É difícil crer que alguém
conhecido como “Feijão” pudesse ser um homem sensível e de hábitos refinados.
Com um apelido desses, o mais provável é que o sujeito fosse um homem rude,
ainda mais quando se sabe que ele recebeu essa alcunha por conta do seu apetite
insaciável por prosaicos feijões. Mas todos os que conviveram com o nosso
querido “Feijão”, ou melhor, “Bean”, são unânimes em louvar a sua polidez, a
sua elegância no falar e no trajar e sua cordialidade.
Os músicos com quem tocava eram
os primeiros a reconhecer as suas qualidades. Para o pianista Sir Charles
Thompson, que fez parte de sua banda nos anos 40, “Bean” era “um homem culto e
extremamente elegante”. Era também bastante generoso no pagamento dos cachês e
não foram poucos os ex-integrantes de sua banda que o apontaram como um
excelente patrão.
Bem, mas afinal de contas quem é
esse tal “Bean” e qual a importância dele para o jaz? Ora, o tal “Bean” é
ninguém menos que Coleman Randolph Hawkins, um dos pais fundadores do jazz e,
sem dúvida alguma, um dos seus principais estetas. Sua importância? Durante um
concerto, o cantor Jon Hendrics assim o apresentou à platéia: “Este é Coleman
Hawkins, o homem para quem Adolphe Sax inventou o saxofone”. Precisa dizer mais
alguma coisa?
Hawkins nasceu no dia 21 de
novembro de 1904, em Saint Joseph, no estado do Missouri. Sua família, ao
contrário do que sucedia com a maioria dos negros da época, tinha uma ótima
situação financeira e o garoto jamais passou necessidade. Pôde estudar em boas
escolas, como a Topeka High School, e, um luxo para um jovem negro naquele
tempo, também freqüentou uma escola de música, o Washburn College, em Topeka,
no estado do Kansas.
Dono de uma musicalidade inata,
Hawkins era capaz de ler partituras e tocava piano (começou aos cinco anos),
violoncelo (aos sete) e, aos nove, saxofone C-Melody, uma espécie de híbrido
entre o alto e o tenor. Apesar de desejar que o filho se direcionasse para uma
carreira menos instável que a de músico profissional, os pais de Hawkins sempre
o apoiaram em suas decisões. Inclusive quando ele, aos 17 anos, decidiu
ingressar na orquestra de Jesse Stone.
Pouco depois, chamaria a atenção
da cantora Mamie Smith, que o contratou para tocar no seu grupo, chamado “Jazz
Hounds”. Ali, Hawkins trabalharia ao lado de outro gigante do jazz, o
clarinetista e saxofonista soprano Sidney Bechet. Na banda de Smith, onde
permaneceu até meados de 1923, o jovem participou de suas primeiras gravações e
adotou, em caráter definitivo, o saxofone tenor, em substituição ao C-Melody.
Seu próximo emprego foi na orquestra de Wilbur Sweatman, mas a permanência ali
foi breve.
Em janeiro de 1924 o saxofonista
foi contratado pelo bandleader Fletcher Henderson e se mudou para Nova Iorque.
Um dos seus companheiros na big band era ninguém menos que Louis Armstrng,
outra figura seminal na história do jazz. “Bean” e “Satchmo”, mais velho e bem
mais experiente, se tornariam amigos e o jovem saxofonista aprendeu bastante
com o parceiro trompetista. Outra influência bastante importante para a
depuração da sonoridade de Hawkins foi o pianista Art Tatum, que conheceu no
final daquela década.
Coleman se tornaria, com o
passar dos anos, um dos esteios sonoros da orquestra de Henderson e, depois da
saída de Armstrong, seu solista mais notável. Foram dez anos de vivência conjunta
e durante aquele período ele ajudou a tornar o saxofone popular no universo
jazzístico, a ponto de “rivalizar e, posteriormente, superar o trompete como o
mais iconográfico dos instrumentos do jazz”, conforme ensina o respeitado Gary
Giddins.
Embora fosse um músico
respeitado, Hawkins pouco se arriscava fora da big band de Henderson. Entre
suas raríssimas gravações feitas sem a orquestra, destacam-se as realizadas em
1929, ao lado dos “Mound City Blue Blowers”, onde tocavam craques como Eddie
Condon, Gene Krupa e Jack Teagarden. Outro grupo paralelo, onde o saxofonista
também atuou com alguma constância, foi o “McKinney Cotton Pickers”, liderado
pelo baterista William McKinney e que tinha em sua formação o pianista James P.
Johnson, o saxofonista Benny Carter e o trompetista Sidney De Paris.
Com a chegada dos anos 30, ele
consolidou-se como “a voz dominante do saxofone e, apesar do surgimento de
contemporâneos como Charlie Holmes, Johnny Hodges, Frank Trumbauer e Jimmy
Dorsey, todos seguiam Hawkins”, nas certeiras palavras do crítico inglês
Richard Cook. Como músico de apoio, Hawk, outro dos seus apelidos, fez algumas
gravações com Henry “Red” Allen, para o selo ARC, e Benny Goodman, para a Columbia.
Roberto Muggiati explica que a
partir do início da nova década Coleman “evoluiu para o estilo que se tornaria
típico do sax tenor: um timbre robusto, cheio de vibrato, notas em cascata,
mais ligadas, praticamente soldadas uma à outra – dentro da característica mais
elástica do instrumento – e uma tendência de improvisar menos dentro da melodia
(como um Louis Armstrong) e mais sobre os acordes, a seqüência harmônica do
tema, antecipando o bebop”. Até o aparecimento de Lester Young, que surgiu com
um estilo mais aveludado e uma abordagem menos incisiva, Hawkins era o
principal paradigma dos tenoristas do jazz.
A parceria com Fletcher seria
rompida em 1934, quando o saxofonista recebeu uma excelente oferta de trabalho.
O problema é que ele teria que se mudar para Londres. O ano era 1934 e Hawkins não
titubeou ao aceitar o convite para se juntar à orquestra de Jack Hylton. No
Velho Continente, Coleman dividiu os palcos com grndes músicos europeus, como Django
Reinhardt e Stephane Grappelli, e compatriotas residentes ou de passagem por
lá, como Benny Carter e Bill Coleman.
Hawkins era tratado como um
astro na Europa e percorreu o continente realizando concertos durante os cinco
anos em que viveu por lá. Somente em 1939, face à iminência da III Guerra
Mundial, ele voltou aos Estados Unidos. Não demorou a causar uma pequena
revolução no jazz, com a sua célebre gravação de “Body and Soul”, feita para a
Bluebird naquele mesmo ano e que apresenta um dos mais belos solos de saxofone da história do
jazz. O sucesso da gravação foi tão grande, que lhe rendeu o título de
“Saxofonista do ano” da revista Downbeat e o inspirou a tentar novos vôos.
No ano seguinte, com a
popularidade em alta, Coleman arriscou-se na complicada tarefa de comandar a
própria big band, mas o resultado, do ponto de vista financeiro, foi ruinoso.
Ele então decidiu liderar apenas grupos pequenos e estabeleceu-se como atração
fixa em vários clubes da Rua 52, em Nova Iorque. O jazz passava por sua mais
importante revolução, que começaria silenciosamente em um pequeno clube do
Harlem chamado Minton’s Playhouse.
Coleman percebeu a força
criativa dessa nova música, chamada bebop, e o extraordinário talento dos seus
inventores, notadamente Charlie Parker e Dizzy Gillespie. “Bean” foi um dos
primeiros músicos da velha escola a assimilar as inovações harmônicas e
rítmicas provocadas pelo bebop e atuou e gravou com muitos dos seus expoentes.
Inclusive com Parker e Dizzy, naquela que é considerada a primeira gravação
oficial do bebop, em 1944.
Por seus grupos passaram, entre
outros, portentos como Thelonious Monk, Dizzy Gillespie, Don Byas, Oscar
Pettiford, Miles Davis, Max Roach, Howard McGhee, J. J. Johnson, Idrees
Sulieman e Fats Navarro, todos intimamente ligados ao bebop. O saxofonista
também foi um dos participantes mais assíduos dos concertos promovidos por
Norman Granz no projeto “Jazz at the Philharmonic”, entre 1946 e 1950.
Transitando entre a modernidade
e a tradição, Coleman realizou concertos e gravações históricas ao lado de
músicos que, como ele, eram oriundos do swing. Foi o caso de suas apresentações
ao lado de Henry “Red” Allen e Roy Eldridge na edição de 1957 do Newport Jazz
Festival. Outro momento soberbo naquela década é o album “Coleman Hawkins
Encounters Ben Webster”, também de 1957 e gravado para a Verve, que conta com
as participações de Oscar Peterson (piano), Herb Ellis (guitarra), Ray Brown (contrabaixo)
e Alvin Stoller (bateria).
Na sua extensa discografia, um
álbum merece todos os encômios e mostra, melhor que qualquer outro, as
qualidades que fizeram dele um ídolo tanto para os fãs do swing quanto do bebop
e do hardbop. Produzido por Orrin Keepnews e gravado nos dias 12 e 15 de março
de 1957, para a Riverside, “The Hawk Flies High” traz o veterano o saxofonista
à frente de um hepteto formidável: J. J. Johnson no trombone, Idees Sulieman no
trompete, Hank Jones no piano, Barry Galbraith na guitarra, Oscar Pettiford no
contrabaixo e Jo Jones na bateria.
“Chant” abre o disco com uma
energia furiosa. Composta por Hank Jones, é bebop de primeiríssima qualidade,
com solos empolgantes, improvisos desafiadores e carradas de swing. O líder
mostra as qualidades que fizeram dele a principal influência de Dexter Gordon,
John Coltrane e Sonny Rollins, alguns dos seus mais legítimos herdeiros
musicais. Outro que tem uma atuação infernal é Pettiford, que extrai do
contrabaixo, um instrumento eminentemente rítmico e de uma sonoridade limitada
pelos tons graves, harmonias e timbres repletos de texturas.
A fogosa “Juicy Fruit” é um blues
acelerado de autoria de Sulieman, cuja performance aqui é uma das mais notáveis
em toda a sua carreira. Ele consegue sustentar uma nota por quase dois minutoa,
sem claudicar ou sair do tom, numa fabulosa exibição de fôlego e técnica.
Johnson também tem momentos fulgurantes e o seguro Jo Jones é um poderoso
sustentáculo rítmico. O sopro de Hawk é viril, incisivo, rascante, impetuoso e,
virtualmente, arrebatador. Destaque também para o dedilhado fleumático e para
as notas impecáveis do sempre elegante Hank Jones.
Composta por William Smith, a
balada em tempo médio “Think Deep” possui um portentoso alicerce de blues. A
sonoridade volumosa de Hawk e sua tonalidade imponente são uma espécie de
conclamação. Impossível deixar de ouvir os seu majestoso chamado e Johnson e
Galbraith respondem da maneira mais garbosa possível. O volátil Sulieman,
excelente intérprete de blues, acrescenta um pouco de pimenta a essa mistura
fascinante e suas intervenções são realmente explosivas.
Único standard do álbum, “Laura”
é fruto da parceria entre David Raksin e Johnny Mercer e a versão do grupo é
simplesmente grandiosa! Com uma abordagem plácida e uma sonoridade que não
perde a eloqüência, Hawkins é a imagem da doçura. Como já havia feito com “Body
and Soul”, também aqui a versão do saxofonista se sobrepõe em um novo patamar
de excelência. Destaque também para a impactante participação de Johnson, outro
formidável intérprete de baladas, com seu discurso melódico aveludado e
citações emocionantes de “Tenderly”.
Hardbop de ótima procedência,
“Blue Lights” foi composta pelo grande – e subestimado – Gigi Gryce. A
introdução fica a cargo do eletrizante Galbraith, logo seguido por um solo de
enorme riqueza tonal do sempre surpreendente Sulieman. Tingida de blues e com
uma levada infecciosa, a faixa ainda apresenta um Pettiford devastador, não
apenas como esteio rítmico, mas também como solista de raro talento. O líder e
Johnson trocam frases enérgicas, serpenteantes e inesperadas, dentro da melhor
tradição bop.
“Sancticity” é a única
composição de autoria do líder incluída no disco e resgata a espontaneidade dos
heróicos tempos do swing. Rápido e vibrante, o tema poderia facilmente figurar
no repertório de Count Basie. A pulsação é ininterrupta, com uma seqüência de
solos – Johnson, Hawkins, Sulieman e Hank Jones – de tirar o fôlego e deixar
extasiado qualquer amante do jazz. Se existe um álbum indispensável na longa
discografia de Hawkins (e, para dizer a verdade, bem poucos não o são) é este!
No terço final da década de 50, Coleman
assinou com a Prestige, por onde lançou uma série de ótimos álbuns, como “Hawk
Eyes” (1959), “At Ease with Coleman Hawkins” (1960) e “The Hawk Relaxes”
(1961). Sempre atento às novas linguagens do jazz, Hawk, às vésperas de
completar 60 anos, também se rendeu às dolentes harmonias da bossa nova, tendo
gravado o ótimo “Desafinado” para a Impulse, em 1962, com direito a versões de
“O pato”, “Um abraço no Bonfá” e “Samba de uma nota só”. Seu lado mais
tradicional o impeliu a gravar com os contemporâneos Pee Wee Russell (“Jam
Session in Swingville”, Prestige, 1961) e Duke Ellington (“Ellington”, Impulse,
1962).
O intrépido Hawkins jamais temeu
desafios, razão pela qual aceitou dividir os créditos do fantástico “Sonny
Meets Hawk” com o discípulo Sonny Rollins, que, juntamente com John Coltrane,
era o mais importante e influente tenorista dos anos 60. O encontro histórico
foi gravado em 1963, para a RCA Victor, e a sessão rítmica era composta por
músicos bem mais jovens que “Bean”, alguns deles bem conhecidos por suas
ligações com o jazz de vanguarda: o pianista Paul Bley, os baixistas Henry
Grimes e Bob Cranshaw e o baterista Roy McCurdy.
Os problemas com o álcool,
todavia, começaram a cobrar-lhe um alto preço e, a partir de 1965 ele
praticamente se viu obrigado uma aposentadoria compulsória. Seus últimos anos
foram de solitária reclusão, uma terrível ironia do destino para o homem que
compôs “Stuffy”, um dos temas mais alegres do jazz. O sopro forte e voluptuoso
de Hawkins se calaria para sempre no dia 19 de maio de 1969, por conta de
complicações decorrentes de uma pneumonia e da cirrose hepática. Seu corpo foi
enterrado no Woodlawn Cemetery, no Bronx, em Nova Iorque.
Os críticos não hesitam em
louvar o talento de Hawkins e nem em reconhecer o seu gênio criador. Mas as
melhores e mais apropriadas palavras sobre ele não foram proferidas por um
crítico e sim por um músico, o saxofonista francês Alix Combelle: “Era como uma
catedral. Saía uma tal potência daquele instrumento, uma qualidade, um veludo,
um volume... A gente tinha a impressão de que Hawkins estava lá dentro!
Geralmente, há uma separação entre o solista e o instrumento, mas, no caso
dele, parecia que o som saía do próprio homem”.
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26 comentários:
Ouvi demais o disco do Ben Webster e Coleman Hawkins juntos. Foi o meu disco preferido de jazz por muito tempo. Adoro “La Rosita”, que está em “Coleman Hawkins Encounters Ben Webster”.
Vamos ver agora qual a "reação de seus seguidores" a essa nova postagem, mr.Cordeiro, focalizando um dos maiores expoentes do jazz, pois a postagem do Previn, ótima por sinal, foi marcada por verdadeiro desprezo (ou desconhecimento?) dos participantes do seu blog. Nova abordagem, agora do Hawkins, apresentando um álbum excepcional. Repertório bem escolhido, reunindo um verdadeiro "ninho de cobras", nesta gravação de 1957. A sua resenha por si só diz quem foi esse fabuloso saxofonista, que "causou uma revolução no jazz, com sua célebre gravação de Body and Soul". Parabéns!
Obs.: De tabela, gostaria de aproveitar o seu espaço para parabenizar também mr.Sônico pela conquista do Fluzão e pela ótima lembrança do Charlie Ventura (não consigo romper o "ferrolho" e "penetrar" no blog de mr.Sergio)
Caríssimos Guen e Predador,
É uma honra recebê-los no barzinho!
Ao primeiro, digo que “Coleman Hawkins Encounters Ben Webster” também é um dos meus preferidos, mas esse postado realmente é uma porrada!
Ao segundo, estou só te amaciando, porque a próxima postagem é sobre o Cecil Taylor :-)
Mas esse disco é realmente indispensável - tenho alguns da Prestige, todos muito bons, mas o Hawk Flies High é genial. Está entre os meus discos de jazz favoritos!
Abração aos dois!
Quanto ao Sérgio, não sei o que acontece no blog dele. Postei um comentário que sumiu, depois postei outro e ele não respondeu... Acho que o blogger tá embriagado pela conquista do fluzin. Bom pra eles, porque a Libertadores já tem dono!
Uma verdadeira aula de jazz elaborada por Érico fundamentada nas obras daqueles que ajudaram a imortalizar esse estilo.
Não, seu san. Postei seus comentários. Apareceram, tanto o 1ª como o 2º. Não respondi pq estava Enebriado com "E" de embrEagado, tomém! Daí vim aqui premeiro e achei de bom tom, cumprimentá-lo pelo excelente disco postado. Não li ainda a postagem, mas esse álbum conheço bem pq postei-o-o! Há uns bons anos passados. Quem sabe não foi pela postagem q adquiristes, o seu original? Quanto ao Predador, haverá festa aqui (lá no sônico, melhor dizenu), o dia que ele conseguir postar um comentário lá no sônico. Não faço a menor idéia do pq ele não consegue comentar lá. Desde já agradeço suas felicitações pelo Fluzão – as do Predador, um vascaíno justo (rsrsrs). Mas, diante mão me adianto: esse é o nosso ano! Dizem que o Conquinha tá insatisfeito lá na China, hein? Se Conca volta, aí acabou as esperanças pra concorrência. Pq, mesmo o Santos, time q se aproxima da nossa qualidade futebolística, mesmo ele o Santos, vai ter q comer o pão q o diabo amassou, pra empatar as nossas conquistas. Mas mesmo sem Conca, o Deco dá conta do recado.
Bom, vou responder seu comentário lá no Sônico, seu san. Mas já q estou cá, a resposta será: Amigo, seu san, e por tabela, Predador, cês sabem q minha meta é buscar o que há de mais RARO, por dois motivos: satisfação pessoal e pra calar a boca daqueles q AINDA me vêem como um oportunista que, no mínimo, não paga imposto a nação ou no máximo, direito aos artistas. Quanto mais raro e valoroso, no sentido da qualidade musical, mais me redimo, ou melhor, me sinto redimido pelo trabalho q faço! Mas é dificílimo encontrar discos como o Chazz ’77 do Charlie Ventura, isso pq 1º é necessário sabê-los, e só sei quando os encontro. Diante mão, há de se ter o conhecimento q não tenho sobre quais os fora de catálogo que estão dando sopa na internet. Então imaginem a minha alegria quando os encontro! E o Chazz, foi um baita de um achado. Quem conhece sabe.
Abraços a todos aí! E desculpe escrever tanto. Não tive tempo pra encurtar.
Caríssimos Senô e Sérgio,
Aproveito para apresentá-los, porque falei de você (Sonic Boy) pro Senô e já vou lhe mandar um e-mail, ok?
Obrigado pelas presenças - Mr. Sérgio, esse eu já tinha e lembro que vc ficou impressionado com o solo do Sulieman, sustendo uma nota por mais de um minuto.
Esse eu comprei quando saiu aqui uma coleção da BMG, com alguns clássicos da OJC, em embalagem de papelão, muito lagal. Pena que não tenham lançado mais nada.
Quanto ao fluzin, aguarde o Gigante da Colina, com Dedé, Diego, Felipe e o Reizinho!
Tremei! :-)
Para mim grata satisfação saber Sérgio jazzófilo e envolvido com as obras musicais jazzísticas.Leigo no assunto quedo-me à sabedoria de pessoas conhcedoras do tema e procuro qual aluno entusiasmado absorver os conhecimentos aqui expostos.Achar esse blog foi um dos presentes que ganhei esse ano.
Uau!
Pô, assim esse humilde blogueiro vai ficar mais vermelho que pimentão!
Obrigado, de coração!
Suas palavras tão gentis são um estímulo para que eu continue a partilhar com os amigos essa paixão pelo jazz e só reforçam a tese de que o jazz é trilha sonora da amizade!
Grande abraço!
Caro Senô Junior, grato pela deferência, mas sou um aprendiz q sabe bem mais ouvir q saber, melhor dizendo, sabendo ouvir vai-se aprendendo, né não? No mais, estamos aí, aqui e lá no meu cafofo, onde se pode ouvir bom som também, desde já o convido prumas visitas, será uma honra.
Mr. San, q e-mail? Não recebi, nada ainda não?
Abraços aos dois.
Te ligo mais tarde, ok?
Ontem foi um dia meio "aperreado" :-)
Caramba, Mestre, muita coincidência.
Estou ouvindo este disco desde 26 de abril, junto com um do Marsallis tocando Monk e, um do Peterson com Count Basie. Os três estão juntinhos num USB enfiado no meu som desde então; são quase 20 dias direto.
Disco 10 estrêlas.Um som moderno para a época sempre com surpresas a cada faixa. JayJay Johnson é um gentleman solando.
Keep swing.
Salve, Salve, meu querido Guru!
Que Baco, Momo e Vênus nos abençoem, porque esse disco é um bacanal para os sentidos!
É a música em seu estado mais puro!
Evoé e que os bons ventos sempre o tragam até o barzinho!
Abração - viu o link que postei no Música?
Informações extra-postagem:
Caro, seu sam, acabo de vir do blog do Coimbra, "Música nas alturas" e ter a surpresa boa de ver meu nome citado (mais uma vez), na postagem sobre o livro do Ruy Castro. Lembro q foi o amigo q, num comentário passado, me chamou atenção para ir lá, sem me dizer o porque (certamente pra ser surpresa), mas, me ocupei e acabei não indo. Enfim, no meu comentário lá, aproveitei pra falar da última descoberta deste caçador insaciável do desconhecido. Qual seja? Escuto basbaque a uma pianista, da qual já possuía um álbum e que, certamente por ser piano solo, não dei tanta importância na época – concordo com vc: discos só de piano costumam ser bem massantes... Enfim, o nome da moça pianista é Jessica Williams. E em trio os discos dessa moça são algo a ser explorados com muita atenção. Estou só esperando esfriar minha última postagem pra renovar o sônico com um álbum irrepreensível de Williams, de nome TIME PRIME, de 2007. Atento q para comprar raridades como essa, vc tem que, primeiro, claro, saber q Jessica Williams, pianista de jazz desde os anos 70, existe pra daí sim descobrir que a maioria de seus discos só se encontra a venda no site próprio, http://www.jessicawilliams.com/. Outro achado digno de nota, mr. E agora, modéstia a parte, já nem dá pra sendo humilde, creditar tais descobertas à sorte de principiante. Isso pq, o comentário deporia contra até os artistas que encontro, certo? Outra coisa: No disco que levarei todo orgulhoso da descoberta, uma das faixas estava com problema. Era “Blue Monk”. E como havia no soulseek apenas um usuário que disponibilizava a obra de Jessica, vi que não haveria chance de remanufaturar o disco tendo nele uma música faltando. Daí veio uma descoberta ainda mais danada de boa. Procurei, entre os mais de 70 discos de Jessica William uma outra versão de Blue Monk... – vai venu, ou melhor, vai ouvinu, ou melhor, vai lenu... – mesmo q fosse solo piano, já que as demais eram em trio... E não é que nessa busca encontro um álbum mais clássico? Era Epistrophy de Charlie Rouse.Um disco impossível de não ter mr. San! Vem a ser o último gravado por Rouse, na vida! Ao vivo! Depois de Epistrophy, algumas semanas depois, Rouse morreria de câncer no pulmão – como deve contar a sua história na postagem sobre o incrível saxofonista discípulo de Monk. E adivinha quem entra no palco para uma participação, justo em Blue Monk? Pois é, Jessica Williams. Então foram dois álbuns extraordinários numa tacada só. Fica o recado... se não já tiveres os discos citados ou qualquer um de Jessica: vale muito a pena ir atrás.
... Acho que talvez use parte deste texto quando da minha próxima postagem que certamente será a Jessica em um “Prime Time” aditivado.
Abraços!
Informações extra-postagem nr.2-Acho que já disse isto aqui neste blog: Jessica Williams, pianista competentíssima, discípula confessa de Monk, tem vários trabalhos ótimos em sua discografia, tanto em formação de trio como solo. Aproveitando a deixa de mr.Sergio, solicito mais uma vez espaço a mr.Cordeiro, para sugerir algumas preciosidades da "moça pianista", aclamada por Dave Brubeck, McCoy Tyner e tantos outros. Produziu mais de 70 discos e continua na ativa firme e forte. Vale a pena ouvir "Higher Standards" (1997), "Jessica's Blues"(1997), "In the key of Monk" (1999), "This side up"(2002), "All Alone"(2003), "Live at Yoshi's vol.1"(2004), "Next Step"(1993), "Momentum"(1994) e dezenas mais. Se puderem, procurem ouvir a faixa 9.Mysterioso, de Monk, incluída no disco "Live at Yoshi's Vol.1" (2004). Simplesmente maravilhosa, e, tal e qual meu "detonador atômico": estraçalhante.
Tá vendo, mr. Sam?! Não é o iniciante agora que fala, é o Predador e seus raios lasers! E enchendo a bola de uma mulher (instrumentista de jazz o que nós sabemos não é muito de praxe pra ele...). Estou no caminho certo.
Gente, essa mulher é um absurdo. Acabo de olhar com mais critério a parte do site onde seus discos são vendidos... Não é baratinho pra quem compra um, (unidade) 21 dolares, mas tem os preços a partir dos 3 ou 4, e com as dicas do predador, pros mais folgados em termos de grana, de 10 em diante os álbuns custam 14 doletas. Sem sacanagi, com as dicas do Predador q não tem erro, eu dava 140 paus em 10 discos dessa moça. E se um dia ela me flagrasse vendendo um genérico dela eu diria: "mas em compensaçããão, faço uma tremenda propaganda sua. Lê só o blog do seu san!"
Mestre Cordeiro,
Obrigado pelo link do piano nas alturas.
Mestre Sônico, Jessica Willians, sim, é Monk, mas ela é sobretudo ela mesma.Tem gente que a carimba como "monkista". Péssima opinião, pois, Jessica, é Jessica, maravilhosa.
O que interessa é esse som de Coleman Hawkins, um disco que reune o "old" e o "novo", à época.
Li há pouco uma entrevista de Sonny Rollins na qual ele diz, Coleman Hawkins é o pai do tenor moderno. Rollins vive.
Lester Young morreu 10 anos antes de Young, 1959, eu tinha 12 anos, e, Hawkins, morreu em 1969, eu tinha 22 anos, ouvindo Hendrix e Beatles, Coltrane morto em 67, na mesma data em que morreu Castelo Branco e, Hawkins, gravou Bossa Nova, gravou Body & Soul..etc.etc.
Hawkins, foi harmônico,melódico, pai, irmão, absoluto.
É por isso que Hawkins flies.
Um abraço nas alturas, voando como a Águia.
Quetinho no meu canto, lendo e me deliciando com os clientes do barzinho.
No fundo do coração, um orgulho besta de ter montado esse cafofo virtual! Saúde!
PS.: A Jessica tá na fila, provavelmente em um cd da MaxJazz.
Uma pequena observação para mr.Sergio: os discos de Jessica Williams por mim sugeridos englobam formação de trio/quarteto e solo. Os de trio/quarteto são "Higher Standards", "Jessica's Blues", "This side up", "Live at Yoshi's vol.1" e "Momentum". Os demais citados são de piano solo. Mas, existem vários outros discos bons, em trio/quarteto, da "moça pianista". Vamos pesquisar minha gente! Vale a pena. Quanto ao disco "Prime Time"(trio), pode ir firme mr.Sergio, ele é ótimo.
Exceente, mr. Predador. É um discaço, não entendi a reação quase passiva de nosso hospedeiro, mr. Érico San em relação à Jessica. Eu fui ao Jazzseen, pra ver se foi de lá que ouvi falar pela 1º vez na Jessica, mas acho q não, agora tenho quase certeza que foi no Manhathan Connection, na Época da Lúcia Guimarães, antes desse mauriçola que agora bate ponto no Manhanttan, Pedro não sei das quanta. Partindo dessa lembrança, a Jéssica Williams é outra obscuridade, seu San, que como o Predador frisou, tem q ser mais conhecida. Postagem dela "neles", mr. Sam! Você é O cara! Aliás, vc é o único cara, já que o Lester, largou o jazz e foi pescar num rio daqueles lá, sei lá se o Doce ou o Itapimirim...
Oxente, Mr. Sério! O Sr. Não viu o PS?
É porque eu vi uma tabelinha tão bonita entre os amigos que fiquei com medo de me meter e estragar o lance.
Gosto bastante da Jessica Williams, é uma pianista diferenciada mesmo, com muito de Monk, sua maior influência, tanto na forma de tocar como na maneira de compor.
Ela tá numa filinha bacanuda e em breve pinta aqui, viu?
Nada de pressa.
Mudando de assunto, e o curintxa? Rapaz, tá difícil, viu?
Se passar pelo Vasco vou torcer pra que pegue só time de fora. Se for jogar contra Flu ou Santos, vão ganhar na mão grande!
Mr. Predador, não me esqueci de suas dicas sempre preciosas, viu? Valeu mesmo! Estou escrevendo uma Carta Aberta aos Senhores Salsa e John Lester, que me deixaram sozinho com essa tarefa hercúlea :-)
Abração aos dois!
Seu San, agora sim eu entendi q vc já tinha ouvido a Jessica. Pelo teu comentário anterior, parecia q vc no máximo tinha ouvido falar. E aí a gente q já escutou sabe da urgência de conhecer.
Mas mudando de assunto: Hoje, 17/05/2012 agora são 18:11 e a única palavra a ser dita é uma oração, ou melhor, um mantra Neeensêêê... Concentrem-se tricolores e simpatizantes... Neeensêêê...
Quem diria... é na boquinha da garrafa. Vamo detoná!
Semana que vem a gente dá um belo troco nesses caras, a dupla Bo-Co!
Abração.
Guen Yokoyama disse...
Ouvi demais o disco do Ben Webster e Coleman Hawkins juntos. Foi o meu disco preferido de jazz por muito tempo. Adoro “La Rosita”, que está em “Coleman Hawkins Encounters Ben Webster”.
Prezado Guen,
Com relação ao excepcional "Coleman Hawkins Encounters Ben Webster" (esse foi realmente um encontro de titãs!), permita-me um comentário sobre "La Rosita", que originalmente é um tango.
Lí há algumas semanas uma entrevista do crítico José Ramos Tinhorão na qual declarou que, profundamente penalizado, entristecido e decepcionadíssimo, descobrira que "a canção "As Rosas Não Falam", de Cartola, é plágio de "La Rosita", "dos músicos de jazz Coleman Hawkins e Ben Webster".
Surpreendeu-me a sinceridade de Tinhorão porque, desde quando trabalhei no Jornal do Brasil, onde ele também trabalhava, ele criticava violentamente todos os estilos de música que não fossem brasileiros autênticos, e referia-se ao jazz como "uma excrecência travestida de música".
Pobre Tinhorão, só descobriu isso recentemente. Ele é muito ingênuo. Em minha vida ligada à música em função da minha profissão descobri, cataloguei e tenho gravadas provas de que mais de 150 músicas brasileiras são plágios autênticos, inclusive de autoria de alguns dos chamados compositores "geniais" da MPB.
Keep swinging,
Raffaelli
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