Os fãs do jazz ficaram bastante entristecidos quando abriram a página do trombonista, compositor e arranjador Bob Brookmeyer, no dia 17 de dezembro de 2011. Uma nota, escrita pela família do músico, dava conta do seu falecimento, no dia anterior. Em um dos trechos, pode-se ler: “É com enorme pesar que informamos que Bob Brookmeyer morreu na noite passada, três dias antes do seu aniversário de 82 anos. Ele foi uma força vital na música, tendo participado de alguns dos maiores grupos da história do jazz e que até hoje continuam a ser admirados”.
Nascido no dia 19 de dezembro de 1929, em Kansas City, no Missouri, recebeu dos pais o nome de Robert Edward Brookmeyer. Seu primeiro instrumento foi o clarinete, que aprendeu a tocar na infância. Durante a adolescência, freqüentou o Kansas City Conservatory of Music, onde aprofundou os estudos musicais e passou a dominar o trombone e o piano. Para compensar a infância difícil, ele ouvia jazz compulsivamente, em especial a máquina de swing de Count Basie.
A primeira vez em que Bob assistiu à orquestra de Basie foi em 1941, durante uma matinê dominical no Tower Theater, em Kansas City. Levado ao concerto pelo pai, ele jamais esqueceria aquele momento mágico: “Eu fiquei extasiado. Pela primeira vez em minha vida eu me senti bem, pois eu não era o que se podia considerar uma criança feliz”.
Apaixonado pela obra de Bach, Mozart, Haydn, Debussy e Stravinsky, desde que iniciou os estudos musicais Bob sempre demonstrou grande interesse por arranjo, composição e regência. Uma de suas composições chegou a receber o Carl Busch Prize for Choral Composition, quando ainda estava no conservatório.
Aos dezesseis anos, Bob foi apresentado à música de Charlie Parker, outro nativo de Kansas City que vinha causando furor nos meios jazzísticos com a sua linguagem inovadora. Bob costumava ficar horas ouvindo e transcrevendo as gravações de Parker, que passou a exercer sobre ele uma enorme influência, e o bebop se tornou um elemento fundamental e definitivo em sua formação musical.
O jovem abandonou os estudos no conservatório, antes da graduação, para tentar a carreira profissional. Até então, ganhava algum dinheiro escrevendo arranjos para orquestras de baile da região de Kansas City. Seus primeiros empregos, como pianista, foram nas orquestras de Tex Beneke e Ray McKinley, onde também atuava o cantor Louie Prima, no terço final da década de 40. Em 1946, excursionou com o bandleader Orrin Tucker, apresentando-se no Aragon Ballroom, em Chicago, onde participou de gigs com músicos locais como Lou Levy, Frank Rosolino, Ira Sullivan e Max Bennett.
Ainda durante os anos 40, quando fazia parte da banda do baterista Mel Lewis, Brookmeyer mudou-se para Nova Iorque, onde iniciou uma bem-sucedida carreira como freelancer, acompanhando gente do naipe de Charles Mingus, Coleman Hawkins, Bucky Clayton, Pee Wee Russell, Howard McGhee, Charlie Rouse, Elmo Hope, Eddie Sauter, Ben Webster e Teddy Charles. Durante aquele período Bob optou definitivamente pelo trombone de válvula, instrumento que tocava desde a infância, mas que até então havia ficado em um plano secundário.
Sua grande influência, como trombonista, era Bill Harris, um dos mais destacados membros da big band de Woody Herman. Nessa época, Brookmeyer integrava a orquestra do modernista Claude Thornhill, com quem permaneceu por cerca de um ano. Ali, pôde conviver com figuras importantes, como o pianista Gil Evans, responsável pelos arranjos, os saxofonistas Gene Quill e Brew Moore e o contrabaixista Teddy Kotick.
Em 1951 o trombonista viveu uma experiência traumática. Ele havia sido recrutado pelo exército, servindo em uma base em Columbia, e atuava na orquestra da corporação. Bob tinha uma convivência bastante próxima com os músicos negros, o que despertou a ira de um dos seus superiores. O oficial, um imbecil racista, passou a perseguir Brookmeyer, acusando-o de possuir “tendências homossexuais”, acusação que acarretou em seu desligamento, seis meses depois do ingresso nas forças armadas. Melhor para o jazz!
Após a dispensa, ele passou alguns meses na orquestra de Woody Herman e, em seguida, se juntou ao saxofonista Stan Getz, estabelecendo-se em Los Angeles. A parceria com Getz rendeu alguns ótimos álbuns, mas foi desfeita em 1954. Bob então foi contratado por Gerry Mulligan, para substituir o astro em ascensão Chet Baker em seu quarteto sem piano.
Data dessa época a sua admiração pelo trabalho de J. J. Johnson, de quem se tornou amigo pessoal e sobre quem declarou certa vez: “Ele, Dizzy Gillespie e Charlie Parker são os caras. Para um trombonista, a transição do swing para o bebop era algo extremamente difícil e J. J. conseguiu resolver os problemas harmônicos e de timbre de uma maneira completamente revolucionária. J. J. é um verdadeiro inovador, um músico que toca melhor a cada ano. Ele é o Charlie Parker do trombone”.
Tanto Mulligan quanto Brookmeyer eram exímios compositores e arranjadores. O quarteto foi, naturalmente, estendido para um sexteto, complementado pelo trompetista Jon Eardley, pelo tenorista Zoot Sims, pelo contrabaixista Red Mitchell (depois substituído por Bill Crow) e pelo baterista Larry Bunker (que posteriormente daria lugar a Dave Bailey). Com essa formação, o sexteto abrilhantou o mundo do jazz com discos seminais, como “California Concerts – Vol. 2” (Pacific Jazz, 1954) e “Mainstream of Jazz” (Mercury, 1955).
Mulligan e Brookmeyer se tornariam grandes amigos e juntos comandariam, na década seguinte, a Concert Jazz Band. Em 1958 foi a vez de Bob se juntar ao saxofonista e clarinetista Jimmy Guiffre, em um trio complementado pelo guitarrista Jim Hall. Usando o trombone no lugar do contrabaixo, o nada ortodoxo trio de Giuffre era considerado revolucionário à época e foi, sem dúvida alguma, um dos combos mais influentes do West Coast Jazz.
Embora tenha gravado vários discos em seu próprio nome, ele especializou-se em roubar a cena em discos liderados por outros músicos – tanto é que em alguns deles seu nome aparece com destaque nos créditos. Foi assim no ótimo “The Al Cohn Quintet Featuring Bob Brookmeyer” (Coral Records, 1956) e no sensacional “Jimmy Raney Featuring Bob Brookmeyer”.
Este último foi gravado para a ABC-Paramount (cujo catálogo atualmente pertence à Verve), com produção de Creed Taylor e apresenta Raney e Brookmeyer secundados por uma sessão rítmica fabulosa: Hank Jones ou Dick Katz no piano (com quatro faixas para cada), Osie Johnson na bateria e Teddy Kotick no contrabaixo. As sessões de gravação foram feitas durante nos dias 23 julho e 1º de agosto de 1956 e o resultado é esplendoroso.
Para iniciar os trabalhos, Raney escolheu “Isn't It Romantic?”, uma das mais encantadoras pérolas da dupla Richard Rodgers e Lorenz Hart. A versão apresentada pelo quinteto é sincopada e dançante, com atuações de gala do guitarrista e de Brookmeyer. O piano de Katz é lépido e arisco, à altura da expertise dos dois principais solistas e se encaixa à perfeição com o ritmo seguro imposto por Johnson e Kotick.
Em “How Long Has This Been Going On?”, dos irmãos George e Ira Gershwin, o quinteto apresenta um arranjo calcado no blues. Raney engendra delicadas inflexões harmônicas e o acompanhamento repleto de sutilezas de Katz realça a elegância da composição. O trombone de Brookmeyer, lânguido e vaporoso, transborda sensualidade e lirismo, e o diálogo em contraponto que mantém com a guitarra na introdução do tema é um dos momentos mais inspirados do disco.
O trombonista contribui com dois temas de sua autoria, “No Male for Me” e “Get Off That Roof”. Raney não se faz de rogado e também apresenta duas composições, “The Flag Is Up” e a supersônica “Jim’s Tune”. Em comum, as quatro apresentam o traço da inventividade, do bom gosto e do cuidado harmônico. São temas de andamento rápido e eminentemente inseridos na linguagem bop, onde não faltam improvisações criativas, frases articuladas e muito balanço.
O arranjo delicado de “Nobody Else But Me”, gema do repertório de Jerome Kern e Oscar Hammerstein, ressalta as qualidades melódicas da canção. Executada em um irresistível tempo médio, a faixa traz uma atuação arrojada de Raney, cujo dedilhado, mesmo nos momentos mais frenéticos, é tão preciso que não compromete nem um pouco a sua articulação. Brookmeyer é um solista pouco afeito a malabarismos. Sua forma de tocar é sóbria e, ao mesmo tempo, eloqüente, mesmo usando as notas com moderação. Seus improvisos não possuem o furor intuitivo de um J. J. Johnson, mas são fluidos e muito bem concatenados.
O disco encerra com uma pungente interpretação de “Too Late Now”, de Alan Jay Lerner e Burton Lane. A elegância contida de Brookmeyer contrasta com a impetuosidade de Raney, que mesmo nas baladas conserva a pegada caudalosa. Hank Jones é o elemento que dá coesão a essas duas abordagens tão distintas e sua atuação, seja na parte rítmica, seja na improvisação, é sempre elegante. Um álbum extraordinário, que recebeu do crítico Thom Jurek, do site Allmusic, quatro merecidas estrelas.
Depois dessa gravação, Bob permaneceu como um dos mais disputados acompanhantes do pedaço, embora jamais tenha deixado de lançar álbuns em companhia de parceiros ilustres. Em 1959, durante as gravações do cultuado “The Ivory Hunters” (Blue Note), ele trocou o trombone pelo piano, dividindo o estúdio com ninguém menos que o genial Bill Evans. Na retaguarda, os elegantes Percy Heath e Connie Key, responsáveis pela cozinha do Modern Jazz Quartet.
Em 1960, volta a trabalhar com Gerry Mulligan na Concert Jazz Band, atração fixa do clube Basin Street East (indo depois para o Village Vanguard, onde gravou um disco ao vivo para a Verve). A orquestra contava com luminares como o baterista Mel Lewis, o baixista Buddy Clark, trompetista Clark Terry e o saxofonista Gene Quill. Brookmeyer dividia os arranjos com o vibrafonista Gary McFarland, precocemente falecido em 1971, antes de completar 40 anos.
Durante aquela década, o trombonista manteve uma concorrida agenda como músico de estúdio. Também atuou em programas televisivos como “The Merv Griffin Show” e escreveu arranjos para Ray Charles, Maynard Ferguson, Cannonball Adderley e Jack Teagarden. Duke Ellington chegou a convidá-lo para fazer parte de sua orquestra, mas seus muitos compromissos como músico de estúdio impediram a concretização da parceria.
Do ponto de vista eminentemente jazzístico, seu trabalho mais relevante naquele período foi o quinteto que montou com Clark Terry, mas ele também realizou gravações com George Russell, Gary Burton, Anita O'Day, Stan Getz, Al Cohn, Woody Herman, Manny Albam, Joe Morello e muitos outros. A partir de 1966, foi um dos principais integrantes da Thad Jones-Mel Lewis Jazz Orchestra, agregando as funções de intérprete e diretor musical, até 1968, quando se mudou para Los Angeles.
Como líder, ele fez diversas gravações para a Verve nos anos 60, mas seu grande disco daquele período é “Bob Brookmeyer and Friends”, gravado para a Columbia em 1964, onde ele está acompanhado por um quarteto de jovens e talentosos músicos, como o pianista Herbie Hancock, o baixista Ron Carter, o vibrafonista Gary Burton e o baterista Elvin Jones.
No início da década de 70, Brookmeyer enveredou pelo ensino musical. Enfrentou sérios problemas com o álcool, mas aos poucos conseguiu vencer a dependência. Na Califórnia, trabalhou em orquestras de estúdios de cinema e TV e estudou regência com Joel Thome e composição com Earle Brown. Afastado do jazz, voltou à rotina de apresentações em clubes graças à insistência d e amigos como o saxofonista Bill Holman e o pianista Roger Kellaway. Após uma excursão de três meses pela Europa, a convite do antigo parceiro Stan Getz, ele voltou definitivamente ao mundo do jazz.
A partir da segunda metade daquela década, ele passou vários anos na Europa, dividindo-se entre Estocolmo, na Suécia, Copenhagen, na Dinamarca (onde trabalhou como diretor musical da Danish Radio Big Band) e Colônia, na Alemanha, onde lecionou e trabalhou em orquestras de rádio (uma delas foi a conceituada WDR Big Band) e TV. De volta aos Estados Unidos, em 1978, montou um quarteto, do qual faziam parte o então jovem guitarrista Jack Wilkins, o baixista Michael Moore e o baterista Joe LaBarbera.
No ano seguinte, reencontrou o antigo parceiro Jim Hall e os dois voltaram a tocar juntos por cerca de um ano, em um duo que recebeu vários elogios por parte da crítica especializada. O resultado da parceria pode ser conferido no álbum “Live at The North Sea Jazz Festival” (Challenge Jazz), gravado ao vivo na edição de 1979 do célebre festival holandês.
Durante a década de 80, Bob se dedicou à elaboração de peças eruditas, influenciado pelas composições do polonês Witold Lutoslawski, cujo “Concert for Cello and Strings” era o preferido do trombonista. Bob costumava passar horas ouvindo a interpretação feita pelo fenomenal Mstislav Rostropovich. Ele também se firmou como um reputado educador musical, lecionando na Manhattan School of Music, em Nova Iorque, e no New England Conservatory of Music, em Boston, Massachusetts.
Brookmeyer voltou a atuar com a Mel Lewis Orchestra, que passou a adotar esse nome depois que o outro líder, Thad Jones, se mudou para a Europa. Em 1988, Bob assumiu o cargo de diretor da BMI Composers Workshop, entidade que congrega os compositores de jazz e que administra a produção e arrecadação de seus direitos autorais, além de promover seminários e conceder bolsas de estudos a jovens músicos e compositores.
Em 1991, Bob fixa residência em Roterdã, na Holanda, passando a trabalhar como músico e arranjador da The Metropole Orchestra. Três anos depois, cria, juntamente com o baterista John Hollenbeck, a New Art Orchestra, baseada em Lubeck, na Alemanha. Formada por jovens músicos europeus, a orquestra realiza várias gravações para os selos Challenge Jazz e Artistshare, gravadora fundada pela bandleader Maria Schneider.
Um destes discos, “Spirit Music” (Artistshare, 2006), chegou a ser indicado ao prêmio Grammy, em 2007, na categoria “Best Large Jazz Ensemble”. Em 2008, uma de suas composições na seara erudita, “Music for String Quartet and Orchestra”, foi gravada pelo Gustav Klimt String Quartet, juntamente com a Metropole Orchestra, e também foi lançado pela Artistshare. Ainda no campo da música erudita, Brookmeyer teve suas composições apresentadas no prestigioso Schleswig-Holstein Musik Festival, realizado na Alemanha.
Nos últimos anos, Brookmeyer manteve-se extremamente ativo, participando de festivais como Cheltenham, Montreal e Estoril, aparecendo como solista convidado da BBC Big Band e da Ed Partyka Jazz Orchestra, gravando com gente do gabarito de Kenny Wheeler, tocando com o octeto de Hans Koller e liderando seu próprio quarteto, integrado por Brad Shepik (guitarra), Drew Gress (baixo) e John Hollenbeck (bateria).
A National Endowment for the Arts concedeu-lhe o título de Jazz Master em 2006. Em 2011, foi indicado para mais um Grammy Award, na categoria “Best Arrangement”, por seu trabalho no álbum “Forever Lasting” (Pony Canyon), da Vanguard Jazz Orchestra. Sua última gravação foi o disco “Standards”, realizada em setembro de 2011 e que conta com as presenças da New Art Orchestra e da cantora holandesa Fay Claassen.
O trombonista vivia com a esposa, Janet, em uma propriedade rural em Grantham, New Hampshire. Ele faleceu naquela cidade, no dia 15 de dezembro de 2011, nas dependências do New London Hospital, devido a uma parada cardíaca, poucos dias antes de completar seu 82º aniversário.
Como trombonista, influenciou contemporâneo como Carl Fontana e músicos da nova geração, como Scott Whitfield e Robin Eubanks. Sua influência como compositor para big bands pode ser percebida no trabalho de gente como Maria Schneider, Jim McNeely e Darcy James Argue. Uma de suas mais preciosas lições vale para todo aquele que quer se aventurar pela música: “O músico deve sentir paixão por seu instrumento e tocá-lo de maneira apaixonada. Mesmo que ele não seja tão bom tecnicamente ou que cometa erros, o importante é tocar com paixão”.
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20 comentários:
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Parabéns, sempre, pelos textos.
E olhe isto aqui:
http://www.jb.com.br/jazz/noticias/2012/02/11/confesso-que-ouvi-71-cronicas-harmoniosas-sobre-jazzmen-e-seus-discos/
Parabéns, de novo.
Merecimento é isso.
Abraço, amigo.
Meu caro Grijó!
Bom tê-lo no barzinho!
Como andam as coisas na nossa querida Vitória? Espero que esteja tudo fluindo bem, com paz, luz e muito jazz!
Obrigado pelas palavras sempre generosas e pelas boas notícias.
Abração!
Às vêzes faço fervorosas orações aos "deuses da guerra" para que deem um melhor discernimento a mr.Cordeiro, no que tange as escolhas de suas postagens. Até certo ponto tem dado certo essas minhas preces. Vejam aí(e leiam também): Jimmy Raney & Bob Brookmeyer dois dos melhores instrumentistas do jazz nos proporcionando um som inigualável da música "west coast". Parabéns, de antemão, mr.Cordeiro por nos trazer de volta alegria e prazer em ouvir "o velho, verdadeiro e bom jazz". Excelente resenha, e, seria "chover no molhado", acrescentar outros dados sôbre os dois músicos "resenhados", especialmente Bob Brookmayer, de quem sou "fan de carteirinha", inclusive considero-o um dos maiores "valve trombone" do jazz, além de arranjador e ótimo pianista. Bola p'ra frente e viva o Vascão!!!!!
Mestre Predador,
Bom começar a semana tendo-o por perto e, sobretudo, de bom humor!
Depois da virada sensacional do nosso Vascão, com direito a atuação de gala de Alecsandro, só nos resta ouvir o Brookmeyer!
Abração!
Seu San,
No texto deve estar a resposta sobre o pq, com tão extensa discografia, mr. Érico escolheu de Brookmeyer um álbum onde o home do trombone não é líder...
O engraçado é o destaque de Predador até às qualidades pianísticas do trombonista, pq era isso q eu ia destacar: "no lojinha na Bike" foi colocado uma vez o The Ivory Hunters (1959) com Bill Evans, e Brookmeyer exclusivamente ao piano. Até concordo que não seja um álbum daqueles de se chamar de "clássico", mas pela curiosidade da formação, reunião, além do repertório só de standards clássicos, o álbum já vale a compra. No entanto um jazzófilo - q agora não recordo quem, faz tempo, mas era bom entendedor -, puxou o disco do escaninho e teceu o seguinte comentário: "esse disco é uma sacanagem. Como o Brookmeyer ousa dividir o piano com Bill Evans?"
Continuo achando um bom álbum. Gente mais exigente pode dizer "burocrático".... Sei lá, eu gosto.
Quanto ao Vascão, não vi. Tava ralando na Delfim. Mas pr'O Globo e no VT que eu vi, no mínimo, teve um pênalti claro.
Mas... pra não dar uma de torcedor chorão, deixo uma questão já até antiga na recente história do das Laranjeiras: quando o time do Fluminense vai sair do papel?
Pitaco à parte ao mr.Sônico: Bill Evans sabia com quem "dividir a scena". O álbum The Ivory Hunters é ótimo, eu também gosto muito. Quanto ao seu Fluminense, tem tudo para sair do papel, mas com Leandro Eusébio e aquela "defesinha" vai ser difícil. Se bobear nem p'ra Taça Guanabara se classifica.
Esse é o Mr. Predador!
Também gosto do Ivory Hunter - é um ótimo disco!
Grande abraço, meu intergalático visitante!
Mr. Seu Sérgio!
Prazer em lê-lo!
Pois é, esse disco, como falei pro Predador, é bem bacanudo, embora não seja revolucionário.
Boa música, feita por excelentes músicos e que nos deixa leves - quer coisa melhor?
Quanto ao jogo, também não vi, mas o lance do pênalti passou algumas vezes e parece que o Fagner pegou o pé de apoio do jogador do Fluminense. Bom, mas depois do que fizeram com o Vasco no ano passado, com aquele pênalti escandaloso que não deram contra o Flamengo e o gol legítimo que anularam contra o Figueira (só aí são quatro pontinhos, suficientes pra gente ter chegado ao título), um penaltizinho não marcado chega em boa hora :-)
Abração!
Mestre Cordeiro:
Maravilha de resenha, um frescor jazzístico para abrandar o tum-tum-tum do carnaval.
Brookmeyer é top e o som de Raney é daquela delicadeza que poucos sabem produzir; na linha dele, o peixinho Doug, talvez.
Qto ao álbum de BB com Bill Evans é um encontro raro para saudar o bom gosto e a sabedoria harmônica.
um grande abraço.
Evoé, meu querido Rogério Coimbra!
Disse tudo e o fez sabiamente!
Quando eu crescer, quero ser igualzinho a Vossa Senhoria!
The Man Who Never Sleeps Rides Again,
É impressionante a produtividade de nosso Gran Master Boss para manter uma constante fonte de críticas em tão mínimo espaço de tempo. Já mencionei isto em outras ocasiões, inclusive invejando seu notável entusiasmo e sua completa dedicação para manter esse ritmo de divulgação da nossa querida e amada "música dos músicos".
De fato, caro Érico, você possui a stamina e as qualidades de Nat Hentoff e para sorte nossa que nos deliciamos com seu incansável labor.
Como foi mencionado por outros confrades o nome de Bill Evans, com quem Bob Brookmeyer gravou um disco, seus admiradores ficariam assombrados e literalmente aparvalhados com a opinião do saudoso crítico Martin Williams sobre o pranteado pianista.
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
O Bill Evans vai pintar por aqui em breve (tem uma postagem que fala rapidamente sobre ele, mas ele merece um texto mais completo).
Mas diga o que o Martin Williams achava dele!
Abração obrigado pelas palavras sempre generosas!
Beleza! Lido, ouvido e baixado.
Abraços.
Predador, eu também sou FÃ do Bob...
Grande Fig!
Folgo em vê-lo por cá!
Que você aproveite bem a folia momesca!
Abração!
Ei Érico!
Passei para retribuir a visita e conhecer seu cantinho. Confesso que apesar de gostar muito de Jazz não conheço quase o nome de ninguém! dhasudhasu Muito bom seu texto, quase uma biografia do Bob mesmo! Continue escrevendo e compartilhando com a gente os mistérios do Jazz! Bjos!
Obrigado pela visita e pelas palavras gentis!
Vanha sempre ao jazzbarzinho, Paola - aqui só falta o chope, mas sempre tem bom papo e boa música :-)
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