Amigos do jazz + bossa

sábado, 11 de setembro de 2010

O GALANTE MR. JONES


Um dos mais talentosos e festejados pianistas de todas as eras, Henry “Hank” Jones nasceu no dia 31 de julho de 1918, em Vicksburg, Mississippi. Ainda na infância, mudou-se com a família para Pontiac, no estado de Michigan, onde o pai, diácono de uma igreja batista, resolveu se estabelecer. Dos sete filhos do casal Jones, três se tornariam destacados músicos de jazz: o próprio Hank, Thad e Elvin. Além disso, a mãe e quase todos os irmãos aprenderam a tocar piano, sendo que a matriarca da família também cantava. Embora tocasse guitarra, o pai considerava o jazz uma música diabólica e apenas tolerava a sua execução em casa.

Comentando a ojeriza paterna ao jazz, o bem-humorado Hank disse, certa feita: “Ele podia estar certo. Aos poucos, ele foi aceitando o jazz como uma forma de música, embora jamais tenha permitido que se tocasse em sua igreja. Ele não estava errado em suas convicções, pois, às vezes, a música religiosa deve ser a única forma de música permitida na igreja. Mas hoje em dia é comum se ouvir jazz e outras formas de expressão musical nas igrejas”.

Apesar das resistências do pai, o jazz acabou inoculando o seu vírus no jovem Hank, que costumava assistir, extasiado, às apresentações da orquestra de Eddie Cole, cujo irmão pianista, chamado Nat, causava frisson entre os aficionados do jazz, com seu fraseado lírico e sua postura elegante. Com apenas 13 anos, influenciado por gente como Earl Hines, Fats Waller, Teddy Wilson e Art Tatum, Hank começou a sua esplendorosa carreira musical, em bailes e clubes de Michigan e de Ohio.

Um dos programas prediletos do jovem Hank era assistir às incendiárias performances de Art Tatum na região de Detroit e Buffalo e era comum que após os espetáculos, o veterano pianista e seu discípulo ficassem conversando até o sol raiar. Após tocar em diversos grupos locais (um deles tinha o inacreditável título de “The Agony Provokers”), Jones começou a receber alguma notoriedade por conta de seu trabalho no quarteto do baterista Bernard Brown e seu pioneirismo acabou por influenciar outros grandes pianistas da cena de Detroit, como Tommy Flanagan, Barry Harris e Roland Hanna.

Em 1944, enquanto se apresentava com uma banda na região de Grand Rapids e Lansing, conheceu o saxofonista Lucky Thompson, que o convenceu a deixar Detroit e se fixar em Nova Iorque, a Meca do Jazz. Por influência de Thompson, Jones logo foi contratado pelo trompetista Hot Lips Page, que então era atração fixa do Onyx Club. Em novembro do mesmo ano e sob a liderança de Page, Hank entraria pela primeira vez em um estúdio, para gravar um compacto contendo “The Lady In Bed” e “Gee Baby, Ain't I Good To You”.

Após assistir a uma apresentação de Charlie Parker no Spotlight, Jones mudou radicalmente as suas concepções musicais e o seu próprio jeito de tocar. Juntou-se à turma de Young Lions que, comandada por Bird, assombrava o mundo do jazz com a revolucionária linguagem do bebop. Tornou-se amigo do próprio Parker, Dizzy Gillespie, Bud Powell, Max Roach e dos demais músicos que incendiavam as noites da Rua 52 e subvertiam todos os cânones jazzísticos vigentes até então.

Em pouco tempo na Big Apple, viriam trabalhos ao lado de Artie Shaw, John Kirby, Benny Carter, Howard McGhee, Coleman Hawkins, Benny Goodman, Andy Kirk, Gene Krupa, Johnny Hodges, Tyree Glenn, e Billy Eckstine. Jones foi um dos pianistas preferidos de Charlie Parker, tendo gravado inúmeras vezes ao lado de Bird. Sobre o grande Artie Shaw, de quem se tornaria amigo, Jones deu o seguinte depoimento: “Artie era um intelectual. Como Tatum e Bird, ele podia discorrer sobre qualquer assunto: política, esporte, história, religião, filosofia... Uma vez eu lhe perguntei porque ele casou tantas vezes e ele disse que era uma questão moral – era melhor casar dez vezes do que se casar uma única vez e ter nove amantes”

Hank também participou ativamente dos concertos promovidos pelo empresário e produtor Norman Granz – a célebre caravana Jazz At The Philarmonic – a partir de 1947. O pianista lembra com muito carinho o papel que Granz – assim como Benny Goodman e Artie Sahw – teve na luta contra a segregação racial e permaneceu viva em sua memória a noite em que o criador da Caravana JATP recusou-se a deixar seus músicos se apresentarem para uma platéia na qual os negros ficavam segregados dos brancos.

Entre 1948 e 1953, Jones foi o pianista de Ella Fitzgerald e o trabalho com a exigente cantora deu ainda mais visibilidade à sua carreira e abriu-lhe muitas portas no disputado mercado jazzístico do período. Aliás, acompanhar cantores e cantoras era uma especialidade de Jones, que também trabalhou com Sarah Vaughan, Johnny Mathis, Dakota Staton, Helen Merrill, Betty Carter, Abbey Lincoln, Chris Connor, Johnny Hartman, Anita O’Day, Joe Williams e muitos mais.

Os anos 50 e 60 foram exaustivamente prolíficos. Já estabelecido como um dos mais competentes acompanhantes da cena novaiorquina e pianista preferido da gravadora Savoy, Jones, que também liderava seus pequenos grupos, geralmente no formato de trio. Costuma-se dizer que é mais difícil indicar um grande nome do jazz que não tenha trabalhado com Hank Jones do que encontrar uma agulha em um palheiro.

Com efeito, Hank trabalhou com músicos da estirpe de Cal Tjader, Buddy Rich, Dizzy Gillespie, J.J. Johnson, Stan Getz, Al Cohn, Bill Perkins, Richie Kamuca, Eddie Bert, Donald Byrd, Yusef Lateef, Jimmy Cleveland, Milt Jackson, Kenny Clarke, Lawrence Brown, Nat Adderley, Zoot Sims, Jimmy Raney, Bob Brookmeyer, Max Roach, Pepper Adams, Lester Young, Paul Chambers, Cannonball Adderley, Fats Navarro, Paul Gonsalves, Kenny Dorham, Frank Wess, Hank Mobley, Sahib Shihab, Herbie Mann, Ray Brown, Curtis Fuller, Quincy Jones, Oliver Neslon, Wes Montgomery, Clark Terry, Urbie Green, Lee Morgan, Sonny Stitt e uma infinidade de outros.

Em 1958, quando o fotógrafo Art Kane reuniu 57 dos maiores músicos de Jazz em Nova Iorque, para fazer a célebre fotografia “A Great Day In Harlem”, publicada na Esquire Magazine, Hank Jones estava lá, juntamente com os geniais Dizzy Gillespie, Johnny Griffin, Horace Silver, Thelonious Monk, Charles Mingus, Maxine Sullivan, Buck Clayton, Benny Golson, Mary Lou Williams, Coleman Hawkins, Count Basie, Gene Krupa, Marian McPartland, Sahib Shihab, Gerry Mulligan, Red Allen, Sonny Rollins, Lester Young, Oscar Pettiford e muitos outros.

Entre 1959 e 1975, Jones integrou a orquestra da rede de TV CBS, que lhe dava a estabilidade financeira que a grande maioria dos músicos de jazz não dispunha. Nessa época, acompanhou uma constelação de astros, especialmente aqueles que se apresentavam no The Ed Sullivan Show, como Frank Sinatra, Judy Garland e Johnny Mathis. Outra curiosidade: era Jones que, ao piano, acompanhou a atriz Marilyn Monroe quando esta interpretou a sua lúbrica versão de “Happy Birthday” para o então presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, no dia 19 de maio de 1962, em pleno Madison Square Garden.

Hank também atuou em musicais da Broadway, com destaque para “Ain't Misbehavin'”, baseada nas composições do pianista Fats Waller. As décadas de 70 e 80 pouco afetaram a atividade febril do pianista, que incluem dezenas de álbuns em seu próprio nome e duetos inesquecíveis com Tommy Flanagan (“Our Delight”, Galaxy, 1978), John Lewis (“Na Evening With Two Grand Pianos”, Atlantic, 1979) e George Shearing (“The Spirit Of 176”, Concord, 1988).

Criou, em 1976, o Great Jazz Trio, grupo que se apresentava com regularidade no Village Vanguard e que teve como membros originais o baixista Ron Carter e o baterista Tony Williams. Pelo combo, que gravou dezenas de álbuns, passaram músicos da estatura de Eddie Gomez, George Mraz, John Patitucci e Richard Davis, no contrabaixo, e Al Foster, Jimmy Cobb, Jack DeJohnette e Elvin Jones, na bateria. O grupo gravou com diversos músicos de primeira linha, como Jackie McLean, Art Farmer, Benny Golson e Sadao Watanabe.

A seu turno, o trabalho de Hank como acompanhante de grandes nomes do jazz – como Art Pepper, Anthony Braxton, Lionel Hampton, Tal Farlow, Red Mitchell, Warren Vaché, James Moody, Charlie Haden, Ken Peplowski, Scott Hamilton e Curtis Lundy, por exemplo – manteve-se sempre constante. Digno de nota foi a sua participação na Thad Jones-Mel Lewis Orchestra, em substituição ao amigo e pupilo Roland Hanna, com quem excursionou pela Europa em uma turnê que chegou ao fechadíssimo Leste Europeu, incluindo concertos na Rússia e Polônia. Durante anos foi atração fixa do Cafe Ziegfeld, em Manhattan.

O século XXI encontrou um Hank Jones mais que disposto, com destaque para os duetos com o saxofonista Joe Lovano (“Joyous Encounter”, Blue Note, 2005) e a cantora Roberta Gambarini (“You Are There”, Universal, 2006). Tocou com Diana Krall a canção “Dream a Little Dream of Me”, no tributo a Ella Fitzgerald “We All Love Ella” (Verve, 2007) e foi um dos destaques do documentário “Note by Note: The Making of Steinway L1037”, filmado em 2007.

Gravações a granel, excursões à Europa e ao Japão, matérias em revistas especializadas e participações nos mais importantes festivais do mundo deram a tônica de suas atividades. Dois discos ao lado do velho amigo Frank Wess (“Hank and Frank, Vol. I”, de 2006 e “Hank and Frank, Vol. II”, de 2009), ambos para a Lineage Records, resgataram a atenção da crítica para o seu fraseado impecável e elegante ao extremo. Uma das mais soberbas peças de sua alentada discografia é “For My Father”, gravado entre os dias 30 de janeiro e 1º de fevereiro de 2004, para o selo Justin Time.

Ao lado do baixista George Mraz e do baterista Dennis Mackrel, Hank está muito à vontade para professar seu estilo sóbrio e refinado, a bordo de um repertório eclético e de excepcional bom gosto. A abertura fica a cargo de “Paulette”, do ex-parceiro Al Foster, na qual o trio flerta com a bossa nova. Com uma excepcional técnica com as escovinhas, Mackrel dá uma aula magna de delicadeza e é o maior destaque individual da faixa.

Uma monumental releitura de “Bemsha Swing”, do sempre ótimo Thelonious Monk, vem logo a seguir. Dotada de muita graça e swing, é o veículo perfeito para que o líder possa exibir a sua proverbial excelência melódica. Alongando as notas fazendo uso parcimonioso das dissonâncias, o pianista subverte o cânone monkiano e permite ao ouvinte que se deleite com a melodia, deixando a harmonia em um plano secundário. O resultado, embora pareça blasfemo aos ouvidos de alguns, é simplesmente delicioso e inesquecível.

“Queen Of Hearts” tem um andamento de valsa, com evocações primaveris à música delicada de um Steve Kuhn ou de um Bill Evans, mas reveste-se também de uma certa dose de melancolia. Mais uma vez, o trabalho de Mackrel é notável, especialmente com os pratos. A consagrada “Johnny Come Lately”, de Billy Strayhorn, recebe um arranjo moderno e, ao mesmo tempo, relaxado. O versátil Mraz disseca as entranhas do blues, em uma atuação precisa e arrojada.

Jones pertence àquela rara estirpe de músicos que consegue imprimir frescor em tudo o que faz, inclusive quando executa temas mais conhecidos – e é lógico que Ellington não poderia ficar de fora. As interpretações de duas de suas gemas mais preciosas, “Sophisticated Lady” e “Prelude To A Kiss”, demonstram que reverência não significa ausência de idéias próprias, muito menos de personalidade. Ambas as versões são belíssimas e o piano de Hank parece flutuar, tamanha a leveza do seu toque.

Strayhorn comparece, novamente, com a etérea “Lotus Blossom”, uma de suas composições mais belas e sofisticadas, na qual a integração do trio é absurda, merecendo audição detida a percussão delicada de Mackrel e o suntuoso arcabouço melódico construído pelo líder. Em “SKJ”, de Milt Jackson, tem-se um profundo mergulho nas caudalosas águas do blues e, mais uma vez, o destaque vai para o baixo taciturno de Mraz, que constrói uma atmosfera claustrofóbica e soturna.

Cole Porter está presente com a eufórica “Easy To Love”, uma das faixas mais irresistíveis do álbum, na qual o idioma bop se faz presente no dedilhado feérico do líder e, sobretudo, na percussão vulcânica de Mackrel. A infecciosa “Because I Love You” é outro momento saboroso do álbum. Composto pelo trompetista Tom Harrell e executada com um swing inebriante, o tema tem uma estrutura bastante singela e, talvez por isso mesmo, irresistível. O líder brinca com as teclas e faz delas um espaço para o lúdico – aos 85 anos, Jones mostrava ao mundo que ser criança é um estado de espírito e não um estado cronológico.

Harold Mabern, um dos mais importantes pianistas contemporâneos, tem a honra de ver a sua “Grace of God” interpretada com discrição e sobriedade pelo trio. Para terminar, mais um standard, “Softly as in a Morning Sunrise”, que recebe um arranjo vivaz e intenso, mais acelerado que o habitual. O fraseado classudo de Jones casa à perfeição com a elegante melodia de Oscar Hammerstein, fazendo desse disco um dos pontos mais altos da carreira do veterano pianista. Um disco à altura da importância do pianista e excelente oportunidade para começar a se familiarizar com o seu majestoso universo.

Jones teve a felicidade de receber, em vida, homenagens tão extensas quanto a sua brilhante carreira. Mereceu o título de Jazz Master em 1989, dado pela National Endowment for the Arts Jazz e, em 2003, o pianista Geoffrey Keezer lançou o álbum “Sublime - Honoring the Music of Hank Jones”, pela Telarc, no qual visita a obra composicional do decano dos pianistas de Detroit, fazendo duetos históricos com estrelas do naipe de Kenny Barron, Chick Corea, Benny Green e Mulgrew Miller.

Também em 2003, foi nominado “Jazz Living Legend Award” pela poderosa ASCAP (American Society of Composers, Authors, and Publishers). Foi eleito o pianista do ano de 2007 pela Jazz Journalists Association. Recebeu a prestigiosa National Medal of Arts em 2008 e foi o grande homenageado do Festival Internacional de Jazz de Montreal, no Canadá daquele ano. Foi indicado para um prêmio Grammy especial, por sua contribuição para a música, em 2009, mesmo ano em que a University of Hartford lhe concedeu o título de Doutor Honorário e a revista Down Beat o indiccou para o seu Hall of Fame.

Como sideman, participou de mais de mil gravações. Sua discografia como líder é bastante extensa e prima pela enorme qualidade. Seus discos foram lançados por selos como Riverside, Prestige, Evidence, Lonehill, Columbia, Mercury, Savoy, MPS, Black & Blue, Verve, Fresh Sound, Cheski, MCA, Capitol, Timeless, Concord, Denon e dezenas de outros. Ele faleceu no dia 16 de maio de 2010, de causas não reveladas, no Calvary Hospital Hospice, em Nova Iorque.

Em seus 91 anos muito bem vividos – ele não fumava, não bebia e jamais usou qualquer tipo de droga – Hank Jones deixou um dos mais belos e emocionantes legados de toda a história do jazz. Pedro “Apóstolo” Cardoso sintetiza a sua importância para o universo jazzístico: “Hank Jones foi, talvez, o menos incensado dos pianistas boppers, talvez até por sua postura plena de classe e de discrição. Um mestre das 88 teclas, um fidalgo no comportamento e nas apresentações”.

Sobre ele, o português José Navarro de Andrade escreveu um belíssimo texto, do qual extraio alguns excertos:

“A morte de Hank Jones, com a idade que tinha e pela atividade que manteve até aos derradeiros momentos, é mais um pouco da morte do jazz. Com a morte de Hank Jones, desaparece um modo de ser (mais do que um estilo ou escola) do jazz: aquilo que se chamava ‘O Jazz de Detroit’. Aliás, para ser mais tremendista, poderá arriscar-se que com Hank Jones vai a enterrar a própria Detroit. Não deixa de ser assustador imaginar que uma cidade pode morrer por dentro, corroída pelo abandono. É o caso exemplar de Detroit, cuja downtown são ruínas fantasmagóricas e não poucas áreas residenciais, outrora ricas, são hoje desolados baldios. Nas imagens recolhidas por Stan Douglas no final do séc. XX, já não se consegue ouvir o Hard Bop, fica apenas um triste silêncio. Já não há o delicado piano de Hank Jones.”

Outro que não se furtou a falar sobre o falecido pianista foi o crítico Nat Hentoff, seu amigo por longas décadas e para quem Jones era o símbolo vivo da serenidade. Segundo ele “Não importava o tempo ou o humor, a serenidade Hank sempre dominava a cena. Ele sabia quem era, e sempre se manteve trabalhando para preservar a identidade. Certa vez eu lhe disse que o que mais gostava em sua música era que ela sempre soou nova. Com humildade, ele respondeu ‘Toda noite eu tento tocar como se fosse a primeira vez’. Para Hank, a música era sempre algo novo. Havia sempre um horizonte onde ele não havia chegado ainda”.

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24 comentários:

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

Esse ajudou a escrever o livro do JAZZ. Como indicado no blog do prezado JOHN LESTER, também foi um campeão de gravações (956 participações que o colocam como o 8º músico de JAZZ que mais gravou).
Excelente e concisa resenha, com bela escolha de gravação pinçada de uma obra superior.
Parabéns ! ! !

Andre Tandeta disse...

Esse e' simplesmente "O Imperador". Swing,sofisticação harmonica, fraseado maravilhoso onde esta toda a historia do piano. Sou fã desse Mestre absoluto e eterno. Felizmente ha uma enorme quantidade de gravações para nos deleitarmos e que são um dos maiores tesouros do jazz.
Abraço

pituco disse...

érico san,

assisti mr.hanks ao vivo, aqui...impossível imaginar que faleceria em seguida...estava tão 'guenki'...tanta música e tanto carisma (são pessoas muito especiais).

não li a resenha inteira...a vista tá um poquito embotada...mas, confiro na sequência...agora, ouço a música.

abraçsons

Érico Cordeiro disse...

Muito bom começar o dia com os "bacanudos" comentários dos queridos Apóstolo, Tandeta e Pituco!
Sejam muito bem-vindos. Além da quantidade, Jones se destaca pela qualidade de suas performances, sempre muito elegantes - agora mesmo ouço o disco com a Roberta Gambarini, que é magistral.
Imperador lhe cai muito bem, Mr. Tandeta! E seu Pituco, invejo-o profundamente - quisera eu ter tido a chance de tê-lo visto ao vivo.
Abração aos três!!!!

HotBeatJazz disse...

Ô¬Ô

Seu Érico,

este é uma verdadeira enciclopédia. Hank resume em sua música toda a história da evolução do jazz. A título de complemento de suas inesgotáveis informações, o baixista original do Great Jazz Trio foi Buster Williams, logo substituído por Ron Carter.

Grande resenha para uma grande músico, como habitual.

Grande abraço

Salsa disse...

Eu gostei bastante do duo que ele fez com Joe Lovano. Impressionante como o velhinho se adaptava a quaisquer discursos.

Érico Cordeiro disse...

Caros Mauro e Salsa,
Sejam muito bem vindos. O Museólogo, como sempre,, está coberto de razão - mas salvo engano o Buster Williams não gravou nada com o Great Jazz Trio, razão pela qual não fiz referência a ele.
Mestre salsa, como sempre, preciso como um solo de Parker! É isso aí, as grandes escolas do jazz - swing, bebop, hard bop, free, post-bop - passam pelos dedos criativos do simpaticíssimo Hank Jones.
Abraços aos dois!

Sergio disse...

Ô Seu érico, tou com as lições de jazz todas atrasadas. E vcmecê me põe logo esse disco na radiola?! Hoje tem Flusão, Seu San! Daqui há pouco!... Como assim? Tas parecendo aqueles professores de cursinho, “quem veio, veio quem não ta vindo, fica passa as férias de recuperação. Assim não pode assim, não dá.

E, como já já começa o jogo e a cerva ta esquentando aqui, só um detalhe: será q ninguém vai comentar, destacar, sublinhar o show de batera q um certo Dennis Mackrel dá neste disco. Graças a ele, reparei como a suavidade no toque, pode fazer com que percebamos cada detalhe, cada batida q esse monstro aplica ao seu instrumento. Todo mundo arrasa nesse disco mais o batera foi o q mais me chamou atenção. Ainda não li o texto... Como disse tou todo atrasado na lição. Mas vou tentar me aplicar pra acompanhar a turma.

Abraços! Minha próxima postagem será mais Hank, Consegui somar acho q perto de 50 discos do homi e cada um melhor q o outro. Mas este For My Father, pra mim é imbatível.

Érico Cordeiro disse...

Grande Mr. Seu San,
O sumido!
Só Hank Jones prá lhe tirar da toca, não é mesmo?
Pois é, se você reparar bem, a todo momento eu ressalto a percussão do Dennis Mackrel (de quem não conheço outros trabalhos). Um coadjuvante à altura da excelência do astro principal!
Seu Fluzin deu vexame, mas o Curingão ajudou. E o meu Vasquin, invicto há 12 jogos, tá chegando.
Tin Tin e obrigado pela referência ao jazzbarzinho lá no bar Sônico!

Sergio disse...

(...) "Para Hank, a música era sempre algo novo. Havia sempre um horizonte onde ele não havia chegado ainda”.

Beleza de resenhomenagem, seu san... Tá no livro?

Bem, é um disco maravilhoso. Te contei que presenteei um amigo baterista - que hoje dirige taxi pra pagar as contas - e o disco virou trilha oficial dentro do taxi, quando começa a tocar o “For My Father”, não há passageiro, com alguma sensibilidade, que não elogie a música desse disco. Alguns chegaram me ligar do próprio taxi, pra me perguntar, sem dispensar o a dramatização do “pelamor de Deus, onde se encontra esse disco!?" Te juro.

Realmente esse 'albinho', de mais de 70 minutos, tem poder... E pela maestria de cada faixa, não há nada de demoníaco nele.

Seu Érico, please, compare o Favors lá no meu sítio com esse. O trio é o mesmo, ao vivo, conta com a adição de pequena orquestra de metais nas últimas faixas e dos aplausos comportados de uma (nem precisa ver para afirmar) hipnotizada plateia.

Abraços!

.Edinho disse...

Caro Érico ,
mais uma vez você acertou em cheio ! Esse é um dos mais belos album do Hank Jones. Outro que gosto muito é o "Hank Jones & Tommy Flanagan - 1983 I'm All Smiles" . Se você não tem passa lá no blog do JazZona que postei com o link pra baixar .
Abraços Vascainos ( É hoje !)

Érico Cordeiro disse...

Grandes Sérgio e Edinho,
Ao primeiro, digo que o "Favors" tá 51 doletas no Amazon (tem usado a partir de 17). Acho que recorrerei à velha Reco, brevemente!
Quanto ao "Hank Jones & Tommy Flanagan - 1983 I'm All Smiles", Mr. Edinho, reconheço a minha ignorância e até achei o bichinho, mas a impraticáveis 69 verdinhas - acho que vou aceitar o seu convite :)
Da dupla Hank Jones & Tommy Flanagan tenho apenas o "Our Delight" e o ao vivo em Marciac (saiu no Brasil pela Biscoito Fino).
Abração aos dois!

APÓSTOLO disse...

Dennis Mackrel = além de um senhor baterista, um excepcional compositor.
Tenho em VHS a apresentação da banda de Basie sob o comando do grande Thad Jones, em Tóquio, com Dennis mostrando todas as virtudes de um "MÚSICO" superior em seu instrumento.

Érico Cordeiro disse...

Para quem tinha dúvidas sobre as habilidades do baterista, Mestre Apóstolo as fulminou prontamente, com o seu mais que abalizado parecer sobre o Mackrel - a mim resta apenas e tão-somente assinar embaixo!
Abração!

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

Sua referência a JONES como o pianista do espetáculo "Ain't Misbehavin'" ("Fats" Waller) na Broadway, felizmente o som pode ser devidamente desfrutado, graças ao LP duplo "Ain't Misbehavin' - The New Fats Waller Musical Show", lançado pela RCA (gravação nos estúdios da RCA em 8, 12 e 15/junho/1978, com o elenco original do espetáculo).
Nessa produção da RCA (que felizmente adquirí nos anos 80 em loja de São Paulo), os demais músicos foram = Virgil Jones/trumpete, Janice Robinson/trombone, Sheldon Powell/palhetas, Hank Jones e Luther Henderson/piano, Arvell Shaw/baixo("remember" All Stars de Armstrong) e Joe Marshall/bateria.
Nas duas capas internas o histórico do show (cuja estréia foi em 09/maio/1978), mais que continuamente premiado após o lançamento, o histórico e intérpretes de cada faixa (30 faixas, mais uma com gravação original de "Fats" Waller e o final apoteótico com todo o elenco), enfim, um primor de lançamento.
Por mais que possa ser dificil conseguir o LP duplo (não sei se ocorreu mais tarde lançamento em CD), recomendo tentar com entusiasmo.

John Lester disse...

Prezado Mr. Cordeiro,

Curioso como a qualidade do blog mantém-se intacta, mesmo considerando todo o esforço que a escrita de um livro requer.

Mais uma vez, parabéns, pela resenha e pela escolha de envergadura. Mr. Jones merece todo nosso carinho.

Grande abraço, JL.

Érico Cordeiro disse...

Caros Apóstolo e Lester,
Sejam muito bem-vindos. É a presença de pessoas como vocês - amigos queridos e exímios conhecedores do maravilhoso mundo do jazz - que faz com que o barzinho valha a pena.
Da minha parte, farei todo o possível para continuar nessa trilha - da qual vocês são pioneiros - por muitos e muitos anos. Afinal, gente bacana prá ser resenhada é o que não falta - e gente bacana para aparecer por aqui para dividir informações bacanudas também!
Um fraterno abraço aos dois - quanto ao Ain't Misbehavin' - The New Fats Waller Musical Show, acho que o Sérgio, grande fã do Hank Jones, certamente haverá de descobrir esse disco e dividir conosco essa preciosidade. Provavelmente ele não foi lançado em cd - no Amazon tem em vinil, usado, a preços razoáveis.
Obrigado por tudo!!!!!

Sergio disse...

Seu Érico, esse disco "For my father" tem poderes sobre naturais. E essa postagem devia ser campeã de comentários. Tou dando a minha colaboração.

Interessate a história do mestre Apostulo sobre o Mackrel. Basie é aquela do Mat Bianco, né? Cheguei a correr atras desse disco -q nem deve existir- de Mackrel, Basia e Thad Jones. Esse é exclusivo, em VHS, de mr. Apóstulo.

Um momento vc diz "Para quem tinha dúvidas sobre as habilidades do baterista, Mestre Apóstolo as fulminou prontamente, com o seu mais que abalizado parecer sobre o Mackrel", nunca houve dúvidas sobre a habilisensibili(dade) de Mackrel. E a julgar por este álbum, ele fica entre os melhores bateristas do jazz.

Abraços!

Érico Cordeiro disse...

Grande Seu Sérgio,
Acho que você cometeu um pequeno equívoco: não é Basia é Basie (o Count basie mesmo - rs, rs, rs).
Certamente é a apresentação da orquestra do homem, comandada por Thad Jones, gravada ao vivo em Tókio!
Também acho que um post sobre o Hank Jones deveria "bombar", mas acho que os amigos estão preferindo ouvir as musiquinhas e só curtir - e ouvir HJ é sempre muito bom, não é mesmo?
Assim, desfeito o mal-entendido, pode partir prá descobrir o vídeo e, se for possível, o disco mencionado pelo nosso mestre - "Ain't Misbehavin' - The New Fats Waller Musical Show"!
Abração!

PREDADOR.- disse...

Semana passada, ouvindo os "trabalhos" do trumpetista Tony Fruscella, quem estava comandando a "cozinha" em um take de 1955? Hank Jones. No meu entendimento, um dos maiores pianistas do jazz- JAZZ, principalmente na época em que era esclusivo da gravadora Savoy. E, mr.Apostolo está com toda razão: "...um mestre das 88 teclas, um fidalgo no comportamento e nas apresentações.", e digo eu um exímio "selecionador" de repertórios, não se metia em "derrubadas", tanto na escolha das músicas como dos músicos que o acompanhavam. Uma grande homenagem, mr.Cordeiro, você presta a este expoente, mestre dos mestres do piano jazzístico.

Sergio disse...

Eita, eita, eita... Santa confusão, Batman! Que maçada. Mas Basia é chegada a um jazz. Eu gostava do popjazzbossa dela... E o Mackrel tem idade pra ter tocado com ela, mas Thad Jones... Foi uma gafe mesmo. Infim. Sigamos tentando...

Encontrei o Fats Waller sim. O disco é "Fats Waller and His Rhythm Ain't Misbehavin 1934 - 1943", o pianista Fats está na capa, ao piano, será esse, ainda com Hank? Tire-me essa dúvida mister.

Érico Cordeiro disse...

Mestres Predador (tava bonzinho nessa hora) e Sérgio,
Ao primeiro, só digo que se você resolvesse implicar com o HJ ia dar confusão, porque o cara tem um monte de fãs aqui no jazzbarzinho. Era capaz de tomar um torpedo de fótons na titela :)
Seu San, o nome do disco é Ain't Misbehavin' - The New Fats Waller Musical Show. No Amazon tem o LP, usado, mas não tem capa e nem a relação de músicas. Talvez o Mestre Apóstolo possa scanear a capa e as músicas, para facilitar a sua busca (que é nossa também!).
Abração aos dois!

APÓSTOLO disse...

Prezado ÉRICO:

Como estou com problemas na máquina para escanear, envio para o seu email a relação das faixas, intérpretes e mais alguns detalhes.
Uma pena não escanear, já que a capa e a contra-capa são verdadeiras obras de arte, como se fossem cenário do teatro ("The Manhattan Theatre Club"), com belas caricaturas dos 05 integrantes do elenco e de Fats Waller.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Apóstolo,
Muito obrigado pela gentileza.
Repassarei ao incansável Sonic Boi as informações (ele vai achar o disco, o danado!).
Abração!

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