Amigos do jazz + bossa

terça-feira, 4 de agosto de 2009

TOMMY FLANAGAN: PORQUE O INSTANTE EXISTE...


O reconhecimento por parte de seus pares é inteligentemente unânime. Desde muito cedo, o precoce Tommy Flanagan acostumou-se a ser incensado por outros músicos como um dos maiores entre os maiores. Não que os encômios tivessem sobre a sua personalidade afável e modesta qualquer efeito deletério. Ser chamado de gênio por luminares como Ella Fitzgerald ou John Coltrane jamais afetou a sua simplicidade algo monástica ou demoveu a sua férrea convicção acerca da transitoriedade da glória.


Para o Poeta do Jazz, carinhoso apelido que recebeu em virtude do seu exponencial lirismo, o mais importante de tudo foi, é e será sempre a música. Foi esta arte que ele tão consistentemente empenhou-se em dignificar. Se nesse caminho, prenhe de beleza e exaustão, conseguiu um amplo reconhecimento, tanto melhor. Mas ele continuaria a sua jornada rumo ao absolutamente belo de qualquer maneira. Com ou sem aplausos. Com sem prêmios.


Nascido em 16 de março de 1930, na feérica Detroit, o jovem Flanagan começou a tocar profissionalmente muito cedo. Em 1945, com apenas 15 anos, já era um regular freqüentador do palco do célebre Bluebird, dividindo-o com outros grandes músicos da cena local, como Milt Jackson, Thad Jones, Curtis Fuller, Elvin Jones e Kenny Burrell. Antes de completar 20 anos, já excursionava com Dexter Gordon e Lucky Thompson. Nos anos 50, após cumprir o serviço militar (de 1951 a 1953), realizou alguns trabalhos com Blue Mitchell e Kenny Burrell, até fixar-se em Nova Iorque, em 1956.


A partir daí, seria mais fácil dizer com quais dos grandes músicos do jazz Flanagan não tocou (a rigor, dos grandes mesmo, o pianista não tocou apenas com Charlie Parker, pelo singelo motivo de que Bird falecera em 1955). A lista de músicos que tiveram a honra de tê-lo como acompanhante, além dos já mencionados, é estelar e quilométrica: Oscar Pettiford, Sonny Rollins, J. J. Johnson, Kenny Dorham, Art Farmer, Ray Brown, John Coltrane, James Moody, Benny Carter, Coleman Hawkins, Harry “Sweets” Edison, Wes Montgomery, Dizzy Gillespie, Miles Davis, Freddie Hubbard, Charles Mingus, Gerry Mulligan, Pee Wee Russell, Art Pepper e Ella Fitzgerald (a quem acompanhou por mais de 10 anos).


Influenciado por Bud Powell, Art Tatum e Nat Cole, Flanagan lançou o seu primeiro disco como líder em agosto de 1957, o aclamado “Overseas”, comandando um trio que incluía os excelsos talentos de Elvin Jones e Wilbur Little. Poucos meses antes, havia dividido os créditos do excelente “The Cats” com o velho amigo Kenny Burrell e o novo amigo John Coltrane (a quem haveria de acompanhar no magistral “Giant Steps”, de 1959). Em 1982, Flanagan prestaria uma emocionada e emocionante homenagem a Trane, gravando composições do saxofonista em um álbum denominado, muito justamente, de “Giant Steps”.


Por seus célebres trios passaram os bateristas Elvin Jones, Roy Haynes, Al Foster, Art Taylor e Lewis Nash, e os baixistas Wilbur Little, Tommy Potter, Ketter Betts e Jesper Lundgaard, além do virtuose tcheco George Mraz, ao lado de quem construiu uma belíssima discografia entre os anos 80 e 90. Nos dias 16 e 17 de junho de 1983, Flanagan e outros dois músicos extraordinários reuniram seus admiráveis talentos pela primeira e única vez, para gravar, pela Gambit, um disco espetacular. O nome do álbum é simplesmente “The Trio” e os outros músicos são ninguém menos que Ron Carter e Tony Williams.


Talvez não fosse necessário dizer que os três músicos, mestres em seus respectivos instrumentos, dão o melhor de si em uma gravação tão espontânea que é como se os três estivessem tocando na sala de estar do ouvinte. Provavelmente seria redundante mencionar que a fidalguia, a elegância e o bom gosto na execução, características das mais evidentes entre os três instrumentistas, permeiam todas as faixas. Certamente não há qualquer necessidade de informar que as 14 músicas escolhidas são absolutamente homogêneas do ponto de vista qualitativo. Os brevíssimos 73 minutos e 18 segundos de delicadeza em estado puro são soam aos ouvidos tão ternamente quanto as águas cristalinas de um regato, ao sol tranqüilo de um dia de primavera.


“It Don’t Mean a Thing”, de Duke Ellington, é executada com um swing e uma graça arrebatadores – o baixo de Carter desliza através da melodia, como se fosse um passeio mágico. O calor tropical de “St. Thomas” é abrandado com uma leitura que realça as suas características bop e o implacável Carter, mais uma vez, executa passagens verdadeiramente impossíveis para 99,99% dos contrabaixistas do universo. As arestas de “Misterioso” são aparadas com muita inventividade, mas não há qualquer prejuízo às ousadas concepções harmônicas de Monk – ao fim e ao cabo, o blues emana íntegro como se tivesse sido recolhido diretamente das águas barrentas do Mississipi.


“Milestones” jamais foi executada com tamanha delicadeza, em um dos momentos mais sublimes do disco. Além de Monk e Davis, outros grandes nomes do jazz também tiveram sua obra revista sob o olhar altamente emocional do trio. É o caso de Tadd Dameron, com uma versão cristalina de “Good Bait”, de John Lewis, cuja “Afternoon In Paris” merece uma releitura extraordinária, com um discretíssimo tempero de bossa nova, e de John Coltrane, que tem a clássica “Giant Steps” executada de maneira bastante audaciosa, conferindo ao tema, um dos mais conhecidos do jazz, novas e delicadas tessituras sonoras e ressaltando a elevada capacidade de improvisador do pianista.


Os três músicos também integram ao repertório composições próprias, todas de altíssimo nível. Williams comparece com “Sister Cheryl”, uma balada sofisticada, Carter apresenta uma sacolejante “New Song”, que é puro bebop, e Flanagan contribui com a exuberante “Minor Mishap”, certamente sua composição mais conhecida e que recebe um arranjo devastador. O momento mais emocionante do álbum talvez seja a encantadora versão de “My Ship”, que parece ter sido composta especialmente para a execução sofisticada de Flanagan. Um disco para quem acredita que a poesia do jazz é tão eloqüente e terna quanto aquela que produzem os mais líricos poetas.


O pianista faleceu no dia 16 de novembro de 2001, em Nova Iorque, em decorrência de um aneurisma arterial – já de algum tempo vinha sofrendo de problemas coronários, mas jamais abandonou os palcos e estúdios. Apesar da saúde frágil, Flanagan continuou a realizar, até quase o final de sua vida, as duas habituais temporadas anuais em seu adorado Village Vanguard. Não é de se espantar. Cecília Meireles já havia, alguns anos antes, decantado a matéria de que são feitos poetas como ela e Flanagan:


“Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste,
Sou poeta”.

65 comentários:

Celijon Ramos disse...

Ao ouvir essas belíssima My Ship, a sensação que tive é como se não fosse preciso mais respirar. Parece que tudo pára e paira. É um ar sem tempo pelo qual se poderia flanar por toda vida.
De resto, é se entregar à música.

José Domingos Raffaelli disse...

Érico,

Você é uma máquina humana de grande capacidade, eficiência, conhecimento musical e escritor à toda prova. A cada CD que analisa fico mais impressionado com a fluência, o poder de observação auditiva e a facilidade em transmitir em linguagem rebuscada, mas nunca pretensiosa, todas as peculiaridades, nuances e passagens de cada interpretação.
Este CD não foge à regra. Você deveria reunir essas análises num livro e certamente os jazzófilos, especialmente os recém inoculados pelo micróbio do jazz agradecerão a orientação que essas resenhas darão aos seus primeiros contatos com a maravilhosa música dos músicos. E tenho dito.

Com relação a Tommy Flanagan (que, ao lado de Duke Jordan, Al Haig e Hank Jones, para mencionar apenas três, é um dos pianistas de maior sentido melódico-emocional do jazz), permita-me alguns adendos a respeito dele.

1) Em outubro de 1997 adiei minha viagem à New York por uma semana porque ele veio tocar no extinto Mistura Fina. Naquela ocasião, dei-lhe várias fotos que tirei em julho de 1961, quando ele veio com o American Jazz Festival. Ele ficou muito surpreso com as fotos, pois, obviamente, não podia lembrar de mim e muito menos delas.

2. Nessa ocasião, ele foi surpreendido ainda mais quando dei-lhe o CD com a gravção dele, em trio, de "Love for Sale", feita no Teatro Municipal do Rio. Ele nem lembrava que tocara aquela canção de Cole Porter.

3. Quando disse-lhe que adiara minha viagem a New York para ouví-lo no Rio, deu-me seu cartão e pediu que lhe telefonasse na semana seguinte, o que fiz e nos encontramos duas vezes, uma delas no Lombardi's, na Rua Spring # 32, no Village, onde comi a melhor pizza de toda minha vida. A partir daí, fiquei freguês cativo do Lombardi's, que passei a frequentar em todas minha viagens à Big Apple.

4. Quando ouvi Barry Harris no JVC Jazz Festival de 1989, em tandem com Walter Davis Jr. (mencionei esse concerto anteriormente), falei-lhe sobre Tommy Flanagan. Como sabemos, Barry Harris também é de Detroit e disse-me o seguinte:

"I was highly suprised when I've heard him for the first time. It was in 1945 and that young guy was really wailing. Boy, he was only 15years old and scared me to death. I couldn't believe a 15 year-old boy could play those fantastic things".

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Celijon e sua verve poética - suas palavras são de um lirismo tocante. Obrigado!
Mestre Raffaelli, agradeço a sua generosidade e, sobretudo, a sua presença aqui no JAZZ + BOSSA. O Flanagan é outro dos meus xodós musicais - acho o seu toque de uma leveza e de um refinamento à toda prova.
A idéia do livro faz parte dos meus projetos futuros, torço muito para que dê certo.
Um fraterno abraço aos dois!!!!!

Salsa disse...

Disco excelente, idéia melhor ainda. Sugiro que acrescente, no livro, uma seleção dos comentários postados pelos freqüentadores desse espaço (especialmente aqueles que acrescentam observações curiosas sobre a arte do jazzman). Algumas discussões aqui levadas podem gerar frutos interessantes.
Abraços,
Agora vou curtir o som do trio.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Salsa,
Ótima idéia, quando esse projeto amadurecer vou pedir a autorização dos amigos para colocar os comentários no livro.
Abração!

pituco disse...

érico,
post e textos bacanudos, como sempre...e esse álbum é piramidal ao cubo...rs

quando abri o barato outros,estava rolando bill evans solo aqui em casa, pra enfrentar a longa madruga insone...e então, rola o the trio à reboque...explode coração!

curioso, que re-ouvindo minor mishap, remeteu-me àqueles arranjos cheios de modulações de eliane elias...rs...brincadeira.

bem, signori,
fico desanimado com alguns lances musicais...explico...
lá no jazzseen o post é da garota virtuose...aqui,a estória de mr.flanagan que já arrebentava aos 15 anos...mas,nem todos jovens músicos virtuoses são geniais,concordas?

conheço um pianista brazuca,alex frontera,que chegava de skate pra dar canjas,aos 15 anos de idade...uma agilidade chicoreana...acompanhou leny de andrade,aos 17 anos...

assim é com o violonista yamandu...fenomenal...mas,um dia eles deixam de ser jovens e daí a agilidade apenas deixa de ser surpreendente, pois música, no meu entender, não é olimpíada pra fazer records...quantas escalas por segundo...hehehe

hoje, pela manhã, a televisão divulgava uma apresentação de um garoto pianista chinês, de 12 anos, que toca chopin como rick wakeman...nada contra, mas é pura exploração...e não é que o garoto seja ruim,pelo contrário,nem sabe o que está acontecendo...e pelo potencial,pode chegar a ser um grande concertista,por que não?...mas a ganância da midia e pais estraga tudo...

bom, desculpem o desabafo...a estória de mr.flanagan foi outra,com certeza.

e, em outubro tem concerto solo do egberto gismonti(que a tevê comercial japa não dá uma nota sequer)...dia 13/ac.gt...dia 14/piano...se puder,vou dia 13.

bom, é isso aí
abraçsons
om shanti

Sergio disse...

E eu já estou curtindo. Acabo de conferir: "Milestones", a faixa exata.

Pois é, mr Érico, o livro já é uma realidade antes. Lembra? Desde que pensada. Metade, virtualmente publicada. A idéia de Salsa, pra te/me embalar nessa remada, iluminada!

Só lhe faço, seguindo os trâmites legais sugeridos por Salsa, um pedido:

"Ao ouvir a belíssima My Ship, a sensação que tive é como se não fosse preciso mais respirar. Parece que tudo pára e paira. É um ar sem tempo pelo qual se poderia flanar por toda vida.
De resto, é entregar-se à música."

Na passagem do Celijon fez-se o prólogo do capítulo Flanagan – ó eu já me imiscuindo na empreitada.

Bem, cumpri meinha missão. Procurei pelo álbum e já ia desistindo quando encontrei o alento:

http://bienvenidosalamonga.blogspot.com/2009/02/tommy-flanagan-ron-carter-tony-williams.html

Bienvenido mesmo! Um disco tão raro que nem no site do amazon está pra vender.

Discaço!

APÓSTOLO disse...

Prezado ÉRICO:

Mais uma vez parabéns ! ! !
Qualidade, bom gosto e excelência (no texto e ainda mais na música escolhida) não têm idade: são a eternidade do agora e sempre.
Como você citou a longa e bela união de Flanagan a Ella Fitzgerald sugiro, se já não ouviu, deliciar-se com outro "Tommy Flanagan Trio" (em companhia dos magníficos Peter Washington e Lewis Nash), gravado para a VERVE com o título "Lady Be Good...For Ella". Uma senhora homenagem à 1ª dama do JAZZ, em 11 pérolas com o lirismo emotivo de Flanagan.
Por favor, publique seu 2º livro, já que o 1º estamos acompanhando a cada momento na internet.

Salsa disse...

Pituco está prenhe de razão. Eldar é um retrato disso - fizeram uma festa danada em torno do guri logo no início de sua carreira. Excelente pianista, mas, lembro-me do Tim festival, mesmo apegado às suas boas influências (eu comentei com ele sobre como Tatum aparecia em suas mãos e ele riu), ainda privilegiava uma certa "verborragia". Parece que a alma ainda não estava formada. Precisava dar umas topadas, amar e não ser amado, sei lá mais o quê. Observei que, naquele momento do festival, ele estava começando a explorar um pouco mais os silêncios que emolduram as notas. Para mim, é aí que começa aparecer o coração mais maduro do músico. O tempo é rei nesses lances.

Érico Cordeiro disse...

Caros Pituco, Sérgio e Apóstolo,
Realmente, acho que essa espetecularização de jovens talentos é um negócio perigoso - expõe a criança/jovem e quando os holofotes se apagam, porque ele perdeu a "graça", muitas vezes fica sem rumo e sem uma carreira sólida, já que geralmente o imediatismo e a ganância dirigem esses garotos na direção apenas da mídia. Bom que o Flanagan é de outro tempo, onde esse fenômeno de mídia não tinha tanta voracidade.
Sérgio-san, se eu soubesse que você queria, tinha te mandado via Pando - e sua sugestão é muito boa - abrir a postagem/livro com um poema de Celijon.
Caro Apóstolo, obrigado pelas palavras carinhosas. De fato, não conheço esse álbum, mas uma sugestão sua já me faz colocá-lo na célebre listinha, em lugar de destaque, mesmo porque eu adoro o Flanagan tocando em trio (o Complete Trio Recordings, duplo da Lonehill, é fantástico).
Estou ouvindo um pianista Harris Waters, no álbum Harri Waters Band, que tem um som meio retrô, com muita influência de swing, blues, diexeland e bebop - interessantíssimo, com uma sessão de metais fabulosa - Mr. Sonic boy, vou te apresentar o sujeito (acho que vais gostar).
Um fraterno abraço aos três!!!

Érico Cordeiro disse...

Mr. Salsa,
Estava a escrever as minhas observações quando você postou seu comentário. Disseste algo muito bacana e que li no blog do pescador outro dia. Um blindfold test com o Lester Bowie (Downbeat, início dos anos 80) e ele disse sobre o Winton Marsalis que não havia nada, do ponto de vista técnico, que ele precisasse aprender. Ele precisava agora apenas viver, apresnder com as dores e os sofrimentos da vida.
Abração!!!

Sergio disse...

Mais um agradecimento q não posso esquecer de fazer é ter me apresentado mais uma fera do jazz q eu não conhecia: Harry Edson. Discos raros, os desse homem. Encontrei um solo apenas "The Swinger and Mr. Swing", e gostei muito. Mas agora estou atrás de no mínimo mais um: "Sweets" de 1956. O cara tem um monte de solos mas esse me chamou mais a atenção. Talvez seja a capa. Esse se tiveres ou tiver algo dele q me queira passar tou aceitando donativos.
Valeu!

José Domingos Raffaelli disse...

Amigos,

Sempre houve na música os talentos precoces que atraem as atenções da música e dos críticos.

Nunca esqueço quando o pianista Sérgio Salvatore, com 11 anos, lotou o Blue Note, de New York, em sua primeira aparição em público. De acordo com a Down Beat, cerca de 50 pianistas profissionais acorreram ao conhecido clube da Rua 4 para testemunhar o vasto talento do garoto, que assombrava a todos que o ouviram - e sairam impressionadíssimos com o que ouviram. Sergio ganhou rasgados elogios de Chick Corea (com quem gravou posteriormente a dois pianos),Hank Jones,Dick Hayman, Herbie Hancock, Dave McKenna e outros luminares.
Dias depois, Sergio Salvatore deu um concerto de piano solo, nada mais nada menos, no Carnegie Hall, com casa cheia, e foi ovacionado delirantemente (tenho o vídeo do evento e realmente o garoto abafou). Devido ao seu estrondoso sucesso, ele parou de estudar e isso irritou sua mãe, que, com sua autoridade obrigou-o a terminar os estudos. Muito a contragosto, ele deixou o jazz para terminar os estudos. Essa imposição abalou-o tanto que, mesmo após concluir a universidade e formar-se, nunca mais voltou a tocar.

Outro foi Peter Delano, que tocou no concerto celebrando os 50 anos da gravadora Verve. Parou para terminar os estudos e nunca mais tocou profissionalmente.

Há inúmeros exemplos, porém em meio a esses devemos ressaltar que o jovem saxofonista italiano Francesco Cafiso desde os 11 anos assombrou a todos que o ouviram, inclusive Wynton Marsalis, que agregou-o ao seu conjunto numa turnê européia. Hoje com 20 anos, Cafiso continua gravando e tocando nos principais festivais de jazz que ainda se realizam em vários países do mundo. Ele tocou numa edição do Festival de Ouro Preto de alguns anos passados.

Isso sm falar no conjunto Jazz Futures, que em 1991 gravou um ótimo CD e realizou uma turnê européia de grande sucesso. Lá estavam Roy Hargrove Marlon Jordan, Antonio Hart, Tim Warfield, Mark Whitfield, st Benny Green, Christian McBride e Carl Allen. Todos talentosos e bem-sucedidos em suas carreiras de jazzmen.

Minha finalidade é apenas mencionar alguns poucos exemplos dos talentos precoces que surgiram no jazz. Não me move nenhum motivo a fim de provocar polèmica.

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Mr. Sonic-boy,
Do Harry Edison, como lider, tenho apenas um disco em que ele atua com Oscar Peterson (um duo trompete e piano, bem bacana). Vou te mandar esse, se não tiveres.
No mesmo estilo, muito legal mesmo, é o duo de Duke Heitger (t) e Bernd Lhotzky (p), que também posso te mandar.
Mestre Raffaelli,
De fato, o jazz é cheio de talentos precoces (rtem a história de que o cantor/pianista Boby Short, ainda criança, fez uma apresentação para o folclórico Fats Waller, com quem se dizia que era muito parecido, e este, safadíssimo, perguntou ao garoto: - Mas como é mesmo o nome daa sua mãe?).
O Salvatore e o Cafiso só conheço de nome, mas nada possuo deles.
Já o Jazz Futures era uma verdadeira constelação de estrelinhas - gosto muito do Antônio Hart, por sinal, emboraa todos os outros sejam fantásticos (o McBride é fora do normal).
Abraços fraternos!!!!

Érico Cordeiro disse...

Bom, pessoal,
Falei há pouco sobre o Harry Waters e achei na net o seguinte arquivo sobre ele e sua deliciosa banda. Vou teproduzir abaixo e sugiro aos amigos que dêem uma procurada - o moleque faz jazz de ótima qualidade (e é filho do grande Roger Waters, vejam só!!!!).

"Conventional Jazz runs through this debut recording by influenced musician, Harry Waters. With a collection of musicians to assist, including saxophonist, Ian Richie, this set of ten+1 (bonus cut) instrumentals underscore a fascination with the basic tenets of structured studio works laid out by originals like Oscar Peterson and Bill Evans (both listed as high influences).

Each originally written track is a quality, studied composition. The tunes are lively, brilliant pieces that entertain, especially if you are a fan of late ‘50s, early ‘60s Jazz works. Waters is a UK student of Jazz, who has given himself over to his work with a studied application of learned principles of the vintage style of Jazz that he attends to.

The album’s opener, “Blues in G” is a lively standard piano piece that will be familiar to Jazz aficionados, not in composition as this is an original, but in style. It is followed in style by “Jumping,” and is improved upon in the swinging “Peterson’s Bounce.” “Rum and Coca Cola” gets ragtime in with the sprightly piano of Harry Waters providing the lift. I love “Spring Stepping” with its pensive meandering and its wonderful sax work.

The inclusion of an earlier recorded work, “Jarrett’s Dream,” as a bonus track is sheer gold. It is very inventive and has an air about it that is quite extraordinary. It is a step away from the sound of this album but not too distant that it detracts. It adds acoustic guitar and has a tone of experimentation not heard in the album’s main tracks. The sax work is strong enough that the song should easily remind you of the influence of another band. I’m very glad that it is here.

Given that this is his debut and that he is a student of the genre that he so willingly participates in for this set of collected tunes, it should be said that future recordings should yield more personal experimentation, especially given his pedigree.

Did I say that Harry Waters is the son of Roger Waters (Pink Floyd)?"
(http://musictap.net/Reviews/2009/February/HarryWatersBandHWB.html)

edú disse...

Na semana em q li,em outro blog, o comentário mais absurdo e esnobe quem alguém poderia dimensionar a respeito da comunidade doméstica de blogs de jazz em minha vida, parabenizo Mestre Raffaelli por dividir, em situação antagônica, com tamanha simplicidade e generosidade,os conhecimentos q acumulou nesse mais de meio século de dedicação integral à causa.Breves pitacos, Harry Sweets Edison era o trompetista favorito de Sinatra q exigia desde seu período Capitol(suas mais reconhecidas gravações à partir exatamente dos 50 anos de idade) sua participação em todos os registros q achasse necessário a presença do trumpete num estagio alongado por mais de 30 anos.Edison foi um dos mais melódicos trompetistas de seu tempo(presença testemunhal no documentário Jazz de Ken Burns),razão da adoração conferida por parte de Frank.O trompetista possui uma discografia farta e disponível tanto em lojas virtuais na forma de cds como em lps ,em sebos, à disposição.Tommy Flanagan não foi apenas acompanhante de Ella por dez anos ( na verdade quase 16,em períodos alternados) mas seu diretor musical tb a partir de 1968.Peter Delano afastou-se da carreira após sofrer grave acidente que atingiu sua coluna cervical impedindo postura sem a escravatura de torturantes dores na frente do teclado.Depois de um longo e sofrido tratamento retomou a carreira de maneira mais sóbria com um segundo disco espetacular em homenagem ao saxofonista Dewey Redman.

Sofia Urko disse...

Caríssimo Érico, a fazer escala em amesterdão, tive a maravilhosa companhia do seu blog no meu mini e, bastante imtempestivo, computador(as letras são azuis escuras n vejo nada!). Gostava de ouvir Ella F. c este maravilhoso panista...Secalhar já ouvi sem saber. Tenho um cd mt bom dela de 66 gravado ao vivo. Amanhã parto p o Uanda p um tempo de voluntariado c a ONG soft power ducation. Darei notícias qd for a Jinja, a vila mais perto c wireless. Abraço com a amizade de sp e obrigada pela companhia, Sofia:)

Érico Cordeiro disse...

Caros Edú e Sofia,
Sejam bem-vindos. O Harry Edison foi também um habitual acompanhante de Billie Holiday - fizeram inúmeras gravações juntos.
Gosto muito do seu som, especialmente dos registros mais agudos. Outro grande trompetista, de mesma época e sonoridade semelhante, é o Roy Eldridge, de quem possul alguns bons discos (em especial um com Buddy Rich e o From Roy To Diz, com Dizzy, que comprei por indicação do mestre LOC).
Cara Sofia, desejo-lhe muito sucesso nessa empreitada e que você possa fazer um trabalho maravilhoso em Uganda. Estaremos à espera de notícias suas. Mantenha o seu blog atualizado, na medida do possível.
Um fraterno abraço aos dois!

edú disse...

Prezado Èrico, tenho respeitosa discordância quanto sua comparação entre Eldridge e Edison.Ficaria, na minha opinião, mais próximo a Charlie Shavers.Eldridge foi a ponte entre o trompete moderno de Armstrong e o bebop de Dizzy.O disco entre ambos mencionado é fabuloso sendo Eldridge referencia constante para Dizzy.Ambos encontraram-se em diversas gravações posteriormente,entre os anos de 75 a 78,no estúdios suíços durante intervalos do Festival de Montreux registrados no selo Pablo de Norman Granz.

Érico Cordeiro disse...

Mr. Edú,
Talvez tenha me expresado mal. O que quis dizer é que a sonoridade dos dois é semelhante, sobretudo nos registros mais agudos. O Eldridge talvez seja o padrinho do trompete no bebop, pois embora seja até mais velho que Edison, s sua abordagem é mais moderna.
O Edison tem um fraseado impregnado de swing, mas ouvindo os discos de ambos com Oscar Peterson, além de outras gravações, vejo algumas semelhanças entre um e outro.
Abração!!!

José Domingos Raffaelli disse...

Prezado Edu,

Nunuca soube sobre o grave acidente sofrido por Peter Delano. Tudo que sabia é que deixara a música para retornar aos estudos.
Você, sempre muito bem informado, colocou-me a par da realidade, pelo que agradeço a atenção.

A primeira vez que ouvi falar nele foi numa entrevista que fiz com Ron Carter há alguns anos. Como todos sabem, Carter tocou 10 anos seguidos no extinto Mistura Fina dentro do projeto Mistura Internacional, patrocinado pelo O Globo, onde trabalhei 15 anos, Todos os anos cabia a mim entrevistá-lo por ser minha área musical, pois o jornal sempre realizou ampla divulgação do projeto que patrocinava.

Numa dessas primeiras vindas ao Rio, Carter mencionou que tocara duas semanas em duo com Peter Delando. Como não o conhecia, pedi mais detalhes, porém Carter, sempre muito lacônico, disse simplesmente: "Você logo ouvirá falar dele. Tome nota: logo ele será um dos melhores pianistas de jazz".

Keep swinging,
Raffaelli

Sergio disse...

Sr. José Domingos Raffaelli, acabo de consultar, por tel., meu velho pai, que por ter sofrido um AVCzinho - desses que entortam até um gaucho macho paca, como ele diria – ele não conseguiu lembrar de vosso nome. Mas o velho trabalhou como repórter n’O Globo durante praticamente até se aposentar. E antes, bons outros anos 10 ou mais anos, no JB. As áreas, sei que são distintas, mas se o sr. viveu aquele ambiente de redação, quem sabe? Então, aproveitando sua memória de menino e como o Rio de Jornal é uma búlica, não teria o senhor o conhecido? O nome do pai não é tão comum de se esquecer, Wauner Millan. Seria engraçado se “ah, sim, lembro-me dele”... Se não, tbm, tudo bem, foi só uma curiosidade.
Abraços.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli,
Confesso que não conheço o trabalho do Peter Delano. Mas se vem chancelado por Ron Carter, deve ser muito bom.
E é por essas e outras que digo que o Edú é o Raffaelli da nossa geração: tem um conhecimento vastíssimo, escreve espetacularmente bem, não tem um átomo de arrogância (pelo contrário, é extremamente atencioso e generoso) e basta pensar em um músico de jazz que ele não apenas conhece como também possui uma discografia bastante representativa do sujeito - é impressionente!!!!
O Edú é um digníssimo seguidor dessa maravilhosa trilha aberta por pioneiros como você, Mestre Raffaelli, outros grandes nomes do jornalismo brasileiro como Luiz Orlando Carneiro, Lula, Apóstolo, Muggiati, Armando Aflalo, Zuza e carrega essa tocha com muita honradez. Me orgulho muito desse convívio com ele, embora apenas virtual.
Mais um prá listinha - e o Amazon agradece - a não ser que o garimpeiro Sônico disponibilize algo para nós (rs, rs, rs).
Um abraço fraterno!

Érico Cordeiro disse...

Sônico,
Tinha acabado de falar em você no comentário anterior, escrito enquanto você estava enviando o seu.
Pois é, o micróbio investigativo vem de berço, né? Os genes do jornalismo estão em você, daí esse afã gaarimpante de sonoridades.
Valeu, amigão!!!!

Andre Tandeta disse...

Erico,
graças aos "tentaculos" da internet e ao sua grande dica no seu excelente blog tenho mais dois CDs abertos ,ou em vias de,na bancada.Haja tempo! O primeiro é o unico disco de Alan Dawson como lider que o Sonic-boy achou e colocou o link la no blog dele.Não preciso dizer que acho fantastico. Onde Dawson estiver a musica é sempre 5 estrelas,a começar por ele.
E sua dica do disco de Lee Morgan "The Procrastinetor" me fez correr atras e conseguir esse disco maravilhoso ,com Wayne shorter,Bobby hutcherson,Herbie Hancock,ron Carter e Billy Higgins.
ainda tenho que escutar mais mas ja percebi que preciso rever minha opinião sobre morgan tocando em estilos diferentes do bebop ou hard bop. Shorter,Hancock e Carter nessa epoca,1967,faziam parte do historico quinteto de Miles ,junto com Tony Willians. A musica se não é totalmente inovadora, como a desse quinteto do Miles, é bastante audaciosa e complexa e Morgan arrasa mesmo em temas que nada tem de bebop.Vivendo e aprendendo.
Muito obrigado ,amigo,pela dica. E graças ao Sonico(deixei um agradecimento la) posso agora mergulhar mais fundo nesse oceano de musica chamado Alan Dawson.
VALEU!!!
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Caro Tandeta,
Esse é o grande lance. Essa troca de informações é que faz da internet algo tão bacana. Quando vi a postagem do Sonic-boy pensei imediatamente em você, como deixei comentado lá.
Vou dar uma conferida no Dawson, que ainda não baixei.
E o Procrastinator vale a pena é um disco bem diferente do Morgan.
Abração!!!

José Domingos Raffaelli disse...

Prezado Sergio,

Não conheci seu pai - Wauner Millan - apesar de trabalharmos no Globo quase na mesma época. No meu tempo do Globo (1987-2002) a redação tinha várias editorias e o movimento fervilhava dia e noite (pois é, também havia uma turma da noite). Havia cerca de 120/140 computadores na redação, número por vezes insuficiente para atender à demanda dos jornalistas, pois os que voltavem da sua cobertura nas ruas não encontravam computador disponível, sendo obrigados a aguardar que um deles desocupasse.

Minha editoria foi a do Segundo Caderno. Qual foi a editoria do seu pai ? Reportagem Geral (cobertura de rua), Jornal de Bairros (idem, idem), Caderno Ela, Esportes, Internacional, Política, Economia e Negócios, etc ? Eram centenas de jornalistas em meio àquele borburinho incessante, telefones não paravam de tocar, gritos dos editores quando aproximava-se o horário de fechamento, alterações de última hora, a espera das fotos que o setor competente não enviava, enfim a redação era a ante-câmara do hospício piorada. E nós, modestos colaboradores, ficávamos no olho desse furacão diário, muitas vezes refazendo matéria porque o espaço original havia sido diminuido. Por isso, a classe dos jornalistas é uma das que mais provocam gastrites (fui premiado com uma) e doenças coronarianas - além de separações, desquites e divórcios porque jornalista nunca teve hora de ir para casa e as esposas ciumentas e desconfiadas ficavam na marcação cerrada (é verdade que vários espertalhões aproveitavam-se dos horários de fim de noite para dar uma escapada com a desculpa de ficarem trabalhando até altas horas).
Nas quintas-feiras, no Segundo Caderno fechávamos as edições de sexta, sábado e domingo, invariavelmente lá pela 1 ou 2 da matina. Quando saíamos do jornal, as ruas adjacentes eram de meter medo, tal a escuridão e os assaltos que se repetiam freqüentemente. Para tentar aliviar grande parte dessa tensão, procurávsmos sair em grupos de 4 ou 5.
Desculpe alongar-me, mas escrever sobre jornal/jornalismo sempre fascinou-me, pois desde criança meu sonho era ser jornalista.
Lamento que seu pai haja sofrido um AVC, desejando-lhe completa recuperação.
Por favor, informe qual a editoria para em que ele trabalhou, se possível quem foi o editor dele.

Obrigado e keep swinging,
Raffaelli

Sergio disse...

Tandeta, assinastes com outro nome lá, mas passo pra cá a resposta que deixei no sônico:

"Meu caro, Tenencio, vi alguns "comentaristas" no Jazz + Bossa; Jazzseen e Backyard falando a respeito desse álbum - q eu nem conhecia - e fui atrás e foi um prazer conhece-lo. No fim é uma troca. Vcs entram com a informação eu com a busca ou vice-versa. No fim ganhamos todos. Pra mim a coisa só faz sentido se for desse jeito. Grato pela visita (nesse caso o prazer foi meu) e se quiser indicar o sônico em seu prestigiado CJUB, não se acanhe q é assim que a troca se perpetua.
Abraços!"

Quanto ao Lee Morgan, o Érico já pode conferir, via lista no word e em breve poderá ouvir que tenho todos os álbuns - descritos no allmusic, pelo menos. De todas as fases. E é ruim, hein, um disco + ou - d'O cara. Como já repeti sem cansar, o germinho do jazz, me "infectou" já bem depois dos 40. Sempre gostei do gênero, mas jamais me aprofundei como nesses últimos 3 anos. E se vc, André, pesquisasse Procastinator no sônico, iria encontrá-lo por lá tbm e com o link - até onde sei - operando bem. Além deste há tbm, acabo de conferir: Sidewinder, e um outro exemplar, muito raro: "Indestructble Lee", este último, creio, uma coletânea, mas com faixas inéditas. E há mais de Lee, um post com esta frase creditada a ele:

"Não fosse a música, este país teria explodido há muito tempo, na verdade, todo o mundo. A música é a única coisa que atravessa todos os grupos étnicos e todas as línguas. A música é a única coisa que acorda o homem morto e encanta a fera selvagem. Sem ela, este mundo seria um inferno."

Na qual concordo em GNG!

Quando a dúvida sobre meu querido pai, espero q o Raffalli reapareça e leia meu comentário acima. O velho era bastante conhecido e querido entre seus pares... Andava num trio da pesada Adriano Barbosa, um certo Castor (não lembro mais o sobrenome, mas não é o de Andrade) e meu velho.

E vejam, amigos, do que acabo de me recordar nessa pequena volta ao passado: o Merval Pereira (acho q nesse tempo, ainda no JB), um ilustre moleque-foca, recém formado, foi passar a Lua de Mel dele, no sítio de meu avô - outro velho jornalista de berço -, ali pelos primeiros anos dos 70s.

Sergio disse...

É um mundículo mínimo, esqueci de acrescentar.

José Domingos Raffaelli disse...

Prezado Sergio,

Às 13:33 postei informações sobre meu tempo no Globo. Não conheci seu pai, mas havia dezenas de editorias na redação do meu tempo.
É o post anterior ao seu último. No final pedi-lhe que informasse a editoria para a qual seu pai trabalhou.

Não conheci Adriano Barbosa e o tal Castor. Será que tralhavam no turno da noite ?

Keep swinging,
Raffaelli

Sergio disse...

Acabo de ler. A editoria do velho Millan, que completará 80 anos em novembro, era Educação. Mas creio agora com suas últimas informações que os dois não foram da mesma época. Meu pai (perdoe, sr, Raffaelli, minha memória é mesmo péssima!) não se aposentou no Globo, como dissera antes, ele encerrou a carreira no Jornal dos Esportes, ainda na editoria de Educação. O Castor era uma figuraça folclórica d'O Globo. Mas era bem mais velho que Adriano e meu pai e faleceu já há muito tempo. Todos os citados, eu até hoje -, Adriano Barbosa inclusive, moramos no conhecido condomínio dos Jornalistas, aqui no Jardim de Alá.

Aqui, como o nome indica, era uma grande comunidade de velhos jornalistas. Conheci em vida, Sandro Moreira, Sérgio Porto, Don Rossé Cavaca, José Praxedes, Oduvaldo Vianna e Vianinha, a Enciclopédia do Futebol, Nilton Santos, também morou e jogava pelada no campinho society aqui do condomínio – que lotava aos domingos para vê-lo em ação... Isso aqui era uma festa! E agora, ‘perdoa eu’ me alongar pq falar do Jornalistas (condomínio que na época ainda era chamado conjunto residencial sem nenhum prejuízo a nossa condição social) dos 70 é algo que a mim me contamina. Enfim... Mas pelo visto, infelizmente, acho que o senhor e meu pai não chegaram a trabalhar na mesma redação. A despeito do AVC, o velho vai vivendo com o seu humor rascante, zombando de sua nova condição. É a vida.
Abraços!

edú disse...

Como o sr.Cordeiro é parceiro em outro projeto, com John Lester, q estamos tentando estruturar na internet e , da parte deles,com mais talento e afinco, peço q ignorem qualquer menção ao meu pretenso conhecimento.Continuo o mesmo incauto rapaz q peregrinava pelas lojas de discos desde os 12 anos de idade e ,utilizando da minha sensibilidade pessoal, combinada com meu irrisório conhecimento, identifiquei o jazz cedo como música de referencia.Prezado Mestre Raffaelli tive a chance , pela freqüência de visitas de Ron Carter ao pais e uma em NY, de estar diversas vezes pessoalmente com o notável contrabaixista.Numa das ocasiões, inclusive, foi na passagem de um dos meus aniversários e em virtude de alguns contatos pessoais consegui estar ao seu lado e de sua esposa o dia inteiro.Levei uma pilha enorme de cds e lps (autorais e os q participava apenas) e abusei de sua paciência fazendo assinar todos a meu pedido com um “Happy Birthday Ed”.Conheci Delano através do vídeo laser q registrou a comemoração dos 50 anos da Verve no Carnegie Hall em 1994 - q acabou se tornando uma das ultimas aparições em vida de Tom Jobim num palco.Naquela época,a gravadora Verve tinha Delano sob contrato aos 17 anos de idade e o pianista preparava-se para ser universitário da Columbia University . Pela performance exuberante , uma das melhores da noite, preconizava um talento estelar.Delano sofreu o acidente q quase o matou em 2004 causando grave lesão em sua coluna.Por quatro anos e utilizando todos os recursos disponíveis da medicina tentou obstinadamente voltar a tocar piano.Em 2008, apenas ,se sentiu apto a retomar a carreira de forma bem discreta.Aproveito para prestar minha solidariedade ao Sônico pelo ocorrido com seu pai q pela carreira descrita na editoria referida deve ser uma figura impar.Que sua recuperação seja mais breve possível,são meus votos de São Paulo.Nilton Santos, um de meus ídolos, tb trava, de sua parte , luta fora dos gramados e vestiários.

Érico Cordeiro disse...

Mestres Sérgio, Raffaelli e Edú,
Por conta dessas histórias é que eu fico muito satisfeito de saber que o JAZZ + BOSSA, mais que um blog, tem se tornado um verdadeiro ponto de encontro de amigos, com testumunhos emocionados e emocionantes e saborosas passagens que ensinam muito a todos nós, não apenas o conhecimento tácnico sobre o jazz (que é muito bacana) mas também sobre a vida.
Grande Sérgio, torço para que o Sr, Millan tenha uma rápida e plena recuperação!
Um caloroso abraço aos três e muito obrigado pelas presenças ensolaradas!!!!

Sergio disse...

Grande Edu e Érico, o velho é o último remanescente da mais antiga geração dos Millan, o caçula de uma prole de 16 milanzinhos, vinda diretamente de Don Pedrito, RS. Engraçado que hoje, quando bateu-me uma saudade e liguei pra ele na desculpa de ver se ele lembrava e trabalhou com o sr. JD Raffaelli, o papoe ainda era o mesmo de sempre, naquele tom entre gozação e saudosismo. “Vou voltar pro Campo Seco” (a região de estâncias da cidade natal onde se criou) “criar meu gado e pastorear as ovelhas de a cavalo”. Imaginem, saiu de lá ainda com 15 anos pro Rio de Janeiro! Mas desde que me entendo por gente ele repete a mesma cantilena.

Agora, a questão das “melhoras”... A melhora é que ele tenha um fim de vida tranqüila, como dizemos entre budistas, teve uma boa vida, que tbm tenha uma boa morte. Não há muito mais o que fazer. Certamente, se ainda houvesse qualquer condição dele voltar para sua terra - aquelas planícies verdejantes, como um mar, a perder de vista, seria para lá que o levaria.

Mas o velho ama o Rio de Janeiro, amigos! Vive dizendo que carioca é tudo viado, mas nunca deixou de amar essa cidade maravilhosa – vai ver foi dele que herdei esse bairrismo meu já encruado.

Mas valeu aos 3, pelos votos de melhoras. Ele está bem. Pode caminhar com as próprias pernas... Tortinho, mas sozinho, se alimentar com suas próprias mãos, porém no caso dele, a doença foi um pouquinho mais severa do que com o próprio amigo Adriano Barbosa que não ficou com seqüela alguma. Vamos em frente. Voltemos ao nosso bom jazz de cada dia.
Muito obrigado a todos!

pituco disse...

pôxa,signores,que coincidência...

também faço parte de uma família de jornalistas/radialistas...pai,avô e tios-avós...inclusive eu, (de)formado no egrégio prédio da gazeta,pela fac.de comunicação social cásper líberto...cásper,eu?!

mas,foi lá que optei pela música,teatro e essas coisitas mundanas...na tentativa de não me estrumbicar...rs

aqui,também, idealizei e produzi um programa de rádio(rádio mosquito/um zumbido no ar)pra comunidade brazuca...assim como fui colaborador de uma semanal(jornal tudo bem)assinando a 'picada do mosquito'...'96.

bom,
hoje, na gig logo mais a noite, devo incluir 'a paz'(j.donato/gil)pra acalmar os corações das novas gerações...é isso aí(64 anos de reconstrução).

amplexossonoros desse lado do pacífico..rs

John Lester disse...

Bem, depois de tanta informação sobre jazz, pianistas com dores nas costas e futebol no Jardim de Alá, eu até esqueci o tema do post. Sim! Flanagan e a existência do instante...

Só espero que o velho gaúcho tenha saúde suficiente para dar uns bons cascudos no Sérgio.

Grande abraço a todos, JL.

Sergio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sergio disse...

Olha aí, seu mister Lester, o que disse a Pessoa do poeta: "Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada."

Acho que está citado nos comments abaixo, cheio de ênfase, reconhecimento e espontâneamente, que graças ao senhor, conheci o Duke Pearson e depois vieram o Jordan, e o Ellington - que já conhecia, claro, mas não ainda com a devida atenção. Ontem aconteceu d’eu conhecer o Paulo Duque, ora, também é da vida, favê o Q?

Voltando ao Flanagan, alguém, acho que o Tandeta, citou um álbum de Tommy dedicado a Ella: “Lady Be Good for Ella”. Neste endereço:
http://sergiosonico.blogspot.com/search?q=Tommy+Flanagan

encontra-se um belo texto triste do “nosso” Edu sobre o álbum. E neste link:
http://www.megaupload.com/?d=XNWX9RBS , o álbum. Voltando ao tema, be my guest, os que não tiveram o prazer.

Ps.: fui eu mesmo q apaguei o acima, pq repeti a citação do poeta Pessoa duas vzs, sem querer, no texto.

Érico Cordeiro disse...

Mr. Sonic-boy,
Nessa plêiade (tô chique, usando palavra bonita) de Dukes, tem um que não combina muito bem com os demais. Vamos fazer um teste prá ver quem acerta:
a) Duke Ellington
b) Duke Jordan
c) Duke Pearson
d) Paul Duke

Um abração ao grande garimpeiro, já mostrando serviço às 8 da matina.
Valeu e um abraço prá você, pro Pituco-San (64 anos da "rosa com cirrose" - grande sacada lever "A Paz") e pro rigoroso Mr. Lester, forjado na severidade do monastério dirigido por Vovô Acácio.

Sergio disse...

Ainda bem que é múltipla escolha. Acho que vou poder chutar.

E o Lester é uma das figuras mais queridas dessa nova tchurma que conheci no jazzconvívio. Incrível a capacidade que a música tem de unir as pessoas.

Ele tem razão: se lesse, mesmo com o bracinho prejudicado, tanto com esse como com o outro, meu velho me daria uns bons cascudos. Mas... porém, contudo, todavia, o que disse é só um treinamento de sabedoria oriental para me ajudar a encarar a dona da foice, a mais comunistas das entidades simbólicas, com a naturalidade e o respeito que a mesma requer.

Tem postagem nova e divertida no meu sítio, meu povo... Bem em clima de palanque. Acredito que seja pra rir.

Sergio disse...

Cês não sabem mas eu vou cotar... Não que não desconfiem mais agora vou escancarar: sou totalmente retardado. Seu Lester, não é “futebol no Jardim de Alah”, é PELADA pelaquelas banda, só que com Nilton Santos! Ora! Me ofendi agora (só).

Mudando de assunto. Érico, o Dado Moroni foi uma das maiores dicas que já tive esse ano. Ouvindo agora, dado moroni & nhop - bluesology de 1970. Justo lá. Eles gravavam enquanto aqui, no exato, a Enciclopédia fazia um gol e o Vianinha vibrava! Onde é que nós estamos? Ou estávamos... ou melhor onde estava vós, Lester?! Ah, fiquei puto.
... é verdade. Bebi.

edú disse...

Prezado Sr.Pituco,
por curiosidade: em razão de sua presença em Tóquio - cidade q conheci por ocasião da disputa da Copa Intercontinental pelo Palmeiras( minha segunda religião declarada )qual a popularidade de Lisa Ono na comunidade musical brasileira no Oriente e na midia musical japonesa?Não mandaram meus direitos do texto citado do Lady be Good (rs,rs,rs).O referido é apenas um trecho de um texto maior q foi , modestamente , postado no Jazzseen.

edú disse...

Bluesology(tema de Milt Jackson) è disco do meu xará Dado Moroni foi gravado no ano de 1981.Dado tem atualmente 46 anos de idade.Em 1970 teria sete anos idade.Segundo a foto do cd citado, seria incompatível com o rapagão "bonitão" de quase 1,90cm de altura.Hoje, segundo as fotos recentes,Moroni parece mais sobrevivente de três divórcios mal resolvidos - gordo, inchado e careca.Não o veio familiar de uma celebre família de despachantes aduaneiros com base em Genova e resistindo um pianista "first class".

Érico Cordeiro disse...

Caros Sonic-boy e Edú,
De fato acho que há algum pequeno equívoco. Em 70 o Moroni teria lá os seus seis ou sete anos e o glorioso NHOP, que aparece na capa com uma basta cabeleira (com algumas entradinhas, decerto) e sua indefectível barba de viking.
Mas é um discaço-aço-aço.
Ótima dica para uma postagem no sonicblog.
É, seu Sônico, você tem lá suas razões: futebol é uma coisa e pelada é outra. E disputar uma pelada ao lado da Enciclopédia devia ser o máximo!
Seu Mr. Edú, não é querendo fazer troça com a desgraça alheia (longe de mim, meu Vasquinho não anda lá muito bem das pernas, embora tenha certeza de que vai disputar a primeirona ano que vem), mas você viu aquele filme do Marco Rica e da Luana Piovani (acho que é O casamento de Romeu e Julieta)?
O clima do vôo era mesmo aquele que passa no filme (na volta, bem entendido)????
E o que passou na cabeça de São Marcos naquela bola, hein???
Saudações cruzmaltinas!!!!
E o Flusão, seu Sônico, como anda? Não tenho acompanhado porque esse ano a primeirona está muito maçante.
Abração!!!!!

Érico Cordeiro disse...

Completanto: o NHOP teria lá os seus vinte e poucos, idade bem menor que a que aparenta na capa do dito.
Saudações cruzmaltinas!!!!

Sergio disse...

Esses enganos são o ônus de quem só baixa (quase... Aqui é tudo quase quase), feito despachante. E despacha algumas bobagens no bojo. Mas a informação se veio errada, eu, seguindo a cartilha de servidor, publiquei errado graças a outro incompetente lá do soulseek. Acontece. O fato é que esse Dado é bom. Mais q bom. É bótimo.

Flusão 1 a 0.

Sergio disse...

... E o Bluesology do Dado, corrigindo, é de 2002. Só pra não decepcionar totalmente a família.

Por falar nisso, Flu 3 a 0. Parei. O que não quer dizer que o time precise imitar.

Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Esse é o Sonic-boy.
Mata a cobra e mostra a cobra mortinha, mortinha!!!
Abração!

HYJ disse...

Pelo que entendi voces tem Dado em casa?

Amplexos fumegantes.

pituco disse...

signore, edu,

lisa ono é conhecia entre os músicos brazucas como 'a patroa'...rs...filha do velho ono(saci pererê/1ºrest.bras.tokyo)...ex-hélio celso(competente pianista carioca e sempai de lisa)...amiga de minha esposa...mâe de duas filhas e continua trabalhando.

logo que cai poraqui, lisa ono estourava com uma trilha original pra um cm de vinho...a primeira japa(ela morou em sampa durante muitos anos, daí pronúncia perfeita do português)a fazer bossa nos moldes corretos(graças ao ex..rs)

até então, pelo que conhecemos, era aquela mistura de rumba orquestrada...rs

pro mercado fononipônico 'a patroa' lança um cd anual...no começo, super interessante, como presenças de donato, maestro jobim, arranjos de eumir deodato...mas, de uns anos pracá é uma adaptação de canções de outros países in bossa nova...rs

não sei qual a popularidade da cantora-violonista entre brazucas aqui...talvez a mesma que poraí no brasil???

antes de lisa, a bossa nova no japão teve sua musa em miss sõnia rosa...aliás, lançou um álbum muito interessante com oscar c.neves/c.mariano, há dois anos atrás, após ostracismo.
soninha sempre frequentava e dava canjas em minhas gigs e vice-versa...é 'macaca véia'(não deixe ela me ouvir..rs).
e sônia tem uma estória glamourizada entre fortunas,iates, ferraris e jóias(sua segunda paixão)...rs

edu,
apesar do empate, da chance em disparar no primeiro lugar...viva o palestra!

ps.:há outro nome na plêiade dos duques...mr.george duke(que tocou bastante com flora e airto).

é isso aí
abraçsons

edú disse...

Obrigado pelas informações, prezado sr.Pituco.Coloque no crédito de Lisa tb o resgate da obra e carreira de João Donato no inicio dos anos 90 por aqui mesmo.Nunca conheci Lisa pessoalmente, mas já vi diversas entrevistas e tenho alguns dos simpáticos discos mencionados(com Eumir Deodato, com todo clã Jobim, de Tom ao neto Daniel),cantando genuínas musicas brasileiras de natal.Até as versões em francês e inglês na forma de bossa .Reconheço q Lisa tem pesado , hoje, um pouco a mão nessa corrente de internacionalizar a bossa nova.Mas ela tem um profundo charme e fala português perfeitamente já que morou em Marilia nos anos 70 com os pais.Colocando Henri Salvador e o acordeonista Richard Galiano no disco de bossa francesa (com excelente pronuncia, aliás).Para efeito de mais curiosidade, o sr.conheceu uma cantora brasileira chamada Astrid(ex- mulher do contrabaixista Lito Robledo) q ficou alguns anos fazendo carreira pelas casas de Tóquio.Saudações Palmeirenses.

edú disse...

O álbum Bluesology de Dado Moroni com NHOP foi gravado em 1981 na forma de disco analógico de vinil e lançado na forma de cd apenas em 2002.

Érico Cordeiro disse...

Caros HYJ, Pituco e Edú,
Tenho apenas dois discos da Lisa Ono e apesar do ótimo repertório e da voz agradabilíssima, conheço bem pouco a sua obra.
Acho que ela é importante por manter acesa a chama da bossa nova e por divulgar a música brasileira não tenho acompanhado a sua carreira.
E seu Mr. Edú solucionou a controvérsia da gravação do Moroni!
Mr. Pituco-san, você ja gravou algum disco? Se sim, informa prá gente os dados e como adquiri-lo!!!
Abração aos três!!!!

Sergio disse...

Finalmente a história, cronológica, do Bluesology está encerrada. Mas, caríssimos, que são dois discaços é indiscutível, no entanto, entre este e o "Out Of The Night" de 1999 (essa data tá certa, né, Edu?), já citado por mim aqui, noutro comment abaixo, curti mais o 2º. Talvez pq tenha sido o 1º contato com a obra do pianista. Enfim...
Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Mr. Sonic-boy,
Por um acaso estes discos constam daquela sua célebre relaçãozinha de modestíssimos 3.000 discos?
Se ainda não, por favor, faça as honras da sonic-casa!!!!!!
Abração!

Sergio disse...

Verás que um friend teu não foge a luta, amigo!

Érico Cordeiro disse...

Ave Sergius!!!

Anônimo disse...

Èrico,
Moroni enviou-me um telex e avisou q parte para São Luis pelo final de semana.

Anônimo disse...

Esqueci de assinar.Edú

edú disse...

Sr.Sônico,
Out of the Night foi gravado em Seattle em 1999 pelo selo Jazzfocus.

Érico Cordeiro disse...

Ô Seu Mr. Edú, não brinca com coisa séria não.
Já pensou o Moroni fazendo uma apresentação aqui no JAZZ DA GEMA?
Show de bola!!!
E você foi longe: telex? Há séculos não ouço/leio essa palavras - e há uns bons vinte anos não vejo um exemplar daquela singela maquininha.
Abração!!!

edú disse...

Por razões profissionais, meu avô mantinha um telex tb em casa nos anos setenta.Aprendi a "ticar" mensagem quando iniciei a compreensão da escrita e dois anos depois tc as mensagens em tempo real.Um primórdio do exercicio on line.Deixando o saudosismo de lado, o Moroni já foi.Bom final de semana.

Érico Cordeiro disse...

Positivo e operante:
Eu também sabia operar aquela pequena e prática caixinha!!
Bom final de semana prá você também!!!
Parece que o Junior Mance vai fazer um concerto em Saampa - é verdade?
Abração!!!!

Anônimo disse...

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