Amigos do jazz + bossa

sexta-feira, 26 de março de 2010

TUDO AZUL COM BLUE MITCHELL


A ensolarada Miami é o refúgio favorito daqueles que querem escapar ao inclemente inverno dos Estados Unidos. Nos desenhos animados de Tom & Jerry, era hilariante ver as desventuras do pequeno patinho que deseja viajar para o sul. Enquanto Jerry tentava a todo custo fazer o patinho voar e alcançar os seus companheiros de bando, Tom fazia o possível para levá-lo para jantar – sendo ele, patinho, o prato principal! Felizmente, o gato desastrado nunca conseguia realizar seu intento e, ao final do desenho, geralmente víamos o pato e o rato desfrutando o clima quase tropical da capital da Flórida.


Richard Allen Mitchell nasceu ali, no clima quente de Miami, o que, talvez, explique a elevada combustividade de sua música. Começou a estudar música relativamente tarde, pois somente aos 17 anos tomou as primeiras lições. O talento, todavia, era tão superlativo que em pouco tempo ele se integraria à banda da escola. Depois disso não parou mais – possivelmente para recuperar o tempo perdido. Suas influências foram Dizzy Gillespie, Fats Navarro e Clifford Brown – além de Dick Smothers, um conhecido trompetista local.


As primeiras gigs e trabalhos como profissional ocorreram no final dos anos 40 e dessa época remonta a amizade e parceria musical com outro grande músico da Flórida, o baixista Sam Jones. Mitchell, que já havia incorporado o apelido Blue a seu nome, passou boa parte da década de 50 tocando em orquestras de R&B como as de Paul Williams, Earl Bostic, Johnny Burdine e Chuck Willis. Uma das primeiras gravações se deu em 1952, em uma sessão liderada por Lou Donaldson para a Blue Note, mas Mitchell preferiu não arriscar a sorte em Nova Iorque e voltou para Miami.


A convite de Orrin Keepnews, que o contratou para a Riverside, mudou-se definitivamente para Nova Iorque em 1958 e, desta vez, para ficar. De imediato, foi contratado por Horace Silver para integrar a sua banda e ali permaneceria até 1964. Também trabalhou, como freelancer, com Benny Golson, Cannonbal Adderley, Dinah Washington, Philly Joe Jones, Arthur Prysock, Sarah Vaughan, Al Hibbler, Bobby Timmons, Chet Baker, Hank Mobley, Tina Brooks, Jackie McLean, Elmo Hope, Jimmy Smith e outros.


Como se não bastassem tantas atividades, Mitchell ainda encontrou tempo para lançar alguns ótimos discos, pela Riverside e pela Blue Note, nos quais aparece sempre muito bem acompanhado, por gente do calibre de Jimmy Heath, Curtis Fuller, Wyntos Kelly, Johnny Griffin, Wilbur Ware, Cedar Walton, Sam Jones, Mickey Roker, Julian Priester, Duke Pearson e outros.


A associação com a Blue Note começou em 1964, de forma bastante auspiciosa, com o excelente “The Thing To Do”. Ao lado do trompetista, os experientes Junior Cook (seu velho companheiro do quinteto de Horace Silver, no sax tenor) e Gene Taylor (outro egresso dos combos de Silver) e dois novatos: um jovem pianista de Boston, chamado Armando Anthony Corea, de 23 anos, e um certo Aloysius Foster, de apenas 20 anos, na bateria.


É claro que se tratam, respectivamente, de Chick Corea e de Al Foster, que em pouco tempo se tornariam dois dos mais queridos e renomados músicos da história do jazz, mestres absolutos em seus respectivos instrumentos. 30 de julho de 1964 foi o dia escolhido para a sessão que, como sempre, contou com a excepcional habilidade de Rudy Van Gelder na engenharia de som.


“Fungii Mama”, de autoria do líder, abre os trabalhos com um clima irresistível de fiesta. O trompete de Mitchell é caliente, sestroso, com uma cadência típica do lado de cá do Equador. Seus solos são exuberantes e os diálogos com Junior Cook são de tirar o chapéu, isto é, o sombrero. O solo de Corea é nada menos que brilhante e a percussão de Foster, absurdamente vigorosa, faz desta a sessão uma experiência auditiva das mais prazerosas. Uma banda entrosada e confiante, enveredando com extrema competência pelo escorregadio terreno da latinidade.


Jimmy Heath compôs e fez os arranjos para “Mona’s Mood” e “The Thing To Do”. A primeira é uma balada introspectiva, em que a faceta lírica de Mitchell aparece de forma bastante emocionada. Corea emprega um dedilhado sutil, quase etéreo, anunciando o exímio improvisador que apenas alguns poucos anos depois assombraria o mundo. A segunda é um hard bop clássico, swingante, com metais em brasa e muita energia. Atenção para o estonteante solo de Cook, cheio de groove, e para o virtuosismo feérico de Corea, que emula o sumo sacerdote do hard bop, Horace Silver. O entusiasmo do líder é contagia todo o grupo e o trabalho de Foster, rápido e preciso, é simplesmente espetacular.


A sinuosa “Step Lightly”, de Joe Henderson, é um blues relaxado, com direito a performances instigantes de todos os envolvidos, especialmente de Mitchell e Corea, cuja comunicação parece se dar de maneira telepática. A linha de baixo engendrada por Taylor é hipnótica e o solo de Cook é magistral, explorando notas graves e agudas com muita astúcia e inventividade.


O álbum encerra em altíssimo astral com “Chick’s Tune”, composição do pianista baseada em “You Stepped Out Of A Dream”. Trata-se um hard bop executado com uma abordagem moderna, pendular, repleta de alternativas harmônicas, que em alguns momentos lembra o trabalho de Wayne Shorter. Impecáveis atuações de Foster, responsável pela introdução matadora, e Cook, o infalível. A edição em cd, de 2003, saiu pela RVG Serie, ou seja, a qualidade sonora é primorosa.


Mitchell ainda gravaria mais alguns discos pela Blue Note, obtendo um relativo sucesso, graças à sua bem temperada mistura com elementos de funk, soul e R&B. Posteriormente, se associaria a selos como Xanadu, Mainstream, Concord e Impulse e, embora fosse um requisitado músico de estúdio, jamais deixou de lançar álbuns em seu próprio nome.


De 1969 a 1971, o trompetista se integraria à banda de Ray Charles e de 1971 a 1973 esteve na banda do bluesman britânico John Mayall. Do final dos anos 60 até 1979, acompanhou George Benson, Dexter Gordon, Louis Bellson, Jimmy McGriff, Stanley Turrentine, Bill Holman, Yusef Lateef, Albert King, Grant Green, Bill Berry, Lena Horne, Big Joe Turner, Tony Bennett, Richie Kamuca, Al Cohn, entre outros.


Em meados dos anos 70, mudou-se para Los Angeles, onde fundou o Harold Land/Blue Mitchell Quintet, responsável pelo elogiado álbum “Mapenzi”, lançado pela Concord em 1977. Em outubro do ano seguinte, após receber o diagnóstico de um câncer, Mitchell foi obrigado a se aposentar. No dia 21 de maio de 1979, Mitchell perderia a luta contra o câncer, e o jazz um dos seus mais talentosos trompetistas.


Mas a história não termina por aqui. Quase 25 anos após a sua morte, Mitchell recebeu um merecido reconhecimento póstumo – e que serviu para dar um pequeno alento á família. Tudo por conta do tema “Fungii Mama”, gravado naquela sessão de 1964 e cujos royalties representavam uma quantia substancial, por conta do seu uso pela banda de música eletrônica Basement Jaxx, em um álbum lançado em 2001.


Descoberta em um modesto apartamento do Bronx, Nova Iorque, a viúva de Blue viu chegarem em boa hora os cheques de 32 mil e de 50 mil dólares, fruto do trabalho do marido. Aos 70 anos e vivendo com alguma dificuldade, Thelma Mitchell, com muita dignidade, disse ao executivo da EMI que havia ido até sua casa lhe entregar os cheques e havia lhe perguntado o que faria com o dinheiro: “Eu pretendo viver como tenho vivido até hoje - modestamente”.


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26 comentários:

Sergio disse...

Blue Mitchell e Basement Jaxx, como eu poderia imaginar essa associação quase insólita? Isso sim é um detalhado trabalho de pesquisa, seu san. Parabens!

Sergio disse...

Em tempo: eu acho q minha última descoberta lá no sônico é digna de torná-lo, financeiramente, um tanto mais pobre – é disco pra furar fila na lista -, em compensação, em termos de valor artístico, um Eike Batista. D um pulolá.

Érico Cordeiro disse...

Tô indo já jpa, Seu San.
E o Rouse tá chegando, ok?
Abração!

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

Bela e essencial resenha de um músico essencial !
BLUE MITCHELL é possuidor de uma bagagem sensacional, não fora, como você tão bem assinala, herdeiro direto da viga mestra Fats Navarro e Clifford Brown.
Precioso disco o escolhido, com toda a energia e o lirismo de MITCHELL.
Grato pela música de qualidade !

HotBeatJazz disse...

Ô¬Ô

Mr Érico,

este álbum é simplesmente sensacional, ainda uns dias atraz eu o estava ouvindo repetidamente, notal mil!
Resenha impecável, com a overture de Tom e Jerry, fantástico!

Abração

Ô¬Ô

Érico Cordeiro disse...

Mestres Apóstolo e Mauro,
Sejam sempre muito bem-vindos - não sei se o Mitchell chegou a tocar em alguma trilha do Tom & Jerry, mas que o jazz rolava solto naquele desenho, isso rolava.
Um músico muito "bacanudo" - seus discos são todos muito legais ("tirante" aquele que o Sérgio falou, do qual também não gostei muito - é o "Graffiti Blues").
Mas que o cara era sensacional, não há dúvidas.
Abração aos dois!

PREDADOR.- disse...

A fase auspiciosa de Blue Mitchell foi nos anos 50, com Horácio(Horace Silver) e depois na gravadora Riverside. A fase na Blue Note a partir de 1964 foi, no meu entendimento "horrorosa", inclusive esse disco The thing to do, discordando diametralmente de você mr.Cordeiro. Procure ouvir "Blue's mood", "A sure thing", "Out of the blue", "Big six", todos da OJC (Riverside, Prestige, Contemporary...). Não estou querendo induzí-lo a nada, mas, ouça-os e tire suas conclusões. O gosto de cada um não deve ser discutido e sim respeitado. É isso!

Sergio disse...

Respectivamente discordo e concordo em GNG com as impressões de mestre Predador.

Que tentadora oportunidade, seu Érico e amigos, poder expressar uma opinião tão dúbia, ao mesmo tempo tão NADA encima do muro. É ou não?

Abraços.

pituco disse...

érico san,

nesse ritmo de resenhas, não apenas aqui no j+b, mas nos blogs dos amigos correlatos, tá difícil conferir tudo...hehehe...não sei se aqui nesse hemisfério o troço do tempo passa mais rápido, será???

de qualquer maneira, lerei e ouvirei...

amplexossonoros

Érico Cordeiro disse...

Caros Predador, Sérgio e Pituco,
Sejam muito bem vindos.
Na vitrola, o nosso querido Clark Terry, ao lado do Oscar Peterson Trio, em disco da Verve - maravilhoso!
Discordo do Predador - a fase na Blue Note é tão extraordinária quanto a da OJC - e o som é muuuuuuuuito mais cristalino, cortesia do mago Van Gelder.
Além disso, um certo Chick Corea na banda, dá um tempero todo especial ao querido Mitchell!
Seu Pituco, take it easy - de minha parte, postagem nova só na semana que vem (rs, rs, rs). Assim, não se apresse!
Seu San, prá vice do Serra! Vai ser tucano assim lá na convenção do PSDB (rs, rs, rs).
Abração aos três!

Sergio disse...

Ô, seu Érico, vou ter q desistir de brincar c’as letrinhas aqui?...

"Respectivamente" discordo em GNG com a parte q mestre Predador só considera os álbuns de Mitchell gravados pela Riverside, assim como tbm concordando, em GNG, com a afirmação de que "O gosto de cada um não deve ser discutido e sim respeitado". Necessariamente nesta ordem.

Mas, já q tocou em tão delicada questão... Contra a candidata do Lula - e numa eventual falta de opção - eu voto no Serra, na lima e no esmeril rindo de uma orelha a outra orelha, seu San.

Érico Cordeiro disse...

Tô quase assim, Seu San.
Abração!

PREDADOR.- disse...

Não costumo fazê-lo, mas vou replicar, mr.Cordeiro: apenas como observação gostaria de contrapor e dizer que "sonoridade" no jazz não é importante. Que Van Gelder com "seus 24 bit" era bom ninguém duvida, mas o que mais importa no jazz, no meu entendimento, e sei que você irá concordar comigo, são principalmente a qualidade das músicas e seus respectivos arranjos e dos músicos envolvidos. Como exemplo existem, dentre outras, várias gravações de Lester Young que a sonoridade não é uma "brastemp" mas músicas, arranjos e músicos não dão margem para contestações. Talvez a gravação melhorzinha de Blue Mitchel pela Blue Note (não estou questionando a sonoridade) tenha sido essa The Thing To Do. De resto salvam-se Blue Mitchell e Ruddy Van Gelder. Sem nenhum demérito à qualidade dos músicos (gravações da Blue Note) e sim para o repertório musical com muitos arranjos "impessoais, experimentais", uma mistura de funk, bossa nova e outros elementos musicais menos votados.

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO e prezado PREDADOR:

No final das contas todos tem quase que toda a razão:
(1) gosto não se discute = concordo;
(2) as gravações na Blue Note não são todas de qualidade de JAZZ quanto as gravadas na OJC = é como eu sinto musicalmente;
(3) Rudy Val Gelder é um cracaço, mas ai o PREDADOR "fechou com a bola 7 no fundo", já que em JAZZ o documento sempre será mais importante que a qualidade do som, o que aliás tive oportunidade de declarar para o ÉRICO e o CELIJON, quando de suas visitas em minha "toca"; para mim, pelo menos, ouvir e ver o músico é mais delicioso, que ter um "somzaço" (se for possível ter os dois, ótimo, se não, fico com o documento).
Vamos ao JAZZ ! ! !

Érico Cordeiro disse...

Mestres Predador (tô gostando de ver, o mau e velho Predador de sempre - aquele bonzinho era "fake") e Apóstolo,
Na verdade, os primeiros discos do Mitchell que eu comprei foram os da Blue Note. Além da qualidade musical intrínseca (e do Corea, de quem sou fã - exceto naquelas pirações pop-fusionistas), tem o "apelo sentimental".
É claro que o registro é mais importante que a sonoridade, mas esta também tem lá o seu charme: entre um disco maravilhoso, com uma sonoridade marrom (de "marromeno" - rs, rs, rs), e um disco maravilhoso, com uma sonoridade celestial (como são, via de regra, os da série RVG), opto por esta última.
Mas, aqueles discos históricos do parker, do Pres, do Hawk, etc., e que não possuem a mesma qualidade na mixagem, são fundamentais.
Mas, seu Predador, acho que você tá com um pouquinho de má vontade com o Mitchell - só porque ele mistura samba com bossa nova e pitadas de música caribenha? Mas é em um ou outro tema, no mais aquilo lá é hard bop de primeira.
E se destruidores interplanetários têm coração, ouça a balada "Alone, Alone and Alone", do Down With It - quero ver não chorar!!!! Por isso que eu digo que ambas as fases são esplendorosas - Big 6, Blue's Moods, Cup Bearers são maravilhosos, mas Down With It, The Thing To Do e Boss Horn (esse é de ouvir rezando!!!) são tão bons quanto!
Valeu pelas presenças e comentários sempre inteligentes e bem fundamentados - por isso é que o barzinho está na ativa até hoje: graças aos amigos como vocês, que dão vida a esta casa virtual!!!
Abraços fraternos aos dois!

Sergio disse...

Se o sr. me permitir só mais uma correçãozinha, seu san... (infelizmente ñ estavas na hora pra contestar, né?).

Seguinte, façamos justiça: o Graffit Blues não é aquele mau álbum q citei lá atrás noutra postagem não, seu san. Não em minha sempre modesta opinião em meio as feras aqui. O disco horrendo, desmerecedor de assinatura de um Blue Mitchell, daqueles equivalente ao tal fraquíssimo do Gillespie q citas metendo a borduna, chama-se "Bantu Village". Este sim é pra passar bem longe! O Graffiti, para quem gosta, há momentos de boa mistura de soul-funk-jazz. E este foi um alerta de utilidade pública, viste?

Érico Cordeiro disse...

Mr. San,
Prá mim os dois estão no mesmo "níviu", briga feia, literalmente.
Abração!

Andre Tandeta disse...

Erico,
"Blues Soul","Blue Moods" e o ja citado "Boss Horn" são os que eu prefiro.Ressalve-se que foram escolhidos dentro de um universo restrito,não ouvi todos os discos de Blue Mitchell como lider,mas ouvi varios . Como super fã de Al Foster estou aguardando ansioso sua "pandiada" de sempre desse "The Thing To Do", pela qual ja agradeço penhoradamente . Se tem Al Foster na bateria não preciso saber mais nada sobre o disco,ja quero.
Blue Mitchell é fera ,primeiro time mesmo,toca muito,o resto é o resto.
E ,Predador, eu e a bolsa de ferragens continuamos "no aguardo"(essa expressão é tipica do paulistes contemporaneo)
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Mestre Tandeta,
assino embaixo: "Blue Mitchell é fera ,primeiro time mesmo,toca muito,o resto é o resto."
Vou estar anteciPando!
Abração!

John Lester disse...

Diante da resenha e dos comentários, só me resta ir ouvir mais alguma coisa do trompetista, muito falado mas pouco ouvido.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

No que faz muito bem, meu caro John Lester - Mitchell merece tal deferência (e não se deixe levar pelos ácidos comentários do mau e velho Predador - sugiro-lhe os discos da Blue Note como entrada, em especial o Down With It, onde podemos encontrar a hipermegabalada Alone, Alone And Alone)!!!!!
Grande abraço, meu Capitão!

pituco disse...

érico san,

atrasado, mas presente...seguinte, o homi aí é fera pacas...com horace silver e coisa e tal é o 'bicho'...som de prima...mas, curto também o lado meio funkeiro do trompetista...rs

resenha bacanuda como sempre...valeô o destaque

abraçsons

Érico Cordeiro disse...

Seu Mr. Embaixador San,
Seja bem-vindo!
Confesso que o que ouvi desse lado funky do Mitchell não me empolgou muito. Mas eu tenho uma certa dificuldade com esses tipo de som, quando misturado num contexto jazzístico - acho que não fica nem jazz e nem funk.
Agora, solta um James Brown ou um Funkadelic que o bicho pega!!!!
De qualquer modo, ninguém pode negar que se trata de um belíssimo trompetista, cheio de swing!
Abração!

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