A pianista, compositora, arranjadora e diretora de orquestra Marian Margaret Turner nasceu na cidade de Windsor, na Inglaterra, no dia 20 de março de 1918 (embora alguns autores apontem 1920 como ano de seu nascimento), em uma família de músicos. Considerada uma “menina-prodígio”, aos 03 anos de idade já executava algumas peças ao piano, geralmente valsas de Chopin. Na infância, estudou, além do piano, violino e canto coral, a princípio com professores particulares. Na adolescência, ingressou na Guildhall School Of Music And Drama, em Londres, onde estudou música clássica e piano.
Embora sua família fosse bastante ligada à música, não via com bons olhos o envolvimento da garota com o jazz. As discussões familiares eram uma constante, porque seus pais não aceitavam o precoce encantamento de Marian por músicos americanos, especialmente “Fats” Waller, Duke Ellington, Mary Lou Williams e Teddy Wilson.
Para desgosto da família, em 1938, então com 20 anos, Marian abandonou os estudos na “Guildhall”, a fim de se juntar ao “Billy Mayerl’s Claviers”, um grupo de “vaudeville” integrado por 04 pianistas. Ela decidiu adotar o nome de Marian Page e com o grupo excursionou pela Europa. Durante a II Guerra Mundial, a pianista ajudou a entreter as tropas aliadas que lutavam contra o nazismo, integrando alguns grupos musicais organizados pelas forças armadas norte-americanas.
Durante uma turnê pela Bélgica e pela Alemanha em 1944, ela conheceu o cornetista Jimmy McPartland. A afinidade musical logo evoluiu para uma relação afetiva e os dois se casaram na base militar dos aliados em Aachen, na Alemanha. Marian adotou o sobrenome do marido e o casal decidiu se fixar nos Estados Unidos em 1946, estabelecendo-se em Chicago. Logo após a sua chegada, Jimmy tocou com diversos grupos da cidade e da região de Boston, e montou um quinteto ao lado da esposa pianista, que era atração fixa do Brassrail Lounge.
Em 1949 o casal se mudou para Nova Iorque, onde Jimmy se juntou ao grupo do guitarrista Eddie Condon. Marian, por seu turno, começou a liderar seus próprios trios, apresentando-se em vários clubes da cidade. Em 1952, Marian fez sua estréia como atração principal do “Hickory House”, na emblemática Rua 52. Na primeira formação, a pianista era acompanhada pelo contrabaixista Max Wayne e pelo baterista Mousie Alexander. Posteriormente, Bill Crow substituiu Wayne e, em 1953, o grande Joe Morello assumiu a bateria, saindo em 1957 para integrar o seminal quarteto de Dave Brubeck.
Marian e seu trio permaneceram na casa até 1960, mas também costumavam a se apresentar com regularidade no The Embers, dividindo os letreiros com gigantes como George Shearing, Jonah Jones e Red Norvo. Nas palavras do venerável Luiz Orlando Carneiro, a pianista já era uma artista madura e exibia um estilo bastante pessoal, que “não chocava os tradicionalistas e nem aborrecia os modernistas”. Seus futuros trios seriam integrados por músicos de primeira linha, como os baixistas Steve Swallow, Eddie Gomez e Steve La Spina e os bateristas Jake Hanna, Joey Baron e Dave Bailey.
Nesse ínterim, McPartland deu início à sua extensa carreira discográfica como líder, gravando para selos como Savoy e Capitol. Ela chegou a gravar alguns temas em duo com o genial Bud Powell em meados dos anos 50. Em 1955, ela começou a lecionar música em escolas de Manhattan e também passou a escrever colunas sobre jazz para jornais e revistas como The Boston Globe, Down Beat e Melody Maker. Muitos dos seus textos seriam compilados, em 1987, pela Oxford University Press e lançados em um livro intitulado “All in Good Time”.
Em uma entrevista à Down Beat, Marian esclareceu os motivos que a levaram a se aventurar pela educação musical, ministrando cursos, palestras e oficinas em escolas e universidades dos Estados Unidos: “Eu fiquei com muito medo de que o rock & roll fosse aniquilar o jazz, por isso fiz questão de ir até às escolas. Eu sabia que não conseguiria lutar contra o rock & roll, mas queria que as crianças soubessem que havia outros tipos de música”.
Em 1958, McPartland foi uma das duas únicas mulheres (a outra foi Mary Lou Williams) a aparecer na célèbre foto de Art Kane, juntamente com alguns dos maiores nomes do jazz em uma escadaria no Harlem. Publicada na revista Life a fotografia histórica foi objeto do documentário “Great Day In Harlem”. Outro momento marcante foi a sua atuação ao lado do saxofonista Gerry Mulligan, na edição daquele mesmo ano do Newport Jazz Festival.
A década de 60 foi particularmente difícil para Marian, tanto do ponto de vista pessoal como profissional. O mercado do jazz retraíra-se de forma assustadora e muitos músicos resolveram se mudar para a Europa, onde o interesse pelo estilo permanecia em alta. Em 1963 ela foi contratada por Benny Goodman, para acompanhá-lo em uma temporada na Inglaterra. Também realizou turnês em companhia dos pianistas Teddy Wilson e George Shearing.
Em 1964, a pianista estreou na rádio “WBAI-FM” de Nova Iorque, com um programa semanal em que apresentava gravações e entrevistava convidados. A rádio “Pacifica” da Costa Oeste passou a transmitir esse programa semanal, que abriu caminho para o posterior programa “Marian McPartland’s Piano Jazz”, série transmitida pela NPR (“National Public Radio”), com o primeiro programa transmitido em 04 de junho de 1978.
Nos programas da NPR Marian tocava piano e recebia convidados – gente do calibre de Tony Bennett, Wynton Marsalis, Dizzy Gillespie, Ray Charles, Gerry Mulligan, Rosemary Clooney, Benny Green, Geoff Keezer, Geri Allen, Mary Lou Williams, Billy Taylor, Lee Konitz, Bill Evans, Ramsey Lewis, Herbie Hancock e Oscar Peterson – para entrevistas e atuação, sendo que boa parte desses programas foi gravada em CD, em uma série homônima do programa. Ao longo de mais de 700 edições, chegou a ser o programa cultural de mais longa permanência no ar, em uma rádio pública.
Marian e Jimmy se separaram em meados daquela década, mas a pianista conservou o sobrenome do ex-marido. Embora se mantivesse em atividade regular, inclusive gravando para selos como Argo, Dot, Time e Sesac, ela não se sentia satisfeita com o tratamento dado pelas gravadoras aos artistas de jazz. Decidiu fundar, em 1969, a sua própria gravadora, chamada “Halcyon Records”, pela qual gravaram grandes nomes como Earl Hines, Teddy Wilson, Joe Venuti e Dave McKenna.
Nos anos 70 começou a longa e prolífica associação com a “Concord Jazz”, a convite do seu fundador e presidente Carl Jefferson. Foram mais de 50 gravações, inclusive ao lado do ex-marido Jimmy McPartland. Naquela década, Marian compôs a trilha sonora dos documentários “Mark” (agraciada com o prêmio de melhor trilha sonora nos festivais de cinema de Edimburgo e Veneza), “Mural” e “The Light Fantastic Picture Show”. Também se tornou atração fixa do clube Cafe Carlyle, em Nova Iorque, a partir de 1974, a convite do sensacional Bobby Short, com quem dividia os sets naquela casa.
Marian emprestou seu talento para abrilhantar dezenas de festivais de jazz pelo mundo, com destaque para os de Nice, Montreux, Antibes, Berlin, Monterey, Kansas City Women's Jazzfest e o JVC Jazz Festival. Ela e Jimmy voltaram a se apresentar juntos na edição de 1978 do Newport Jazz Festival. Marian também é uma compositora bastante inventiva e dentre suas obras, podemos citar “Ambiance”, “There'll Be Other Times”, “With You In Mind”, “Twilight World” e “In The Days Of Our Love”. Suas composições foram gravadas por gente do gabarito de Tony Bennett, Peggy Lee, Johnny Mercer, Sarah Vaughan, Gary Burton, George Shearing, Cleo Laine, The Thad Jones/Mel Lewis Orchestra e muitos outros.
A década de 80 encontrou-a ainda bastante envolvida com o ensino musical, mas sem deixar de conduzir o seu programa na NPR. A partir de então, ela vem colecionando uma impressionante sucessão de prêmios e homenagens por sua obra, como o “Peabody Award”, em 1983, a indicação para o “International Association Of Jazz Education Hall Of Fame”, em 1986, e o “ASCAP-Deems Taylor”, em 1991.
Em janeiro de 1990 McPartland entrou no estúdio da Concord para gravar o disco que é um verdadeiro marco em sua carreira. Trata-se do sensacional “Plays The Benny Carter Songbook”, no qual a pianista se debruça, com talento e sensibilidade, sobre a obra composicional do genial Benny Carter, que inclusive participa de algumas faixas, tocando sax alto. No apoio, estão os experientes John Clayton (contrabaixo) e Harold Jones (bateria).
A faixa de abertura é “When Lights Are Low”, provavelmente a composição mais conhecida de Carter, composta em dupla com Spencer Williams. O swing delicado de Marian e sua enorme capacidade para transitar do jazz tradicional para as formas mais contemporâneas, impregnam o tema de um acentuado tempero bop. Seus improvisos são límpidos, ágeis e de grande expressividade. O ritmo sincopado proposto por Jones e o acompanhamento certeiro de Clayton tornam ainda mais charmosa esta bela versão.
“I'm in the Mood for Swing”, também composta em parceria com Spencer Williams, conta com a exuberante participação de Carter. O saxofonista mostra que, aos 82 anos, ainda estava em plena forma e que seu fraseado continua vibrante e arejado. Clayton produz um som robusto e seu solo é um amálgama de perícia técnica e paixão. Marian evoca a Era do Swing, com uma interpretação alegre e despretensiosa, com uma primorosa utilização dos registros mais graves, especialmente durante os solos.
“A Kiss from You” é fruto da parceria entre Carter e Johnny Mercer. Mais uma vez o autor se faz presente e seu prazer de tocar contagia os demais integrantes do quarteto. Mostrando porque é um dos mais destacados contrabaixistas da atualidade, Clayton emula a virilidade de um Ray Brown, adotando uma pegada firme e extremamente melódica. A formidável atuação de Jones com as escovas e a riqueza de timbres construída por McPartland fazem dessa balada em tempo médio uma das faixas mais emocionantes do álbum.
Carter não participa de “Key Largo”, que foi escrita juntamente com Leah Worth e Karl Suessdorf. Trata-se de uma balada impressionista, com tinturas de bossa nova, na qual a percussão sutil de Jones e o piano etéreo de McPartland dialogam com sensibilidade e bom gosto. Em seguida, é a vez da agitada “Another Time, Another Place”, onde Carter, literalmente, rouba a cena. Seu solo mantém-se no limiar entre a tradição do swing e as ousadias harmônicas do bebop. Os outros integrantes do quarteto proporcionam o arcabouço rítmico mais do que perfeito para que o “Rei” possa exibir seu amplo e incontestável domínio do sax alto.
Outra balada, “Summer Serenade”, prima pelas harmonias sutis e pela melodia refinada, que lembra as composições de Billy Strayhorn. Executada pelo trio, a faixa apresenta um arranjo envolvente, com um ótimo trabalho percussivo de Jones e uma levada econômica de McPartland. “Doozy” é um blues sincopado, com pitadas de dixieland e ragtime, no qual a pianista emprega com muita astúcia e propriedade a técnica do stride piano. Benny volta a se juntar ao trio, para mais uma performance empolgante, criando efeitos bastante interessantes ao saxofone.
Ray Sonin é o co-autor de “Lonely Woman” e Sammy Cahn é o parceiro em “Only Trust Your Heart”, dois belos exemplos de baladas classudas, que reafirmam o talento de Carter para esse tipo de composição. Na primeira, a execução fica a cargo do trio, com destaque para a sonoridade lustrosa e consistente de Clayton. Na segunda, Carter e McPartland brilham ao estabelecer um diálogo de enorme intensidade emocional entre piano e saxofone. Ambos são dotados de uma técnica superior, mas não abrem mão da emotividade e da fluência, transformando a audição desta faixa em uma experiência das mais encantadoras. Atente-se para a formidável atuação de Clayton, cujo solo, utilizando o arco, é um dos momentos mais sublimes do disco.
“Evening Star” mantém-se no território das baladas e aqui o trio dá ênfase ao aspecto melódico, com Marian reproduzindo riffs lentamente, quase como se estivesse em uma liturgia. As modulações de seu piano evocam o vai e vem das ondas do mar, lembrando em algumas passagens as construções impressionistas de Debussy. Clayton usa os registros mais graves do contrabaixo para ajudar a elaborar uma atmosfera romântica ligeiramente sombria.
O arranjo brincalhão de “Easy Money” nos transporta para os agitados anos 40 e Carter retorna para o encerramento mais que festivo. O saxofonista é pura graça e leveza, com improvisos sempre insinuantes e precisos. Jones comete um solo de grande eloqüência rítmica, emulando o vigor de um Art Blakey e a líder, muito à vontade, se esmera para reproduzir o som alegre das bandas da Era do Swing. Um disco encantador, que dá bem a dimensão da estatura de Marian como pianista, além de lançar luzes sobre o aspecto composicional de Benny Carter, cuja obra sempre ficou obscurecida por conta de seu excepcional trabalho como intérprete e arranjador.
Marian foi a primeira mulher a receber o prêmio de Jazz Educator of the Year, concedido pela National Association of Jazz Educators, em 1986. Outra honraria importante foi-lhe outorgada pela revista Down Beat: o Lifetime Achievement Award, em 1994. Destacam-se, ainda, o “Grammy Trustees”, por sua obra como escritora, educadora e apresentadora do mais longo programa de rádio em emissora pública, o “Marian McPartland’s Piano Jazz” na “NPR”, e as indicações para o “Long Island Music Hall Of Fame”, em 2006, e para o “National Radio Hall Of Fame”, em 2007.
Desde 2000 a pianista exibe o precioso título de Jazz Master, concedido pela National Endowment for the Arts. Os títulos honorários recebidos por ela também impressionam, seja pela quantidade, seja pelo nível das instituições outorgantes: Ithaca College, Hamilton College, Union College, Bates College, Bowling Green University, University of South Carolina, Eastman School of Music, Berklee College of Music e City University of New York, apenas para citar alguns.
Em 2003 Marian comemorou os 25 anos do seu programa com uma transmissão feita diretamente do “Kennedy Center”, tendo como convidado o cantor e pianista Peter Cincotti. Naquele mesmo ano, a pianista se apresentou juntamente com a cantora Norah Jones, no Tanglewood Jazz Festival, em Massachusetts, e comemorou seu 85º aniversário com um concerto no célebre clube Birdland, que contou com as presenças de astros como Tony Bennett e Nnenna Freelon. Em 2008, McPartland completou 90 anos e durante as festividades a Concord lançou o album “Twilight World”, cujo grande destaque é a versão de “Lonely Woman”, de Ornette Coleman.
Pouco antes disso, compôs e apresentou, em 2007, a sinfonia “A Portrait Of Rachel Carson”. A obra homenageia a bióloga, zoóloga, ambientalista e escritora americana, autora do livro “Silent Spring” e pioneira no movimento global de defesa do meio ambiente. Em 2010 a pianista foi condecorada com o título de “Officer Of The Order Of The British Empire”, uma das mais prestigiosas comendas concedidas pelo Império Britânico. Honraria das mais justas para quem, nas palavras do produtor George Wein “fez mais pelos pianistas de jazz que qualquer outra pessoa no mundo inteiro”.
Para Pedro “Apóstolo” Cardoso, Marian possui “um conhecimento enciclopédico do jazz, abordando ao piano e com propriedade os “standards” e os estilos mais variados da Arte Popular Maior, graças aos longos anos de estrada e à longa atuação em seu programa de rádio, em que recebeu e contracenou com os mais diversos ícones do “piano-jazz”. Seu estilo pode ser definido como flexível e complexo, com improvisação muito inventiva tanto harmônica quanto rítmica e não centrado em uma única escola (percorre com fluidez desde o “dixieland” até o “bebop”), sempre com “swing” subjacente e sem afetação”.
Apesar da idade, Marian ainda se mantém lúcida e em atividade regular, costumando realizar apresentações em clubes de Nova Iorque com freqüência. A receita da longevidade é simples: “acredito que trabalhar é a melhor coisa que alguém pode fazer na vida, sobretudo quando você faz aquilo que gosta e pode compartilhar o fruto do seu trabalho com outras pessoas. Eu não sou aquele tipo de pessoa que passa o dia inteiro no jardim regando plantas”.
Embora sua família fosse bastante ligada à música, não via com bons olhos o envolvimento da garota com o jazz. As discussões familiares eram uma constante, porque seus pais não aceitavam o precoce encantamento de Marian por músicos americanos, especialmente “Fats” Waller, Duke Ellington, Mary Lou Williams e Teddy Wilson.
Para desgosto da família, em 1938, então com 20 anos, Marian abandonou os estudos na “Guildhall”, a fim de se juntar ao “Billy Mayerl’s Claviers”, um grupo de “vaudeville” integrado por 04 pianistas. Ela decidiu adotar o nome de Marian Page e com o grupo excursionou pela Europa. Durante a II Guerra Mundial, a pianista ajudou a entreter as tropas aliadas que lutavam contra o nazismo, integrando alguns grupos musicais organizados pelas forças armadas norte-americanas.
Durante uma turnê pela Bélgica e pela Alemanha em 1944, ela conheceu o cornetista Jimmy McPartland. A afinidade musical logo evoluiu para uma relação afetiva e os dois se casaram na base militar dos aliados em Aachen, na Alemanha. Marian adotou o sobrenome do marido e o casal decidiu se fixar nos Estados Unidos em 1946, estabelecendo-se em Chicago. Logo após a sua chegada, Jimmy tocou com diversos grupos da cidade e da região de Boston, e montou um quinteto ao lado da esposa pianista, que era atração fixa do Brassrail Lounge.
Em 1949 o casal se mudou para Nova Iorque, onde Jimmy se juntou ao grupo do guitarrista Eddie Condon. Marian, por seu turno, começou a liderar seus próprios trios, apresentando-se em vários clubes da cidade. Em 1952, Marian fez sua estréia como atração principal do “Hickory House”, na emblemática Rua 52. Na primeira formação, a pianista era acompanhada pelo contrabaixista Max Wayne e pelo baterista Mousie Alexander. Posteriormente, Bill Crow substituiu Wayne e, em 1953, o grande Joe Morello assumiu a bateria, saindo em 1957 para integrar o seminal quarteto de Dave Brubeck.
Marian e seu trio permaneceram na casa até 1960, mas também costumavam a se apresentar com regularidade no The Embers, dividindo os letreiros com gigantes como George Shearing, Jonah Jones e Red Norvo. Nas palavras do venerável Luiz Orlando Carneiro, a pianista já era uma artista madura e exibia um estilo bastante pessoal, que “não chocava os tradicionalistas e nem aborrecia os modernistas”. Seus futuros trios seriam integrados por músicos de primeira linha, como os baixistas Steve Swallow, Eddie Gomez e Steve La Spina e os bateristas Jake Hanna, Joey Baron e Dave Bailey.
Nesse ínterim, McPartland deu início à sua extensa carreira discográfica como líder, gravando para selos como Savoy e Capitol. Ela chegou a gravar alguns temas em duo com o genial Bud Powell em meados dos anos 50. Em 1955, ela começou a lecionar música em escolas de Manhattan e também passou a escrever colunas sobre jazz para jornais e revistas como The Boston Globe, Down Beat e Melody Maker. Muitos dos seus textos seriam compilados, em 1987, pela Oxford University Press e lançados em um livro intitulado “All in Good Time”.
Em uma entrevista à Down Beat, Marian esclareceu os motivos que a levaram a se aventurar pela educação musical, ministrando cursos, palestras e oficinas em escolas e universidades dos Estados Unidos: “Eu fiquei com muito medo de que o rock & roll fosse aniquilar o jazz, por isso fiz questão de ir até às escolas. Eu sabia que não conseguiria lutar contra o rock & roll, mas queria que as crianças soubessem que havia outros tipos de música”.
Em 1958, McPartland foi uma das duas únicas mulheres (a outra foi Mary Lou Williams) a aparecer na célèbre foto de Art Kane, juntamente com alguns dos maiores nomes do jazz em uma escadaria no Harlem. Publicada na revista Life a fotografia histórica foi objeto do documentário “Great Day In Harlem”. Outro momento marcante foi a sua atuação ao lado do saxofonista Gerry Mulligan, na edição daquele mesmo ano do Newport Jazz Festival.
A década de 60 foi particularmente difícil para Marian, tanto do ponto de vista pessoal como profissional. O mercado do jazz retraíra-se de forma assustadora e muitos músicos resolveram se mudar para a Europa, onde o interesse pelo estilo permanecia em alta. Em 1963 ela foi contratada por Benny Goodman, para acompanhá-lo em uma temporada na Inglaterra. Também realizou turnês em companhia dos pianistas Teddy Wilson e George Shearing.
Em 1964, a pianista estreou na rádio “WBAI-FM” de Nova Iorque, com um programa semanal em que apresentava gravações e entrevistava convidados. A rádio “Pacifica” da Costa Oeste passou a transmitir esse programa semanal, que abriu caminho para o posterior programa “Marian McPartland’s Piano Jazz”, série transmitida pela NPR (“National Public Radio”), com o primeiro programa transmitido em 04 de junho de 1978.
Nos programas da NPR Marian tocava piano e recebia convidados – gente do calibre de Tony Bennett, Wynton Marsalis, Dizzy Gillespie, Ray Charles, Gerry Mulligan, Rosemary Clooney, Benny Green, Geoff Keezer, Geri Allen, Mary Lou Williams, Billy Taylor, Lee Konitz, Bill Evans, Ramsey Lewis, Herbie Hancock e Oscar Peterson – para entrevistas e atuação, sendo que boa parte desses programas foi gravada em CD, em uma série homônima do programa. Ao longo de mais de 700 edições, chegou a ser o programa cultural de mais longa permanência no ar, em uma rádio pública.
Marian e Jimmy se separaram em meados daquela década, mas a pianista conservou o sobrenome do ex-marido. Embora se mantivesse em atividade regular, inclusive gravando para selos como Argo, Dot, Time e Sesac, ela não se sentia satisfeita com o tratamento dado pelas gravadoras aos artistas de jazz. Decidiu fundar, em 1969, a sua própria gravadora, chamada “Halcyon Records”, pela qual gravaram grandes nomes como Earl Hines, Teddy Wilson, Joe Venuti e Dave McKenna.
Nos anos 70 começou a longa e prolífica associação com a “Concord Jazz”, a convite do seu fundador e presidente Carl Jefferson. Foram mais de 50 gravações, inclusive ao lado do ex-marido Jimmy McPartland. Naquela década, Marian compôs a trilha sonora dos documentários “Mark” (agraciada com o prêmio de melhor trilha sonora nos festivais de cinema de Edimburgo e Veneza), “Mural” e “The Light Fantastic Picture Show”. Também se tornou atração fixa do clube Cafe Carlyle, em Nova Iorque, a partir de 1974, a convite do sensacional Bobby Short, com quem dividia os sets naquela casa.
Marian emprestou seu talento para abrilhantar dezenas de festivais de jazz pelo mundo, com destaque para os de Nice, Montreux, Antibes, Berlin, Monterey, Kansas City Women's Jazzfest e o JVC Jazz Festival. Ela e Jimmy voltaram a se apresentar juntos na edição de 1978 do Newport Jazz Festival. Marian também é uma compositora bastante inventiva e dentre suas obras, podemos citar “Ambiance”, “There'll Be Other Times”, “With You In Mind”, “Twilight World” e “In The Days Of Our Love”. Suas composições foram gravadas por gente do gabarito de Tony Bennett, Peggy Lee, Johnny Mercer, Sarah Vaughan, Gary Burton, George Shearing, Cleo Laine, The Thad Jones/Mel Lewis Orchestra e muitos outros.
A década de 80 encontrou-a ainda bastante envolvida com o ensino musical, mas sem deixar de conduzir o seu programa na NPR. A partir de então, ela vem colecionando uma impressionante sucessão de prêmios e homenagens por sua obra, como o “Peabody Award”, em 1983, a indicação para o “International Association Of Jazz Education Hall Of Fame”, em 1986, e o “ASCAP-Deems Taylor”, em 1991.
Em janeiro de 1990 McPartland entrou no estúdio da Concord para gravar o disco que é um verdadeiro marco em sua carreira. Trata-se do sensacional “Plays The Benny Carter Songbook”, no qual a pianista se debruça, com talento e sensibilidade, sobre a obra composicional do genial Benny Carter, que inclusive participa de algumas faixas, tocando sax alto. No apoio, estão os experientes John Clayton (contrabaixo) e Harold Jones (bateria).
A faixa de abertura é “When Lights Are Low”, provavelmente a composição mais conhecida de Carter, composta em dupla com Spencer Williams. O swing delicado de Marian e sua enorme capacidade para transitar do jazz tradicional para as formas mais contemporâneas, impregnam o tema de um acentuado tempero bop. Seus improvisos são límpidos, ágeis e de grande expressividade. O ritmo sincopado proposto por Jones e o acompanhamento certeiro de Clayton tornam ainda mais charmosa esta bela versão.
“I'm in the Mood for Swing”, também composta em parceria com Spencer Williams, conta com a exuberante participação de Carter. O saxofonista mostra que, aos 82 anos, ainda estava em plena forma e que seu fraseado continua vibrante e arejado. Clayton produz um som robusto e seu solo é um amálgama de perícia técnica e paixão. Marian evoca a Era do Swing, com uma interpretação alegre e despretensiosa, com uma primorosa utilização dos registros mais graves, especialmente durante os solos.
“A Kiss from You” é fruto da parceria entre Carter e Johnny Mercer. Mais uma vez o autor se faz presente e seu prazer de tocar contagia os demais integrantes do quarteto. Mostrando porque é um dos mais destacados contrabaixistas da atualidade, Clayton emula a virilidade de um Ray Brown, adotando uma pegada firme e extremamente melódica. A formidável atuação de Jones com as escovas e a riqueza de timbres construída por McPartland fazem dessa balada em tempo médio uma das faixas mais emocionantes do álbum.
Carter não participa de “Key Largo”, que foi escrita juntamente com Leah Worth e Karl Suessdorf. Trata-se de uma balada impressionista, com tinturas de bossa nova, na qual a percussão sutil de Jones e o piano etéreo de McPartland dialogam com sensibilidade e bom gosto. Em seguida, é a vez da agitada “Another Time, Another Place”, onde Carter, literalmente, rouba a cena. Seu solo mantém-se no limiar entre a tradição do swing e as ousadias harmônicas do bebop. Os outros integrantes do quarteto proporcionam o arcabouço rítmico mais do que perfeito para que o “Rei” possa exibir seu amplo e incontestável domínio do sax alto.
Outra balada, “Summer Serenade”, prima pelas harmonias sutis e pela melodia refinada, que lembra as composições de Billy Strayhorn. Executada pelo trio, a faixa apresenta um arranjo envolvente, com um ótimo trabalho percussivo de Jones e uma levada econômica de McPartland. “Doozy” é um blues sincopado, com pitadas de dixieland e ragtime, no qual a pianista emprega com muita astúcia e propriedade a técnica do stride piano. Benny volta a se juntar ao trio, para mais uma performance empolgante, criando efeitos bastante interessantes ao saxofone.
Ray Sonin é o co-autor de “Lonely Woman” e Sammy Cahn é o parceiro em “Only Trust Your Heart”, dois belos exemplos de baladas classudas, que reafirmam o talento de Carter para esse tipo de composição. Na primeira, a execução fica a cargo do trio, com destaque para a sonoridade lustrosa e consistente de Clayton. Na segunda, Carter e McPartland brilham ao estabelecer um diálogo de enorme intensidade emocional entre piano e saxofone. Ambos são dotados de uma técnica superior, mas não abrem mão da emotividade e da fluência, transformando a audição desta faixa em uma experiência das mais encantadoras. Atente-se para a formidável atuação de Clayton, cujo solo, utilizando o arco, é um dos momentos mais sublimes do disco.
“Evening Star” mantém-se no território das baladas e aqui o trio dá ênfase ao aspecto melódico, com Marian reproduzindo riffs lentamente, quase como se estivesse em uma liturgia. As modulações de seu piano evocam o vai e vem das ondas do mar, lembrando em algumas passagens as construções impressionistas de Debussy. Clayton usa os registros mais graves do contrabaixo para ajudar a elaborar uma atmosfera romântica ligeiramente sombria.
O arranjo brincalhão de “Easy Money” nos transporta para os agitados anos 40 e Carter retorna para o encerramento mais que festivo. O saxofonista é pura graça e leveza, com improvisos sempre insinuantes e precisos. Jones comete um solo de grande eloqüência rítmica, emulando o vigor de um Art Blakey e a líder, muito à vontade, se esmera para reproduzir o som alegre das bandas da Era do Swing. Um disco encantador, que dá bem a dimensão da estatura de Marian como pianista, além de lançar luzes sobre o aspecto composicional de Benny Carter, cuja obra sempre ficou obscurecida por conta de seu excepcional trabalho como intérprete e arranjador.
Marian foi a primeira mulher a receber o prêmio de Jazz Educator of the Year, concedido pela National Association of Jazz Educators, em 1986. Outra honraria importante foi-lhe outorgada pela revista Down Beat: o Lifetime Achievement Award, em 1994. Destacam-se, ainda, o “Grammy Trustees”, por sua obra como escritora, educadora e apresentadora do mais longo programa de rádio em emissora pública, o “Marian McPartland’s Piano Jazz” na “NPR”, e as indicações para o “Long Island Music Hall Of Fame”, em 2006, e para o “National Radio Hall Of Fame”, em 2007.
Desde 2000 a pianista exibe o precioso título de Jazz Master, concedido pela National Endowment for the Arts. Os títulos honorários recebidos por ela também impressionam, seja pela quantidade, seja pelo nível das instituições outorgantes: Ithaca College, Hamilton College, Union College, Bates College, Bowling Green University, University of South Carolina, Eastman School of Music, Berklee College of Music e City University of New York, apenas para citar alguns.
Em 2003 Marian comemorou os 25 anos do seu programa com uma transmissão feita diretamente do “Kennedy Center”, tendo como convidado o cantor e pianista Peter Cincotti. Naquele mesmo ano, a pianista se apresentou juntamente com a cantora Norah Jones, no Tanglewood Jazz Festival, em Massachusetts, e comemorou seu 85º aniversário com um concerto no célebre clube Birdland, que contou com as presenças de astros como Tony Bennett e Nnenna Freelon. Em 2008, McPartland completou 90 anos e durante as festividades a Concord lançou o album “Twilight World”, cujo grande destaque é a versão de “Lonely Woman”, de Ornette Coleman.
Pouco antes disso, compôs e apresentou, em 2007, a sinfonia “A Portrait Of Rachel Carson”. A obra homenageia a bióloga, zoóloga, ambientalista e escritora americana, autora do livro “Silent Spring” e pioneira no movimento global de defesa do meio ambiente. Em 2010 a pianista foi condecorada com o título de “Officer Of The Order Of The British Empire”, uma das mais prestigiosas comendas concedidas pelo Império Britânico. Honraria das mais justas para quem, nas palavras do produtor George Wein “fez mais pelos pianistas de jazz que qualquer outra pessoa no mundo inteiro”.
Para Pedro “Apóstolo” Cardoso, Marian possui “um conhecimento enciclopédico do jazz, abordando ao piano e com propriedade os “standards” e os estilos mais variados da Arte Popular Maior, graças aos longos anos de estrada e à longa atuação em seu programa de rádio, em que recebeu e contracenou com os mais diversos ícones do “piano-jazz”. Seu estilo pode ser definido como flexível e complexo, com improvisação muito inventiva tanto harmônica quanto rítmica e não centrado em uma única escola (percorre com fluidez desde o “dixieland” até o “bebop”), sempre com “swing” subjacente e sem afetação”.
Apesar da idade, Marian ainda se mantém lúcida e em atividade regular, costumando realizar apresentações em clubes de Nova Iorque com freqüência. A receita da longevidade é simples: “acredito que trabalhar é a melhor coisa que alguém pode fazer na vida, sobretudo quando você faz aquilo que gosta e pode compartilhar o fruto do seu trabalho com outras pessoas. Eu não sou aquele tipo de pessoa que passa o dia inteiro no jardim regando plantas”.
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16 comentários:
...olá!...aprender mais um pouco...
Bom final de semana!
Caro FelisJúnior,
Bom tê-lo a bordo!
E a McPartland, do alto dos seus 93 anos, nos ensina que a vidas é bela, apesar dos eventuais percalços, não é mesmo?
Grande abraço!
Eu adoro a Marian, já ouvi o programa dela pela internet várias vezes, é maravilhoso ver uma musicista entrevistar outro músico para realmente descobrir como esses grandes artistas fazem suas músicas, seus trabalhos... e no final ainda rola uma canja juntos! Legal o texto sobre ela.
Sensacional! Uma grande artista e um grande exemplo de vida!
Grande Murilo,
Prazer em vê-lo aqui no barzinho - sua opinião é muito valiosa.
Receber um elogio de um músico de jazz é pra animar o sábado de qualquer blogueiro.
O programa da Marian na NPR fezx história no rádio dos EUA e é um precioso documento para fãs e estudiosos. Apesar do meu inglês ser meio the book is on the table, dá pra entender bem o que ela e seus convidados falam e ainda por cima ouvir as cnjas que sempre rolavam por lá.
Grande abraço!
Amigo Fig,
Prazer em vê-lo!
Depois de cinco dias maravilhosos no Rio (com direito a shows do Sambajazz Terio, Paschoal Meireles, Dudu Luma & Stanley Jordan e Áurea Martins), estou de novo na área. Abração!
Que beleza de artista do jazz. Sou-lhe grato pela lembrança da grande M arian McPartland.
Uma abraço bem sonoro! Ah! Amanhã tem Projeto Varanda aqui em casa, mas o anfitrião é grande guitarrista de jazz Júlio Marins. Seria muito bom vê-lo aqui. Vem!
Estimado ÉRICO:
Antes de mais é sempre um enorme prazer ler comentário de teu compadre CELIJON, figura simpática e enriquecedora de qualquer ambiente.
Belíssima resenha, magnífica gravação.
A "inglesa" merece todas as homenagens, resenhas e lembranças por seu trabalho "apostolar" de disseminação da "Arte Popular Maior".
Que as comemorações de seus próximos aniversários nos façam contemplar mais lições de vida e de música.
Grato pela música !
Caríssimos Apóstolo e Celijon,
Antes de mais nada, é claro que é Sambajazz Trio e não Sambajazz Terio, e Dudu Lima e não Dudu Luma!
Ao primeiro, valeu pela visita - aqui em casa e no barzinho (espero poder dar uma passada aí mas se não puder, dá um abraço no Julinho por mim).
Ao segundo, digo apenas que a matéria prima da pesquisa supera, em muito, as eventuais qualidades da resenha. Mas já que você nos brindou com essas resenhas maravilhosas, me cabe apenas adaptá-las e deixar que os fregueses se deliciem!!!!
Obrigado aos dois!
Abração!
Adorei conhecer a história dessa mulher prodígio. Muito lindo! Obrigado! Kátia.
Olá, amiga!
Ela é um dos pilares do piano jazzístico - vale muito a pena ouvi-la!
Abs!
Dear Gram Master Boss Érico,
Após nosso alegre e festivo reencontro no Rio na semana passada na companhia do ilustre confrade Sergio Sonico e do produtor cujo nome não guardei, no qual conversamos longamente sobre jazz (e poderia ser outro assunto?) e episódios pitorescos sobre jazzmen e sobre a vida jornalística, deparei-me com essa excelente resenha sobre a grande Marian McPartland, trazendo-me à lembrança a única vez em que ela tocou no Brasil.
Isso ocorreu em agosto de 1973, no Teatro Municipal, por ocasião do concerto intitulado "Quarteto dos Pianistas", no qual desfilaram no palco do vetusto teatro, além de Marian McPartland, Earl Hines, Teddy Wilson e Ellis Larkins.
Noite inesquecível e no último numero tocaram simultaneamente Marian, Teddy e Ellis em dois pianos diferentes. Chamado reiteradamente ao palco por Marian, Hines não compareceu, frustrando seus admiradores por não ouví-lo em tandem com seus
companheiros de jornada.
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
Seja muito bem-vindo ao barzinho.
Pois é, o reencontro no Rio foi agradabilíssimo - é sempre muito bom poder ouvi-lo pessoalmente.
O produtor que estava conosco é o Edson Lenine, que produz a Orquestra Lunar (onde atua a maravilhosa Áurea Martins).
Como sempre, suas observações são fruto de alguém que esteve presente nos grandes momentos do jazz, aqui e alhures!
Obrigado pelas palavras generosas e até breve - espero poder voltar ao Rio o mais breve possível.
Estimado ÉRICO:
Realmente na resenha faltou descrever a estada da grande MARIAN no Municial, me noite maravilhosa.
Em tempo, se é que o há: Teatro Municipal, 10/agosto/1974 e Country Club, 11/08/1974, Ellis Larkins / Marian McPartland / Teddy Wilson / Earl Hines = melhor impossível !
Só assistí ao espetáculo do dia 10, no camarote do Prefeito (mordomias de quem tinha o avô materno, Comendador Pedro Lauria, como Administrador do Municipal do Rio de Janeiro).
Que inveja, Mestre!
Deve ter sido um verdadeiro deslumbre!
Saudações cruzmaltinas e que daqui a pouco possamos comemorar a passagem para mais uma final!
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