Amigos do jazz + bossa

segunda-feira, 23 de maio de 2011

SAUDADE NÃO TEM IDADE



O trompetista Warren Webster Vaché Jr. pertence àquela categoria de músicos denominada “saudosista”. E com muito orgulho, diga-se de passagem. Ele representa para o trompete, o que seu amigo Scott Hamilton representa para o sax tenor, ao promover o resgate de um estilo de jazz que muitos supunham morto e enterrado. Da mesma maneira que Hamilton, seu repertório está repleto de composições dos anos 20, 30 e 40, período em que a grande canção norte-americana vivenciou o seu apogeu criativo.


Embora sua maior referência sejam as orquestras da Era do Swing, ele não despreza o rico legado do bebop e consegue transitar pelas incandescentes veredas do jazz moderno com muita autoridade e desenvoltura. Essa capacidade de interagir com o jazz clássico e o jazz moderno inspirou o crítico Peter Straub a escrever: “Em termos de trompete, Warren conseguiu se estabelecer em um território dos mais satisfatórios: no exato ponto em que Bunny Berigan se encontra com Clifford Brown”.


Dono de um conhecimento enciclopédico da história do jazz, versátil como poucos companheiros de ofício e extremamente talentoso, Vaché tem sido uma figura importante no cenário jazzístico dos últimos 35 anos, embora tenha muito menos visibilidade que outros músicos da mesma geração como, por exemplo, Wynton Marsalis, Terence Blanchard, Tom Harrell ou Nicholas Payton.


Warren nasceu no dia 21 de fevereiro de 1951, em Rahway, Nova Jersey. Desde bem pequeno o garoto foi exposto ao fabuloso universo da música, pois seu pai, Warren Vaché Sr., era contrabaixista amador e sua mãe, Madeline Sohl, trabalhava como secretária na Decca Records. Seu irmão mais novo, Allan, também enveredaria pela carreira musical e se tornaria um grande nome do clarinete.


O pai era apaixonado por jazz e tocava na banda da New Jersey Jazz Society, além de dar aulas de música e escrever regularmente sobre jazz em um periódico local, mas ganhava a vida como vendedor. Warren Sênior era um tradicionalista, apaixonado pelo jazz clássico e não gostava nem um pouco do jazz feito após a década de 30. O filho recorda que quando chegava em casa com um LP de Miles Davis ou Clifford Brown ele e o pai protagonizavam acaloradas discussões sobre a qualidade artística dos jazz moderno.


O Warren mais velho era tão radical em suas preferências que costumava dizer que o sax tenor não deveria ter lugar em um verdadeiro conjunto de jazz. Mas, de qualquer modo, o patriarca sempre foi um grande incentivador a carreira musical dos filhos e costumava levá-los para assistir às apresentações da sua banda. Curiosamente, os primeiros instrumentos a que Vaché Jr. se dedicou foram o contrabaixo e o piano, que logo foram trocados pelo trompete.


O pai lhe deu as primeiras lições do instrumento, mas o garoto, que tinha apenas sete anos quando começou o aprendizado, revelou-se um verdadeiro prodígio, tanto é que não demorou a fazer parte da orquestra da escola. Após a conclusão do ensino médio ingressou no Montclair State College, em Nova Jérsei. Para sua decepção, o ensino ali era voltado exclusivamente para a música erudita e o jazz não era visto com bons olhos no sisudo ambiente acadêmico da época.


Para não perder o contato com o jazz que tanto adorava, ele foi estudar com o trompetista “Pee Wee” Erwin, oriundo das big bands de Benny Goodman e Tommy Dorsey. “Pee Wee” Ervin é uma figura das mais relevantes na trajetória de Vaché, não apenas como professor mas também como amigo e conselheiro. Todos os dias Vaché percorria os cerca de 50 quilômetros que separam sua cidade natal de Teaneck, onde Ervin mantinha uma loja de instrumentos musicais e dava suas aulas. Segundo o pupilo, seu mentor, além de ser um excelente músico, era “tudo o que eu gostaria de ser: um trompetista profissional capaz de tocar jazz mas também um grande conhecedor de outros estilos musicais”.


No início da década de 70, Warren integrou algumas bandas de Dixieland locais e chegou a se mudar para Detroit, em 1972, a fim de se juntar à banda de Billy Maxted. A experiência não foi das mais felizes, pois ele era obrigado a assumir, também, o trombone de válvula, instrumento com o qual não tinha a menor intimidade.  O emprego durou apenas três semanas e ele preferiu se dedicar apenas ao estudo musical.


Em 1974 graduou-se em música e logo em seguida se fixou em Nova Iorque, em busca de melhores oportunidades profissionais. Um de seus primeiros empregos regulares foi na banda do clube Condonʼs formada por Herb Hall, Vic Dickenson, Bill Pemberton e Connie Kay. Warren também atuou como freelancer, tocando em orquestras de baile e em alguns espetáculos na Broadway, incluindo o musical chamado “Dr. Jazz”, estrelado por Bobby Van e Lola Falana, em 1975.


Naquele mesmo ano, a New York Jazz Repertory Company, comandada pelo produtor George Wein, promoveu um espetáculo em homenagem a Bix Beiderbecke e coube a Vaché a responsabilidade de “interpretar” o lendário cornetista. Sua participação em especiais televisivos nas redes NBC e PBS acabou por chamar a atenção no concorridíssimo cenário musical da Grande Maçã.


O clarinetista Benny Goodman foi um dos primeiros a contratá-lo para a sua banda, que na época reunia uma verdadeira constelação de craques: Bucky Pizzarelli na guitarra, Hank Jones no piano, Urbie Green no trombone, Zoot Sims no sax tenor e Slam Stewart no contrabaixo. Com esse grupo, Vaché viajou pelo mundo e se apresentou, pela primeira vez, na Europa. Pouco tempo depois, Vaché estaria liderando seus próprios grupos. Seu primeiro trio incluía o pianista John Bunch e o baixista Phil Flanigan e manteve-se por muito tempo como atração do clube Crawdaddy.


Seu primeiro disco como líder foi “First Time Out”, gravado em 1976, para o pequeno selo Monmouth. Em seguida, assinou com a Concord, mas sua extensa carreira fonográfica também registra títulos pela Muse, Zephyr, Arbors, Jazzology, Chalenge, Audiophile e Nagel Hayer Records, por onde tem lançado seus últimos álbuns, incluindo o elogiado “2gether”, onde atua ao lado do pianista Bill Charlap e que foi indicado ao Grammy. Nos anos 70 e 80 foi um dos mais freqüentes integrantes da Concord Super Band.


Um de seus álbuns mais consistentes é o ótimo “Iridescence”, gravado em janeiro de 1981 e lançado pela Concord. Os acompanhantes são músicos de primeiríssima linha: Hank Jones no piano, George Duvivier no contrabaixo e Alan Dawson na bateria. O repertório é essencialmente composto de standards do cancioneiro norte-americano, com exceção da faixa título, de autoria do pianista. Nessa gravação, Vaché deixou o trompete de lado para usar apenas o flughelhorn e a corneta, instrumentos que domina com inquestionável autoridade.


Uma interpretação candente de “Softly, As In A Morning Sunrise” abre o disco em altíssimo nível. Trata-se de um saboroso acepipe musical, cuja levada cativa de imediato o ouvinte, que se delicia com a sonoridade refinada de Jones e o sopro caudaloso e intenso do líder, que nesta faixa usa o flugelhorn, instrumento de sonoridade mais arredondada que o da corneta. Os breves solos de Duvivier e Dawson são apurados e tecnicamente perfeitos, merecendo audição mais atenta.


Com um pezinho no blues e outro no dixieland, “Sweet And Slow”, de Harry Warren e Al Dubin, é um tema ao mesmo tempo alegre e nostálgico. O piano de Jones faz um delicioso mergulho nos primórdios da tradição jazzística, com muita classe e o som agudo e cheio de efeitos da corneta de Warren ajuda a transportar o ouvinte para as noites boêmias de Storyville. O trabalho do baterista com as escovas é um primor de delicadeza e senso rítmico.


Mantendo a mesma atmosfera descontraída, o quarteto apresenta uma versão bastante animada de “Between The Devil And The Deep Blue Sea”, tema de autoria de Harold Arlen e Ted Koehler e que integra o score do espetáculo Rhyth-Mania, de 1931. O entusiasmo dos músicos transparece a cada acorde, com destaque para o sopro fluente e jovial do líder, que nessa faixa utiliza a corneta, e também para as valiosas intervenções da dupla Duvivier-Dawson.


“Iridescence” é uma balada sofisticada, que possui a delicada eloqüência das confissões amorosas. Aqui atuam apenas Jones e o líder, e o duo cria um clima envolvente, quase impressionista. Vaché possui um universo de referências musicais dos mais ricos e sua performance reflexiva mostra que ele também foi influenciado por Art Farmer e Chet Baker, provavelmente os mais líricos trompetistas da história do jazz. O minimalismo do arranjo apenas realça a beleza do tema, que se revela uma verdadeira homenagem à sutileza e ao encanto.


Fabulosa composição de Oscar Hammerstein e Jerome Kern, “The Song Is You” recebe uma roupagem animada, com direito a uma performance vulcânica de Dawson. Não menos exuberante, Warren injeta no tema um saboroso tempero bop, com improvisos inflamados, que emulam predecessores ilustres, do naipe de Blue Mitchell ou Lee Morgan. Duvivier funciona como um verdadeiro sustentáculo rítmico e brilha tanto no acompanhamento seguro quanto no solo vigoroso.


“No Regrets”, de Harry Tobias e Ronnie Ingraham, foi gravada por Billie Holiday na década de 30. O inspirado quarteto opta por um arranjo ousado, elegante e que moderniza a canção sem lhe retirar o apelo melódico e a beleza. Há aqui discretas pinceladas de bossa nova e ecos de compositores como Burt Bacharach e Henry Mancini. Ao flugelhorn, o líder destila toda a sua criatividade e distribui fartas doses de histamina, enquanto o impecável Jones ensina o verdadeiro significado da palavra charme.


Imortalizada na voz de veludo de Nat King Cole, “The More I See You” ganha uma versão em tempo médio, vibrante e swingada. Sem muito espaço para improvisações, já que a faixa dura pouco mais de três minutos, o quarteto se preocupa apenas em injetar frescor a um tema tão conhecido. Por isso, a interpretação é leve e arejada, com Jones acrescentando um leve tempero bluesy em sua execução. Warren demonstra um controle absoluto do flughelhorn e seu sopro é dotado de uma alegria genuína, como deve ser uma autêntica jam  session.


Nada melhor que “Autumn In New York” para fechar o disco com chave de ouro. Composta em 1934 por Vernon Duke, a canção tem status de clássico incontestável e foi gravada por Charlie Parker, Billie Holiday, Frank Sinatra, Buddy DeFranco, Stan Kenton, Bud Powell e uma infinidade de outros. O quarteto reinventa o tema de maneira dolente e requintada, com amplo destaque para a interpretação apaixonada do líder e para a suavidade do dedilhado de Jones. Um disco sensacional, feito para agradar tanto os não iniciados quanto os jazzófilos mais exigentes.


Músico dos mais requisitados, seu currículo ostenta trabalhos ao lado de George Shearing, Rosemary Clooney, Scott Hamilton, Phil Woods, Jon Faddis, Houston Person, John Bunch, Dick Hyman, Terrell Stafford, Milt Hinton, Howard Alden, Richard Wyands, Bill Charlap, Maxine Sullivan, Benny Carter, Hank Jones, Jim McNeely, Gerry Mulligan, Andre Previn, Woody Herman, Ruby Braff, Dave McKenna, Bobby Short, Joe Puma, Vic Dickenson, Bob Wilber e muitos outros.


Warren cita como primeiras influências músicos ligados ao jazz tradicional e ao swing, como Louis Armstrong, Buck Clayton, Ruby Braff e Bobby Hackett. Em seguida, viriam se agregar a esse leque de influências músicos ligados às correntes modernas, especialmente Fats Navarro, Roy Eldridge, Clifford Brown e Blue Mitchell. E embora possa parecer surpreendente, ele admite ter sido fortemente influenciado por músicos ligados ao free jazz, como Lester Bowie e Don Cherry, a quem considera um verdadeiro gênio.


O aparecimento de Warren no cenário musical ocorreu num momento bastante conturbado para os adeptos do jazz acústico. O mercado era cada vez mais hostil e as oportunidades de trabalho eram bastante rarefeitas para alguém que não usasse baixo elétrico ou sintetizadores em sua banda. Eram tempos em que artistas como Miles Davis ou Herbie Mann eletrificavam seu som e Wayne Shorter, a bordo do Weather Report, e Chick Corea, comandando o Weather Report, viviam seus dias de pop stars.


Por isso, foi saudado, com justiça, pelo crítico Dan Morgenstern nos seguintes termos: “Representa muito para o jazz, essa música de surpresas contínuas, que ela ainda seja capaz de produzir músicos inclassificáveis como Warren Vaché, que encontra novas formas de expressão e agrega aspectos bastante particulares em seu mergulho na tradição do jazz, tradição que outros músicos esquecem ou negligenciam – e existem até mesmo aqueles que nunca foram expostos a ela. Vaché pode ser eclético,  mas conformista ele certamente não é”.


Uma das grandes paixões de Warren é o cinema, com o qual mantém uma relação bastante especial. Ele foi consultor técnico do filme Cotton Club, dirigido por Francis Ford Coppola, e ensinou o ator Richard Gere – que interpreta um trompetista – a tocar o instrumento de maneira convincente. Em 1985, Vaché fez a sua estréia como ator, no filme “The Gig”, de Frank Gilroy, onde fazia o papel de um músico de jazz. Quatro anos depois, compôs o score do filme “The Luckiest Man in the World”, também de Frank Gilroy.


Além disso, atuou nas trilhas sonoras dos filmes Biloxi Blues (dirigido por Mike Nichols, estrelado por Matthew Broderick e lançado no Brasil com o título “Metido em encrencas”), Simon (dirigido por Marshal Brickman, estrelado por Alan Arkin e lançado no Brasil com o título “O mundo perfeito de Simon”) e The Dain Curse (estrelado por James Coburn e lançado no Brasil com o título “A maldição”), entre outros. No teatro, além de tocar em diversos espetáculos da Broadway, Vaché foi o responsável pela direção musical da peça “Private Lives”, do dramaturgo Noel Coward, em uma montagem de 1983, que tinha no elenco ninguém menos que Richard Burton e Elizabeth Taylor.


Ao longo dos quase quarenta anos de carreira, ele já marcou presença em inúmeros festivais ao redor do planeta, como Newport, North Sea, Perugia, JVC, Playboy, Nice, Marciac, Berlim, Edimburgo, Umbria, Bayonne e Pori, na Finlândia. O trompetista costuma se apresentar em alguns dos principais templos da música, como o Carnegie Hall, o Lincoln Center e o Royal Festival Hall, em Londres.


Seguindo as pegadas do ídolo Clifford Brown, Warren lançou, em 2006, um álbum acompanhado por um conjunto de cordas, o elogiado “Donʼt Look Back” (Arbors). As gravações foram feitas em Glascow, terra do The Scottish Ensemble e os arranjos ficaram a cargo do maestro Bill Finegan. Sobre a experiência, o bem humorado Vaché comentou: “Eu me apresento na Escócia há mais de 20 anos e tenho muitos amigos por lá. Me sinto muito à vontade naquele belo país e as pessoas são muito receptivas. Além disso, um país em você pode beber em uma destilaria diferente todos os dias, por mais de dez anos, certamente merece um lugar especial no meu coração”.


Para deleite dos jazzófilos do mundo inteiro, Warren continua a gravar e excursionar com regularidade e em 2004 lançou o DVD instrucional “I Love The Trumpet”, onde desvenda os segredos do instrumento. Um dos projetos a que tem se dedicado com mais fervor nos últimos tempos é o desenvolvimento de um novo modelo de corneta, próprio para sessão de metais de orquestras de jazz. E como se não bastasse o ritmo intenso de trabalho, ele ainda acha tempo para se dedicar à educação musical, sendo um destacado professor do programa de estudos jazzísticos da Juilliard School of Music. Nada mais apropriado, já que segundo o pianista Jim McNeely, “cada acorde que ele toca é como uma lição sobre a história do trompete”.

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34 comentários:

Arnoldo Pimentel disse...

Muito bela sua postagem, aprende-se bastante aqui.Parabéns e uma ótima semana pra você.

ventosnaprimavera.blogspot.com

Érico Cordeiro disse...

Caro Arnoldo,
Seja muito bem-vindo e obrigado pelas palavras gentis.
Saiba que esse aprendizado é uma via de mão dupla, pois os sócios aqui do jazzbarzinho têm sempre informações preciosas para compartilhar.
Valeu pela presença e uma ótima semana pra você também!

pedrocardoso@grupolet.com disse...

Estimado ÉRICO:

Mais que EXCELENTE postagem e ótima escolha de gravação, onde predomina a "mainstrean", ainda que com "passeios" por vertentes diversas.
VACHÉ é figura importante para o JAZZ, como músico, educador, titular ou "sideman" em gravações.
Parece-me que você ficou inspirado nos 02 do Bernardo (ou não???!!!).
Parabéns ! ! !

Érico Cordeiro disse...

Mestre Apóstolo,
Como sempre uma intervenção repleta de fidalguia e elegância - como aquela que sempre imperou em São Januário de Bellini e Roberto Dinamite, mas que ficou eclipsada durante a Era das Trevas do período euriquista (toc, toc, toc, pé de pato, mangalô três vezes);
Se o futebol fosse uma ciência exata, poderíamos dizer que se o time reserva do Vascão tá jogando aquilo tudo, imagina o titular!!!!
Mas, infelizmente, o futebol nos surpreende, não é mesmo?
Pelo menos o time cujo símbolo é um pássaro que come lixo mostrou que o Avaí não é lá essas coisas.
Um grande abraço e keep swinging - e com o Vaché a aposta é certa!!!

Salsa disse...

Creio não constar dos meus arquivos. Anotado. Muito bom.

MJ FALCÃO disse...

Mais um nome desconhecido para mim... Vou ter de continuar as lições. Já comecei o seu livro!
Deixo-lhe uma história-quase-infantil...
Abraço
http://falcaodejade.blogspot.com/2011/05/historia-de-um-ratinho-chamado-poeta.html

Érico Cordeiro disse...

Prezados Salsa e MJ Falcão,
Bem-vindos a bordo.
Ao primeiro, digo que não haverá de se arrepender, pois o Vaché manda muito bem.
À segunda, espero que você goste do livro e que perdoe os eventuais erros que encontrar.
Vou dar uma passada n'O Ninho do Falcão. É sempre um prazer ler os seus textos.
Abraços aos dois.

PREDADOR.- disse...

Pode até ser um trompetista correto, por tentar preservar o jazz clássico, como disse você, mr.Cordeiro ou um educador, como afirmado pelo mestre Pedro Cardoso, mas, na verdade , é mais um músico "burocrático" da série "pastosa e sem alma" da "famosa" gravadora Concord. Álbum com maioria de músicas do "cancioneiro americano" (exceto Iridescence e a bossa-nova No Regrets)com arranjos "agua com açucar" e "enjoativos". Sem tirar o mérito do líder e educador Waché e de sua conceituada "cozinha", os arranjos musicais executados neste disco, destinam-se mais propriamente àqueles necessitados a curar uma perda amorosa.

Anônimo disse...

Olá foi a 2ª vez que vi o teu blogue e adorei muito!Bom Trabalho!
Adeus

Andre Tandeta disse...

Erico,
como sempre, excelentes texto e musicas.
Um disco que tem um trio formado por Hank jones, George Duvivier e o grande Alan Dawson merece ser ouvido, não importa quem mais estiver tocando.

Érico Cordeiro disse...

Caros Predador e Tandeta,
Sejam muito bem vindos e obrigado pelaas visitas ilustres!
Esse Predador tá com a corda toda, pois além de chamar o Vaché de músico burocrático ainda tá implicando com "aqueles necessitados a curar uma perda amorosa".
Manera aí, meu caro destruidor de planetas - será que você nunca sofreu uma dorzinha de cotovelo estelar - aliás, os nascidos em Predatória têm cotovelo?
Mistério...
Quanto à opinião do Tandeta, assino embaixo e concordo em gênero, número e grau! Esse trio é do balacobaco e com um músico do quilate do Vaché a sessão fica ainda mais brilhante.
Abração aos dois!

John Lester disse...

É como eu sempre digo e repito: o jazz morreu. E Warren prova isso.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Meu caro John Lester,
As exéquias do jazz não poderiam ser mais animadas!
Abraços!

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO e prezado PREDADOR:

Se considerarmos o nivel de exigência de BENNY GOODMAN para contratar músicos, sempre exigente, ditatorial e perfeccionista até arrebanhar os melhores, a contratação de WARREN VACHÉ é um ótimo atestado para o trumpetista.
Não ouso, nem de longe, ombreá-lo a titãs como ELDRIDGE, CLIFFORD BROWN, "FATS" NAVARRO, CLARK TERRY e outros expoentes do fraseado, da digitação, da torrente de idéias, da respiração circular e por ai vamos.
Mas VACHÉ é um depósito do classicismo, da "mainstrean" e de músico/educador, consistente, sempre fiel às raízes.
É interessante lembrar que quando o concerto do Carnegie Hall de 1938 completou 40 anos, GOODMAN comemorou a data com nova apresentação no Carnegie (1978), tendo como trumpetistas WARREN VACHÉ, JACK SHELDON e VICTOR PAZ.
A formação contou na ocasião com "ícones" do porte de JIMMY ROWLES, JOHN BUNCH, CONNIE KAY, CAL COLLINS, BUDDY TATE, FRANK WESS, MARY LOU WILLIAMS, LIONEL HAMPTON e outros mais.
Um dos melhores números do concerto foi o de GOODMAN no vocal acompanhado pelos pianos de JIMMY ROWLES e JOHN BUNCH("I Love Piano" do centenário Irving Berlin).
O selo London lançou no Brasil LP duplo com o concerto (20 números e mais um "mdley" com GOODMAN revivendo clássicos que ele mesmo imortalizou = "Don't Be That Way", "Stompin' At The Savoy", "And The Angels Sing", "Why Don't You do Right" e "A String Of Pearls", este último de DeLange e Jerry Gray, na verdade grande sucesso com a banda de Glenn Miller).
Gastei muito espaço???!!!...

Érico Cordeiro disse...

Mestre Apóstolo,
Suas intervenções são um capítulo à parte na história do jazzbarzinho - o espaço aqui é todo seu.
Não sabia desse concerto comemorativo aos 40 anos do lendário show no Carnegie Hall - deve ter sido um espetáculo fenomenal.
E você foi muito feliz - por não ser um músico ligado ao bebop ou ao hardbop (embora não desconheça essas vertentes fundamentais do jazz), a praia do Vaché é mesmo o mainstream.
E isso é muito bom, porque não se pode apontar para o futuro sem olhar para o que de bom foi feito no passado. Gosto demais desse disco e você foi muito feliz - desde seus primórdios Benny Goodman se notabilizou por ser, não apenas um intérprete soberbo, mas também um excepcional "selecionador" de craques.
Teddy Wilson, Gene Krupa e Lionel Hampton estão aí e não me deixam mentir!
Abração e obrigado pela presença sempre muito relevante.

José Domingos Raffaelli disse...

Prezado Érico e demais confrades,

Outra de suas substanciais e acuradas análises sobre a música que amamos, como sempre esquadrinhando criteriosamente os resultados do CD de Warren Vaché.
Interessante a diversidade de opiniões de alguns amigos sobre ele - vários a favor e alguns contra. Dizem que esse tempero de opiniões é um dos ângulos mais fascinantes quando se reunem os experts de jazz para ouvir discos.

Warren Vaché é um dos participantes do CD "George Wein & the Newport All Stars", um CD Columbia gravado em 1992, ano em que seus participantes (Clark Terry, Flip Phillips, Illinois Jacquet, Howard Alden, Al Grey e outros), atuaram no referido Festival).
Vale notar que o conjunto oferece uma sessão das mais inventivas tocando com descontração e infinito entusiasmo que podemos chamar de "happy music" - ou seja, com um pé no mainstream, mas brilhando intensamente. Só o solo de Illinois Jacquet em "IF I HAD yOU" vale o preço do CD. Todavia, quero destacar as atuações de Warren Vaché em duas faixas sensacionais: "Swing That Music" (de Armstrong), em que ele e Clark Terry tocam solos improvisados SIMULTANEAMENTE, algo espetacular, de um suingue alucinante. E a participação brilhante de Vaché em duo emocionante com Flip Phillips na colagem "Nuages/Tears", em tributo a Django Reinhardt.

Você, ou qualquer outro confrade, pode duvidar de mim, mas esse CD oferece momentos de elevado teor em termos de solos inventivos, entrosamento magnífico dos músicos, muito suingue e outras passagens inesquecíveis. Quando lembro que nos tempos do Jazz at the Philarmonic Illinois Jacquet e Flip Phillips eram criticados acerbamente como exibicionistas inconseqüentes, ouvindo-os nesse CD tocando com a alma e o coração, provavelmente aqueles críticos teriam de pedir-lhes desculpas.

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli,
Sua presença por aqui é sempre ensolarada e suas opiniões são lidas por mim e por todos oa amigos do blog com um interesse reverencial.
Nunca me arrependi de ter seguido suas sugestões - lamento apenas nunca ter conseguido encontrar algum disco do trio HUM, mas a busca persiste.
Esse disco já está na minha cesta de compras e, acredite:
A APENAS US$ 0,88 (É ISSO MESMO A OITENTA CENTAVOS DE DÓLAR).
Para quem quiser dar uma procurada, o link é:
http://www.amazon.com/Swing-Music-George-Newport-All-Stars/dp/B000008BW1/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1306339465&sr=1-1
Obrigado por mais uma dica preciosa e por nos ajudar a conhecer um pouco mais desse estilo tão especial!

MJ FALCÃO disse...

Espero que esteja melhor da cervical!
Um abraço. Estou a gostar muito do livro!
Pus pq nota sobre Estoril Jazz Festival (mas não vou poder ir...)
O falcão

http://falcaodejade.blogspot.com/2011/05/o-festival-de-jazz-do-estoril-comeca-no.html

Érico Cordeiro disse...

Oi, querida MJ Falcão,
É sempre um prazer tê-la aqui no barzinho virtual!
Deixei um recado pra você n'O Ninho.
Inclusive, pensei que você fosse ao festival - a programação está maravilhosa.
Pena que você não vai poder ir - vou me programar para ir no ano que vem, se tudo correr bem.
Um fraterno abraço e fico muito honrado que esteja gostando do livro!

Anônimo disse...

Excelente, meu amigo. Como sempre, textos que representam uma fonte de conhecimento e prazer na leitura. As inúmeras referências musicais sempre me animam a procurar mais e mais.

Grande abraço do seu xará,

Érico Peixoto.

Fred Monteiro da Cruz disse...

Amigo Érico:
Ler seus posts deu-me uma alegria imensa: a de beber na fonte de um conhecedor, ao mesmo temnpo em que ouço o som limpo do Varré Jr e de todos os mestres jazzistas que aqui desfilam. Foi um privilégio encontrar esse Blog, conhecer você e já estou compartilhando com meus amigos músicos tudo isso.. Grande abraço e obrigado !

Fred Monteiro da Cruz disse...

perdãom pelo erro crasso..digitar rápido não é o meu forte: vaché e não varré :(

Érico Cordeiro disse...

Prezados Érico e Fred,
Agradeço as presenças e as palavras gentis - é o tipo de combustível que alimenta qualquer blogueiro.
Sigamos em frente levando o bom nome do jazz e fazendo grandes amigos por esse Brasil.
Fico contente de ver o meu xará de volta à rede, com muito gas e o talento habitual de que possui um dos melhores textos da internet brasileira.
E fico muito honrado com a sua generosidade, Fred, ajudando a divulgar o jazzbarzinho.
Grande abraço aos dois!

Anônimo disse...

یەکەم بەکارھێنان بۆ ئەم ئەلفوبێیە بۆ نووسینی دەقە عەرەبیەکان بوو، لە ھەمووشیان بە ناوبانگتر قورئانە، پەرتووکی پیرۆز لە لای موسڵمانان، دوای ئەوە نووسینی چەند زمانێکی دیکە لە زۆرێک لە خێزانە زمانەکان بە ئەلفوبێی عەرەبی دەستی پێکرد لەم زمانەنە: ئوردی، پشتو، بلوچی، مێلایو، ھەوسا (لە ڕۆژئاوای ئەفریقا)، ماندیکی، سەواحیلی لە (ڕۆژھەڵاتی ئەفریقا)، بیلتسی، براھوی پینجانی (لە پاکستان)، کشمیری و سیندی (لە ھیند و پاکستان)، ئارووی (لە سریلانکا)، ئاگووری (لە چین)، کازاخستانی (لە ئاسیای ناوەڕاست)، ئۆزبەکی (لە ئاسیای ناوەڕاست)، قیرگیزی، ئازەری، کوردی (لە ئێران وعێراق)، تورکی عوسمانی، ئیسپانی (لە ڕۆژئاوای ئەوروپا)، فارسی. ھەروەھا پیت وھێمای نوێ زیادکراوە بۆ ئەلفوبێی عەرەبی

Sergio disse...

E agora, seu San?

Érico Cordeiro disse...

Bem, e agora é:
یەکەم بەکارھێنان بۆ ئەم ئەلفوبێیە بۆ نووسینی دەقە عەرەبیەکان بوو، لە ھەمووشیان بە ناوبانگتر قورئانە،
Mas também:
پەرتووکی پیرۆز لە لای موسڵمانان، دوای ئەوە نووسینی چەند زمانێکی دیکە لە زۆرێک لە خێزانە زمانەکان بە ئەلفوبێی عەرەبی دەستی پێکرد لەم زمانەنە: ئوردی، پشتو، بلوچی، مێلایو،
Além disso:
ھەوسا (لە ڕۆژئاوای ئەفریقا)، ماندیکی، سەواحیلی لە (ڕۆژھەڵاتی ئەفریقا)، بیلتسی، براھوی پینجانی (لە پاکستان)، کشمیری و سیندی (لە ھیند و پاکستان)، ئارووی (لە سریلانکا)، ئاگووری (لە چین)،
E, ainda:
کازاخستانی (لە ئاسیای ناوەڕاست)، ئۆزبەکی (لە ئاسیای ناوەڕاست)، قیرگیزی، ئازەری، کوردی (لە ئێران وعێراق)، تورکی عوسمانی، ئیسپانی (لە ڕۆژئاوای ئەوروپا)، فارسی. ھەروەھا پیت وھێمای نوێ زیادکراوە بۆ ئەلفوبێی عەرەبی
Tenho dito!

Sergio disse...

Que fluência!

Abraços!

APÓSTOLO disse...

Prezado ÉRICO:

Você tem certeza de que não esqueceu de confirmar se نووسینی چەند زمانێکی دیکە لە زۆرێک لە خێزانە زمانەکان بە ئەلفوبێی عەرەبی????...

Érico Cordeiro disse...

Caros Sérgio e Apóstolo,
Minha fluência e domínio da língua árabe são de causar inveja :-)

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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