Conheci Arlindo Raposo em meados dos anos 80. Eu havia ingressado recentemente no Curso de Economia da UFMA e, embora nunca tivesse sido seu aluno, acabamos por trabalhar juntos em um projeto da Fundação Sousândrade, onde fui estagiário e ele integrante do corpo técnico.
Sua personalidade afetuosa, bonachona e bem-humorada logo nos cativou a todos e ele aglutinou em torno de si um grupo de jovens futuros economistas: Celijon Ramos, Washington Torreão, Sérgio Martins, Hugo Rabelo, Gilberto Lago, Josinaldo da Luz, Eurípedes Serra, José Reinaldo Barros, Antônio Vieira, Cáritas de Jesus, Ribamar Sá e eu (que acabei trocando a economia pelo direito).
Para além das afinidades político-ideológicas, estreitamos os laços de amizade e criamos então uma pequena confraria, que passou a gravitar em torno do nosso querido mestre, baseada em um elevado sentimento de respeito ao próximo e de cumplicidade recíproca.
O coração generoso de Arlindo acolheu esses jovens universitários cheios de planos e ele e eu nos tornamos amigos bastante próximos. Todos nós freqüentávamos a sua casa e qualquer motivo – por mais bobo que fosse – era razão suficiente para que nos reuníssemos no “apartamento de Arlindo”. Não era raro encontrar por ali artistas, políticos e intelectuais e nos deleitávamos ouvindo a prosa de pessoas que tanto admirávamos.
O “apartamento de Arlindo” era uma espécie de “apartamento da Nara” da minha geração. Da mesma forma que alguns jovens e talentosos músicos se reuniam no apartamento da Nara Leão no final dos anos 50 e ali criaram a Bossa Nova, nós nos reuníamos no “apartamento de Arlindo”. Diga-se, a bem da verdade, que não possuíamos o menor talento musical!
Tínhamos, em contrapartida, uns aos outros. Tínhamos, naquela época, uma segunda casa. Tínhamos um lugar que era um pouquinho nosso também – acolhedor, generoso, alegre, alto-astral – e que era a mais completa tradução da alma do seu dono. Dali, viajávamos com Arlindo, sem escalas, para Cuba e para o México. Conhecemos as majestosas ruínas de Machu Pichu e nos encantamos com a delicadeza do artesanato local, sem jamais sair da sua acolhedora sala de estar.
Naquele lugar tão hospitaleiro discutíamos política com toda a gravidade que o assunto exigia e da sacada daquele apartamento conseguíamos – tantas e tantas vezes – mudar o mundo. Inúmeras foram as ocasiões em que fizemos, a partir do nosso “quartel-general”, a revolução e criamos um novo país – mais justo e solidário. Daquela sala tão aconchegante desfraldávamos as nossas bandeiras e ousávamos sonhar com um mundo melhor.
Mas Arlindo não se contentava apenas em sonhar com esse mundo. Ele ia além dos devaneios bem intencionados daqueles jovens idealistas e praticava, em seu dia a dia, todas aquelas idéias de igualdade, fraternidade, liberdade, integridade e justiça que nós outros – que tão pouco sabíamos da vida – somente éramos capazes de intuir.
Apesar da seriedade de alguns dos temas que davam o tom a boa parte das nossas conversas, o ambiente nada tinha de enfadonho ou sisudo. Pelo contrário, o apartamento de Arlindo sempre significou festa, alto-astral, congraçamento, amizade, alegria, união. Não lembro de ter passado ali um único momento triste – o apartamento sempre transbordava bom humor e felicidade.
Falávamos também de cinema, de música, de literatura. Víamos filmes e, sobretudo, ouvíamos música. Muita música!!!! O melhor da música!!!! João Gilberto, Caetano, Gal, Bethânia, Chico, Nana, Edu, Johnny Alf, Milton, Elis, Gil, Ellington, Chet, Sinatra, Miles, Ella, Billie, Bennett, Jobim... Eram esses – e tantos outros – os nossos companheiros de viagem.
Ali ouvi pela primeira vez o emocionante And His Mother Called Him Bill, tributo do maestro Duke Ellington ao seu fiel escudeiro e amigo Billy Strayhorn, o estupendo songbook dos irmãos Gershwin, na voz de uma iluminada Ella Fitzgerald, e o seminal Pithecanthropus Erectus, obra prima do caudaloso Charles Mingus. Nesse exato momento, a minha memória afetiva se manifesta mais fortemente e vejo, nitidamente, todos nós ali outra vez. Mais jovens, mais próximos uns dos outros, mais esperançosos e menos céticos!
Meu amigo Arlindo não pôde ver o país que sonhou e pelo qual lutou tanto. A sociedade justa, fraterna, igualitária, alegre, generosa, democrática, solidária e despida de qualquer tipo de preconceito que ele tanto ansiava não se materializou até hoje. Pelo contrário. Vive-se atualmente em um país onde o mau é o bom, onde o feio é o bonito, onde o grotesco é o belo, onde a ostentação substitui a solidariedade para com o próximo e a intolerância dá a tônica nos relacionamentos humanos. Nada mais anti-Arlindo.
Que bom seria se nós, que tivemos a honra e o privilégio de compartilhar de sua generosidade, tivéssemos um pouco da sua grandeza e pudéssemos nos dedicar ao outro – ao amigo, ao vizinho, ao colega de trabalho, ao irmão, ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos – com a mesma intensidade e o mesmo desapego às pequenas coisas que eram as suas características mais evidentes. Arlindo era um amigo fiel e leal, sempre pronto a estender a mão a quem dela precisasse, sempre disposto a fazer qualquer sacrifício pessoal para auxiliar um amigo em dificuldades.
Drummond certa vez conclamou: “vamos de mãos dadas”. E talvez esse fosse o mote mais adequado a qualquer conversa sobre Arlindo. Essa foi a sua grande lição! “Não nos dispersemos”, parecia ser a frase revelada por seu sorriso sempre posto. Se a vida nos impõe a separação, que combatamos a vida para construir uma outra vida... Nesse embate, ficou a música como a grande aliada. A música que ele tanto amava e que nos tornou mais próximos. A música, a trilha sonora das nossas vidas, tinha no apartamento de Arlindo um santuário e uma fonte inesgotável de sensibilidade e bom gosto.
Aquele apartamento era uma trincheira do bom, do belo, do pleno. Elevemos, pois, os nossos espíritos ao som da música e lembremos um pouco do sorriso terno e gentil do nosso querido amigo. Creio que é dessa forma que ele gostaria de ser lembrado.
Arlindo, não pude lhe dar o último abraço. Não pude estar ao seu lado na hora derradeira. Que você vele por nós, porque numa dessas encruzilhadas da eternidade certamente iremos nos encontrar novamente. Então, talvez, possamos nos abraçar e rir e chorar e contar histórias e ser velhos amigos e irmãos outra vez. Até qualquer dia. Segue em paz, meu irmão!
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Este texto foi escrito no dia 20 de agosto de 2006, ainda sob o impacto da morte do meu querido amigo Arlindo Raposo e permaneceu inédito até hoje. É uma homenagem bastante singela a alguém cuja importância foi capital na minha formação tanto intelectual quanto humanística. Seus conselhos até hoje me fazem uma falta tremenda. Para relembrar os muitos momentos felizes proporcionados por esta excepcional figura humana, algumas canções emblemáticas daquela época: Dora, com Nana Caymmi, Eu e a brisa, com Johnny Alf, e Milagre, com João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia.
Na foto que ilustra o post, Arlindo é o primeiro da direita para a esquerda, de terno claro. Integrou a primeira turma de Economia da Universidade Federal do Maranhão, que teve como patrono o ex-presidente Juscelino Kubitscheck. A cerimônia de colação de grau foi realizada na noite de 12 de dezembro de 1968 e contou com a presença do ex-presidente.
Na noite do dia 13 de dezembro de 1968, quando se realizaria o baile, os formandos foram informados de que naquele mesmo dia Juscelino Kubitscheck foi preso ao descer do avião. Um dos integrantes daquela turma, o economista Milton Freitas, relata o que ocorreu então:
“A festa perdeu todo ânimo, todos se entristeceram. Então, em sinal de protesto, no momento em que deveríamos dançar a valsa, os formandos com seus pares dirigiram-se ao centro do salão, onde fizeram um semicírculo. Todos, de cabeça baixa, fizeram um minuto de silêncio, após o que, puseram a mão direita sobre o peito e entoaram o hino nacional. Em seguida, todos se retiraram cabisbaixos para seus lugares. A valsa não foi dançada.”
Sua personalidade afetuosa, bonachona e bem-humorada logo nos cativou a todos e ele aglutinou em torno de si um grupo de jovens futuros economistas: Celijon Ramos, Washington Torreão, Sérgio Martins, Hugo Rabelo, Gilberto Lago, Josinaldo da Luz, Eurípedes Serra, José Reinaldo Barros, Antônio Vieira, Cáritas de Jesus, Ribamar Sá e eu (que acabei trocando a economia pelo direito).
Para além das afinidades político-ideológicas, estreitamos os laços de amizade e criamos então uma pequena confraria, que passou a gravitar em torno do nosso querido mestre, baseada em um elevado sentimento de respeito ao próximo e de cumplicidade recíproca.
O coração generoso de Arlindo acolheu esses jovens universitários cheios de planos e ele e eu nos tornamos amigos bastante próximos. Todos nós freqüentávamos a sua casa e qualquer motivo – por mais bobo que fosse – era razão suficiente para que nos reuníssemos no “apartamento de Arlindo”. Não era raro encontrar por ali artistas, políticos e intelectuais e nos deleitávamos ouvindo a prosa de pessoas que tanto admirávamos.
O “apartamento de Arlindo” era uma espécie de “apartamento da Nara” da minha geração. Da mesma forma que alguns jovens e talentosos músicos se reuniam no apartamento da Nara Leão no final dos anos 50 e ali criaram a Bossa Nova, nós nos reuníamos no “apartamento de Arlindo”. Diga-se, a bem da verdade, que não possuíamos o menor talento musical!
Tínhamos, em contrapartida, uns aos outros. Tínhamos, naquela época, uma segunda casa. Tínhamos um lugar que era um pouquinho nosso também – acolhedor, generoso, alegre, alto-astral – e que era a mais completa tradução da alma do seu dono. Dali, viajávamos com Arlindo, sem escalas, para Cuba e para o México. Conhecemos as majestosas ruínas de Machu Pichu e nos encantamos com a delicadeza do artesanato local, sem jamais sair da sua acolhedora sala de estar.
Naquele lugar tão hospitaleiro discutíamos política com toda a gravidade que o assunto exigia e da sacada daquele apartamento conseguíamos – tantas e tantas vezes – mudar o mundo. Inúmeras foram as ocasiões em que fizemos, a partir do nosso “quartel-general”, a revolução e criamos um novo país – mais justo e solidário. Daquela sala tão aconchegante desfraldávamos as nossas bandeiras e ousávamos sonhar com um mundo melhor.
Mas Arlindo não se contentava apenas em sonhar com esse mundo. Ele ia além dos devaneios bem intencionados daqueles jovens idealistas e praticava, em seu dia a dia, todas aquelas idéias de igualdade, fraternidade, liberdade, integridade e justiça que nós outros – que tão pouco sabíamos da vida – somente éramos capazes de intuir.
Apesar da seriedade de alguns dos temas que davam o tom a boa parte das nossas conversas, o ambiente nada tinha de enfadonho ou sisudo. Pelo contrário, o apartamento de Arlindo sempre significou festa, alto-astral, congraçamento, amizade, alegria, união. Não lembro de ter passado ali um único momento triste – o apartamento sempre transbordava bom humor e felicidade.
Falávamos também de cinema, de música, de literatura. Víamos filmes e, sobretudo, ouvíamos música. Muita música!!!! O melhor da música!!!! João Gilberto, Caetano, Gal, Bethânia, Chico, Nana, Edu, Johnny Alf, Milton, Elis, Gil, Ellington, Chet, Sinatra, Miles, Ella, Billie, Bennett, Jobim... Eram esses – e tantos outros – os nossos companheiros de viagem.
Ali ouvi pela primeira vez o emocionante And His Mother Called Him Bill, tributo do maestro Duke Ellington ao seu fiel escudeiro e amigo Billy Strayhorn, o estupendo songbook dos irmãos Gershwin, na voz de uma iluminada Ella Fitzgerald, e o seminal Pithecanthropus Erectus, obra prima do caudaloso Charles Mingus. Nesse exato momento, a minha memória afetiva se manifesta mais fortemente e vejo, nitidamente, todos nós ali outra vez. Mais jovens, mais próximos uns dos outros, mais esperançosos e menos céticos!
Meu amigo Arlindo não pôde ver o país que sonhou e pelo qual lutou tanto. A sociedade justa, fraterna, igualitária, alegre, generosa, democrática, solidária e despida de qualquer tipo de preconceito que ele tanto ansiava não se materializou até hoje. Pelo contrário. Vive-se atualmente em um país onde o mau é o bom, onde o feio é o bonito, onde o grotesco é o belo, onde a ostentação substitui a solidariedade para com o próximo e a intolerância dá a tônica nos relacionamentos humanos. Nada mais anti-Arlindo.
Que bom seria se nós, que tivemos a honra e o privilégio de compartilhar de sua generosidade, tivéssemos um pouco da sua grandeza e pudéssemos nos dedicar ao outro – ao amigo, ao vizinho, ao colega de trabalho, ao irmão, ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos – com a mesma intensidade e o mesmo desapego às pequenas coisas que eram as suas características mais evidentes. Arlindo era um amigo fiel e leal, sempre pronto a estender a mão a quem dela precisasse, sempre disposto a fazer qualquer sacrifício pessoal para auxiliar um amigo em dificuldades.
Drummond certa vez conclamou: “vamos de mãos dadas”. E talvez esse fosse o mote mais adequado a qualquer conversa sobre Arlindo. Essa foi a sua grande lição! “Não nos dispersemos”, parecia ser a frase revelada por seu sorriso sempre posto. Se a vida nos impõe a separação, que combatamos a vida para construir uma outra vida... Nesse embate, ficou a música como a grande aliada. A música que ele tanto amava e que nos tornou mais próximos. A música, a trilha sonora das nossas vidas, tinha no apartamento de Arlindo um santuário e uma fonte inesgotável de sensibilidade e bom gosto.
Aquele apartamento era uma trincheira do bom, do belo, do pleno. Elevemos, pois, os nossos espíritos ao som da música e lembremos um pouco do sorriso terno e gentil do nosso querido amigo. Creio que é dessa forma que ele gostaria de ser lembrado.
Arlindo, não pude lhe dar o último abraço. Não pude estar ao seu lado na hora derradeira. Que você vele por nós, porque numa dessas encruzilhadas da eternidade certamente iremos nos encontrar novamente. Então, talvez, possamos nos abraçar e rir e chorar e contar histórias e ser velhos amigos e irmãos outra vez. Até qualquer dia. Segue em paz, meu irmão!
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Este texto foi escrito no dia 20 de agosto de 2006, ainda sob o impacto da morte do meu querido amigo Arlindo Raposo e permaneceu inédito até hoje. É uma homenagem bastante singela a alguém cuja importância foi capital na minha formação tanto intelectual quanto humanística. Seus conselhos até hoje me fazem uma falta tremenda. Para relembrar os muitos momentos felizes proporcionados por esta excepcional figura humana, algumas canções emblemáticas daquela época: Dora, com Nana Caymmi, Eu e a brisa, com Johnny Alf, e Milagre, com João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia.
Na foto que ilustra o post, Arlindo é o primeiro da direita para a esquerda, de terno claro. Integrou a primeira turma de Economia da Universidade Federal do Maranhão, que teve como patrono o ex-presidente Juscelino Kubitscheck. A cerimônia de colação de grau foi realizada na noite de 12 de dezembro de 1968 e contou com a presença do ex-presidente.
Na noite do dia 13 de dezembro de 1968, quando se realizaria o baile, os formandos foram informados de que naquele mesmo dia Juscelino Kubitscheck foi preso ao descer do avião. Um dos integrantes daquela turma, o economista Milton Freitas, relata o que ocorreu então:
“A festa perdeu todo ânimo, todos se entristeceram. Então, em sinal de protesto, no momento em que deveríamos dançar a valsa, os formandos com seus pares dirigiram-se ao centro do salão, onde fizeram um semicírculo. Todos, de cabeça baixa, fizeram um minuto de silêncio, após o que, puseram a mão direita sobre o peito e entoaram o hino nacional. Em seguida, todos se retiraram cabisbaixos para seus lugares. A valsa não foi dançada.”
No dia 13 de dezembro de 2008, a Universidade Federal do Maranhão e o Conselho Regional de Economia promoveram o baile que não aconteceu naquela noite, quarenta anos antes, e os formandos puderam, finalmente, dançar a tradicional valsa. Infelizmente, sem a presença de Arlindo.
16 comentários:
Uma ode ao Arlindo: homenagem justa e em bom momento. É um desmachar de saudade no seu e no meu coração. Estou àslágrimas por um amor de amizade. Vejo-lhe o riso no rosto debochado, o escracho crítico humorado, a colocação com tamanho e direção certos. Humor e alegria foi como elesuoerava os revezes. Nós fomos muito sortudos por termos o Arlindo tão próximo e nosso amigo de fato. Os grupos denossa geração não tiveram a mesma sorte e jamais poderam entender por que até hoje nos gostamos e nos cativamos. E não importa que o tempo passe, pois assim como o amor do Arlindo, tudo em nósfica atemporal.
Em mim é uma saudade que jamais poderá ser sarada. Primeiro, porque não quero; depois, não conseguir enterra-lo. Para mim uma tristezaque mefaz chorar e textoscomo esse seu serve para acalmar um pouco meu coração. Diz pra mim:nóssempre vamos ser amigos e o Arlindo também.
Abraços!
Caro Érico,
o grande sensível..cara,
bacana... A questão meu amigo..é que hoje "os velhos não podem criar suas rugas", porque "o novo já nasce velho". A saudade reina fulminante... numa onipotência do ontem... o passado parece ser o único refúgio. Brilhante como você toma uma biografia e ultrapassa o singular-pessoal. O Arlindo assume o singular coletivo, a face de uma experiência coletiva, de uma época...
Puzt... aquela década era possível sonhar e tentar fazer o novo era digno, gostoso... Depois da normalidade do Senado só a viagem ao reúgio do ontem-sonho...
Inté...
érico,
relato emocionante.
embora eu não tenha convivido tua estória, sinto-me próximo...aos valores éticos universais(que devemos, ainda que por tudo, crê-los, pois somos o exemplo aos novos que chegam)...e muito principalmente, pela trilha de nossa canção popular.
muito obrigado ao sr.arlindo, que apesar de ausente, continua sendo um 'homem eixo' entre nós...blogueiros internautas.
valeô o post comovente.
abraçsons pacíficos
Prezado ÉRICO:
Não o conheço, ainda, nem tampouco tive a possibilidade de conhecer seu mestre ARLINDO, com certeza e por suas palavras, um CIDADÃO.
Todavia uno-me ao sentimento de seu relato e sigo, até morrer, cantando meu tema preferido:
"Ouviram do Ipiranga ás margens plácidas............."
Parabéns pelo belo texto que expõe de forma sincera e emocionante uma amizade e respeito raros.
Caros Celi, Chico, Pituco, Apóstolo e Fig,
Arlindo foi além de um grande e querido amigo, uma pessoa especial, cuja presença marcou a vida de todos aqueles que com ele conviveram.
Eu, Celi e Chico tivemos a honra de conviver com ele por quase vinte anos e a sua falta dói bastante em todos nós.
Além de tudo, foi um cidadão exemplar, reto, íntegro, honesto e um grande brasileiro, apaixonado por nosso país e indignado com tantas coisas erradas que vemos em nosso cotidiano.
Sempre foi um batalhador pelo ensino público de qualidade e ajudou a formar muitos cidadãos.
Enfim, uma pessoa para se guardar do lado esquerdo do peito - e o depoimento emocionado de Celijon dá bem a medida ddo carinho, respeiro, admiração e amizade que ele semeou nos corações daqueles com quem conviveu.
Obrigado pelas presenças de vocês e um fraterno abraço a todos.
Boas amizades, boas lembranças. Felizardos aqueles que as têm. Você é um felizardo.
A trilha sonora é de primeira. Eu tinha esse lp - foi abduzido e nunca mais vi nem ouvi.
Valeu, Mr. Salsa.
Uma amizade sincera, leal e desinteressada é algo muito valioso.
Me considero um felizardo por ter podido privar da convivência de muitas pessoas especiais ao longo dos anos.
E tomara que aconteça com esse disco o que aconteceu com o do Lucky Thompson.
Abração!!!
Viva Érico.
Que bom recordar os professores que nos marcaram. E é curioso, porque em regra são os melhores que nos avivam as memórias dos bancos da escola.
Ainda há pouco tempo tive oportunidade de conversar com o meu antigo professor de "canto coral" (a disciplina de educação musical do liceu) e dizer-lhe que foi ele quem primeiro me deu a ouvir obras de Verdi e Beethoven, entre outros, e me abriu caminhos para a nobre arte de ouvir música.
Atendendo aos últimos 4 anos que vivemos aqui em Portugal, onde o papel do professor tem sido continuamente achincalhado e desvalorizado, o seu post é uma lufada de ar fresco ao exercício da profissão.
Ah... E essa 4ª Feira Santa dia de pescar e de pescador... Genial!
Amigo Érico,
Fiquei verdadeiramente honrado com as tuas visitas ao meu blog. Mas deu para perceber, que eu não tenho conhecimentos suficientes para o manter.
Tu “respiras” Jazz…, eu “transpiro” para o aprender.
Um grande abraço
Caros Pescador e Miguel,
Prazer em recebê-los. Pois é, e a canção Milagre, de Dorival Caymmi, acaba por ser uma homenagem indireta ao querido Pescador de Sons.
E Miguel, não é nada disso, o que há no JAZZ + BOSSA é muita transpiração, para correr atrás dos dados informativos. Só que a proposta é resenhar álbuns dos quais eu gosto bastante, o que acaba por tornar a tarefa prazerosa.
E há muitos professores importantes em minha formação, não apenas do ponto de vista da habilitação técnica, mas sobretudo na formação humanística. Arlindo, além de professor, era um grande amigo, uma dupla referência em nossas vidas.
E a realidade de desvalorização do professor não é uma exclusividade de Portugal. Por aqui também somos (embora eu esteja afastado das salas de aula este ano) muito pouco valorizados. Não creio que essa seja a forma mais inteligente de se construir uma grande nação, com valores éticos bem entranhados e cidadãos conscientes.
Saudações ultramarinas!!!!
érico,
reportando-me à postagem anterior a essa...acabo de chegar de minha pesquisa e, infelizmente, pelo menos por enquanto...nada sobre willie wilson.
conversei com dois trombonistas japas e também sem muito sucesso...pouca e quase nenhuma informação sobre o sir 'esquecido'...mas, continua a procura,ok?
abraçsons suados...rs
Prezado Mr. Cordeiro, que seria de nós sem amizade?
Creio que posso imaginar sua perda.
Grande abraço e parabéns pelo blog, cujo traço leve, preciso e sutil revela não apenas seu conhecimento e amor pelo jazz, mas também seus valores e suas escolhas.
Só gostaria de informar que o Arlindo continua bem aqui, entre todos nós.
Pituco-San, quando achar algo desse músico tão raro, disponibilize para nós!
E caro Lester, muito obrigado pelas palavvras gentis.
Arlindo vai sempre estar entre nós, por conta de tudo de bom que ele plantou. Era um frasista maaravilhoso. Quando se deparava com um "companheiro" mais exaltado (cujo discurso radical, via de regra, vinha acompanhado de um comportamento ético dduvidosíssimo), sacava essa: "Pois é, a revolução vai começar amanhã e eu não tenho um canivete no boldo!!!"
Quando uma amigo passava muito tempo sem dar sinais de vida, a primeira coisa que dizia era "Olha, os países quando rompem relações, comunicam. O embaixador fecha a embaixada, manda uma comunicação oficial..."
Posso ver seu rosto sorridente, sua voz grave, sua visão crítica e sempre muito bem humorada sobre os fatos do cotidiano...
Uma bessoa de bem, que faz muita falta. Mas, de fato, ele está presente entre nós.
Abração a ambos!!!!
Estava procurando informações sobre meu amigo Arlindo que há anos não sabia notícias suas e fui surpreendido com sua passagem, em seu blog.
Tive oportunidade de ir diversas veses ao seu apartamente ouvir boas músicas e bater um agradavel papo. Saudade!!! Meu amigo Arlindo Raposo.
Érico não sei se você lembra de mim mas fomos apresentados um ao outro por Arlindo em Chapultepec. Meu nome é Ribamar ex dono da Wizard. Eu morei muitos anos nos EUA e por este motivo só pude acompanhar todo o sofrimento do nosso amigo através do telefone e até quando ele estava prestes a deixar este mundo, eu ligava pra ele e ficávamos horas ao telefone e mesmo estando em outro país tentei conversar com ele sempre que podia e ele pra não me preocupar, mesmo chorando, dizia que sentia falta dos amigos ao lado dele e nesse momento eu sentia uma vontade imensa de pegar um avião pra estar com ele, mas ele me dizia que ia sair dessa, que o que ele tinha não era nada sério, mas Aracy me dizia escondido dele que não, mas no fundo, nem ele, nem eu e nem ninguém acreditava que a coisa teria o desfecho que teve. Já voltei a São Luis e to sempre indo ao cemitério conversar com ele, pois pra mim ele é imortal, só estamos em planos diferentes... por enquanto.
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