Yusef Lateef não gosta da palavra “jazz” pois, segundo ele, rótulos são sempre muito perigosos e acabam por impor, ainda que inconscientemente, limites à criatividade artística. Daí porque ele nunca se restringiu a estilo ou tendência, embora tenha transitado com absoluta maestria pelas mais diversas correntes do jazz e de outros estilos musicais. Para além da religião islâmica, que abraçou ainda nos anos 50, seu verdadeiro credo é a música e sua profissão de fé é levá-la ao maior número possível de pessoas.
De fato, Lateef sempre foi considerado um músico sem fronteiras. Um espírito inquieto e desprovido de preconceitos, cuja força motriz parece ser desbravar territórios musicais inexplorados. Não é à toa que foi um dos primeiros músicos norte-americanos a despertar para a riqueza rítmico-harmônica da música oriental e inserir elementos de música árabe, indiana e japonesa, por exemplo, na linguagem do jazz.
Também teve uma importância capital na utilização de instrumentos pouco comuns ao idioma jazzístico, como o oboé, o fagote, o argol (espécie de clarinete), o shanai (espécie de oboé), o koto e a flauta de bambu. Como se não bastasse, o talentoso multiintrumentista, compositor, educador musical e arranjador, foi pioneiro na busca por novas sonoridades, apontando, ainda no início da década de 60, os caminhos para aquilo que, a partir dos anos 80, seria conhecido como World Music.
William Emanuel Huddleston, seu nome de batismo, nasceu em Chattanooga, Tennessee, no dia 09 de outubro de 1920. Todavia, em 1925 sua família se mudou para Detroit, cidade que lhe despertou o interesse pela música. Em 1932, após a separação dos pais, o jovem William foi morar com o pai em um apartamento próximo ao Arcadia Cinema onde, nas noites de sábado, aconteciam animados bailes, movidos ao som do swing. Ouvir a pulsação dos grupos e orquestras que se apresentavam ali foi uma experiência mágica, que definiu o destino do garoto. Logo em seguida, ele começaria o aprendizado musical.
O primeiro instrumento desejado pelo garoto foi um trompete, mas foi desencorajado pelo pai. Decidiu-se pelo saxofone e seu pai lhe propôs um trato: pagaria metade do valor do instrumento. O garoto passou a vender jornais e a economizar cada centavo, para realizar o sonho de possuir um instrumento. Quando conseguiu juntar 40 dólares, seu pai foi a uma loja de instrumentos musicais e cumpriu a promessa: comprou-lhe, por 80 dólares, um reluzente sax alto Martin.
Aos 20 anos de idade, após concluir o ensino médio e já casado com Sadie Harper, Lateef começou a carreira profissional, tocando no grupo de Amos Woodward, atração fixa do clube Ace High. Também costumava acompanhar cantores de blues como Wynonie Harris. A educação musical era levada a sério, com aulas no Detroit Conservatory of Music, pelas mãos de professores renomados, como Alvin Walls e Teddy Buckner. No início dos anos 40, influenciado por Coleman Hawkins e sua sonoridade robusta, trocou o sax alto pelo tenor.
Em pouco tempo, já se destacava na prodigiosa cena local, onde então pontuavam nomes como Milt Jackson, Hank Jones,Tommy Flanagan, Lucky Thompson e Matthew Rucker. Posteriormente, outros grandes nomes do jazz iriam despontar na Cidade dos Motores e muitos deles tiveram a sua primeira chance profissional em grupos liderados por Lateef, como Barry Harris, Paul Chambers, Donald Byrd, os irmãos Thad e Elvin Jones, Curtis Fuller, Kenny Burrell, Doug Watkins e inúmeros outros.
Durante toda a década de 40, Lateef acompanhou ou integrou grupos e orquestras de gente como Hartley Toots, Hot Lips Page, Roy Eldridge, George Hall, Herbie Fields e Lucky Millinder. Entre 1946 e 1947 morou em Chicago, onde tocou no grupo do baixista Eugene Wright (futuro membro do quarteto de Dave Brubeck), chamado “The Dukes of Swing”. A seu lado, um pianista de temperamento extrovertido e idéias musicais arrojadas, chamado Herman “Sonny” Blount, que passaria à historia como o inclassificável Sun Ra. Em 1949, veio a grande chance de sua carreira: foi convidado por ninguém menos que Dizzy Gillespie para excursionar com sua orquestra, substituindo James Moody.
Dono de uma técnica invejável e profundo conhecedor de todas as vertentes da música afro-americanas, como o blues, o R&B, o gospel e os spirituals, Yusef não demorou muito tempo para firmar seu nome entre os mais disputados músicos da época. Ademais, o trabalho com Dizzy permitiu-lhe conviver diretamente com outros grandes músicos que ali atuavam, como J. J. Johnson, Al McKibbon, Milt Jackson, Ray Brown, Kenny Clarke, Chano Pozo, Johnny Hartman, Sabu Martinez e muitos outros.
No ano seguinte, desligou-se da orquestra de Gillespie e, após tocar algum tempo com Art Blakey, retornou a Detroit, disposto a retomar os estudos musicais. Dois fatos extremamente relevantes ocorreram naquele ano: a conversão ao islamismo, que implicou na adoção do nome islâmico Yusef Abdul Lateef, eis que até então ele usava o nome artístico de William Evans, e o ingresso na Wayne State University, onde estudaria flauta e composição. Também data do início dos anos 50 o interesse pelo oboé, tendo recebido as primeiras lições de Ronald Odemark, músico que integrava a Detroit Symphony Orchestra.
Para dar conta das despesas do lar, arranjou um emprego como operário da Chrysler, ao mesmo tempo em que acompanhava figuras importantes do blues, como T-Bone Walker e Clarence Gatemouth Brown. Além disso, o incansável Lateef ainda encontrava tempo para estudar teoria musical, desta feita na Larry Teal’s School of Music. Ufa!
Apesar da rotina extenuante, tendo que conciliar o trabalho na fábrica com os estudos e a atuação como músico freelancer, Lateef conseguiu imprimir ainda maior dinamismo à carreira solo, criando seus próprios conjuntos e firmando-se como referência de primeira grandeza no cenário jazzístico de Detroit. Alguns de seus mais constantes parceiros, durante os anos 50, foram o trombonista Curtis Fuller, o pianista Hugh Lawson, o baterista Louis Hayes e o trompetista Wilbur Harden. Em 1956 começou a gravar seus próprios álbuns como líder, para selos como Savoy, Riverside, New Jazz, Prestige, Contemporary, Impulse e Atlantic.
Um dos melhores momentos dessa discografia é o fabuloso “Cry! –Tender”, gravado no dia 16 de outubro de 1959, nos estúdios Van Gelder, e lançado pela Prestige. À frente de um quinteto que incluía o trompetista Lonnie Hillyer, o pianista Hugh Lawson, o baixista Herman Wright e o baterista Frank Gant, Lateef utiliza, pela primeira vez em estúdio, o oboé, instrumento que já vinha sendo usado por ele em concertos ao vivo.
A atmosfera do disco é bastante reflexiva e sua sonoridade reflete a influência dos ritmos orientais, sem jamais resvalar no exotismo vulgar. Ao contrário, todas as execuções primam pelo mais elevado bom gosto, da primeira à última faixa. E a primeira é uma versão hipnótica de “Sea Breeze”, de Al Hoffman e Dick Manning, que mescla a sensualidade do oriente com a malemolência do bolero, com um resultado belíssimo. Munido do oboé, o líder cria um clima de encanto e mistério que fascina o ouvinte.
“Cry! – Tender” é, na própria definição de Lateef, um poema tonal, feito após uma visita ao hospital, onde sua esposa estava internada. A composição expressa, a um só tempo, angústia, sofrimento e esperança e essa dicotomia se revela pelo uso do oboé e do sax tenor. Hillyer, então com 20 anos, entrega um dos mais belos solos do álbum, de um lirismo enternecedor. Destaque também para a atuação de Lawson, que acentua as notas graves para criar uma maior tensão e reforçar a intensidade dos sentimentos do líder. Um tema desafiador, mas nunca hermético.
“Dopolous”, baseada no folclore grego, tem uma introdução sombria, feita por Wright, que usa tanto o arco quanto o pizzicato. A flauta é o instrumento utilizado por Lateef, autor do tema, que a emprega com maestria, criando um clima de mistério e espiritualidade. As discretas intervenções de Gant e Lawson ajudam a compor a atmosfera envolvente e lírica.
"Butter's Blues” tem uma estrutura bop mais ortodoxa, mas ainda assim traz inovações, como a bela introdução em ritmo de valsa. Os solos de Wright, Hillyer e Gant, são muito bem construídos e instigantes, mas é o líder, com o seu majestoso sax tenor, quem merece o maior destaque. Sua atuação é nada menos que soberba, uma lição de criatividade, destreza e arrojo capaz de impressionar até o mais experimentado dos ouvintes.
Quando se pensa que um standard gravado centenas de vezes não pode apresentar mais nenhuma aspecto surpreendente, Lateef e seus homens perpetram uma sensacional versão de “Yesterdays”. Novamente com o oboé, o líder é o responsável pela introdução quase etérea, que, aos poucos, dá lugar a uma interpretação bop de excelente cepa. O carismático Hillyer extravasa toda a sua habilidade técnica, elaborando um solo complexo e muito imaginativo.
Bebop de primeira linha também pode ser encontrado em “The Snow Is Green”, com suas linhas sinuosas e quase abstratas. Grandes atuações de Lawson, sempre bastante hábil e criativo, e de Wright que, com seu baixo pululante. O sax tenor de Lateef é inquieto e efusivo, com frases que remetem a outro gigante, Sonny Rollins. A lamentar apenas a curta duração da faixa, com seus pouco mais de três minutos.
Outro momento mágico é a interpretação que o quinteto faz de “If You Could See Me Now”, na qual o tenor de Lateef transborda lirismo e sensualidade. Uma das baladas mais classudas da história do jazz, a composição de Tadd Dameron ganha um arranjo que realça suas qualidades. Piano e saxofone dialogam com elegância superior e Hilyer comete um solo primoroso.
O disco encerra com a deliciosa “Ecaps”, faixa bônus onde a banda que acompanha Lateef é a seguinte: Hugh Lawson no piano, Wilbur Harden no flugelhorn, Ernie Farrow no baixo e Oliver Jackson na bateria. Bebop de elevada temperatura, com um pé no R&B, que nada fica a dever às demais faixas do disco. Harden e Lawson, precisos e nada econômicos, fazem miséria em seus respectivos instrumentos e o líder, outra vez com o tenor, mostra porque é um dos maiores nomes da história do jazz.
Um álbum extraordinário, certamente o mais sofisticado de toda a extensa obra de Lateef e que serviu como ponto de partida para o incensado “Eastern Sounds”, de 1961, provavelmente sua obra mais conhecida. Se a mistura de jazz com música oriental lhe agrada, este disco se casa à perfeição com o seu gosto. Se essa mistura lhe desagrada, este disco certamente irá fazê-lo mudar de opinião.
No mesmo ano, Lateef se estabeleceria em Nova Iorque, tendo causado uma ótima impressão na fervilhante cena jazzística local, não apenas pela excelência de suas habilidades, como, sobretudo, pela capacidade para manejar, virtualmente, qualquer instrumento de sopro, incluindo alguns considerados exóticos ou mesmo alheios ao jazz. Em seus discos, a presença de elementos multiculturais é sempre muito intensa, chegando a provocar reações furiosas de alguns puristas. Por outro lado, o seu mergulho na sonoridade oriental influenciou ninguém menos que John Coltrane e a música profundamente espiritualizada que este faria a partir do início da década de 60, especialmente em sua fase na Impulse.
No início da década seguinte, apesar de haver integrado os conjuntos de Charles Mingus, Donald Byrd e Cannonball Adderley, não deixou de gravar e excursionar com seus próprios combos. Não obstante, além da carreira solo, continuou a ser um requisitado acompanhante, gravando com músicos do quilate de Doug Watkins, Miles Davis, Babatunde Olatunji, Clark Terry, Randy Weston, Grant Green, Freddie Hubbard, Art Blakey, Buddy DeFranco e muitos outros. No final da década, gravou alguns álbuns bastante impregnados de funk, soul e R&B, como “The Blue Yusef Lateef” e “Yusef Lateef Detroit’s”, que tiveram boas vendagens mas, novamente, receberam críticas acerbas por parte dos puristas.
Lateef resolveu dar continuidade aos estudos na reputada Manhattan School of Music, onde graduou-se em Teoria Musical em 1969, concluindo o mestrado em Educação Musical no ano seguinte. Em 1975 doutorou-se em Educação pela University of Massachusetts, e a sua dissertação,“An Overview of Western and Islamic Education”, é considerada obra de referência. Na área de teoria musical, destacam-se as obras “Yusef Lateef's Flute Book of the Blues”, “A Repository of Melodic Scales and Patterns” e “123 Duets for Treble Clef Instruments”.
Em 1972 começou a ensinar no Manhattan Community College, onde foi professor de futuros astros do jazz e da música pop, como o pianista Kenny Barron e o cantor Donny Hathaway. Também lecionaria em outras instituições renomadas, como na University of Massachusetts (onde foi admitido em 1987 e tinha como colegas de cátedra luminares como Max Roach e Archie Shepp), no Smith College, no Amherst College e no Hampshire College. Atuaram em seus grupos dos anos 60 e 70 músicos de primeira linha, como Kenny Barron, Albert Heath, Roy Brooks, Ernie Farrell, Cecil McBee, Bob Cunningham, Adam Rudolph, Charles Moore, Ray Barretto, Eric Gale, Richard Tee, Joe Zawinul, Ray Bryant e muitos outros.
Suas composições na área da música erudita, que incluem suítes orquestrais, sinfonias, concertos para piano e para instrumentos de sopro, foram interpretadas por orquestras de prestígio, tanto nos Estados Unidos, como a Atlanta Symphony Orchestra, a Detroit Symphony Orchestras, a Symphony of the New World e a New Century Playersquanto na Europa, como a WDR Radio Orchestra, da Alemanha. Em 1987 o disco “Yusef Lateef’s Little Symphony” recebeu o Grammy de melhor álbum na categoria “New Age”.
Nos anos 80 residiu em Zaria, na Nigéria, lecionando no Centro de Estudos Culturais Nigerianos, ligado à Universidade Ahmadu Bello, como professor convidado. Na década seguinte, direcionou seu interesse ao free jazz, tendo trabalhado com alguns dos expoentes do estilo, como os saxofonistas Archie Shepp e Von Freeman. Em 1992 criou o seu próprio selo, o YAL Records, por onde tem lançado seus discos, e uma editora, a Fana Music.
Lateef também é escritor, tendo publicado diversos romances e coletâneas de contos, como “A Night in the Garden of Love”, “Another Avenue” e “Rain Shapes”, boa parte deles lançados por sua própria editora. Também escreveu a sua autobiografia, chamada “The Gentle Giant”, em parceria com o jornalista Herb Boyd. Além da literatura, dedicou-se nos últimos anos à pintura e seus quadros estão expostos em diversas galerias dos Estados Unidos. Em 2007 foi eleito “Artista do Ano” pela University of Massachusetts e em 2010 recebeu o título de Jazz Master pela National Endowment for the Arts – NEA. Apesar da idade, Lateef se mantém ativo e continua a se apresentar em concertos e festivais pelo mundo, exibindo, às vésperas dos seus 90 anos, uma vitalidade e uma disposição invejáveis.
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29 comentários:
Érico, meu caro, essas aulas sobre jazz são mais saborosas ainda quando lidas ao som sugerido por ?Guilherme Emanuel. Soube, mas não por fonte muito segura, que há um disco em que ele faz duo com Charles Lloyd, também na flauta, e gostaria de saber se vc conhece. Já procurei na web e nada consegui de informação.
Valeu, camarada.
Grande abraço.
Grijó
Grande Grijó,
Seja bem-vindo e obrigado pelas palavras!
Te confesso que não conheço esse disco - se realmente existe deve ser maravilhoso.
Tenho um disco com o Cannonball, o Nippon Soul, da época em que o Lateef integrava o sexteto do rotundo altoísta, em que ele barbariza.
Bom, mas as autoridades que costuma freqüentar o barzinho brevmente deverão solucionar o enigma.
Abração, meu caro!
ratificando:
é "costumam" (erro de digitação e não atentado violento à gramática - rs, rs, rs).
Caro Érico, me gusta mucho este músico, especialmente como flautista. Como tu señalas no se le puede encasillar sólo como músico de jazz.
Saludos,
Caro Hector,
Bienvenido,
Pois é! O Lateef é daqueles músicos que transcende fronteiras. Ele transita com igual competência e talento pelo jazz, blues, pelo soul/funk/r&b e até pela New Age!!!
Seus discos sempre são suepreendentes e trazem algo de novo a cada audição!
Um fraterno abraço!!!!
Érico e demais amigos,
Segundo seus detratores, Yussef Lateef foi o precursor da chamada "world music".
Keep swinging,
Raffaelli
O espírito indômito de Lateef faz com que muitos torçam o nariz para o seu trabalho. Valeu o post, master.
Abraços.
Engraçada a minha experiência com Yusef Lateef: as pessoas que tem uma culturinha mínima musical, no mínimo, já ouviram falar no cara, foi o meu caso, quando por puro acaso baixei Nubian Lady dele do álbum “The Gentle Giant” 1972 - achava q estava baixando algo muito inédito da banda Gentle Giant, e q depois, veja vc, q fosse uma gravação do flautista com a banda prog.
Porque dessa confusão? Era o tempo do Kazaa e eu ainda nem sabia lidar com a ferramenta e o Kazaa, tbm, muito mal informava! Além disso, eu queria recuperar todos os meus álbuns do GG q já tinha perdido ou q estavam já em petição de miséria. Gostava tanto da banda q comprava os álbuns, LPs, importados, mas emprestava-os e/ou, ouvia-os até os sulcos virarem valas!...rs... Enfim. Foi daí q vim saber que aquele Yuseff Lateef q ouvira falar, era o famoso flautista de jazz. E hoje o tenho na mais alta conta – embora não seja muito fã de flauta no jazz. Acabo de ver no allmusic, em busca do The Gentle Giant do Lateef – q é um álbum meia bomba – que Lateef também toca sax e oboé. Não li ainda seu texto san, será q ele manda no sax ou no oboé aqui nesse álbum q indicas? E o oboé? Acho curioso oboé no jazz...
Outra coisa, por falar em Jazz. A palavra é perfeita, é tão sonora quanto o a música, mas não deixo de dar razão ao Yusef, limitar a criatividade do artista, acho de uma tolice sem tamanho.
Mas e o Peeeesca!, seu Érico, san?! E o Pesca!? Tou numa curidade só!
Abraços!
Sem tempo "passei batido" por Carmell Jones, excelente trumpetista, pouco conhecido(talvez pela sua saída do "circuito americano do jazz", indo para a Europa nos ano 60), com a discografia menor que a de Miles Davis mas muito melhor que ele, haja vista as suas influências (Count Basie, Clifford Brown..) tendo trabalhado com o talentoso Gerald Wilson dentre outros. Quanto ao Yusef Lateef, todos nós sabemos que, apesar de ser um músico correto, é de difícil assimilação, tais como Archie Shepp, Charle Lloyd.... Tocar fagote, argol, koto e outros instrumentos menos votados dentro do jazz me faz lembar Roland Kirk tocando sete saxofones ao mesmo tempo ou flauta pelo nariz. Experimentalismos, no meu entendimento, não combinam com jazz. Seu repértório musical também não é um dos melhores, com incursões pelo funk, R&Blues, New Age, etc... Vade retro satanás!!! De Yusef só aguento ouvir os albums "Into Something" e "The Three Faces of Y.Lateef".
Apesar de ser um músico correto, Yusef Lateef se espraiou com várias experiências não muito atraentes para o jazz. Como sabemos é também músico de difícil assimilação, tais como Archie Shepp, Harold Lland... Tocar fagote, argol, koto, shanai, convenhamos, são instrumentos que não combinam, no meu entendimento, com o "cenário" jazzístico. Me faz lembar o som de outro músico controvertido Roland Kirk tocando "vinte sete" saxofones ao mesmo tempo ou flauta pelo nariz. Vade retro Satanás! Além do mais seu repertório músical inclui new age, funk, R&B, dentre outros menos votados. Experimentalismos exagerados, os puristas como eu não aguentam. Do Yusef só consigo ouvir os albums "Into Something" e "The Three Faces of Y.Lateef". É isso aí mr.Cordeiro!
Beleza! O barzinho tá animado hoje, cheio de presenças ilustres!!! Sejam bem-vindos amigos Raffaelli, Salsa, Sérgio e Predador.
Pois é, mestre. O Lateef tem essa duvidosa honraria (rs, rs, rs). Brincadeiras à parte, esse rótulo wolrd music é mais uma maluquice. Tudo que não se enquadra nos estilos tradicionais - jazz, rock, pop, r&b, soul - é rotulado de wolrd music, o que engloba coisas bacanas e coisinhas bem ruinzinhas. Pra mim, o pior é a tal da New Age e o seu Sumo Sacerdote, um tal de Kitaro.
Embora não seja muito fã do trabalho mais experimental do Lateef e nem das suas incursões pelo soul/funk/pop, reconheço que o cara é um músico fabuloso. Instrumentos como o fagote e o oboé, quando bem usados (e ele o faz com maestria), são bem interessantes. Gosto bastante do Into Something, do Eastern Sounds e do The Centaur And The Phoenix, além desse que postei. São muito bacanudos!!!!
Mas, como bem disse o Salsa, esse "espírito indômito" às vezes faz com que ele transite por áreas não muito legais (pelo menos pro meu gosto).
Seu San: what the hell is "o Pesca"?!?!?
Abraços a todos!!!!!
Estou estressado e postei dois comentários parecidos um com outro. Escolha um e "detone" o outro mr.Cordeiro. Essa internet ainda vai acabar comigo!
No problem, Mr. predador!
Xá os bichinhos aí - um complementa o outro e os dois detonam o nosso bom Lateef (rs, rs, rs). Mas pelo menos o disco postado é muito bom, não é???
Abração!
Pesca::: leia seus emeios seu san, leia os seus emeios... rs...
Me manda de novo, Seu San.
Apaguei o bichinho e não sei como desfazer. Marquei por acidente junto com outros e-mails e não sei como pegar de volta na lixeira do gmail - aliás, se vc souber, me diz como, ok?
Abs!!!!
Bem, 1º foi um emeio, depois com a pergunta sobre o Pesca, foi outro explicativo parecido com o 1º, e o 3º foi um adendo, mais explicativo sobre outro amigo, o Fafão. Por aí, vc já v como amo os meus amigos!
Mandarei os 3 de novo agora, péra um tantin. Ah, perguntar como se resolve problemas de internet a um 'analfabite', isso não se faz, seu san...
Estarei te re-enviando djá.
érico san,
mas, jazz não é mesmo, lá no início da estória toda, a liberdade...liberdade musical de expressão...improvisos e coisa e tal
a indústria cultural é que criou essas inúmeras categorias pra distribuir os artistas geniais nas prateleiras dos 'supermercados de discos,cds e dvds'...saiba você que já vi 'barbaridades' como classificar alguns músicos (ditos mais experimentais...inquietos?...rs) com o rótulo de 'exotic music'...hahaha
e bacanudo o cd escolhido de sir yusef lafeet pra tua resenha...sempre um prazer ler e ouvir teus posts piramidais...valeô
abraçsonoros distantes e saudosos
Mestres San II e San I, o embaixador,
Ao primeiro digo que agora entendi. Tô com o Lucas no colo - daqui a pouco leio a Folha!
Ao segundo, concordo com sua observação: "a indústria cultural é que criou essas inúmeras categorias pra distribuir os artistas geniais nas prateleiras dos 'supermercados de discos"!!!
Agora "exotic music" eu confesso que nunca vi!!!!
Abração!!!
Oi Erico, adorei o texto sobre o Yussef, esse cara tão eclético e, por isso mesmo, muito importante para a música americana. Tanto é que foi reconhecido pelo NEA esse ano, entre 8 músicos eminentes. Isso é uma referência para artistas que atuam nos EUA - o cara ganhou U$ 25 mil a título de "auxílio artístico", pra continuar criando, e vai ser pago pra dar palestras, workshops, audições em escolas e instituições de ensino por todo os EUA. Isso é que é dar valor ao músico.
Meu caro mestre Érico, só pela balada "If You Could See Me Now" esse disco já vale a compra, o down, ou o que estiver ao alcance. Pode me excluir da lista Pando. Não deu tempo de esperar. Hugh Lawson, não faz mês baixei um disco sensacional de capa lindíssima, "Colours". Tava eu lendo seu texto e quando vi o nome do pianista na lista, já liguei as antenas -com Bombril nas hastes pq sou dazantiga- e disse com os meus buracos de traça na camiseta Hering,“eu conheço esse cara!”.
Agora, pra economizar caixa de texto, estou me familiarizando com um pianista obscuro fora de série, seu moço. Dizem, ou melhor, está escrito q era o preferido do Stan Getz, o nome do homi é Albert Dailey e o álbum q ouço é “That Old Feeling” 1978. Um escândalo esse disco. O cara é realmente diferenciado, amigo. A versão de Michelle, aquela mesma, dos Beatles é épica! Tou, como diria madame, no cabeleireiro, di bob.
Valeu, mas uma dica e a auLateef!
Grande Murilo e Mestre Sérgio,
Prazer em tê-los. Pois é, o tratamento aos músicos nos EUA parece ser bem diferente do que se vê por aqui. Embora muitos jazzistas tenham vivido em grande dificuldade, hoje parece que há um consenso em preservar a integridade e a arte desses homens.
Seu San, o Albert Dailey é velho conhecido, embora só tenha um disco, um duo com o Stan Getz chamado Poetry - genial. Se quiser, te pandeio.
Abraços aos dois!
Ô¬Ô
É Seu Érico, muito, ou quase tudo já foi falado aqui sobre o Lateef. Eu não estou nem aí se acham que ele faz jazz, R&B, Soul, World macarronada ou leitão à pururuca. O que me interessa é que o camarada manda muito, tem uma super-bagagem, é instruído ao extremo e não está nem aí para o que acham dele.
Super bacanudo, músico e texto Seu Érico!
Ô¬Ô
Mr. Seu Mauro,
Embora também não me importe so e Lateef faz "jazz, R&B, Soul, World macarronada ou leitão à pururuca" e concorde com você quanto à excelência técnica do camarada, prefiro-o em um contexto bop. Mas que ele é um superhipermegatop músico, isso ninguém pode negar.
Valeu!!!!!
Nossa, obrigada por passar no meu blog e me dá a oportunidade de conhecer o seu que por sinal amei! Parabens***
Oi, Sol!
Seja muito bem-vinda e obrigado pelas palavras gentis!
Espero que você se junte à nossa confraria e que venha sempre ao aqui barzinho virtual e nos dê a honra de sua presença!
Um fraterno abraço e até sempre!!!
Seu érico, já respondi seu emeio. De quebra pus lá uma proposta q acredito (por isso propuz) ñ ser nada indecente. Mas sinta-se a vontade para passar ao largo, compreenderei na boa.
Outra coisa: tem postagem jazzística rarezézima, no sônico.
Agora só estou na ansiedade em saber sobre o vídeo do Monk. Toamra q seja algo inédito - mas tou calmo. Sei q só poderá assistí-lo quando so "diabinhos queridos" derem uma trégua.
Abraços!
Valeu, Mr. San
E quanto à proposta (nada) indecente, se vier com a Demi Moore, quem sabe? Não preciso nem de 1 milhão de verdinhas (rs, rs, rs).
Abração!
Moore, não sei. Mas quem sabe não consiga pro amigão Demis Roussos?...
Tô fora, Mr. San!!! A Demi é 10, mas o Demis é - 10!
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