Amigos do jazz + bossa

quinta-feira, 12 de maio de 2011

TRAFEGANDO COM MAESTRIA ENTRE O ERUDITO E O POPULAR





Pianista, arranjador, compositor, diretor musical, educador. Muitas foram as facetas de John Aaron Lewis, certamente uma das figuras seminais do jazz. Não bastasse ter ajudado a criar o cool jazz, estilo que promoveu uma luxuosa releitura do bebop, ter sido um dos principais articuladores da chamada Third Stream, corrente que tentou promover a fusão de elementos da música erudita e do jazz, e ter liderado o Modern Jazz Quartet, ele ainda legou ao mundo composições geniais como “Django”, “Milano”, “Afternoon In Paris”, “La Ronde”, “Rouge”, “Concorde”, “Two Degrees East, Three Degrees West”, “Skating in Central Park” e “Two Bass Hit”.


Todos que conviveram com ele são unânimes em reconhecer a sua gentileza no trato pessoal, sua seriedade como pesquisador musical e sua generosidade. De fato, durante os anos 60 Lewis bancou, de seu próprio bolso, uma orquestra integrada apenas por jovens carentes, chamada Orchestra USA, que chegou a se apresentar no prestigioso Carnegie Hall. Seu prestígio na Atlantic, por onde o Modern Jazz Quartet lançou a grande maioria dos seus discos, era tamanho que a gravadora mantinha dois pianos: um para as gravações regulares dos artistas de seu cast e outro exclusivamente para Lewis.


Nascido no dia 03 de maio de 1920, em La Grange, Ilinois, ainda bem pequeno perdeu o pai e, por essa razão, sua mãe mudou-se para Albuquerque, no Novo México. Com sete anos iniciou os estudos de piano, pelas mãos de uma tia, e em pouco tempo já acompanhava os cultos na igreja batista freqüentada por sua família. A fim de aperfeiçoar seu estilo, começou a estudar com um conhecido pianista da cidade adotiva, chamado Eddie Carson


Embora os estudos de piano fossem essencialmente na seara erudita, o garoto adorava jazz e costumava assistir às apresentações das orquestras de Count Basie e Duke Ellington, espetáculos que o marcariam para sempre. Com 14 anos, chegou a tocar com o grande Lester Young, que na ocasião excursionava pelo Novo México e que fez rasgados elogios à performance do garoto.


Além de extremamente inteligente, Lewis era um aluno bastante dedicado e aos dezessete anos ingressou na University of New Mexico, a fim de estudar música e antropologia. Formado em 1942, o pianista se alistou no exército, onde permaneceu até 1946. Durante o período nas forças armadas, chegou a ser mandado para a Europa – o mundo vivia os horrores da II Guerra Mundial – e ali conheceu o baterista Kenny Clarke, de quem se tornou amigo.


Dispensado em 1945, Lewis se mudou para Nova Iorque, disposto a investir na carreira musical. Instigado por Clarke sobre a efervescência do cenário jazzístico da cidade, uma de suas primeiras providências na cidade foi assistir aos espetáculos de Dizzy Gillespie e Charlie Parker, que vinham mudando a cara do jazz feito na época. Seus primeiros trabalhos foram em clubes da Rua 52, acompanhando o saxofonista Allen Eager e, posteriormente, o trompetista Hot Lips Page.


Não demorou muito e o próprio Dizzy Gillespie o contratou para sua orquestra, em substituição a Thelonious Monk. Ali, reencontrou o amigo Clarke e conheceu o baixista Ray Brown e o vibrafonista Milt Jackson. Lewis permaneceu na big band de 1946 a 1948, e além de pianista, também atuou como arranjador, tendo concebido os arranjos da orquestra na célebre apresentação no Carnegie Hall, em setembro de 1947. O lado compositor também começou a aflorar naquela época e “Two Bass Hit” é fruto de uma parceria com Dizzy.


Durante o período na orquestra de Gillespie, Lewis desenvolveu uma carreira paralela como músico de apoio, acompanhando gente do calibre de J. J. Johnson, Illinois Jacquet, Lester Young, Clifford Brown, Miles Davis, Ella Fitzgerald e Charlie Parker. Até o fim da vida, Lewis dividiria os palcos e estúdios com alguns dos maiores nomes do jazz, como Sonny Rollins, Stan Getz, Charles Mingus, Lou Donaldson, Coleman Hawkins, Benny Golson, Ben Webster, Sonny Stitt e muitos mais.


A identificação musical com Miles Davis foi imediata e os dois começaram a trabalhar juntos. Reuniram-se com outros músicos de idéias musicais parecidas, como o pianista e arranjador Gil Evans, o baterista Max Roach e os saxofonistas Gerry Mulligan e Lee Konitz. Dessas reuniões, quase sempre realizadas no apartamento de Evans, na Rua 55, surgiram as bases do movimento cool, e muitas das composições e arranjos elaborados pelo grupo estão no disco “Birth of the Cool”, um dos mais importantes da história do jazz. Lewis fez os arranjos para “Move” e “Budo”, além de ter contribuído com “Rouge”, de sua própria autoria.


No final da década de 40, Lewis se juntou a Kenny Clarke, Milt Jackson e Ray Brown, a fim de montar um pequeno grupo diferente de tudo o que vinha sendo feito à época. Estava criado o Milt Jackson Quartet, cujo nome posteriormente foi trocado para Modern Jazz Quartet, um dos mais longevos e respeitados combos de todos os tempos. Dois dos membros originais saíram: Brown foi substituído por Percy Heath e Clarke por Connie Kay.


Em 1953 obteve o mestrado em música na Manhattan School of Music, ao mesmo tempo em que o MJQ começava sua carreira fonográfica, lançando seu primeiro álbum, “Django”, pela Prestige. A composição que dá nome ao disco é de autoria de Lewis e é uma homenagem ao guitarrista belga Django Reinhardt. O MJQ se caracterizava pela utilização de elementos da música erudita, mas não abria mão do swing e da pegada jazzística. Como bem observou o crítico Max Harrison, Lewis “foi bem sucedido onde muitos outros falharam, ao transplantar elementos da música clássica para o jazz, sem violentar o estilo”.


Em 1956 o grupo fez uma aclamada temporada no Birdland, além de ter feito uma excursão consagradora pela Europa, juntamente com Miles Davis, Lester Young e Bud Powell. No ano seguinte, o pianista ajudou a montar a Lennox School of Jazz, da qual foi diretor executivo e professor. Ainda em 1957, Lewis compôs a trilha sonora do filme “No Sun in Venice”, dirigido pelo francês Roger Vadim.


Em 1958, Lewis assumiu a direção musical do Monterey Jazz Festival, somente se afastando do cargo em 1982. Em 1959, Lewis e o MJQ criaram a trilha sonora do filme “Odds Against Tomorrow”, dirigido por Robert Wise e estrelado pelo cantor Harry Belafonte. Em 1961 compôs o balé “Original Sin”, para a companhia San Francisco Ballet. Em 1962, criou, juntamente com o crítico musical Gunther Schuller, a Orchestra U.S.A, cujas apresentações e discos contaram com a participação de músicos como Ornette Coleman e Gerry Mulligan. Naquele mesmo ano, mais uma trilha sonora, desta feita para o filme “Uma storia milanese”, do diretor Luchino Visconti.


Além das gravações com o MJQ, a discografia de Lewis inclui diversos álbuns como líder. Um dos mais brilhantes é “Grand Encounter”, descrito pelo Mestre José Domingos Raffaelli como “um dos mais líricos e refinados discos de todos os tempos” e que recebeu 5 estrelas do crítico Scott Yanow, do site Allmusic. Gravado para a Pacific, em 10 de fevereiro de 1956, o álbum conta com um time de primeira. Além do pianista, marcam presença Bill Perkins no sax tenor, Jim Hall na guitarra, Percy Heath no contrabaixo e Chico Hamilton na bateria.


“Love Me or Leave Me”, de Walter Donaldson e Gus Kahn, abre o disco de forma esplendorosa. Seu swing é charmosamente discreto e suas harmonias são de uma delicadeza comovente. Os improvisos de Lewis são refinados e sutis, quase camerísticos, mantendo-se sempre a uma curta distância da melodia. A sobriedade do seu toque contrasta, frontalmente, com os arabescos crepitantes de um Art Tatum ou um Bud Powell.


“I Can't Get Started”, de Vernon Duke e Ira Gershwin, é executada apenas com piano, baixo e bateria. Com um arranjo delicado, quase sussurrante, permite que se percebam as qualidades que fizeram de Lewis uma das figuras centrais do jazz moderno. As frases são econômicas e límpidas, com todas as notas no lugar exato, tudo feito de maneira altamente sofisticada, mas sem um átomo de afetação ou esnobismo. Hamilton tem uma percussão sutil e minimalista, sendo o acompanhante perfeito para a ocasião.


“Easy Living” foi composta por Ralph Rainger e Leo Robin e a versão do quinteto é de uma beleza enternecedora. O destaque absoluto vai para o saxofone envolvente de Perkins, na melhor tradição de Lester Young. Melodioso, cálido e acolhedor, seu sopro tem a suavidade dos melhores intérpretes de balada e o rigor dos melhores virtuoses. Único tema de autoria do pianista, “Two Degrees East, Three Degrees West” é um blues lânguido e insinuante, com uma linha de baixo fabulosa e uma sensacional performance de Hall.


Perkins não participa de “Skylark”, pérola composta por Hoagy Carmichael e Johnny Mercer e que merece um arranjo intimista e levemente tingido de blues. “Almost Like Being in Love”, de Alan Jay Lerner e Frederick Loewe, encerra o disco com classe e elegância, ajudando a fazer deste disco um monumento sonoro, que dignifica a carreira de todos os envolvidos no projeto e dá uma pequena idéia do talento de Lewis como líder e pianista.


Lewis deu aulas na Harvard University e na Manhatan School of Music durante os anos 60 e 70 e foi professor efetivo do City College of New York, de 1975 a 1982. No início da década de 70, ele compôs diversos temas para o seriado televisivo “Night Gallery”, estrelado por Rod Serling e que teve entre seus diretores o então jovem aspirante a cineasta Steven Spielberg. Lewis também recebeu o prêmio de melhor trilha sonora no San Francisco Film Festival, por causa do score do documentário “Cities for People”, de 1975.


Em 1979 gravou o ótimo “Na evening With Two Grand Pianos”, ao lado do soberbo Hank Jones. Em 1985, Lewis criou a American Jazz Orchestra, juntamente com o crítico Gary Giddins e o produtor Roberta Swann. A orquestra se manteve em atividade até 1992 e seu repertório era composto, basicamente, de temas gravados pelas grandes orquestras da Era do Swing, como as de Duke Ellington, Fletcher Henderson e Jimmie Lunceford.


Embora o MJQ tivesse oficialmente encerrado suas atividades em 1974, o grupo voltou à ativa no início dos anos 80, com a sua formação clássica, que incluía Lewis, Jackson, Heath e Kay, que morreu em 1994 e foi substituído por Albert “Tootie” Heath. A banda se manteve em atividade regular até 1999, quando Milt Jackson faleceu. Em 1987 Lewis gravou um disco dedicado às Variações Goldberg, de Bach, em companhia da mulher, a musicista iugoslava Mirjana Lewis.


John Lewis recebeu inúmeras homenagens ao longo da carreira. Em 1989 foi sagrado Cavaleiro das Artes e das Letras, maior honraria concedida pelo governo da França. Em 2001, pouco antes de morrer, recebeu o título de Jazz Master, concedido pela National Endowment for the Arts. De acordo com o crítico Leonard Feather, o pianista era “uma das mentes mais brilhantes já surgidas no jazz. Auto-suficiente e autoconfiante, sabe exatamente o que quer de seus músicos, de suas composições e de sua carreira. Faz tudo com uma consistência incomum, com modéstia e uma indiferença completa às reações da crítica”.


O pianista faleceu no dia 29 de março de 2001, em Nova Iorque, em decorrência de um câncer na próstata. Sobre ele, escreveu o meu querido amigo Augusto Pellegrini: “Ele foi um dos pianistas que melhor souberam ressaltar, com imaginação e bom gosto, as duas principais qualidades do jazz moderno – o balanço e a improvisação. Foi também um dos pianistas mais comoventes de blues em toda a história do piano jazz”.



===========================





30 comentários:

Betty Gaeta disse...

Oi Érico,
Vou contar um segredinho: Trbalho no blog com o seu blog como música de fundo. Suas escolhas são fantásticas.
Já estou aqui teclando com um piano ao fundo!
Bjkas e uma ótima 5ª-feira para vc.

www.gosto-disto.com

PREDADOR.- disse...

Depois dessa sua "hérnia de CD" (espero que tenhas melhorado), você voltou com a "macaca". Espetacular esse Grand Encounter do John Lewis. Será "chover no molhado" elogiar ou adicionar mais alguma coisa sôbre o mesmo, pois Lewis é um dos meus preferidos, em qualquer época, e a sua resenha já diz tudo. A música "Love me or leave me", que abre o disco, é fantástica: arranjo, solos de Bill Perkis e o solo/improviso de John Lewis é simplesmente genial. Confiram !!! Parabéns mais uma vez, mr.Cordeiro, pela ótima escolha e, p'ra variar, vou dar meu pitaco, com a sua permissão, sugerindo um disco do Lewis (Modern Jazz Quartet), que considero fundamental, para quem gosta do que poderiamos denominar de "jazz erudito": The Modern Jazz Quartet & Orchestra, com participações de Gunther Schuller e Werner Heider. LP da "Atlantic Records", de 1961, relançado em CD pela "Collectables". A atuação de Lewis nesse disco é digna de um músico fora de série, como êle sempre foi. É isso.

MJ FALCÃO disse...

Sim, de acordo, muito bom este John Lewis!
Bom regresso ao blog... Espero que a tal hérnia CD esteja a melhorar...
Abraço. Estou a ler o seu livro, depois "boto opinião"!

Celijon Ramos disse...

Olá, Érico!
Salve John Lewis! Grande é John Lewis!
Um abração e saúde.

pedrocardoso@grupolet.com disse...

Estimado ÉRICO:

Grau 10 pela gravação e pela resenha.
Grau 20 pelo músico e gentleman escolhido.
Mais um "gol de placa", característica de suas resenhas.

PREDADOR.- disse...

Ontem postei um comentário sôbre o Lewis, mas pelo visto perdeu-se nas ondas da internet, ou então não aprendi ainda a manejar esta "joça" de computador. Mas, vamos ao que interessa: Mr.Cordeiro, depois de melhoras em sua "hernia de CD" (espero que já tenhas ficado bom)você voltou com a "macaca". Esse Grand Encounter é sensacional, como a maioria das gravações de John Lewis, tanto como líder quanto participante do MJQ. Que acrescentar sôbre Lewis? Você resumiu tudo em sua resenha..."uma das figuras seminais do jazz"...No Encounter , temos a música Love me or leave me com um arranjo excelente, com destaques para a participação de Bill Perkins e o belo solo/improviso de Lewis. Uma maravilha! Mais uma vez parabenizo-o pela postagem e, para não perder o costume, aproveito para sugerir um álbum do Lewis(Modern Jazz Quartet) de 1961, um LP da gravadora Atlantic e relançado em CD pela Collectables: "The Modern Jazz Quartet & Orchestra", disco para quem aprecia o "jazz erudito" e cujos destaques, além do Lewis, para as participações de Gunther Schuller e Werner Heider, e, o meu destaque musical para "England's Carol", composição de John Lewis. Simplesmente espetacular. Confiram!

vera maria disse...

Na verdade, você está escrevendo um ótimo livro sobre a história do jazz, e acompanhamos aqui alguns de seus magníficos capítulos - quando vc o der por pronto, avise do lançamento ::))

grande abraço,
clara

pedrocardoso@grupolet.com disse...

Estimado ÉRICO:

Bela resenha, bela gravação escolhida, mais uma vez e como habitual, PARABÉNS ! ! !
JOHN LEWIS foi um músico excepcional, um verdadeiro "gentleman" no falar, no tratar, no vestir e na permanente CLASSE.
Sempre "transpirou" música.
Foi parceiro de PARKER desde as primeiras gravações para a SAVOY.
As indicações do "Predador" são pérolas que merecem cultivo permanente.
Creio que o 2º volume já estará em breve no prelo: que assim seja, são meus mais sinceros votos.

Érico Cordeiro disse...

Prezados Predador, Clara e Pedro,
Sejam muito bem-vindos.
O Blogger passou o dia de ontem com defeito, inclusive até tirou do ar esta postagem - quando retornou, todos os comentários haviam sumido.
Não sei explicar o porquê!
Realmente, o Lewis é um dos que ajudaram a escrever o livro do jazz, não apenas como fundador e co-líder do MJQ, mas também por conta de suas múltiplas facetas.
Obrigado pelas presenças e até breve - semana que vem tem mais postagem nova, ok? (tomara que eu não seja detonado).
Abraços aos três.
Obs.: ainda convalescendo.

MJ FALCÃO disse...

Meu caro Érico! deixo-lhe um "relatório" do encontro com amigas da Cozinha dos vurdóns, grandes mulheres! belas, de muita humanidade, sorriso esplendoroso e olhos lindos!
(Também andou por cá essa "loucura" do blogger e fez os mesmos estragos...)
Espero que esteja melhor.
Abraço
o falcão
http://falcaodejade.blogspot.com/2011/05/encontro-no-cafe-nicola.html
Agora vou ouvir esse grande Encounter do Lewis!
E começar o seu livro...

Érico Cordeiro disse...

Querida M. J. Falcão,
Ainda em processo de recuperação, mas já me sinto bem melhor. As dores passaram - dói um pouco quando eu caminho ou sento em determinadas posições, mas nada que se compare ao auge da crise.
Que bom que as nossas amigas puderam conhecê-la pessoalmente e que a amizade virtual pôde se transformar em amizade "real"!
Espero em breve poder fazer o mesmo (havia planejado uma viagem a Portugal neste ano, mas pelo visto vou ter que mudar os planos).
Um fraterno abraço e já dou uma passada n'o ninho!

Caio Garrido disse...

Fala grande Érico, queria te convidar (e seus leitores) a lerem a materia que postei la no meu blog sobre a historia da bateria brasileira na musica instrumental:

http://musicocontemporaneo.blogspot.com/2011/05/bateristas-da-musica-instrumental.html

Abrs!
Caio

Érico Cordeiro disse...

Grande Caio,
Já estou passando por lá.
Abração!

José Domingos Raffaelli disse...

Caro Érico e demais companheiros jazzófilos,

Após longo afastamento, retorno hoje à excelsa companhia dos amigos. Como em seu texto você citou minha opinião sobre Grand Encounter, tomo a liberdade de acrescentar que essa obra prima infelizmente esquecida pela maioria dos críticos é um dos mais comoventes registros jazzísticos de todos os tempos. Sua música é um misto de emoção, ternura, bom gosto, sensibilidade e rara beleza melódica. É um dos raros discos disco que mereçam a classificação de "Magna Cum Laude Jazzistic
o".

Possivelmente, ainda que tentassem, Lewis, Hall, Perkins, Heath e Chico Hamilton jamais conseguiriam repetir essa atuação histórica.

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli,
Éum enorme prazer e uma alegria maior ainda tê-lo de volta ao jazzbarzinho.
Eu e todos os amigos da casa estávamos sentindo a sua falta.
Descobri esse disco graças a sua indicação e não sosseguei enquanto não consegui comprar o disco - soberbo sob qualquer ponto de vista.
Um grande abraço e obrigado pela presença sempre iluminada!

Anônimo disse...

Alô, Érico
Como sempre, um músico de grande valor.
Tenho um disco dp Modern Jazz Quartet, chamado Django, que você deve conhecer.
Um abraço e que você se recupere logo,
José Carlos Fontinele

MJ FALCÃO disse...

Vai indo melhor? Hoje falo de outros assuntos: justiça...Õ que acha disto?
Sei que é jurista. Não gostaria de comentar? No meu blog ninguém reagiu quase...
http://falcaodejade.blogspot.com/2011/05/indigno-me-humanamente-incorrecto.html
Abraço do falcão indignado

John Lester disse...

Lewis foi um dos poucos instrumentistas intelectuais. Tanto que foi um dos raros músicos a compreender e apoiar a putrefática música produzida por Ornette Coleman em fins dos anos 1950. Não porque aprovasse musicalmente seu trabalho, mas por estar visceralmente conectado às pinceladas anárquicas de Jackson Pollock, aos textos recortados de William Burroughs e às composições de John Cage, realizadas mediante a escolha de cada nota de acordo com o resultado obtido na jogada de um dado. Não à toa Coleman foi o primeiro músico de jazz a receber uma bolsa Guggenheim.

Lewis enxergava adiante. E, como se não bastasse, fazia um jazz feijão com arroz delicioso e, paradoxalmente, sofisticado.

Parabéns pela escolha do músico e do álbum, ambos irretocáveis.

JL

Érico Cordeiro disse...

Caríssimos José Carlos, M. J. Falcão e John Lester,
Sejam muito bem-vindos e obrigado pelas palavras gentis.
Estou bem melhor, mas o resultado da ressonância não foi dos mais animadores - confirmou-se a hérnia de disco e amanhã vou ao médico, onde veremos qual o tratamento mais adequado.
A cirurgia não está descartada - fiz uma há cerca de dez anos - mas a recuperação é um pouco demorada.
Zé Carlos, tenho esse disco e gosto bastante. Já postei uma resenha sobre o MJQ - dá uma olhada, pois o disco postado é ótimo.
M. J. Falcão, já tinha dado uma passada em seu blog e lido o texto. Compartilho de sua indignação e endosso seus argumentos. As medidas da polícia estadunidense me parecem deveras exageradas, desproporcionais até, pois o acusado (e a acusação é bastante frágil do ponto de vista técnico) não representa qualquer perigo ou ameaça.
Meu bom Lester, folgo em lê-lo e suas palavras apenas demonstram que o John Lewis não é o único intelectual metido com esse negócio de jaz :-)
E o Ornette foi seu aluno na escola de Lennox - imagina o fuzuê que o sujeito não aprontou por lá!!!
Abraços aos três!

MJ FALCÃO disse...

Fiquei contente com o vosso apoio, Mr. Lester e Érico.Foi aqui entre os amigos do Brasil que maior apoio tive!
O que for, se verá, mas nunca "julgar" sem saber, nem "condenar" sem provas!
Grande abraço aos dois!
o falcão

Érico Cordeiro disse...

uerida MJ Falcão,
Nem é preciso dizer que concordo integralmente com você.
E hoje pela manhã o DSK renunciou ao cargo. Já pensou se, ao final de tudo ele realmente for inocente?

Rogério Coimbra disse...

Mestre Cordeiro,

Tive a honra de receber do escritor Reinaldo Santos Neves este CD que contém a faixa "2 Degrees East, 3 Degrees West".

Reinaldo escreveu uma coletânea de textos das mais preciosos que conheço sobre jazz, e também dos mais sábios e contundentes, intitulada " Dois Graus A Leste, Três Graus A Oeste", cujo personagem principal é Garibaldi Magalhães. O pano de fundo é o Clube das Terças, mas o jazz é a peça principal, muito bem abordado e com informações valiosas. Uma obra prima, como são os trabalhos do Reinaldo. Pena que ele seja tão preguiçoso em divulgar seus escritos.
Para o Clube das Terças esse CD é emblemático.

Um abraço.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Coimbra,
Seria demais pedir-lhe que me mandasse o texto por e-mail?
Li o hilariante "A aboborização de Miles Davis", do Garibaldi Magalhães e adorei - esse povo do Clube das Terças é pra lá de chique!
Esse disco faz jus à elegância do grupo.

Anônimo disse...

Mestre Cordeiro,

Eis o mail do Reinaldo:

reinaldosantosneves@gmail.com

São vários capítulos.

Um abraço

Rogério Coimbra.


Por que não consigo postar via conta Google ? Conhce as "manhas" ?

Érico Cordeiro disse...

Meu caro Coimbra,
Hoje tentei postar uma resposta ao comentário do Predador aqui e também um comentário no Música e não consegui.
Mandei um e-mail pro serviço de atendimento ao usuário do Google e eles me disseram que estavam solucionando o problema e que em pouco tempo estaria tudo ok.
De fato, agora parece estar tudo belezinha.
Vou tentar conseguir o texto com o Reinaldo.
Abraços!

Rogério Coimbra disse...

Pois é, Mestre, ontem houve mesmo problema com a conta Google & Blogger.
Hoje parece que tudo voltou ao normal. Não é um simples texto, o de Reinaldo, é um calhamaço ! Toda produção de Reinaldo é volumosa. São vários capítulos. Realmente uma pena ele não publicar pois, além do valor literário, é uma aula de jazz.
Um abraço !

Érico Cordeiro disse...

Caro Coimbra,
Até aqui, parece que o blogger tá normal.
De repente ele me "vende" os direitos de publicação do texto aqui no blog, em capítulos homeopáticos :-)
O estilo do Reinaldo é, certamente, caudaloso, mas é impressionante a sua erudição e o seu domínio da narrativa e da língua portuguesa (como se não bastasse, da língua inglesa também).
stou lendo a Folha de Hera e estou gostando bastante.
Abração!

Rogério Coimbra disse...

Mestre Cordeiro,

Agora é hora de novena pra Padinho Cícero curar os machucados de Salsa.

Hoje é aniversário de Miles. Um abraço.

Érico Cordeiro disse...

Valeu, Mr. Coimbra.
Oremos, pois - pro Salsa e pra São Miles (e que o Predador não nos ouça)

José Domingos Raffaelli disse...

Prezado Coimbra,

Desculpe minha ignorância, mas você é o mesmo Coimbra que trabalhou nos festivais de jazz de Vitória com o Marien Calixte ? Caso saja, nos conhecemos num daqueles eventos, pois nos anos 90 assisti três deles a convite do meu amigo Marien.

Keep swinging,
Raffaelli

Google Analytics