Relutei bastante para publicar este post e peço aos amigos que compreendam as minhas razões. De fato, o JAZZ + BOSSA é um espaço democrático e plural, que reúne uma verdadeira confraria de amigos e que tem me dado muitas alegrias. De maneira alguma este é um blog político. É um blog dedicado à música, à celebração da alegria que essa forma de arte, tão universal e tão íntima de cada um de nós, proporciona.
Mas a própria existência humana é calcada na política. Ainda que não queiramos, ainda que tentemos dela escapar, a política está presente em cada momento de nossas vidas. Quando meu filho Guilherme me pede para jogar no computador e eu condiciono o atendimento desse pedido a boas notas e bom comportamento - e apenas nos fins de semana ou feriados - estamos, pai e filho, travando um debate político. A máxima aristotélica de que o homem é um animal essencialmente político é mais que verdadeira.
Daí porque sentir a intensa necessidade de mudar o foco do blog, pelo menos uma vez, para a importância do momento político que vivemos. As eleições se aproximam e entendo que é minha obrigação como cidadão expor os motivos que me fizeram decidir por uma candidatura, mais especificamente, da ex-ministra Dilma Rousseff. Estão em jogo duas alternativas para o país e que, nos últimos dezesseis anos, pautaram as discussões políticas aqui travadas.
Ambas são distintas em seus propósitos. Uma, francamente alinhada com o pensamento neoliberal e que não responde aos anseios e necessidades da sociedade brasileira, eis que excludente e privatista. A outra, que tem conseguido enormes avanços no campo do desenvolvimento econômico-social, com ganho real do salário mínimo da ordem de 67% acima da inflação, capitalização recorde da Petrobras, acúmulo de reservas em um patamar próximo de 300 bilhões de dólares, papel incisivo na política externa e tantas outras conquistas.
É no eixo da disputa entre esses dois modelos que entendo ser mais que pertinente externar a minha posição. Afinal de contas, desejo muito que o potencial de crescimento econômico - conjugado com o necessário desenvolvimento social - seja explorado em toda a sua magnitude. Espero que meus filhos cresçam em um país que não lhes sonegue oportunidades. Espero que meus filhos cresçam em um país socialmente justo e capaz de oferecer a todos as mesmas chances. O modelo representado pela candidatura da oposição não corresponde a estes anseios. Embora o seu candidato seja um homem com uma belíssima trajetória de combate ao arbítrio, de luta contra a ditadura que se instalou no país em 1964, atualmente ele se encontra em um campo distinto e defende idéias contrárias àquelas que o ex-presidente da UNE, com o ardor de sua juventude, defendia nos anos 60.
O Brasil tem mudado bastante. Nos últimos tempos, tive a oportunidade de ver com meus próprios olhos - de norte a sul, de leste a oeste - como uma administração desenvolvimentista e nacionalista (jamais xenofóbica, que fique bem claro) pode estimular o crescimento e fomentar a índole criativa do povo brasileiro. Políticas públicas de fomento à atividade industrial - da qual o renascimento da indústria naval é o exemplo mais emblemático - barateamento do crédito habitacional, investimento em obras de infraestrutura, enfim, o país parece ter entrado em uma nova era, bastante auspiciosa.
Há ainda muito por fazer e muitas são as críticas que podem ser feitas ao atual governo Lula - figura por quem, diga-se de passagem, tenho a maior admiração, como ser humano capaz de vencer a miséria e a desigualdade social e como político capaz de aglutinar em torno de um novo projeto de nação quase 80% da população nacional - mas não vejo na candidatura oposicionista nem estatura moral e nem arrojo político para corrigir os (poucos) pontos negativos do atual governo e aprofundar os (muitos) pontos positivos da administração petista.
Tomo a liberdade de reproduzir abaixo dois textos, extraídos de dois blogs que admiro muito. Um apela para o coração e ao final de sua leitura lágrimas escorreram da minha face. O segundo apela à racionalidade. A autora do primeiro deles é a Conceição Oliveira, historiadora, educadora, autora de coleções didáticas, ativista da educação para igualdade étnico-racial e feminista, que comanda o ótimo blog Maria Frô ( www.mariafro.com.br ). O segundo texto foi escrito pelo sociólogo Celso Rocha de Barros, que comanda o blog NPTO – Na Prática a Teoria É Outra, um dos mais lúcidos e instigantes da blogsfera brasileira ( http://napraticaateoriaeoutra.org
) e é doutor em sociologia pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. Espero que os amigos leiam, reflitam, discordem, manifestem-se. Mas, como é a característica do blog desde seu nascedouro, que tudo seja feito de maneira respeitosa e que as eventuais divergências se mantenham apenas no campo das idéias.
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Mídia que vota em Serra tenta de tudo para levar eleição ao segundo turno. Você vai deixar?
O PT foi fundado em fevereiro de 1980. Lembro-me como se fosse hoje do debate que tomou a militância petista para escolha de candidatos para as primeiras eleições ao governo do estado de São Paulo em 1982, após a lei da Anistia e a volta das eleições nos estados (as eleições diretas para presidente só retornariam em 1989, pois perdemos a luta em 1984, no movimento Diretas- Já).
Em 1982 a disputa era entre o metalúrgico Lula e o jurista Hélio Bicudo. Venceu Lula ao menos nas disputas internas para a escolha do candidato a disputar o pleito para governo do estado.
Houve um comício em Cubatão, na praça Princesa Isabel, lugar pequenino onde foi posto um caminhão pequeno e o comício se desenrolou sobre ele com megafones. À época eu ainda não tinha idade para me filiar, talvez tenha sido por isso que acabei não formalizando minha filiação até hoje. Eu estava lá, em cima do caminhão, meio assustada no meio de lideranças que eu já admirava: além de Lula lembro da presença de Suplicy que antes da marola verde do PV já nos acompanhava em Cubatão em várias ocasiões na luta contra a poluição e as péssimas condições de vida e trabalho na cidade.
Fazíamos reuniões nas igrejas, éramos vigiados e intimidados pela polícia ainda fortemente repressiva, forjada num período de censura, torturas da Ditadura Militar. Debatíamos com a população em geral, os trabalhadores das indústrias cubatenses, as mães desesperadas com a saúde frágil de seus filhos. Denunciávamos a escandalosa poluição daquela cidade que chegou a ser conhecida na imprensa internacional como Vale da Morte.
Em Cubatão, em princípio da década de 1980, trabalhadores do pólo siderúrgico e petroquímico morriam de câncer no pulmão, de pele, envenenados por enxofre e outros produtos químicos, morriam ou ficam inutilizados para o trabalho devido aos acidentes de trabalho. Todas as indústrias tinham uma placa com uma espécie de contador que vivia zerando, informando a quantos dias não havia acidentes de trabalho. Morriam devido a uma saúde debilitada por uma jornada desumana em turnos sem fim.
Lembro-me que ainda estava no colegial e participei como auxiliar de pesquisa de uma grande estudo levado a cabo pela Faculdade de Medicina da USP, pelo grupo da professor Marcília da saúde pública e medicina preventiva.
Durante o projeto, apliquei vários questionários aos trabalhadores do pólo petroquímico e siderúrgico. De um deles jamais vou me esquecer: realizei a primeira bateria de questionários e ele foi selecionado para a segunda fase e quando retornei para fazer as perguntas ele havia falecido. Saí e sentei na calçada na frente de sua casa e comecei a chorar. Para uma adolescente com razoável consciência do que acontecia ao meu redor, que vivia naquele inferno de cidade esquecida por todos, este era um nível de violência que beirava o insuportável.
Também sentei e chorei, anos depois quando já estava na USP e minha mãe ligou para informar que a cidade foi tomada por um incêndio de proporções inimagináveis e que depois de ser aplacado, os cubatenses se deram conta de que um bairro inteiro, o mais pobre e mais abandonado da cidade, tinha sumido do mapa e com ele muitos amigos queridos que eu havia feito quando perambulava pela Vila Socó (como era chamada a favela que oficialmente tinha o nome de Vila São José) passando o filme “O homem que virou suco” e discutindo política pura de resistência.
Para uma adolescente que ainda estava no Ensino Médio, viver em uma cidade que se morria pelas péssimas condições de trabalho e pela intensa poluição para gerar riquezas que não ficavam na cidade (sequer no país) são experiências que modelam nossa vida. Os poluentes jogados no ar e nas águas da cidade eram tão danosos que em Cubatão nasciam crianças anencefálicas, peixes deformados. Para chamar a atenção do mundo para as nossas péssimas condições de vida fizemos uma exposição com fotos dos peixes monstruosos que encontrávamos no Rio Pilões.
Minhas experiências na luta pela qualidade de vida, contra a poluição e a morte das pessoas provocadas pela poluição e pelas péssimas condições de trabalho e ambientais forjou a pessoa que sou hoje.
O PT da década de 1980 nasceu e se fortaleceu na cidade de Cubatão sem dissociar a qualidade de vida das pessoas das questões ambientais e da super-exploração a que estavam expostos os trabalhadores. Talvez seja por isso que até hoje eu não entenda um Partido Verde que fala de manutenção das florestas, mas que não faz a crítica a um Tietê poluído ou ao córrego do meu bairro onde nas proximidades eu topo com ratos mortos como mostrei aqui.
Naquele comício junto ao Lula e ao Suplicy, na praça Princesa Isabel, eu fiz mais do que falar pelas mulheres e o nosso papel no sistema capitalista, eu eduquei os meus pais operários para a luta contra a exploração.
Vivíamos no contexto das greves no ABC que ajudaram a derrubar a ditadura militar. Na minha fala assustada ao lado de Lula, eu buscava estimular as mulheres a serem companheiras de seus companheiros na luta contra a exploração. Eu falava com propriedade sobre a minha própria condição feminina de adolescente trabalhadora, pois desde os 14 anos eu já trabalhava oito horas por dia.
Sabia muito bem do que falava. Passei a estudar à noite quando entrei no primeiro ano do Ensino Médio. Enfrentei os primeiros surtos de uma educação deteriorada com professores amedrontados, muitas greves e faltas. Se não fosse uma ótima aluna jamais teria saído do Afonso Schmidt e teria entrado na USP. Muitas vezes saí da escola porque não havia aparecido nenhum professor e ia para a Vila Socó fazer política. Meus pais ficavam aterrorizados de eu chegar de madrugada em casa, mesmo que eu viesse acompanhada pelo seu Manuel, estivador, quase um segundo pai, que pegava a sua bicicleta e me acompanhava até em casa.
Minha mãe ficava possessa e um dia quis me bater. Meu tio Gerson, metalúrgico da Mercedes, amigo do Lula, estava em casa e me salvou da surra. Ele disse a minha mãe e ao meu pai que eles deveriam se orgulhar de mim. Eu, só disse que se meus pais quisessem saber o que eu fazia quando não estava na escola que fossem às 15 horas na Praça Princesa Isabel.
Estava lá no Comício, num sábado calorento do clima abafado de Cubatão, argumentado sobre a função da mulher operária no sistema capitalista. A metáfora que usei foi a do elástico: a mulher operária tinha de esticar o salário e segurar o marido para não ir às greves. De repente, no meio da pequena multidão, vejo o meu pai, me ouvindo atentamente.
Meu pai votava em Jânio Quadros, na direita mais conservadora do país. Ele foi um motorista e a vida toda abaixou a cabeça para os seus patrões. A partir dali, diversificamos o tema de nossas conversas para além do Timão. Meu pai passou a ler, a ficar mais atento à política partidária.
No comício eu ganhei um abraço do Lula, era a mascote daquela turma de craques. Ele me deu um pequeno livro e fez uma dedicatória que me lembro até hoje: “Se todos os jovens fossem como você as mudanças viriam mais cedo, com um abraço, Lula“. Procurei o livro para scanear e não o encontrei, mas ele continua a ser tão valioso quanto era quando o ganhei há quase 30 anos.
Olho o meu Brasil e a Cubatão de hoje, também governada por uma administração petista e feminina e tenho um orgulho tamanho do que de algum modo, exercendo a minha cidadania diária, eu ajudei a construir.
O Brasil de hoje apesar dos problemas que ainda tem deu um salto qualitativo sem precedentes e não é apenas em sua economia que faz com que o presidente Lula seja aclamado internacionalmente e que equipe da Al Jazeera inglesa se desloque até o interior de Pernambuco para conhecer um progama modelo para o mundo de combate a fome. O salto qualitativo passa pela consciência de muitos brasileiros que aprenderam que a política é um bem de todos e que uma boa política pode salvar vidas e uma má política pode nos levar a morte.
O Brasil de hoje dá muito mais chances ao jovens de periferia como as que eu não tive.
Diego Casaes é só um exemplo do Brasil de hoje: um jovem negro que saiu da periferia de Salvador, falando inglês com fluência foi para Copenhague cobrir a COP15. Diego além de trabalhar com cultura digital é colaborador do Global Voices e toca um projeto com as dimensões do Eleitor 2010. Ele é só um dos meninos que conheço que não teve seu talento e todas as suas potencialidades assassinadas pela falta de oportunidade de um Brasil que, anterior ao governo Lula, era só exclusão. Diego Casaes foi aluno do Prouni, o mesmo programa que o DEM, partido da coligação do PSDB, quer acabar e para isso entrou com ação de inconstitucionalidade no STF.
O Brasil de hoje do PROUNI está formando mais de 400 médicos filhos de faxineira, empregadas domésticas e uma infinidade de outros trabalhadores braçais que nunca sonharam em ter seus filhos na universidade.
O Brasil de hoje é um Brasil que nos faz ter orgulho de ser brasileiros, apesar de toda a tentativa perversa de uma mídia monopolizada e partidária desmoralizar o presidente mais popular da história do país.
O Brasil de hoje fez a maior capitalização da história mundial de uma empresa, a Petrobras, que cada dia é mais brasileira e que garantiu as riquezas do pré-sal para o povo brasileiro.
O Brasil de hoje tem a chance de eleger em primeiro turno uma mulher com uma história de vida e uma história pública de decência, voltada para a luta contra a ditadura militar e que foi presa e torturada por isso.
Por isso e por todas as realizações do governo Lula – as quais Dilma representa a manutenção e a ampliação dos avanços deste governo transformador – que a cada e-mail perverso que recebo contra Dilma, a cada manchete vergonhosa que leio na mídia que vota em Serra, a cada site fascista, proselitista, reacionário onde leio postagens mentirosas, a cada mensagem estúpida e detratora que leio no twitter, apesar de fazer o meu estômago revirar (nem nos meus piores pesadelos acharia que os adversários pudessem fazer uma campanha tão baixa), aumenta a minha gana para sair às ruas, conversar com as pessoas, discutir política, ouvi-las e dizer porque minha candidata é Dilma Rousseff.
Meu pai e minha mãe estavam de viagem marcada para Salvador para o final de setembro e adiaram-na para o dia 04/10. Eles votarão em Dilma Rousseff. A Ana, mensalista aqui de casa, vai se deslocar até a sua cidade pra votar em Dilma Rousseff.
Quanto a mim, mantenho viva aquela adolescente do comício da praça Princesa Isabel, a mesma adolescente que lutou por melhores condições de vida e trabalho, que ia para Vila Socó discutir política com os trabalhadores, que se indignou e brigou para que Cubatão deixasse de ser o Vale da Morte. Por isso, nos próximos cinco dias até a eleição vou continuar ligando e conversando com todos os que conheço, convidando-os a refletir sobre a importância de suas escolhas para o futuro do nosso país.
A mídia que vota em Serra e que durante oito anos fez oposição ferrenha ao presidente Lula, chamando-o até de estuprador (sem sofrer qualquer tipo de censura por parte do presidente) está fazendo seu trabalho. Está defendendo seu projeto neoliberal, privatizador, excludente, porque a vitória de Serra assegura seus interesses econômicos. Esta mídia não mediu e não medirá esforços pra conseguir seu objetivo. Ela não tem ética alguma, publica notícias e documentos falsos, como a Folha de São Paulo fez quando publicou, em primeira página, a ficha falsa de Dilma produzida por um blog de extrema-direita.
Resta-nos, portanto, a mim e a todos os brasileiros que fazem oposição a este projeto conservador e reacionário, com nosso trabalho de formiguinha, resistir, ir à luta e garantir a vitória de um Brasil mais inclusivo e cidadão. À luta, companheiras e companheiros e até a vitória sempre.
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Porque votarei em Dilma Rousseff
Os três principais candidatos nessa eleição presidencial são muito bons. A terceira colocada deve ser Marina Silva, e Marina Silva seria melhor presidente que 90% dos presidentes do mundo. Levando em conta só os competitivos, nos últimos dezesseis anos só Garotinho (que a The Economist traduzia como “Little Kid”) avacalhou nosso currículo, onde, na minha modesta opinião, devemos ter orgulho de ostentar Lula e FHC.
Mas é preciso escolher, e, no que se segue, argumentarei que a melhor opção para o Brasil no momento é uma ex-guerrilheira nerd.
1. Um bom governo, na minha opinião, deve (a) ser democrático, (b) não avacalhar a estabilidade econômica, e (c) combater a pobreza e a desigualdade. Por esses critérios, o governo Lula foi indiscutivelmente bom.
O governo Lula, tanto quanto o governo FHC, foi um governo democrático. Quem lê jornal no Brasil não apenas percebe que é permitido falar mal do governo, mas pode mesmo ser desculpado por suspeitar que falar mal do governo é obrigatório por lei. Os partidos de oposição atuam com plena liberdade, os movimentos sociais, idem, e, aliás, eu também. O Olavo de Carvalho se mandou para os Estados Unidos, dizem que com medo de ser perseguido politicamente, mas, se tiver sido por isso, foi só frescura. De qualquer modo, nunca antes nesse país exportamos tantos Olavos de Carvalho.
A economia foi muito bem gerida durante a Era Lula, a despeito do que falam muitos petistas (talvez preocupados com a falta de oposição competente). Companheiros, deixemos de falar besteira: a política econômica foi um sucesso. Mantivemos o bom sistema de metas de inflação implantado por Armínio Fraga no (bom) segundo governo FHC, e acrescentamos a isso: uma preocupação quase obsessiva por acumular reservas internacionais, a excelente ideia de comprar de volta nossa dívida em dólar, e medidas de incentivo fiscal quando foi necessário. A dívida como proporção do PIB caiu consideravelmente, e só voltou a subir quando foi necessário combater a crise. Certamente voltará a cair já agora.
Por essas e outras, fomos os últimos a entrar e os primeiros a sair da maior crise econômica desde 1929. Os tucanos se consideravam uma espécie de Keynes coletivo por terem sobrevivido à crise do México. Com muito menos custo, sobrevivemos à crise dos EUA. E isso se deu porque a economia durante a Era Lula foi muito mais bem administrada do que durante o primeiro governo FHC. No segundo governo FHC, aí sim, a economia foi bem gerida, e Lula fez muito bem em copiar seus métodos de gestão.
E, na área social, o Lula realmente se destaca na história brasileira, e na conjuntura econômica mundial. FHC não merece nada além de parabéns por ter copiado o Bolsa-Escola do governo petista do Distrito Federal (cujo governador havia idealizado o programa ainda na década de 80), e o PT merece críticas por ter atrasado sua adoção insistindo no confuso “Fome Zero” por tempo demais; mas, uma vez re-estabelecida a sanidade, o programa foi implementado com imenso sucesso, e, associado à política de recuperação do salário mínimo, e à boa gestão da economia, geraram resultados que não estavam nas projeções do mais otimista dos petistas em 2002. Para ser honesto, eu sempre votei no Lula, mas nunca achei que fosse dar tão certo.
A pobreza caiu algo como 43%. Vou dizer com palavras, para não dizerem que sou cabeça-de-planilha: a pobreza no Brasil caiu quase pela metade. Rodrigo Maia, escreva essa frase no quadro cem vezes. Mais de 30 milhões de pessoas (meia França, não muito menos que uma Argentina inteira) subiram às classes ABC. Cortamos a pobreza extrema pela metade (mas ainda é, claro, vergonhoso que tenhamos pobreza extrema). A desigualdade de renda caiu consideravelmente: a renda dos 10% mais ricos cresceu à taxa de 3 e poucos % na Era Lula, enquanto a renda dos mais pobres cresceu mais ou menos 10% ao ano, as famosas taxas chinesas. E tem uns manés que acham que os pobres votam no Lula porque são ignorantes ou mais tolerantes com a corrupção. Dê essas taxas à nossa elite e o Leblon inteiro tatua a cara do Zé Dirceu.
Não é à toa que o economista Marcelo Neri, um dos mais respeitados estudiosos da pobreza no Brasil, fala no período de 2003-2010 como “A Pequena Grande Década”. Tanto quanto sei, Neri não é petista.
Por outro lado, há algumas semanas, o sociólogo Demétrio Magnoli escreveu um balanço crítico do governo Lula, que considera um desastre. O artigo praticamente não tem nenhum número. I rest my case.
2. Seria idiota dizer que isso não é, em nenhum grau, motivo para votar na Dilma. Dilma participou ativamente disso tudo, e, no mínimo, apoiou isso tudo. Marina Silva, é verdade, apoiou quase tudo isso. José Serra não o fez, e muitos de seus simpatizantes continuam convictos de que os últimos oito anos, em que a renda dos brasileiros mais pobres cresceu no ritmo da economia chinesa, foi uma era das trevas da qual a nossa elite bem pensante (hehehe) acordará em breve, chorando de felicidade porque era só um pesadelo.
Mas, até aí, eu considero que a Era FHC também foi boa para o país, por outros motivos, e mesmo assim foi bom que Lula fosse eleito em 2002 (como irrefutavelmente provado acima). Por que não seria esse o caso, agora?
Em primeiro lugar, porque não acho que será bom para o Brasil se o governo Lula tiver sido só um intervalo. Se Serra ganhar a eleição, eis o que se tornará a versão oficial sobre esse período: uns caras com diploma governavam muito bem o Brasil por muitas décadas, aí surgiu um paraíba muito carismático que acabou % ganhando a eleição, mas não fez nada demais, por isso eventualmente a turma do diploma retomou o controle da coisa toda. Coloquei um sinal de porcentagem no meio da frase para que ela tivesse pelo menos um erro que não fosse também papo furado.
É importante compreender que os novos atores que compõem o PT vieram para ficar, pois são sócios-fundadores de nossa democracia, e que, de agora em diante, o Brasil é um país com uma esquerda que sabe ser governo. Isso quer dizer que agora a direita, para vencer eleições, precisa apresentar boas candidaturas (de preferência sem roubar nossos sociólogos, ou economistas heterodoxos) e, o mais crucial de tudo, apresentar propostas para os mais pobres, que acabam de descobrir que podem melhorar imensamente suas vidas com o voto. A direita brasileira ainda não fez esse trabalho: continua pensando como se fosse um direito natural seu governar o país, e esperando que algum movimento legitimista re-estabeleça a ordem nesta budega.
Enquanto a justiça eleitoral não fizer o voto do Reinaldo Azevedo ter peso 50 milhões, a estratégia de fingir que o governo Lula não desmoralizou os anteriores, diminuindo a pobreza sem desestabilizar a economia, não vai ganhar eleição. Enquanto não tiver um projeto para o país (o que, diga-se, o Plano Real foi), a oposição não merece voltar ao governo. Como o PT dos anos 90, por exemplo, não merecia ganhar a presidência, pois seu programa era o que, no jargão sociológico, era conhecido como “nhenhenhém”. O PT venceu quando reconheceu que o papo agora era outro, e era preciso partir das conquistas já alcançadas. Não há sinal que consciência semelhante exista na oposição como bloco político, embora, sem dúvida, o candidato Serra o tenha compreendido.
3. Mas esse tampouco é o melhor motivo para se votar na Dilma. O melhor motivo para se votar na Dilma é a Dilma.
Dilma tem uma trajetória política muito singular, como, aliás, tinham FHC e Lula. Quem tiver lido seu perfil recente na revista Piauí pode notar que há tantos fatos interessantes na sua vida que o jornalista mal teve espaço para falar dela, como pessoa. Dilma foi guerrilheira, foi torturada, e, durante a democratização, entrou para o PDT. Quando visitou, recentemente, o túmulo de Tancredo, a turma de sempre reclamou que o PT não o havia apoiado no Colégio Eleitoral. Bem, Dilma, como o PDT, apoiou Tancredo. Eventualmente, foi parar no PT, onde cresceu fulminantemente, e foi beneficiada pela decisão da oposição de queimar um por um dos quadros petistas mais famosos, algo pelo que, suspeito, já começam agora a se arrepender. Estariam pior agora se o candidato do Lula fosse, digamos, o Dirceu?
Tem gente que, com temor ou esperança, acha que Dilma mudará o rumo da economia. Eu posso estar errado, mas, baseado no que vi até agora, acho o seguinte: Dilma está singularmente posicionada para fazer com que, sob essa mesma política econômica, e com o mesmo compromisso com a justiça social, o país comece a crescer bem mais rápido do que cresceu nos últimos dezesseis anos.
Eu gosto de dizer o seguinte sobre política econômica: é verdade, o Banco Central desacelera o crescimento quando mantém os juros altos (e segura a inflação). Mas, a essa altura, o crescimento econômico já levou uma surra; antes de chegar no Banco Central, o carro do crescimento já tomou batidas da nossa falta de política de inovação, da baixíssima capacidade de investimento do Estado, da pobreza (que diminuiu, mas, para nossa vergonha, ainda está aí), do nosso abissal nível de qualificação educacional, dos entraves inacreditáveis para se abrir ou fechar um negócio, dos problemas gravíssimos da nossa urbanização. Essa desacelerada que o Banco Central dá é porque, depois de tomar tanta batida, ou nosso carro desacelera ou ele desmonta na pista.
Nossa visão deve ser a seguinte: queremos ter produção tecnológica como a Índia, mas com muito mais preocupação com a justiça social, e queremos ter o crescimento da China, mas com a mais absoluta democracia e com as garantias ambientais necessárias. Se esses limites nos atrasarem um pouco, paciência, somos, em nossos melhores momentos, um país que leva essas coisas a sério. O que não é admissível é que qualquer coisa que não nossos princípios atrase nosso progresso.
Muita gente diz que Lula entregou a candidatura à Dilma de mão-beijada, mas, aproveito para advertir, muita calma nessa hora, meu povo. Lula também lhe entregou uma roubada incrível, que foi também um teste. Quando Dilma foi colocada na direção do PAC, experimentou em primeira mão o quão ineficiente é nosso Estado como indutor do investimento: uma legião de entraves burocráticos, pressões políticas e uma história de más prioridades tornaram nosso Estado incapaz de investir e de oferecer infra-estrutura (tanto física quanto legal quanto humana) para o investimento privado.
A beleza da coisa é que Dilma é uma c.d.f. obcecada por políticas públicas. Quem leu sua entrevista no livro organizado pelo Marco Aurélio Garcia e pelo Emir Sader não pode ter deixado de se divertir com a diferença entre as coisas que os entrevistadores querem perguntar e as coisas que ela quer responder: os caras lá falando do liberalismo, de não sei o que mais, e ela animadona com um jeito de furar poço de petróleo, com um jeito qualquer de administrar hospital. Respeito muito o Marco Aurélio, que foi meu professor, mas a Dilma sai da entrevista muito melhor que ele e o Sader.
Me anima especialmente que, em vários momentos, tenha visto Dilma puxando o assunto das políticas de inovação. O Brasil não vai dar um salto qualitativo em termos de desenvolvimento enquanto não produzir tecnologia. Tecnologia é o tipo de coisa que depende de bons arranjos entre governo e setor privado, e, a crer nos relatos até agora a respeito de sua passagem pelo ministério de Minas e Energia, Dilma tem uma postura pragmática saudável nessas questões.
Lula deu ao capitalismo brasileiro milhões de novos consumidores, e essa descendência política exigirá de Dilma compromisso forte com a inclusão social. Mas agora é hora de dar ao capitalismo brasileiro a competitividade necessária para que ele gere os empregos de que precisam os novos ex-miseráveis, os formandos do ProUni, ou das novas Universidades Federais, inclusive; é hora de montar um Estado que entregue aos cidadãos as cidades necessárias à boa fruição da vida moderna, e montar um sistema de inovação tecnológica que tire da direita o monopólio do discurso moderno.
Por conhecer melhor do que ninguém o tamanho desse déficit, e pelo que se depreende de sua postura até agora diante desses problemas, Dilma Rousseff é a melhor opção para a presidência do Brasil nos próximos oito anos.
Até porque, contará com um recurso que só o PT tem: uma imprensa tão hostil que o sujeito realmente, realmente tem que prestar atenção para não fazer besteira. Superego é uma coisa útil, senão você trava.
4. Certo, mas deve ter gente pensando, ah, mas ela é só uma tecnocrata, vai ser engolida pelos políticos (o bom é que essa mesma turma dizia que o Lula, por não ser um tecnocrata, ia ser engolido pelos políticos). Deve ter gente, à direita e à esquerda, com esperança de manipular a Dilma. A Dilma, no caso, é aquela menina que, aos vinte e poucos anos, inspirava respeito até nos caras do Doi-Codi, como se depreende dos documentos da época. Se quiser ir tentar manipular essa dona aí, rapaz, boa sorte, vai lá. Depois você conta pra gente como é que foi.
44 comentários:
Que viagem! Pelo seu introdutório seu sam, eu dormi no Brasil e acordei na Suiça.
Sinceramente, meu professor (de jazz), parei aqui:
"1. Um bom governo, na minha opinião, deve (a) ser democrático."
Faltou a palavra transparente. Aí eu poderia continuar acreditando ser um texto de humor.
MARINA NELES!
É isso aí, Mr. Sérgio.
Marina é uma boa candidata, não é à toa que foi ministra do governo Lula :)
Na democracia todos têm o direito de se expressar e de divergir. Quanto ao apego à democracia e à transparência, dá um pulo em e veja como teoria e prática se dissociam, no caso dos valorosos tucanos (é por essas e outras que digo que o PSDB foi a maior decepção política da minha vida): http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/
Ta, seu san, e te digo, lerei atentamente seus (exemplares/textos*). São exemplares, certo? Já que nos legou como sustentáculos de sua inclinação.
Mas, pelamor de deus, seu Sam, afasta de mim esse cálice tucano, q mania vcs petistas tem, hein...
Em, tempo: mas, agora, com a verdadeira possibilidade de um 2º turno, não tenha, nem tenho a menor duvida! Entre Serra e Lula (não confundi a 2ª opção), é Serra, na jugular!
Aliás, seu Érico, meu professor (de jazz), como pude deixar de devolver a bola quicando pra vc e pros que vem (ops) de trás? Caso haja um 2º turno - e em sendo praticamente impossível que dê Marina Silva -, quem ela irá apoiar? Já pensaste a respeito?
Creio que por sua trajetória de vida e de militância política, Marina não hesitará em apoiar Dilma em um eventual 2º turno.
A aliança com segmentos do conservadorismo, calcanhar de Aquiles do governo Lula, na minha opinião, tem que ser encarada como uma concessão à governabilidade.
Infelizmente é assim.
Certamente, com uma bancada de esquerda maior (tanto na Câmara quanto no Senado), Dilma não seja obrigada a fazer tantas concessões.
De qualquer forma, o Brasil astá adquirindo maturidade institucional e o governo Dilma, certamente, saberá prezar essas conquistas.
Se o Brasil não é uma democracia plena, é porque a nossa democracia ainda é muito jovem. Precisamos aprender a dialogar com a diferença e respeitá-la.
Precisamos de uma imprensa livre e responsável, não de uma que se apresente como "partido de oposição" e publique matérias sem checar as fontes (você, meu caro San, compraria um carro usado do Quícoli ou emprestaria para ele 9 bilhões de reais?) ou não dê espaço para que o outro lado exponha a sua visão.
Estamos evoluindo nesse sentido - imagina se na época da ditadura uma revista colocaria uma foto dde um general com um pé-na-bunda, como fez a Veja, ou se um jornalista publicaria um livro chamado "Médici é a minha anta"?).
A direita brasileira - atrasada, reacionária, udenista - é muito ruim. Um direitista lúcido e verdadeiramente democrata disse isso: o ex-governador Cláudio Lembo.
Portanto, temos que dar tempo ao tempo e confiar na soberania do povo, para conduzir os seus próprios destino, ainda que a opção popular seja diferente daquilo que eu ou você esperamos.
Abração!
...
Nenhum político é santo: tanto o Lula quanto o FHC foram coniventes com práticas ilegais de companheiros que, ao chegar no poder, se corromperam pelas possibilidades de desfalques e falcatruas em meio à uma onda de impunidade
Aliás, caros colegas, tbm estou pensando em produzir uma mega resenha-ensaio político sobre esta campanha que inaugura um novo marco de democracia virtual -- digamos assim --, já que o Brasil adentra à segunda década do século 21 iniciando sua expansão digital em massa com mais de 30% da população tendo acesso a internet (é esse mesmo o número? acho que sim, me corrijam se nao for)...
Como disse o nosso franco, utópico e engraçado Plínio de Arruda Sampaio -- e bota engraçado nisso(racho o bico com aquele senhor) --, A Veja (Abril), Globo, Época (que é da Globo), Folha, Uol (que é parceira da Folha) e Estadão são totalmente parciais e manipuladores e, ainda assim, querem protestar contra uma suposta tentativa do governo controlar a mídia, só porque a ala mais radical do PT, uma pequena escória, defende tal controle ou porque o Lula e a Dilma destemperou seus discursos e se defenderam dos seus ataques: ora, mas vejam que bobagem, todo mundo sabe que isso é uma tempestade com um copo dágua, todo mundo sabe que tal controle não aconteceria, todo mundo está vendo com os próprios olhos que quem censura são eles mesmos, os próprios canais da mídia!!! Eles censuram a cultura e arte, eles censuram a boa música, eles censuram tanta coisa:
-- Ao todo são uns 7 ou 8 candidatos à presidência: o destaque dado é só para três -- já começa por aí.
-- querem manipular as eleições com manobras fajutas que todo mundo já tá cansando de saber que é mais uma manipulação desesperadora: queriam atribuir as propinas cobradas pelo filho da Erenice como uma suposta destinação à campanha de Dilma. A própria testemunha do negócio -- o Quícoli -- voltou atras e desmentiu. A gente vê o desespero da direta de atrelar diretamente os casos de corrupção, praticadas por terceiros, à Dilma: não que ela seja santinha na história, mas nem todo o desespero do mundo substitui as provas necessárias para incriminar alguem -- e é isso que vemos, um desespero raivoso.
-- A Folha e Veja mesmo, pagam uma quadrilha de escribas, donos da verdade, que sempre foram totalmente parciais e inimigos confesso do Lula e têm como única finalidade criar picuinhas contra o governo: Reinaldo Azevedo, Diogo Mainardi, Dora Kramer e seus amigos que são, todos juntos, da panela confessa pró PSDB...e ainda querem professar imparcialidade e qualidade jornalística.
O pior é que ainda tem gente que vai na onda desses ataques midiáticos. Aliás, essas pessoas -- maria-vai-com-as-outras -- são cada vez de número menor, haja vistas que com todos as tentativas desesperadoras da mídia de denegrir Dilma Rousseff não surtiram efeitos
Enfim há uma verdadeira Triplice Aliança (Globo-Abril-Folha) na mídia brasileira que enterraram os valores e princípios básicos do bom jornalismo -- imparcialidade e veracidade -- para agirem a favor de um canditado, o Serra, que lhes representasse rumo ao refortalecimento das velhas elites.
Mas como podem ver, o povo tem demonstrado que já conhece a malandragem desssa mídia ordinária!
O Resumo, enfim, das minhas impressões quanto aos candidatos é:
Se voce quer uma linha desenvolvimentista voltada para o social, reforma tributária, com uma inquietante intenção de conquista de respeito internacional e com um Estado viabilizador, vote em dilma
Se voce quer uma linha de concientização ecológica, com políticas voltadas para a juventude e uma tentativa de uma política moderna, onde os melhores de todos os partido poderão participar, vote em Marina, pois ela diz que vai "adotar um governo verde e criar uma coalizão dos melhores de cada partido
Se voce quer um governo que focará em saúde, mas tentará fazer ajustes no Orçamento -- cortando financiamento --, deixando o Estado mais fraco, com possíveis privatizações e se afastando da intenção de um Estado forte, vote em Serra.
Eu escolho a Dilma por razões óbvias: razões favoráveis, ja citadas no texto de Érico, que credencia a mulher para dar continuidade à essa pretensão desenvolvimentista. Eu gosto dessa onda lulista de pensar grande: nem que pra isso passamos por alguns equívocos, mas temos de alçar nossos vôos. Aliás até em termos de cultura, que é o que partilhamos aqui, a visão da Dilma dá mais acesso ao povo.
...
Grande Vagner!
Seja muito bem-vindo.
Concordo com você, especialmente em sua crítica à partidarização da mídia. Não se pode falar em imprensa livre se ele se compromete com a candidatura A, B ou C e deixa de praticar a sua atividade com isenção.
Lamento muito que os grandes veículos de comunicação tenham deixado de lado a sua função primordial - levar informação ás pessoas, de forma serena e com credibilidade - para fazer campanha política, sobretudo de uma forma irresponsável e sem critérios.
Acho que temos avançado bastante e creio que a Dilma, por seu passado, por sua formação político-ideológica, por sua experiência e por sua capacidade de trabalho, tem tudo para manter o país no rumo do desenvolvimento racional e sustentável.
Abração!
Erico,
eu estou em estado de confusão mental. Decidirei na hora mas achei muito bom voce ter postado esse texto.
Não sei quem disse que "o lugares mais quentes do inferno estão reservados para aqueles que na hora das grandes decisões vacilam",mas e' muito boa pra esse momento.
Estimado ÉRICO:
DEMOCRACIA é exatamente isso = cada um com suas idéias próprias, discutindo-as, buscando o convencimento ou a conversão daqueles com quem discute, dialoga, interage.
É no campo das idéias que se faz a DEMOCRACIA.
É no campo da argumentação e do conhecimento que se faz a DEMOCRACIA.
DEMOCRACIA não se faz com assaltos a bancos, com roubos, com sequestros, com mentiras, com assassinatos, com falsificação de identidade, enfim, DEMOCRACIA não se faz com CRIMES.
Parabéns por sua posição, clara, democrática.
Estimado ÉRICO:
Em tempo, se é que ainda o há.
Cometer crimes e apelidá-los de defesa da DEMOCRACIA, não lhe parece uma falácia tão grande quanto as idiotices do tucanato ? ? ?
...
Caro Érico, a era da internet inaugura um outro cenário onde as mídias convencionais e dominadoras terão de rever sua missões e visões: aquele onde os cidadãos comuns podem partilhar suas opiniões e viabilizar o conflito amigável de idéias (sim um conflito assim é possível!).
Tá certo que o FHC acertou certas bases que iniciou a estabilidade (o Plano Real), mas tanto ele como o Lula tiveram de ser -- SIM, TIVERAM DE SER, pois nem mesmo o presidente tem o poder de, sozinho, fazer uma varredura -- coniventes com falcatruas de companheiros que, ao chegarem no poder, se corromperam absurdamente....Enfim, quero dizer que se político fosse santo, o inferno seria a Santa Sé: tanto os vivos como os já mortos tiveram ou têm a imagem maculada por algum vestígio de irregularidade.
Agora, vejam vocês o que é um desespero absurdo da mídia para eleger o Serra, ou pelo menos para levá-lo ao segundo turno (já que uma vez liquidado no primeiro turno, ficará claro como que a imprensa tem perdido a credibilidade junto ao povo):
-- a mídia quis atribuir as quebras de sigilo à uma suposta nova leva de aloprados da campanha da Dilma, mas os culpados que apareceram nada têm a ver com a campanha da ministra -- no entanto, o bafafá foi de um alarde tão grande como se a ministra fosse realmente culpada por irregularidades de terceiros que aconteceram quando ela ainda nem era candidata.
-- quiseram ligar as propinas cobradas pelo filho da Erenice como possiveis verbas para a campanha da Dilma, mas a testemunha principal -- um tal de Quícoli -- voltou atras e desmentiu recentemente que o dinheiro seria pra ser usado na campanha dela, ou seja, mais uma vez uma atitude desesperada da mídia de derrubar a ministra, favorecendo Serra.
-- recentemente a Folha quis acusar a Dilma de aparelhar ilegalmente a secretaria e favorecer uma empresa, uma agência -- sem adotar as vias legais da licitação --, quando era secretária do estado do RS, mas na verdade a empresa só foi receber tal favorecimento agora em 2009, ou seja, uma década depois dela ter sido secretária do Rio Grande do Sul. Conclusão: a Folha foi totalmente mentirosa e parcial e, de quebra, ainda omitiu o fato de que todas as contas e contratos de Dilma foram amplamente aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado. O próprio TCE desmentiu o jornal e a própria candidata, na internet, protestou a tentativa frustrada
-- as pesquisas da Datafolha são totalmentes suspeitas, pois na reta final diz que a Dilma caiu de 51% para 46% em apenas três dias e que, por isso haveria segundo turno, quando todas as outras pesquisas (Vox Populi, Sensus e Ibope) dizem o contrário: ela não foi afetada pelas chuvas de acusações e continua na casa dos 50% com chances reais de liquidar logo no primeiro turno.
E a mídia dominadora ainda quer nos fazer acreditar que ela está fazendo um bom jornalismo, um bom papel?
Assim como a mídia diz ao lula que "poder tem limite", eu acho que ela deveria perceber que sensacionalismo, canalhice e manipulação são coisas que já fogem dos limites do jornalismo sério!!!!!!!!!
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Caro Érico, a era da internet inaugura um outro cenário onde as mídias convencionais e dominadoras terão de rever sua missões e visões: aquele onde os cidadãos comuns podem partilhar suas opiniões e viabilizar o conflito amigável de idéias (sim um conflito assim é possível!).
Tá certo que o FHC acertou certas bases que iniciou a estabilidade (o Plano Real), mas tanto ele como o Lula tiveram de ser -- SIM, TIVERAM DE SER, pois nem mesmo o presidente tem o poder de, sozinho, fazer uma varredura -- coniventes com falcatruas de companheiros que, ao chegarem no poder, se corromperam absurdamente....Enfim, quero dizer que se político fosse santo, o inferno seria a Santa Sé: tanto os vivos como os já mortos tiveram ou têm a imagem maculada por algum vestígio de irregularidade.
Agora, vejam vocês o que é um desespero absurdo da mídia para eleger o Serra, ou pelo menos para levá-lo ao segundo turno (já que uma vez liquidado no primeiro turno, ficará claro como que a imprensa tem perdido a credibilidade junto ao povo):
-- a mídia quis atribuir as quebras de sigilo à uma suposta nova leva de aloprados da campanha da Dilma, mas os culpados que apareceram nada têm a ver com a campanha da ministra -- no entanto, o bafafá foi de um alarde tão grande como se a ministra fosse realmente culpada por irregularidades de terceiros que aconteceram quando ela ainda nem era candidata.
-- quiseram ligar as propinas cobradas pelo filho da Erenice como possiveis verbas para a campanha da Dilma, mas a testemunha principal -- um tal de Quícoli -- voltou atras e desmentiu recentemente que o dinheiro seria pra ser usado na campanha dela, ou seja, mais uma vez uma atitude desesperada da mídia de derrubar a ministra, favorecendo Serra.
-- recentemente a Folha quis acusar a Dilma de aparelhar ilegalmente a secretaria e favorecer uma empresa, uma agência -- sem adotar as vias legais da licitação --, quando era secretária do estado do RS, mas na verdade a empresa só foi receber tal favorecimento agora em 2009, ou seja, uma década depois dela ter sido secretária do Rio Grande do Sul. Conclusão: a Folha foi totalmente mentirosa e parcial e, de quebra, ainda omitiu o fato de que todas as contas e contratos de Dilma foram amplamente aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado. O próprio TCE desmentiu o jornal e a própria candidata, na internet, protestou a tentativa frustrada
-- as pesquisas da Datafolha são totalmentes suspeitas, pois na reta final diz que a Dilma caiu de 51% para 46% em apenas três dias e que, por isso haveria segundo turno, quando todas as outras pesquisas (Vox Populi, Sensus e Ibope) dizem o contrário: ela não foi afetada pelas chuvas de acusações e continua na casa dos 50% com chances reais de liquidar logo no primeiro turno.
E a mídia dominadora ainda quer nos fazer acreditar que ela está fazendo um bom jornalismo, um bom papel?
Assim como a mídia diz ao lula que "poder tem limite", eu acho que ela deveria perceber que sensacionalismo, canalhice e manipulação são coisas que já fogem dos limites do jornalismo sério!!!!!!!!!
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Caro Érico, a era da internet inaugura um outro cenário onde as mídias convencionais e dominadoras terão de rever sua missões e visões: aquele onde os cidadãos comuns podem partilhar suas opiniões e viabilizar o conflito amigável de idéias (sim um conflito assim é possível!).
Tá certo que o FHC acertou certas bases que iniciou a estabilidade (o Plano Real), mas tanto ele como o Lula tiveram de ser -- SIM, TIVERAM DE SER, pois nem mesmo o presidente tem o poder de, sozinho, fazer uma varredura -- coniventes com falcatruas de companheiros que, ao chegarem no poder, se corromperam absurdamente....Enfim, quero dizer que se político fosse santo, o inferno seria a Santa Sé: tanto os vivos como os já mortos tiveram ou têm a imagem maculada por algum vestígio de irregularidade.
Agora, vejam vocês o que é um desespero absurdo da mídia para eleger o Serra, ou pelo menos para levá-lo ao segundo turno (já que uma vez liquidado no primeiro turno, ficará claro como que a imprensa tem perdido a credibilidade junto ao povo):
-- a mídia quis atribuir as quebras de sigilo à uma suposta nova leva de aloprados da campanha da Dilma, mas os culpados que apareceram nada têm a ver com a campanha da ministra -- no entanto, o bafafá foi de um alarde tão grande como se a ministra fosse realmente culpada por irregularidades de terceiros que aconteceram quando ela ainda nem era candidata.
-- quiseram ligar as propinas cobradas pelo filho da Erenice como possiveis verbas para a campanha da Dilma, mas a testemunha principal -- um tal de Quícoli -- voltou atras e desmentiu recentemente que o dinheiro seria pra ser usado na campanha dela, ou seja, mais uma vez uma atitude desesperada da mídia de derrubar a ministra, favorecendo Serra.
-- recentemente a Folha quis acusar a Dilma de aparelhar ilegalmente a secretaria e favorecer uma empresa, uma agência -- sem adotar as vias legais da licitação --, quando era secretária do estado do RS, mas na verdade a empresa só foi receber tal favorecimento agora em 2009, ou seja, uma década depois dela ter sido secretária do Rio Grande do Sul. Conclusão: a Folha foi totalmente mentirosa e parcial e, de quebra, ainda omitiu o fato de que todas as contas e contratos de Dilma foram amplamente aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado. O próprio TCE desmentiu o jornal e a própria candidata, na internet, protestou a tentativa frustrada
-- as pesquisas da Datafolha são totalmentes suspeitas, pois na reta final diz que a Dilma caiu de 51% para 46% em apenas três dias e que, por isso haveria segundo turno, quando todas as outras pesquisas (Vox Populi, Sensus e Ibope) dizem o contrário: ela não foi afetada pelas chuvas de acusações e continua na casa dos 50% com chances reais de liquidar logo no primeiro turno.
E a mídia dominadora ainda quer nos fazer acreditar que ela está fazendo um bom jornalismo, um bom papel?
Assim como a mídia diz ao lula que "poder tem limite", eu acho que ela deveria perceber que sensacionalismo, canalhice e manipulação são coisas que já fogem dos limites do jornalismo sério!!!!!!!!!
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Queridos Tandeta, Apóstolo e Pitta,
Fico muito felis em tê-los por aqui, debatendo a nossa política de umam maneira tão propositiva e com belos argumentos.
Isso é democracia. Liberdade de expressão! É desse modo franco e respeitoso que poderemos nos transportar para um país mais democrático. Sem sectarismos e sem paixões cegas.
Mestre Apóstolo, você sabe do apreço e do imenso respeito que tenho por você. Considero-o, verdadeiramente, um norte a ser seguido, alguém cuja importância em minha vida é capital - como já disse outras vezes, quando crescer quero ser igual a você.
Permita-me - democrática e respeitosamente - divergir de você.
Quando você fala em "sequestros, com mentiras, com assassinatos, com falsificação de identidade" é bom que se tenha em mente o momento histórico em que tais fatos se sucederam.
(cont.)
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Após o golpe de 64, que mergulhou o Brasil em uma era de trevas, houve uma radicalização da política nacional.
João Goulart, presidente constitucionalmente conduzido ao cargo, após a renúncia de Jânio, tinha sido eleito vice-presidente pelo voto popular. Há grande divergência entre o que a mídia fala a seu respeito e o que os movimentos sociais dizem.
Mas, acatemos o ponto de vista da mídia da época - O Globo, O Estadão, Folha de São Paulo, etc.
Ainda que o seu governo tenha sido catastrófico, nada, e digo NADA MESMO, autorizaria um golpe de estado.
Qualquer solução deveria vir pela via democrática. Até o impeachment poderia ser usado, se se configurasse crime de responsabilidade.
Mas o Brasil foi jogado nas trevas de uma ditadura, impiedosa, cruel, irresponsável e incompetente.
O meu avô foi preso, pelo simples fato de que era amigo de uma notória comunista maranhense, a corajosa médica Maria Aragão.
Ele jamais foi comunista. Ao contrário, era até um homem conservador. Mas era amigo de Maria Aragão, que freqüentava a sua casa. Minha mãe optou pela medicina graças à influência dessa brava e histórica militante comunista. Sempre disse que não abria consultório porque, como gostava de dizer sua "ídola": medicina é sacerdócio e não negócio".
(cont.)
(cont.)
No primeiro post é claro que é feliz - e não felis (erro de digitação grotesco).
Pois bem, muitos jovens aderiram à luta armada. Jovens como eu e como muitos que integram o meu círculo de amizades.
Jovens que gostariam, apenas, de viver em um país livre. Jovens que lutavam pela democracia e pela liberdade de expressão. Jovens que não se conformavam com o autoritarismo.
Jovens como Stuart Angel Jones e como Rubens Paiva (este não tão jovem).
Jovens (ou não tão jovens) como Vladimir Herzog, assassinado nos porões da ditadura. Quantos foram mortos? Quantos foram presos arbitrariamente? Quantos foram torturados?
Aderir à luta armada era uma alternativa plausível de resistência ao arbítrio. Eram jovens como eu, de classe média e universitários, que não se conformavam com aquela situação.
Quantos garotos perderam o melhor período de suas vidas lutando contra a ditadura?
Pegar em armas era uma das alternativas - a mais radical - contra o regime de trevas que se abateu sobre nós.
Nenhum militante da luta armada deve se sentir menosprezado. Ao contrário, todos os que pegaram em armas devem ter orgulho de ter lutado por nossa pátria-mãe. Nosso hino da independência convoca: "ou ficar a pátria liver ou morrer pelo Brasil".
Eu mesmo, que sou um moderado, não sei se, vendo o meu avô sendo preso como foi, vendo militares ocupando a pequena torrefação de café que ele possuía, como me contou várias vezes a minha mãe, não teria radicalizado e combatido aquele arbítrio de forma mais veemente, até mesmo com o uso de armas.
(cont.)
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Entrar para agremiações radicais como a COLINA ou a VAR-PALMARES era uma opção bastante razoável para os jovens politizados da época, que não se conformavam com a tomada do poder pelo golpe militar.
Não há nenhuma prova de que Dilma tenha participado de ações armadas, de atentados terroristas ou de assaltos a banco.
Eu mesmo, moderado que sou, certamente teria me oferecido como voluntário em missões de ataque, porque prezo demais a democracia e rejeito toda e qualquer forma de arbítrio.
Não esqueçamos que o dinheiro apurado nos assaltos a banco era usado não para deleite dos militantes, mas para bancar a sua logística, com compra de remédios ou armas, aluguel de imóveis ou carros e outras providências.
(cont.)
(cont.)
Há pouco mais de 200 anos, um grupo de criminosos cruzou o Rio Delaware. Saus crimes, segundo a Coroa Inglesa, incluíam conspiração, destruição de propriedade real, roubo e assassinato. O nome do líder desses criminosos era George Washington e ele fundou a mais importante democracia ocidental.
Mas na visão do colonizador inglês, ele e seus comandados não passavam de criminosos.
Do outro lado do Atlântico, outra malta de criminosos desafiava o status quo da milenar monarquia francesa. Famintos, os criminosos invadiram a Bastilha - presídio onde eram mantidos os presos políticos - e derrubaram o autoritário regime monárquico.
Portanto, Mestre Apóstolo, o crime cometido em situações extremas, pode, no futuro, ser reconhecido como ato heróico.
Prefiro crer que os mártires torturados e assassinados pela ditadura militar não eram criminosos, ms patriotas, que lutavam pela liberdade do nosso país.
Podiam estar equivocados em seus métodos, mas não creio que alguém deixará de lhes reconhecer a coragem.
Dilma viveu esse momento extremo. Lutou contra a ditadura e o arbítrio e hoje transita, serenamente, dentro do jogo democrático.
Por isso, merece o meu respeito. E também o meu voto de confiança!
Um fraterno abraço a todos os amigos, especialmente ao Pitta, cuja visão de mundo se afina, sobremaneira, com a forma como penso o país!
Obrigado por estarem aqui e por me ajudarem nessa reflexão!!!
A democracia se constrói dessa maneira!!!
Estimadíssimo ÉRICO:
Como eu aprecio mentes que sabem pensar e bem escrever o que pensam ! ! !
No texto de meu comentário anterior, em nenhum momento referí-me a sequestros, assassinatos, assaltos a bancos, roubos, falsificação de identidades e demais atos criminosos associando-os à candidata Dilma ou a qualquer outra figura.
Quando você faz essa associação em seu texto, deve saber porquê.
Em nenhum momento fui ou sou leitor de pasquins de direita ou de esquerda, até porque globos, estadões, folhas e demais "fazedores de opinião" direitistas ou esquerdista sempre me repugnaram, pelo evidente maniqueismo.
Se, por um lado e diante da baderna vivida pelo Brasil desde 1962/1963 (e eu sofrí muito tendo que trabalhar e conviver com depredações, bombas, tiros e outras "ações"), as Forças Armadas entraram em cena e deram "um golpe", nada justificou a barbaridade, o crime, de não devolver o poder ao Congresso para novas eleições, no âmbito da disputa DEMOCRÁTICA. Da mesma forma e em que pesem quaisquer augumentos e raciocínios, nada justificou os atos criminosos da esquerda, anteriores ao 1º de abril de 1964 e posteriores.
Entendo que na idade dos quase 20, vinte e poucos ou 30 anos, as ilusões marxistas levem tantos jovens a aliarem-se à esquerda; é a idade do idealismo irresponsável, em que outros "pensam" pelo jovem e estes seguem "líderes"; mas, repito, nada justifica o cometimento de crimes, que o foram, por maior que seja o esforço linguístico para "apelidá-los" de luta democrática, que não foi.
Os discursos podem ser bem razoáveis, brilhantes, mas não existe opção razoável para a verdadeira DEMOCRACIA que a luta no campo das idéias = ai se pode morrer pelo Brasil, com honra sem crime.
Regimes militares, luta armada e criminosa da esquerda, fideis castros, guevaras, washingtons, tudo é farinha do saco anti-democrático.
Respeito suas crenças, meu querido ÉRICO, mas DEMOCRACIA não aceita rótulos nem condições vigentes.
DEMOCRACIA não é condição moral, sempre relativa, mas ÉTICA, completamente absoluta.
Como sempre você escreve muito bem e não sem motivo eu o estimo.
Caro Apóstolo,
Além de ser a pessoa extraordinária que é, seu apreço pela democracia somente me faz admirá-lo ainda mais!
Concordo com praticamente tudo o que você disse, especialmente com a importância de não se relativizar a democracia, que é um valor absoluto e inalienável.
Felizmente hoje os tempos são outros, bem diferentes daqueles em que vivíamos em 64. As instituições se fortaleceram e episódios como "golpe de estado" ou "luta armada" estão completamente fora de cogitação.
O debate hoje se dá no campo das idéias e de programas de governo, embora haja, por parte da mídia, uma indiscutível tentativa de glorificar uma candidatura e satanizar outra, em uma prática francamente anti-isonômica.
Apenas acho que, em situações extremas, nas quais é a própria liberdade democrática que se vê cerceada, onde o arbítrio e a truculência são mecanismos do Estado usados contra o cidadão - como, por exemplo, na França Pré-Revolucionária ou na África do Sul do apartheid - é moralmente aceitável que o povo espoliado e oprimido reaja de maneira mais veemente, usando até mesmo métodos violentos contra aqueles que o tiranizam.
No mais, assino embaixo de tudo o que você escreveu e espero que o nosso país aprenda as lições do passado e possa construir um futuro democrático, soberano e justo, independentemente de quem chegue ao poder.
Um fraterno abraço e obrigado por compartilhar as suas idéias com od fregueses do jazzbarzinho - afinal, já viu barzinho sem discussão política? :)
É uma contradição, mas... mais clichê que isso, quem quiser que cite outro: não se chega a uma democracia perto da ideal apenas no campo das idéias, sem derramamento de muito sangue - e infelizmente, uma pantagruélica quantidade de sangue inocente... E, “apenas”, quando falamos em idéias, porque falamos da raça humana, ora! Mas, aqui se fala muito de um passado remoto, q certamente justifica bens e males que vivemos hoje... Sinceramente, não tenho a menor paciência. A questão é: E.D.U.C.A.ÇÃO, cultura! Com estes ideais, o fomento da noção de civilidade nas pessoas. Um choque de cultura – aqui no Rio lançaram um tal “choque de ordem” e quiseram até eliminar os vendedores de coco das nossas praias – ou seja, o avesso do avesso do que seria um choque de cultura, civilidade e educação...
A idéia, de mestre Apóstolo, creio, passa por aí: democratizar a informação, a cultura, a educação – não necessariamente nessa ordem – e talvez até, tudo ao mesmo tempo agora!
Mas, agora... acreditar que o PT, uma partido, na melhor das hipóteses, mergulhado e comprometido com os bens de produção, com tudo que está ligado ao operariado, indústria, produção em larga escala, quem sabe, o saber acondicionado em embalagens pet!... Não há contra-senso maior, para libertários como o meu amigo Érico Sam, meu grande amigo, da Rede, um dos melhores...Por quem eu tenho o maior respeito - em todos os campos - acreditar que essa trupe de encapacetados (rarara, como diria um lá da Foha) “emcapacetados”, ta pertinho, né? Enfim, acreditar que serão eles que farão a revolução pacífica cultural que o pais urgentemente necessita, é tão estapafúrdio, como os duendes da Xuxa. Aliás, minto. Os duendes existem, a xuxa é a abstração!
Só que ela não quer governar o pais...
Ô Mr. San,
Que é isso? Senti no termo "encapacetados" um quezinho de preconceito - este sim francamente incompatível com o grande Garimpeiro de Todos os Sons.
Não sou advogado de defesa do PT, mas tenho um grande respeito por muitas pessoas que estão lá dentro. O partido foi fundado não apenas por operários e camponeses, mas também por intelectuais da estatura de um Sérgio Buarque de Holanda ou de um Hélio Bicudo.
Acho que o PT amadureceu, abandonou o sectarismo, tirou um certo ranço de que apenas eles são os donos da verdade. Aprendeu a conviver democraticamente - embora possa ter lá dentro algumas pessoas com tendências autoritárias, mas isso é minoria. Boa parte dos "radicais" migrou para siglas como PSOL ou PSTU.
Acho que a educação e a cultura devem ser prioridade em qualquer governo. A democratização da banda larga, por exemplo, é uma forma rápida e barata de levar a milhões de pessoas o acesso a bens culturais de qualidade.
Não alimento ilusões, mas tenho uma grande esperança de que a nossa cultura receba um tratamento mais cuidadoso.
Existe um projeto no Ministério da Cultura, de pequeníssima visibilidade porque a mídia prefere as Ivetes, que revitaliza as bandinhas e coretos das pequenas cidades, fornecendo instrumentos musicais, partituras, etc.
São pequenas ações, quase anônimas, mas que mostram que é possível fazer uma revolução silenciosa, sem espalhafato.
Que venham muitos outros projetos, festivais de música erudita e jazz capazes de levar ao povão formas musicais dignas, capazes de formar novos ouvintes.
Que venham projetos para valorização da leitura, para incentivo a essa forma essencial de transformação do homem.
Sinceramente, estou esperançoso por dias melhores. Abração!
Seu Sam, quer me ver de veias saltadas no pescoço, é falar sobre o PT. Você que é amigo, deve compreender e eu sei que compreende. Só pra teres uma noção, o PT pra mim, é como o Kenny G no jazz... rs... Como vc se sentiria, numa mesa de bar, se alguém saísse em defesa da qualidade artistica e inda por sobre, jazzistica do som do Kenny G? Me perdoe a minha limitação. Mas se considero, uma limitação, já é um pontinho a meu favor, pegue-se pelo lado bom. Rs...
Mas veja, eu não me ligo a partidos políticos, e considero sábio de minha parte, não me ligar ou dar prioridade às idéias de um partido. Não te disse que mesmo sempre detestando o PT (nem sei porque, nunca fui tão ligado a política para desenvolver tal aversão, é puro instinto mesmo)... Mas mesmo odiando o PT, briguei pelo Lula, contra o Collor. Ajudei a eleger o Lula, no 1º mandato... Naquele momento, muito desconfiado, mas confiei, seu Érico Sam! E isso porque? Minha fé está no indivíduo, nunca no partido. Ainda mais agora, a coisa de no máximo 10 anos, quando os partidos tornaram-se cada vez mais fragmentados...
Pra mim não há mais esquerda nem direita. O que há é o centro, que deveria tender para a esquerda ou à direita de acordo com a situação. É assim que uma cabeça centrada se comporta, meu amigo. O centro nunca é uma idéia de toda ruim, jamais radicaliza. Na filosofia budista, fala-se no "caminho do meio", nada também, a ver com encima do muro. Acredito no indivíduo q se liga a outros cidadãos semelhantes para fazer deste um mundo mais justo. Claro que existe uma base partidária ideológica, um partido (quase obrigatório) ao qual o indivíduo pertence. Mas se não há uma boa dose de independência não haverá um bom governo.
Não tenho essa noção histórica que tens, tudo que sei está muito na superfície das coisas. Diria o Cony, nas espumas. Mas confio na minha intuição. E principalmente, no perigo que significa uma reeleição do PT. Tomara que você esteja certo, mr. Érico e o que vem por aí, seja pelo bem do nosso povo. Mas, por exemplo, estou muito mais pra Arnaldo Jabor do que para Helio Bicudo.
Quanto aos encapacetados, modéstia a parte, considerei um delicioso jogo de palavras, que dizia sobre incapacitados mesmo.
Mas no fim das contas, não vejo a hora de tudo acabar em jazz.
Eu também, Seu San!
Eu também!
Mas tire essa "ódia" do coração, tome um chopp bem gelado no Dudu e ouça o Hank Jones In Japan (achei no Amazon, usado, a 9 doletas!!!).
Abração!
Putz! Conseguiu? Isso é q é conquista independente! E isso q é papo bom! Então me diga, quanto no todo pagou pelo disco? Pois dele não encotrei ne a foto da capa em temanho bom pra fazer eu mesmo o meu genérico com capa original. Diga, seu San se há mais do mesmo a esse preço e quanto saiu a raridade, em reais, com todas as despesas incluidas.
E eu q sou o garimpeiro?...
Ah, meu ódio é inofensivo, seu San, uma coisa meio Urtigão, lembra?
Mas atenha-se nas informações: encontro mais do mesmo ao mesmo preço, quanto em dinheiro real do FHC?... rs múltiplos!
Abraços
Ficou em cerca de R$ 15 doletas, que ao câmbio de R$ 1,75 não chega a R$ 26,00. Preço de um cd nacional.
O link é: http://www.amazon.com/Japan-Hank-Jones/dp/B0000261K7/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1285857850&sr=1-1
Quando chegar - daqui a um mês, mais ou menos, posso scanear a capinha e te mandar.
Abração!
Erico,
em 2002 ,um pouco antes da eleição que deua Lula seu primeiro mandato um ingles que mora no Brasil ha alguns anos me falou uma coisa que e' de uma logica irrefutavel e ao mesmo tempo e' daqueles obvios que ninguem ve: Segundo o ingles , Lula veio de um sindicato ligado a industria ,a manufatura. Esse setor da economia segue uma logica bem simples:coloca-se materia prima de um lado e sai um produto industrializado do outro, assim numa visão geral. Lula teria então "gravado" em seu "HD" essa logica simplista. Acho que o ingles tem razão, ressaltando-se que ha coisas muito boas a serem destacadas nesses 2 mandatos de Lula. E muitas coisas ruins tambem.
...
CAros senhores,
Acabo de ler no jornal Folha -- pasmem, foi mesmo a Folha de SP -- que o SERRA LIGOU PARA O MINISTRO GILMAR MENDES, DO STF, PARA PERDIR VISTAS CONTRA A VOTAÇÃO PELA EXIGÊNCIA DE DOCUMENTOS PARA VOTAR -- detalhe: a votação, que ja estava 7x0, foi interrompida imediatamente e, agora, só depende de Gilmar para que se conclua.
Ao que tudo indica, a exigência de apenas o documento RG para votar é, quase unanimamente, o anseio do STF e da população, mas parece que o SR Serra e o SR Gilmar Mendes conspiram em conjunto contra a votação, já que isso daria ainda mais votos à candidata Dilma.
Ora, agora me diga os senhos que são mais experts na legislação:
ISSO NÃO É TRÁFICO DE INFLUÊNCIA DOS GRAVES?
A mídia, em dua maioria direitista, ainda não fez nenhum grande alarde sobre com o assunto. Mas se fosse a Dilma que tivesse ligado para o ministro Joaquim Barbosa, cairiam de unhas, paus e dentes pra tentar puní-la.
Logo ele, Serra, que se auto-proclama o exemplo mor de um político ficha limpa...
Prezados COMENTARISTAS (com letras maiúsculas, pelo que defendem a DEMOCRACIA):
Tendo vivido, estudado, lido, escutado, discutido, escrito, trabalhado e sofrido nos anos 50 do século passado (e ai me dou conta de que devo ter saido do sarcófago já há alguns anos), em meus doces, "duros" e sonhadores 20 a 30 anos, pude presenciar ainda que com pouca participação a queda do bêbado e louco Jânio (em quem não votei), o hiato até que Jango voltasse à presidência em semi-parlamentarismo, o início da revolução de esquerda (com o alvorecer das depredações, assaltos, badernas, sequestros,roubos e outros CRIMES que tais, que impediam o Brasil de caminhar e devidamente patrocinados e insuflados por "governantes" mais que anti-democráticos, pelo menos 02 anos antes do 1º de abril de 1964), que culminou com a intervenção constitucional obrigatória das Forças Armadas nacionais para restabelecer a ordem; após a intervenção mais que necessária, seguiu-se o CRIME das Forças Armadas permanecerem no poder, ao invés de devolverem este ao Congresso para nova eleição, retornando-se ao parcialmente estado democrático.
Quando digo parcialmente democrático, refiro-me ao estado de coisas que perdura até hoje com um regime "presidencialista" (e como se discute a figura do Presidente ou dos candidatos a tal...), enquanto toleramos um Congresso amorfo e um Judiciário atolado por leis que cumprem o papel de "dar de comer" a advogados, enquanto plenas de possibilidades de recursos intermináveis.
(continua)
(sequência)
Por mais que exija esforço continuado, exaustivo, diuturno, mas firme e sempre alerta, a DEMOCRACIA tem que ser alcançada, com a plenitude dos 03 Poderes, inter-dependentes, atuantes, capazes de eliminar por asfixia profilática e mentalmente sanitária quaisquer tipos e classes de Hitler, Mussolini, Collor, Sarney, Stalin, Renam Calheiros, Barbalhos, Fidel, Chavez, "Toninho Malvadeza" vivo ou morto, enfim, todos os diretamente atuantes e/ou representantes de assassinos, pelegos, corruptos e "coronéis".
Quando assumo a postura de não tolerar quaisquer tipos de CRIMES, travestidos de "luta democrática", é porque jamais aceitei que os fins justifiquem os meios. Imagine, meu mais que estimado e admirado ÉRICO, que um Funcionário demitido de uma Empresa, não tendo recebido em sua quitação essa ou aquela verba indenizatória, adentre com uma reclamação trabalhista em uma JCJ; como o Magistrado desta tarda em prolatar a sentença (normal pelo volume que enfrentam nossos Juizes de 1ª e demais instâncias), o Funcionário arma-se, invade a Empresa, rende o Empresário, faz com que abra o cofre e dalí retira o valor que lhe é devido ! ! !
Utilizou o meio CRIMINOSO para obter o fim; parece "justo" ??? É possível que muitos pensem que sim, mas na verdade foi cometido um CRIME e nada, absolutamente nada, nenhum tipo de argumentação ou raciocínio humano, lógico,bem alinhavado, podem desculpar o CRIME.
É importante ouvir com atenção o depoimento de um dos integrantes do sequestro do Embaixador Americano durante o período do regime militar = Fernando Gabeira (conforme você saberá, o episódio foi objeto do longa-metragem "O Que é Isso Companheiro"). Em longo depoimento Gabeira desmascara essa tal de "luta pela democracia", em que os líderes lutavam claramente pela implantação de um regime de exceção, tão criminoso quanto o regime militar, hoje travestidos de "democratas". Os líderes daquela época "fizeram a cabeça" de tantos e tantos inocentes úteis, muitos dos quais servindo de "bucha de canhão", enquanto poucos daqueles líderes efetivamente "foram à luta". Poucos daqueles líderes de então estavam nas "diretas já", poucos com o Congresso funcionando ainda antes do AI-5, foram capazes de "lutar idéias", poucos pensavam na efetiva DEMOCRACIA.
Hoje é fácil "criar versões", já que o brasileiro é medianamente jovem, esquece com facilidade, desfruta do pão e circo com muita "esperteza" e aliena-se com as novelas da Globo, com o consumismo, com a falsa música caipira, com o rap, com a ausência do samba de raiz, com os pasquins de ocasião, com a não-cultura, com tudo aquilo que é atributo do "não-pensar".
Nem direita, nem esquerda, nem centro = viva o Brasil, viva a DEMOCRACIA, que cedo ou tarde alcançaremos.
Em tempo e antes que me esqueça = (01) necessitamos cada vez mais de menos Estado, um voraz consumidor dos recursos gerados por nosso esforço, assim como um produtor nulo ou incompetente de bens e serviços; (02) necessitamos acabar com o apelidado "Ministério da Educação", criando um Ministério de Instrução que ajude a "fazer pensar"; "EDUCAÇÃO" é matéria doméstica e, se não o for, não há instrução que eduque e forme CIDADÃOS.
Estimado ÉRICO, creia que o estimo muito acima de quaisquer "slogans".
(sequência)
Por mais que exija esforço continuado, exaustivo, diuturno, mas firme e sempre alerta, a DEMOCRACIA tem que ser alcançada, com a plenitude dos 03 Poderes, inter-dependentes, atuantes, capazes de eliminar por asfixia profilática e mentalmente sanitária quaisquer tipos e classes de Hitler, Mussolini, Collor, Sarney, Stalin, Renam Calheiros, Barbalhos, Fidel, Chavez, "Toninho Malvadeza" vivo ou morto, enfim, todos os diretamente atuantes e/ou representantes de assassinos, pelegos, corruptos e "coronéis".
Quando assumo a postura de não tolerar quaisquer tipos de CRIMES, travestidos de "luta democrática", é porque jamais aceitei que os fins justifiquem os meios. Imagine, meu mais que estimado e admirado ÉRICO, que um Funcionário demitido de uma Empresa, não tendo recebido em sua quitação essa ou aquela verba indenizatória, adentre com uma reclamação trabalhista em uma JCJ; como o Magistrado desta tarda em prolatar a sentença (normal pelo volume que enfrentam nossos Juizes de 1ª e demais instâncias), o Funcionário arma-se, invade a Empresa, rende o Empresário, faz com que abra o cofre e dalí retira o valor que lhe é devido ! ! !
Utilizou o meio CRIMINOSO para obter o fim; parece "justo" ??? É possível que muitos pensem que sim, mas na verdade foi cometido um CRIME e nada, absolutamente nada, nenhum tipo de argumentação ou raciocínio humano, lógico,bem alinhavado, podem desculpar o CRIME.
É importante ouvir com atenção o depoimento de um dos integrantes do sequestro do Embaixador Americano durante o período do regime militar = Fernando Gabeira (conforme você saberá, o episódio foi objeto do longa-metragem "O Que é Isso Companheiro"). Em longo depoimento Gabeira desmascara essa tal de "luta pela democracia", em que os líderes lutavam claramente pela implantação de um regime de exceção, tão criminoso quanto o regime militar, hoje travestidos de "democratas". Os líderes daquela época "fizeram a cabeça" de tantos e tantos inocentes úteis, muitos dos quais servindo de "bucha de canhão", enquanto poucos daqueles líderes efetivamente "foram à luta". Poucos daqueles líderes de então estavam nas "diretas já", poucos com o Congresso funcionando ainda antes do AI-5, foram capazes de "lutar idéias", poucos pensavam na efetiva DEMOCRACIA.
Hoje é fácil "criar versões", já que o brasileiro é medianamente jovem, esquece com facilidade, desfruta do pão e circo com muita "esperteza" e aliena-se com as novelas da Globo, com o consumismo, com a falsa música caipira, com o rap, com a ausência do samba de raiz, com os pasquins de ocasião, com a não-cultura, com tudo aquilo que é atributo do "não-pensar".
Nem direita, nem esquerda, nem centro = viva o Brasil, viva a DEMOCRACIA, que cedo ou tarde alcançaremos.
Em tempo e antes que me esqueça = (01) necessitamos cada vez mais de menos Estado, um voraz consumidor dos recursos gerados por nosso esforço, assim como um produtor nulo ou incompetente de bens e serviços; (02) necessitamos acabar com o apelidado "Ministério da Educação", criando um Ministério de Instrução que ajude a "fazer pensar"; "EDUCAÇÃO" é matéria doméstica e, se não o for, não há instrução que eduque e forme CIDADÃOS.
Estimado ÉRICO, creia que o estimo muito acima de quaisquer "slogans".
Concordo com quase tudo. E com o que não concordo, é provável, não tenha entendido bem. Mas ficou vazia uma cadeira ao lado do Hitler, ou entre este e a do o Stalin: a cadeira cativa, onde lê-se o nome do Zé Dirceu.
E, pois é, como pude esquecer! Quando o Lula sair, o troninho dele, já está reservado. Bem ao lado do Mao.
Caros senhores,
Não entrarei em discussão com quem quer que seja, porém registro tão-somente uma verdade incontestável ignorada no Brasil (por conveniencia, claro)
- País em que o voto é obrigatório, NÃO É DEMOCRACIA!
Caros Pitta, Apóstolo, Sérgio e anônimo,
Bem-vindos a bordo!
Mr. San, que idéia essa, Sô - só posso atribuir essa declaração a uma brincadeira. Pergunte a qualquer sobrevivente de um campo de concentração alemão ou de Gulag soviético o que é totalitarismo e eles lhe dirão o que é. Se você não concorda, peço apenas que me apresente um exemplo concreto de:
a) um campo de concentração onde tenham morrido milhares de brasileiros perseguidos pelo Mao-Hitler-Stálin brasileiro;
b) uma etnia ou grupo social perseguido e/ou exterminado como foram os judeus e ciganos na Alemanha hitlerista;
c) um grupo de opositores que tenha sido dizimado como o partido nacional-socialista fez com comunistas ou social-democratas na Alemanha;
d) mostre-me algo parecido com os expurgos stalinistas, em que até mesmo as fotos dos adversários políticos eram apagadas dos registros oficiais;
e) uma tentativa de censura a veículo de comunicação ou jornalístico, feita por mão própria (empastelamento de jornais, cassação de concessão de TV - coisas ffeitas com freqüencia na Venezuela de Chavez) ou através de medida judicial;
f) uma único dissidente que tenha sido assassinado - aqui no Brasil ou fora dele - pela "ditadura lulista", como costumava fazer o KGB;
g) alguém que tenha sido preso por manifestar opinião contrária ao governo, como ocorre em Cuba ou na Arábia Saudita - essas sim, duas ditaduras contemporâneas, uma de esquerda e outra de direita;
h) perseguição a artistas e intelectuais, em processo de doutrinação e submissão ideológica, como houve na China de Mao, durante a Revolução Cultural;
Bom, agradeceria se me apresentasse essas informações e o fizesse com dados confiáveis. No mais, tenho - e não estou só nessa minha convicção - a certeza de que o país vive sim um momento democrático e de respeito institucional. Podemos não ter ainda a maturidade democrática de uma Suécia ou de uma Noruega, mas estamos muito mais próximos desses países que de regimes totalitários como a Coréia do Norte. O ódio não pode embotar a visão de mundo. José Dirceu responde a um processo criminal por corrupção e cabe ao STF julgá-lo criminalmente.
O julgamento moral, feito pela sociedade, já foi suficiente para levá-lo ao ostracismo político. Não creio em sua volta em um eventual governo Dilma - até porque ela é mais próxima da ala moderada de um Fernando Pimentel ou de um Antônio Palocci (outro que deve responder na justiça por seus atos, se provado que partiu dele a ordem da quebra do sigilo bancário do caseiro).
(cont.)
(cont.)
Quanto à hipótese de que o candidato Serra tenha pedido ao Min. Gilmar que suspendesse o julgamento, o fato é grave, mas precisa ser apurado. Se comprovada a existência do tal telefonema, creio que há, sim, evidência de delito penal - provavelmente, prevaricação. Mas é preciso que isso fique provado, ok? Não se pode cair na mesma prática da direita raivosa, de acusar sem provas ou de crer que toda denúncia seja verdadeira. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém!
Mestre Apóstolo, é claro que o exercício arbitrário das próprias razões é uma prática condenável. Inclusive, é crime definido em lei. Mas razoabilidade e a sensibilidade para com os dramas do próximo nem sempre são características dos governantes. Durante muito tempo o monarca acreditava ter um direito divino. Não fossem as Revoluções Liberais do século XVIII (Francesa e Norte-Americana), que impuseram limites à autoridade real e abriram - com sangue, é verdade - o caminho para o moderno modelo de democracia ocidental, talvez ainda vivêssemos como os franceses de antes de 1789 - subjugados por um Estado violento, impiedoso e corrupto, onde tudo o que era produzido pertencia ao soberano e não ao povo.
Mr. Anônimo, acho que o caminho natural é esse: tornar facultativo o direito de voto. Espero que caminhemos para isso brevemente.
No mais, acho que foi extremamente válida esta discussão, feita sempre em alto nível e de forma muito respeitosa.
Como hoje é outro dia e outro mês, o blog volta, com muita alegria, ao nosso querido jazz!
Um fraterno abraço a todos!
E o debate ontem, o que foi aquilo, meu professor? Uma ação entre amigos? Não era a chance da imprensa comprometida com o PSDB - a última chance, como a Globo, escancaradamente manipulou, na época do Collor - dar outro golpe, favorecendo o Serra? E o que aconteceu ontem, seu Sam? Com as rígidas regras do debate, Dilma Ducheff, deitou e rolou, certo? Ou vimos edições diferentes do mesmo debate? Ai dirão o quê? Que a candidata foi “bem” porque ela é preparada? Meu grande amigo, Érico, você realmente acredita que a Dilma está preparada para governar, com independência, este país? Independência para quê? Você, meu caro, realmente acredita que aqueles dossiês que a chefe da casa civil mandou a dona Erenice - essa, enfiada até o cucuruto em escândalos - preparar, é tudo intriga da oposição? São factóides criados pela imprensa comprometida com os neoliberais?
No fim das contas, a posição simples que quis defender, é a de que, fosse o Lula um grande estadista (a tal história do indivíduo apenas comprometido com o melhor para o seu povo/nação) com a popularidade adquirida ao longo de seus 2 mandatos (SE) por merecimento fosse, estaríamos caminhando pros tais 50 anos em 5 do JK. E com 8 anos já capinados, estaríamos ai, mais de 80 anos adiante do mundo! Ao contrário, estamos todos entregues, novamente e com menor competência, a pior corja de Coronés que o país já reuniu, desde o regime de exceção – com o auxílio luxuoso nos próximos 4, dos alopradossauros do PT.
Como diria o Jô, "Tira o tubo que eu quero partir!
Mais que estimado ÉRICO e comentaristas:
E vamos ao JAZZ (Cannonball Adderley nos espera), que é DEMOCRÁTICO, sem censuras, universal, distribui amor, encantamento, reflexão sadia, contemplação e não pode ser aviltado por nenhum tipo de espírito menor.
A ARTE POPULAR MAIOR foi, é e sempre será um ESTADO DE DIREITO ESPIRITUAL.
O resto são acidentes passageiros (durem 05 minutos ou 50 anos), que a cultura do fazer bem sempre termina por transformar em pó.
Caro Érico,
Aproveito para narrar um epísódio ocorrido comigo em 1977, ao ser intimado a comparecer no DOPS. Nessa ocasião, trabalhava no Jornal do Brasil escrevendo sobre jazz e música instrumental brasileira.
Ao receber a intimação, fiquei bastante apreensivo, pois, apesar de não escrever sobre política, vários colegas jornalistas (entre eles o saudoso João Saldanha) foram brutalmente espancados, não tendo a mínima idéia sobre a razão da intimação. Em meu nervosismo, cheguei a considerar a possibilidade de alguém denunciar-me de alguma coisa. Meus colegas do JB, inteirados do assunto, tentarem acalmar-me dizendo que deveria ser um engano.
Não dormi aquela noite e na manhã seguinte bati com meus costados no tétrico prédio do DOPS, na Rua da Relação. Apresentei-me com a intimação e fui encaminhado à ante-sala de uma patente militar, na qual permaneci mais de 3 horas antes de ser chamado pelo ordenança do mesmo.
Ao entrar, o militar lia algum papel e, sem levantar os olhos, fez-me um sinal para sentar em frente à sua mesa. O homem demorou na leitura e eu, confesso, suava frio...
Finalmente, após um tempo que pareceu uma eternidade, chamou o ordenança pedindo que colocasse um pacote na sua mesa. Este, qual um fiel cão de guarda, sempre perto do superior, pôs o pacote na mesa.
Então perguntou-me nome, endereço, profissão, etc. e confirmou que o tal pacote (que era enorme) viera do exterior para mim, indagando se sabia qual era seu conteúdo. Olhando o pacote veriquei que continha 12 volumes de uma discografia de jazz que comprara na Dinamarca.
Disse-lhe do que se tratava. Ele perguntou o que era uma "discografia de jazz" e, pacientemente, algo mais calmo, expliquei-lhe. Imdiatamente ordenou ao cão de guarda que abrisse o pacote. Feito isto, folheou o primeiro volume, sempre com o cão de guarda em pé a seu lado. Observando que ao lado do nomes dos temas de jazz gravados em determinados discos havia um número de oito algarismos, perguntou o que significavam.
Sempre atento, o cão de guarda, querendo mostrar serviço, no alto de sua sabedoria disse:
- Talvez sejam códigos, é melhor o senhor apurar isso.
Então expliquei que eram os números das matrizes de cada disco, para decepção do cão de guarda.
Ao ouvir isso, o militar comentou que não imaginava existirem discografias de música.
Mais aliviado, respondi que isso era comum em todo o mundo, inclusive em música brasileira.
- Inventam cada coisa, não é, coronel ? Falou o cão de guarda que não perdia ocasião para ser simpático ao seu superior.
Considerando-se satisfeito com as explicações, o coronel ordenou ao cão de guarda que fechasse o pacote para liberar-me.
(CONTINUA)
Érico e demais amigos,
(CONTINUAÇÃO)_
(CONTINUAÇÃO)
Feito isso, disse-me que eu estava "dispensado".
Antes de sair indaguei-lhe o motivo por ter sido intimado, ao que esclareceu:
- O pacote veio da Dinamarca, que é a maior exportadora de livros pornográficos do mundo, por isso o chamamos.
Deixando o tétrico prédio, fui ao JB onde meus colegas logo me cercaram para saber o que ocorrera.
Contei tudo nos mínimos detalhes, ocasionando risos da maioria e alguma indignação dos mais contidos.
No dia seguinte, para grande surpresa minha, levei um enorme susto ao ler a coluna do meu grande amigo Mario Pontes, que narrou todos os detalhes da minha ida ao DOPS. Fiquei petrificado, especialmente pela sua última frase.
- Você está louco ? Agora vão chamar você e eu, sabe lá o que nos acontecerá ?
Fleugmático, com aquela voz tranquila de sempre, Mario Pontes sentenciou:
- Deixe de ser apavorado e fica frio. Esses milicos são uns quadrupedes e nada vão perceber.
Afinal, o que escreveu Mario Pontos ?
Nada mais que isso:
- Um crítico de jazz carioca foi intimado a comparecer no DOPS, onde foi interrodgado sobre um pacote de discografias de jazz que comprara na Dinamarca.
Daí em diante narrou praticamente tudo que relatei acima, terminando com esta frase, que deixou-me transtornado:
- Após o interrogatório a que foi submetido, o referido crítico retirou-se do DOPS pensando com seus botôes: "Ser ou não ser crítico de jazz em país subdesenvolvido, eis a questão!"
Desculpem intrometer-me após muitos de vocês comentarem estritamente o momento de eleições em nosso país.
Embora supondo que todos vocês saibam o que era o Brasil naquela época, e certamente não corremos perigo de que isso se repita, ainda assim não perdi a mania de dar palpite em tudo (ou quase tudo).
Desejo felicidades a todos e que a eleição resulte em incontáveis benefícios para o povo brasileiro, independente de quem vencer.
Keep swinging,
Raffaelli
Caros Sérgio, Apóstolo e Raffaelli,
Acho que nossas discussões políticas tem sido mais que proveitosas - apenas continuo achando que essa sua birra com o PT tá meio estranha, Mr. San - haveria na jogada alguma bela militante de olhos verdes e sorriso de ninfa, que teria partido o Sonic-Hart?
De qualquer forma, o depoimento do mestre Raffaelli ajuda a mostrar o que é o arbítrio e o autorismo estatal. Imaginem quantas e quantas cenas como essa - até mesmo com violência física - não teriam se sucedido por esse Brasil afora durante os Anos de Chumbo.
Felizmente os tempos são outros e não há mais esse risco por estas plagas, como bem observou o nosso querido Mestre.
E estou esperançoso de que o novo governo seja bom e positivo. Se Dilma evitar a tentação autoritária (há sempre esse risco, embora não creia que isso tenha qualquer possibilidade de acontecer), se conseguir tirar mais alguns milhões de brasileiros da miséria, se gerar mais alguns milhões de empregos e avançar no combate à desigualdade social, já será um grande avanço.
Mantenhamos a esperança por dias melhores e fiquemos atentos.
Um fraterno abraço!
Prezados:
Antes que a democracia acabe no Brasil, pensei em fazer um longo comentário sobre os dias sombrios que se avizinham (para as liberdades individuais, para a imprensa livre e verdadeiramente não-governamental , para as instituições, para a livre iniciativa, para o empreendorismo livre dos favorecimentos governamentais, para a democracia, enfim). Mas não teria muita coisa a mais a dizer além do que o APÓSTOLO e outros já disseram. Dando meu total apoio a esses comentaristas, finalizo com alguns destaques:
1- Os fins não justificam os meios;
2- Muitos dos que se opunham à ditadura militar, usando para isso de meios os mais abjetos possíveis (assassinatos, sequestros, etc, de inocentes) não lutavam pela democracia, mas lutavam para implantar uma ditadura tão perversa, ou até mais perniciosa, do que a militar;
3- As constantes e persistentes tentativas de implantar a democracia direta -- tão a gosto de Chavez, Correa, Evo --, quando convenientes a seus objetivos totalitários, fazem da esquerda latinoamericana um dos maiores perigos para os valores democráticos.
Abraço a todos,
Takechi
Tá vanai, seu Sam?
Bem, teremos um 2º turno. Na minha opinião neoliberal, nem tudo está perdido.
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