Montgomery Brothers (um deles – Wes – viria a ser o mais influente guitarrista do jazz dos anos 60), ele construiu uma reputação que, em pouquíssimo tempo, lhe renderia convites para trabalhar na Meca do Jazz, Nova Iorque, onde chegou em 1958, para tocar com músicos da estatura de Sonny Rollins, Slide Hampton, Charles Persip, Philly Joe Jones, J. J. Johnson e Quincy Jones.


Naquela época, era tido como um dos mais fortes candidatos ao título de “Novo Clifford Brown” – duvidosa homenagem, em razão da cobrança desumana a que eram submetidos todos os jovens trompetistas que surgiam na cena jazzística de então – que incluía outros prováveis herdeiros, como Kenny Dorham, Art Farmer e Lee Morgan. Mas apesar da pouca idade, Hubbard já era um músico maduro, com uma sonoridade bastante pessoal e inovadora, apesar da forte influência exercida por Dizzy Gillespie e pelo próprio Brown.


Improvisador nato, ele era capaz de construir solos altamente complexos, mesclando agressividade e introspecção com igual competência e criatividade. Também foi um compositor prolífico, autor de verdadeiros clássicos do hard bop, como “Hub’s Nub”, “Arietis”, “Breaking Point” e “Blue Frenzi”. No início dos anos 60 chegou a ser comparado a Miles Davis, pelo lirismo que conseguia extrair do trompete, e mereceu do autor de “So What” rasgados elogios. Curiosamente, Hubbard foi o nome escolhido para acompanhar Herbie Hancock na turnê que renderia o célebre álbum “V. S. O. P”, de 1977, em um combo que incluía os estelares Ron Carter, Wayne Shorter e Tony Williams, o célebre quarteto modal de Miles dos anos 60.


Outra demonstração inequívoca do seu talento foi o convite feito por Art Blakey, para que integrasse o célebre Jazz Messengers, onde marcou presença de 1961 a 1964. Com uma formação que gravitava em torno de Hubbard, do saxofonista Wayne Shorter, do trombonista Curtis Fuller e do pianista Cedar Walton (o baixo era pilotado por Jymie Merritt ou Reggie Workman), os Messengers viveram uma de suas fases mais exuberantes, do ponto de vista criativo, lançando álbuns fabulosos como “Caravan”, “Ugetsu” e “Free For All”.


Aliás, a participação em álbuns relevantes sempre foi uma constante na vida e na carreira de Hubbard. Não é por acaso que ele esteve nos sets de gravação dos incensados “Maiden Voyage” (de Herbie Hancock), “Out To Lunch” (de Eric Dolphy), “Free Jazz” (Ornette Coleman), “The Blues And The Abstract Truth” (de Oliver Nelson), “Speak No Evil” (de Wayne Shorter) e “Ascension” (de John Coltrane). Nos anos 60 também acompanhou Curtis Fuller, Max Roach, Hank Mobley, Bill Evans, Kenny Drew, Lou Donaldson, Tina Brooks, Dexter Gordon, Booker Ervin e Bobby Hutcherson, entre outros.


A fecunda associação com a Blue Note, que perdurou de 1960 a 1966, rendeu alguns dos álbuns mais instigantes e elogiados de sua vasta discografia, como “Hub Cap”, “Open Sesame” e “Breaking Point”. Depois disso vieram álbuns pela Atlantic, CTI e Columbia, sendo que nessas duas últimas gravadoras, Hubbard, optando por uma sonoridade fusion, tornou-se um artista extremamente bem sucedido comercialmente. Entre 62 e 63 Hubbard passou um breve período na Impulse, onde gravou “The Body And The Soul”, ao lado de uma big band, e o extraordinário “The Arstistry Of Freddie Hubbard”, de 1962.


Contando com o suporte de Tommy Flanagan no piano, John Gilmore no sax tenor, Curtis Fuller no trombone, Art Davis no baixo e Louis Hayes na bateria, Hubbard produziu um dos melhores – embora menos conhecidos – álbuns de sua vitoriosa carreira. São cinco temas, sendo que três são de autoria do trompetista e todos foram gravados no dia 02 de julho de 1962, no estúdio de Rudy Van Gelder.


Uma magnífica interpretação de “Caravan”, de Duke Ellington e Juan Tizol, funciona como verdadeiro cartão de visitas do sexteto, impecável desde a introdução, a cargo de Davis e Hayes, à qual vão se agregando os demais instrumentos, até o apoteótico final. Solos fantásticos de Gilmore e Fuller fazem dessa energética versão uma das melhores já registradas em disco. Sem deixar a temperatura diminuir, a incandescente “Bob’s Place”, de Hubbard, permite a Gilmore exibir o seu estupendo talento, com solos vertiginosos – o mesmo sucedendo com o líder. As impecáveis atuações de Fuller e de Davis, usando o arco, também são dignas de registro.


A contagiante “Happy Times”, de Hubbard, faz jus ao nome. É uma peça alegre e despretensiosa, com ecos dos Messengers, e um solo extraordinário de Fuller. A interação entre os músicos é bastante fluida e a sessão rítmica Flanagan, Davis e Hayes atua com a segurança habitual. Na versão de “Summertime”, um dos standards mais gravados de todos os tempos, o sexteto explora novas possibilidades harmônicas da antiga canção dos irmãos Gershwin, com o trompete de Hubbard soando lírico e dolente. Flanagan mereceria um capítulo à parte, por sua execução precisa e instigante. A presença magnética de Miles Davis paira no ar, graças à atmosfera nebulosa e quase surreal de algumas passagens, que em vários momentos remete ao clássico “Kind Of Blue”. E Gilmore ainda emula Coltrane em seu solo antológico.


Aliás, Coltrane, que na época gravava alguns dos seus mais importantes álbuns para a mesma Impulse, também está presente na climática “The 7Th Day”, com seus mais de dez minutos de harmonias dissonantes e complexas. A obviedade passou ao largo dessa elaborada composição de Hubbard, com extasiantes citações à música flamenca e oriental. Flanagan sobrevoa por entre acordes maravilhosamente dispersos. Sobre sua habilidade, um poeta escreveu certa vez, após ouvi-lo: “a sensação que tive é como se não fosse preciso mais respirar. Parece que tudo pára e paira. É um ar sem tempo pelo qual se poderia flanar por toda vida”.


A ausência de fôlego trazida pelo majestoso toque do pianista se estende à execução do líder, cujo solo se inscreve entre aquilo que de melhor foi feito no trompete jazzístico de qualquer época. Ouvem-se ali evocações à tradição de Nova Orleans e também à modernidade representada pela AACM (o coletivo criado pelo pianista de vanguarda Richard Muhal Abrams). Mas sem qualquer resquício de saudosismo ou hermetismo.


Não há palavras capazes de definir as sensações provocadas por essa constelação – há apenas que calar e ouvir. Hubbard, com seu fraseado moderno e cheio de personalidade, mostrava ali, aos vinte e quatro anos, que não apenas possuía antenas apontadas para o futuro do jazz como também possuía sólidas raízes, assentadas na riquíssima herança de predecessores ilustres como Armstrong, Eldridge, Navarro e Gillespie.


Embora tenha sido um dos grandes vendedores de discos dos anos 70, tendo abocanhado prêmios importantes como o Grammy, os anos 80 e 90 não foram tão prodigiosos para o trompetista. Nessas últimas décadas ensaiou uma reaproximação com o jazz acústico, tocando com Oscar Peterson, Ronnie Mathews, Kenny Barron e Joe Henderson, e gravando para selos como Prestige e Enja. Uma séria lesão nos lábios afastou-o durante algum tempo dos palcos e estúdios e comprometeu seriamente seu estilo vigoroso de tocar. No final de 2008 sofreu um grave infarto, que o deixou hospitalizado por várias semanas e acabou por ceifar-lhe a vida, no dia 29 de dezembro.

31 comentários:

APÓSTOLO disse...

Prezado ÉRICO:

Belo texto e excelente escolha do album, sem dúvida um dos mais importantes de Hubbard.
Mesmo reconhecendo o alto nivel de todos os músicos, o piano de Flanagan é algo supremo.
Parabéns ! ! !

edú disse...

O destino inspirava que Hubbard seria o maior trompetista do jazz -após Armstrong.A realidade conspirou em desfavor.

Érico Cordeiro disse...

Mestres Edú e Apóstolo,
Muito bom contar com as suas presenças no JAZZ + BOSSA. Gosto muito do Hubbard dos anos 60 - a partir dos 70 já não tenho o mesmo interesse por sua obra.
Acho que por opção pessoal ele enveredou por caminhos mais "comerciais" e sua obra na CTI, por exemplo, não é tão impactante.
Mas é um trompetista importante e, sobretudo, muito criativo, que conhece a tradição e que flertava com a modernidade (vide trabalhos com Dolphy e Coltrane) com extrema competência.
Abração!!!!

Salsa disse...

Um bom disco, para mim, já redime o músico de qualquer vacilo. Como Hubbard tem uma invejável discografia, ele poderia vacilar por mais cem anos.
Parabéns por mais um bem articulado post.

Sergio disse...

Bem.........

Nada lido ainda, nada a comentar. O engraçado é que com Hubbard foi pura intuição. Levou um tempo para calassificá-lo como um dos grandes. Tudo por conta dos maus (ou, pra não ofender suscetibilidades) razoáveis álbuns qprimeiro conheci dele. Quando ler entenderei melhor.

Por hora: Érico, Paolo Conte é um caso sério. Já ouvi de ontem pra hoje 3 álbuns e a coisa não é pra esperar. Até pela suposta obscuridade. Dê um pulinho lá em casa q respondi teu comentário.

Depois volto pq estou curioso nesse texto.

Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Mr. Salsa e Mr. Sonic-boy,
Sintam-se em casa.
Concordo com você Salsa, de que um bom disco redime uma carreira, mas no caso de músicos talentosos e criativos, sempre fica aquela decepçãozinha "pôxa, ele podia ter feito algo melho"!
Acho que o Hubbard passa essa impressão a quem ouve seus discos da CTI.
E seu Mr. Sonic-boy, daqui a pouco dou uma passada por lá - tô de saída.
Abração aos dois!!!

Andre Tandeta disse...

Erico e amigos,
Freddie Hubbard é um dos autores do livro do jazz no capitulo trompete,disso eu não tenho a menor duvida e sou respaldado pela opinião de 100% dos trompetistas que conheço,e conheci. Ninguem conseguiu ter um vocabulario tão extenso e executado de forma tão brilhante. Clifford Brown é sem duvida genial e Hubbard é obviamente influenciado por ele. Hubbard,no entanto ,foi alem de Brown e de qualquer outro justamente pela soma de enorme vocabulario com super tecnica e lindo som.
Uma listinha do que considero o melhor de Hubbard:
-"Ready for Freddie",com um sensacional solo no blues "Byrdlike".
_"Speak No Evil", Hubbard arrasa tocando em composições de Shorter que tem harmonias nada triviais,espetacular.
-"Red Clay",disco da CTI de 1970 que é um marco do jazz moderno. Não é fusion como vejo as vezes ser erroneamente classificado. Um disco que merece ser ouvido sem preconceitos .
Tive a oportunidade de ouvi-lo ao vivo aqui no Rio em 1987. Um quinteto com Carl Allen ,bateria, Mike Formaneck,baixo,Ralph moore,sax tenor e um pianista,excelente,que não lembro o nome. Foi muito bom o concerto. Nessa epoca eu tocava no quarteto que atuava de madrugada no finado "People" ,no Leblon. Eu vi a apresentação e fui pro "People" tocar. La pelas tantas Hubbard,Formaneck e o tal pianista apareceram por la . Marcio Montarroyos estava com eles e lembro dele e Hubbard conversando bastante.Formaneck e o pianista deram uma canja ,lembro de termos tocado por sugestão deles "Seven Steps to Heaven",que eles puxaram bem rapido. Ao fim da noite Marcio chegou pra mim e falou:"Tio Freddie comentou que gostou de ver seus dois sidemnen tocando com um baterista brasileiro".Marcio então perguntou o que ele achou ,ele respondeu:"Probably is the first time he plays "Seven Steps" but he is there". Eu estava la. Não sou desprovido de vaidade,o pecado preferido do Demo.
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Grande Tandeta,
Estava sentindo sua falta e você me reaparece em grandecíssimo estilo. Obrigado mesmo pela presença!!!!
Dizer o que mais? Por mim encerro a caixa de comentários aqui e agora!!!
Você não apenas viu o cara, mas tocou para ele, com músicos da banda do cara!!! E RECEBEU ELOGIOS!!!!
Ave, Mestre.
Quanto ao pianista, não se preocupe, quando o Mestre Raffaelli (que também anda sumido) voltar, tenho certeza que ele haverá de se lembrar.
Caraca, fiquei arrepiado!
Vou até dar uma procurada no Red Clay pelos submarinos da vida (faz séculos que não ouço esse disco - nem tenho em cd, só em LP, comprado, se não me engano, na saudosa Breno Rossi).
Valeu mesmo, compadre - o JAZZ + BOSSA ganhou o dia!!!!
Abração de fã!!!

Sergio disse...

Redimiu-se!

Sem uma boa orientação a gente não sabe o que buscar do artista. De nome eu sempre ouvira falar de Hubbard, então, lá há uns 3 ou 4 anos passados, Hubbard foi um dos primeiros q fui buscar conhecer. Mas é a tal coisa, mr., mal orientado deu-se o desastre.

Tanto q álbuns solos dele eu não tinha nenhum. Agora, escolhi a trinca, “Hub Cap”, “Open Sesame” e “Breaking Point”. E, neste último - até agora o único q ouvi -, me deparo com a melhor das surpresas! Uma das melodias mais delicadas que elegi pra ser das prediletas do jazz, chama-se Mirrors.

Ouvi essa música pela primeira vez num álbum de Bobby Hutcherson, “The Kicker” – se você visitar o sônico, na postagem desse disco entenderá o quanto essa música bateu fundo. Depois, completamente arrebatado pelo tema fui atrás do álbum “Mirrors” do autor, Joe Chambers. Foi dificílimo encontra-lo, mas insisti até conseguir.

Acho que, se vc tem "Breaking Point", te sugeriria até, Érico, re-tirar o álbum da estante e ouvir Mirrors as duas vezes que ela aparece, no take e no alt.take. E se não conhece a versão do Hutcherson (DVD 427), putz!... Deveria.

Valeu mais essa aula. Acho q lá do firmamento, ao lado do Pai nosso, o Hutcherson agradece, acaba de ganhar mais um fã.

Sergio disse...

Ou melhor, o Hubbard, de Hutcherson eu eu já era há muito mais tempo.

Érico Cordeiro disse...

Valeu Seu Mr. Sonic.
Tenho tanto o The Kicker quanto o Breaking Point - adoro os dois.
Retirá-los-ei da estante e ouvi-los-ei em homenagem à sua excelsa pessoa, oh inlovidável garimpeiro (gostou do português metido a besta - JAZZ + BOSSA també é curtura).
Abração, mestre dos mares nunca dantes navegados e das ondas (nonoras, é claro).

John Lester disse...

Bem, não sei se Hubbard pode ser, de alguma forma, equiparado a Clifford. Talvez quanto à técnica, talvez. Mas, quanto à sensibilidade e à sonoridade 'ágil e macia', ainda fico com Clifford.

Parabéns por mais uma excelente resenha. Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Caro Mr. Lester,
Folgo em vê-lo. Estamos em contagem regressiva para o Festival de Ouro Preto.
E entre um cracaço e outro, fico com os dois (pelo menos com aquele Hubbbard da Blue Note - fenomenal).
Abração!!!!

APÓSTOLO disse...

Prezado ÉRICO:

Provavelmente o pianista a que o TANDETA se refere foi BILLY CHILDS, que veio com HUBBARD ao Rio de Janeiro em 13-14/outubro/1987, apresentando-se no SCALA (assistí ao lado de Mestre LULA, após um verdadeiro "calvário" nos bastidores, já que os músicos não abriam mão de receber o que foi contratado, o que foi devidamente resolvido pelo grande COUTINHO).
HUBBARD foi acompanhado por Ralph Moore(sax-tenor), Michael Formaneck(baixo) e Carl Allen(bateria).

Érico Cordeiro disse...

Mestre Apóstolo,
Obrigado pela participação, matando a charada proposta pelo grande André Tandeta!!!
Certamente um concerto memorável - dois grandes solistas - Moore e Hubbard, que provavelmente devia tirar faísca dos respectivos instrumentos.
Quisera eu ter tido a oportunidade de vê-lo de pertinho.
Um fraterno abraço!!!!!

Andre Tandeta disse...

Erico e amigos,
não se deve comparar dois monstros como Clifford Brown e Freddie Hubbard,obrigatorios para quem quer entender os caminhos do jazz ,peço desculpas se foi essa a impressão que passei.
O que eu quis mostrar foi a gigantesca estatura de Hubbard pois em minha opinião ele foi o trompetista que veio depois de Brown que mais avanços trouxe ao instrumento ,em termos de vocabulario. De resto tenho certeza que se Brown não tivesse morrido tão jovem teria incorporado ao seu ja requintadissimo vocabulario de bebop novas ideias ,tal como Hubbard fez.
Ao longo de exatos 33 anos como musico profissional teria muitas outras historias pra contar mas nem todas são apropriadas, digamos,a um ambiente familiar como esse excelente blog.
Erico ,por falar nisso, o meu "Primo Altamirando",HYJ,me enviou email repetindo as ameaças de fazer"revelações bombasticas" sobre mim. Por mim não ha problema algum mas respondi avisando a ele que respeitasse os demais amigos que aqui vem e que certas coisas tem hora e lugar para serem faladas. Acho que ele não esta nem ai pra isso mas não custa tentar.
Abraço,

Érico Cordeiro disse...

Ô Seu Mr. tandeta,
Não se acanhe não. Histórias deliciosas sobre músicos são sempre bem-vindas. E se você achar que elas são meio "pesadas" pro horário, lembra das célebres entrevistas do pasquim?
Pois é - grandes músicos como Clifford brown, Freddie Hubbard, Kenny Dorham estão acima de qualqquer comparação - são seres que viveram de tal modo a sua arte que estão em outro plano. A nós cabe honrá-los e ouvi-los.
E deixa o HYJ com as revelações bombásticas - estamos curiosíssimos!!!!
Abração!!!

pituco disse...

érico,
parabéns pela resenha,pelo sítio e pelos grandes músicos brasileiros que navegam por aqui...

qualidade e respeito resultam nesses comentários e estórias bacanudas...também quero ouvir mais,sr.tandeta e sr.apóstolo...e sem que se omita uma vírgula sequer...hehehe(creio que a juventude precise desses relatos e de mais música)...obrigadão

amplexossonoros e pacíficos

Érico Cordeiro disse...

Assino embaixo do que disse o caro Pituco-San.
Que venham todas as deliciosas histórias do baú do Tandeta (e do HYJ também).
Valeu!!!!!!!

Andre Tandeta disse...

Erico,
o homem esta impossivel. Me mandou outro email dizendo que era pra eu fazer uma "revisão" em algumas "historias". Tudo que posso dizer é que ele se encarregou de fazer "arranjos" ,tal qual um Gil Evans,Thad Jones ou Sammy Nestico só que da chamada vida alheia. Respondi dizendo que respeitasse os amigos do blog,que são pessoas ocupadas e não podem perder tempo com bobagens e que,por favor, não me fizesse mais "consultas" sobre esse assunto,que fizesse o que achasse melhor. Alias disse a ele que evitasse de me escrever para me poupar do seu portugues de quinta categoria e dos seus "arranjos" sobre qualquer assunto.
Antecipadamente peço desculpas pelo "material" que pode vir e pelo espaço ja ocupado com esse "nefando" amigo,que mala impressionante!
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Don't worry, Mr. Tandeta,
O HYJ parece ser do bem!
Abração!

José Domingos Raffaelli disse...

Duas singulares declarações de Freddie Hubbard quando entrevistei-o para O Globo, em 1987 - sua primeira vinda ao Rio:

Ao perguntar-lhe sobre a gravação do polêmico disco "Free Jazz", de Ornette Coleman, da qual ele participou num dos dois quartetos que o perpetuaram, ele foi taxativo:

"Durante um ano, todos os dias eu ouvia esse disco e nunca consegui compreender o que nós tocamos".

Sobre seus discos de música de fusão, não fez por menos:

"Detesto música de fusão, mas gravei vários discos dessa porcaria unicamente para ganhar dinheiro".

Keep swinging,
Raffaelli

José Domingos Raffaelli disse...

Tandeta,

O pianista de Freddie Hubbard foi Billy Childs, que gravou um disco sensacional em trio antes da sua vinda ao Rio.
Keep swinging,
Raffaelli

José Domingos Raffaelli disse...

Caros companheiros,

Atrevo-me a mencionar três CDs de Freddie Hubbard que considero excepcionais: "Breaking Point" (já citado) e um duplo com Woody Shaw para a Blue Note ("The Freddie Hubbard and Woody Shaw Sessions"). Neste último, além de suas composições, a dupla homenageia vários trompetistas tocando composições de Clifford Brown, Fats Navarro, Kenny Dorham, Lee Morgan e Benny Harris, mais um tema de Sonny Stitt. Vale o preço que pedirem.

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Caro Mestre Raffaelli,
O Hubbard tinha um amor ao jazz à toda prova - inclusive reconhecendo que o tal fusion era apenas para ganhar dinheiro. Se ele não curtia o que fazia, imagine eu (rs, rs, rs).
Não conheço o The Freddie Hubbard and Woody Shaw Sessions, mas tenho os demais discos pela Blue Note.
Vou procurar, inclusive algo do Billy Childs.
Um fraterno abraço!!!

José Domingos Raffaelli disse...

THE FREDDIE HUBBARD AND WOODY SHAW SESSIONS

Os trompetistas dos anos 50 e 60 foram influenciados por Dizzy Gillespie, Fats Navarro, Clifford Brown e Miles Davis. Com exceção de Brown, descendente estilístico de Navarro, os demais surgiram nos anos 40 durante os cruciais tempos do bebop, quando tudo que tocavam era novo, original e criativo, abrindo uma era de real fastio artístico-musical.
O CD duplo “The Freddie Hubbard and Woody Shaw Sessions” (Blue Note) uniu aqueles dois discípulos de Fats Navarro, via Clifford Brown. As duas primeiras faixas dão o tom do que vai 0acontecer: “Sandu”, um blues funky de Clifford Brown, e “Boperation”, de Navarro, em parceria com Howard McGhee, cujos oito compassos sinuosos e intrincados na segunda parte, executados em velocidade alucinante, é um teste definitivo para trompetistas. Outras composições incluem peças dos trompetistas Kenny Dorham (“Lotus blossom” e “São Paulo”), Benny Harris (“Reets and I”, baseada nas harmonias de “All God’s Children Got Rhythm”), e Lee Morgan (“Lament for Booker” e “Calling Miss Khadija”) e do saxofonista Sonny Stitt (“The eternal triangle”, uma variante dos acordes de “I got rhythm”).
Hubbard e Shaw tiveram trajetórias marcantes, apesar dos desvios do primeiro pelas águas extravagantes da fusão. Evidentemente, Hubbard e Shaw não se comparam a Navarro e Brown, mas raramente tocaram tão bem, atirando-se aos solos com enorme disposição e entusiasmo. Tocando material ideal para suas incursões, além de “The moontrane”, de Shaw, são acompanhados por Kenny Garrett (sax-alto), Mulgrew Miller (piano), Cecil McBhee ou Ray Drummond (baixo) e Carl Allen (bateria). A seção rítmica tem participação impecável, mas Gerrett é bastante irregular, sem continuidade nas frases e muito destoante das idéias fecundas dos líderes. Hubbard e Shaw perpetuaram música emocional e honesta com um sentido vital de unidade. Os vibrantes arabescos de “Boperation” e “The eternal triangle”, além da integração ao idioma básico dos blues em “Sandu”, figuram entre as melhores gravações de trompetistas dos anos 80.
José Domingos Raffaelli (www.bjbear71.com/raffaelli/jose

José Domingos Raffaelli disse...

Quando fala-se em trompete no jazz, não pode-se de forma alguma omitir o nome de Fats Navarro, um dos maiores de todos os tempos e que em sua breve carreira influenciou dezenas de trompetistas, incluindo Clifford Brown, Lee Morgan, Benny Harris, Freddie Hubbard, Woody Shaw, Jon Eardley, Ernie Royal, etc.
Seus solos gravados são tão bem construidos, repletos de sucessivas idéias interligadas entre si que poderiam ser desenvolvidas em novas composições.
Para ter-se uma idéia da importância de Fats Navarro, é suficiente mencionar que seu fantástico solo em "Nostalgia" é o teste definitivo para os trompetistas que terminam seu curso no famoso Berklee College of Music, de Boston.
Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli,
Procurei esse The Freddie Hubbard and Woody Shaw Sessions no Amazon e o preço é simplesmente proibitivo!!!
Algo em torno de 100 dólares!!!
Absurdo.
Torçamos para que esse disco seja relançado pela série RVG ou Connoiseur!
Abração!!

Paulo Juliao disse...

Freddie Hubbard toca trompete como um ótimo tenorista toca seu sax! ...Seus solos são um misto de tecnica,lirismo e alegria!

Paulo Juliao disse...

...Pra mim ele brilhou muito nos seus discos,mas me agrada muito sua participação nos discos de H Hancock,W.Sorter...Tais como maiden voyage e speak no evil respectivamente.

Anônimo disse...

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