Amigos do jazz + bossa

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O JAZZ PASSOU NA JANELA E SÓ MILT HINTON VIU



Milton John Hinton não foi apenas uma testemunha privilegiada da história do jazz.  Foi também um de seus mais valorosos e incansáveis artífices e merece, por certo, o título de decano dos baixistas do jazz. Em seus noventa anos muito bem vividos, conviveu com os maiores dentre os maiores e, para felicidade dos jazzófilos, eternizou boa parte desses momentos sublimes em sua Roleyflex (na verdade, suas câmeras era uma Argus e, posteriormente, uma Leica). Sim, porque além de ser um baixista de primeiríssima linha, ele também construiu uma extraordinária carreira como fotógrafo de jazz, rivalizando em importância com monstros do gabarito de Herman Leonard, William Claxton e Francis Wolff.

Hinton nasceu em Vicksburg, Mississippi, no dia 23 de junho de 1910. Sua avó materna havia sido escrava e seu pai um imigrante africano que chegou aos Estados Unidos trazido por missionários católicos. O pai abandonou a família quando Milt tinha apenas três anos e ele foi criado pela mãe, uma mulher determinada e corajosa, além de ser muito ligada à música. Ela era organista e também a diretora musical do coral da igreja que freqüentava e foi dela que Milt herdou o amor pela música. Em 1921, o garoto mudou-se com a mãe para Chicago e na nova cidade, iniciou-se nos estudos musicais, tendo recebido aulas particulares de violino clássico. Seu sonho era, então, ser violinista e acompanhar os filmes mudos que eram exibidos nos cinemas da cidade.

Durante o colegial, feito na Wendell Phillips Chicago High School, Milt fez parte de uma banda patrocinada pelo jornal Chicago Defender, e ali desenvolveu ainda mais as suas aptidões musicais, dedicando-se ao aprendizado da corneta, da tuba, do violoncelo e, finalmente, do contrabaixo, instrumento que tomou para si com enorme disposição. Em 1927 foi lançado “The Jazz Singer”, estrelado por Al Jolson e considerado o primeiro filme falado da história do cinema. Esse evento decretou o fim do cinema mudo e abalou bastante as convicções do jovem Milt quanto ao futuro dos músicos que tocavam nas sessões de cinema.

Em sua juventude, Milt estudou com o major Clark Smith, figura lendária do cenário musical de Chicago e quando tinha apenas 16 anos, começou a tocar profissionalmente. Terminado o ensino médio, Hinton continuou os estudos musicais no Crane Junior College e se matriculou na Northwestern University, mas não concluiu o curso, por conta de sua atribulada carreira como músico profissional.

Com efeito, desde o início da carreira profissional, Milt era um disputado freelancer, tendo trabalhado, de meados da década de 20 a meados dos anos 30 com Jabbo Smith, Freddie Keppard, Boyd Atkins, Erskine Tate, Eddie South, Fate Marable e Art Tatum. O primeiro emprego relativamente estável foi na orquestra do pianista Tiny Parham, seguido por um breve período com a orquestra do violinista Eddie South, ao lado de quem Milt fez as suas primeiras gravações. Em 1935, Hinton aceitou o convite do baterista Zutty Singleton e se juntou a sua banda, atração fixa do clube Three Deuces.

Em 1936, Milt foi contratado por Cab Calloway e, ao longo dos quinze anos seguintes, seria peça fundamental na orquestra do folclórico bandleader. Em seu novo emprego, o baixista pôde atuar com grandes nomes, como Danny Barker, Chu Berry, Doc Cheatham, Cozy Cole, Chu Barry, Quentin Jackson, Illinois Jacquet, Jonah Jones, Johnny Hodges, John Lewis, Ike Quebec e Ben Webster, entre outros. Hinton desenvolveu uma fraterna amizade com um jovem trompetista chamado Dizzy Gillespie, cujas idéias musicais bastante avançadas eram muito criticadas por Calloway, que costumava dizer que Dizzy fazia “música de chinês”.

Ao mesmo tempo, Hinton iniciava a sua estupenda carreira como acompanhante, participando de gravações ao lado de Benny Carter, Benny Goodman, Lionel Hampton, Coleman Hawkins, Billie Holiday, Ethel Waters, Lester Young e Teddy Wilson. Boa parte dessas gravações atualmente gozam do status de verdadeiros clássicos do jazz. Até 1939, quando Jimmy Blanton despontou na orquestra de Duke Ellington com a sua forma revolucionária de tocar, Milt era considerado, por crítica e público, o maior contrabaixista de jazz em atividade.

Em 1951, Calloway desfez a sua orquestra, por conta do ambiente francamente hostil às big bands e Milt se viu obrigado a procurar emprego. De qualquer forma, ele sempre teve pelo ex-patrão muito respeito e carinho. Hinton declarou em uma entrevista que “Calloway foi o meu pai musical. Ele era extremamente generoso comigo e me deu muitas oportunidades para que eu me desenvolvesse profissionalmente. Ele era como um sopro de ar fresco”.

O baixista não ficou desempregado por muito tempo e logo integrou-se à banda do pianista Joe Bushkin, onde estavam o trompetista Buck Clayton e o baterista Jo Jones. Em 1953, Milt tocaria por um breve período na orquestra de Count Basie e faria parte dos Louis Armstrong's All-Stars. No início do ano seguinte, ele montou seu próprio grupo, para atuar como atração fixa do clube Basin Street West e, naquele mesmo ano, acompanhou Billie Holiday em sua apresentação no Festival de Newport.

Ainda em 1954, foi contratado pela CBS, graças a uma indicação do comediante e apresentador Jackie Gleason, para atuar na orquestra da gravadora, o que lhe permitiu ter uma certa estabilidade financeira. Os dois ficaram amigos durante as gravações do álbum de Gleason, “Music for Lovers Only”, gravado para a Capitol em 1952. Milt foi o primeiro negro a fazer parte de uma orquestra de programas televisivos, atuando em programas de sucesso como o Jackie Gleason Show e o Dick Cavett Show. Seu pioneirismo abriu caminho para que outros músicos negros, como Clark Terry, Snooky Young, Jerome Richardson e Hank Jones, pudessem ingressar nesse importante mercado de trabalho.

Residindo em Nova Iorque, Milt jamais perdeu a condição de requisitado freelancer. Para que se tenha uma idéia, ele atuou em, virtualmente, todos os contextos imagináveis, tocando em jingles de publicidade, trilhas sonoras de filmes, orquestras de rádio e de televisão e, principalmente, em gravações de jazz. Nesse ponto, The Judge parece ser imbatível, pois suas atuações como sideman chegam facilmente à casa dos milhares.

Mais que isso, é possível empreender, ao seu lado, um verdadeiro passeio pela história do jazz, já que ele emprestou seu talento a gravações de dixieland, swing, bebop, hard bop, West Coast e até mesmo a obras esteticamente mais ligadas ao free jazz. Esteve ao lado de músicos das mais diversas gerações, sendo, provavelmente, o único músico no mundo a ter tocado com um pioneiro como o cornetista Freddie Keppard e com um instrumentista contemporâneo como Brandford Marsalis.

Conforme lecionam Gary Giddins e Scott DeVeaux, Hinton era “um músico adorável, cujos swing robusto e excelente entonação refletiam a sua personalidade genial” . Ainda de acordo com os renomados críticos Milt “possuía uma erudição harmônica instintiva que o tornavam absolutamente capaz de fazer a transição do swing para o bebop. Ele expandiu as fronteiras do contrabaixo utilizando as mais avançadas harmonias e do ponto de vista rítmico o seu acompanhamento sincopado era recheado de ilustrações melódicas bastante inventivas”.

A relação de artistas com quem atuou é quilométrica: Quincy Jones, Dexter Gordon, Billy Bauer, Buddy DeFranco, Buck Clayton, Ruby Braff, Mel Powell, Neal Hefti, Paul Quinichette, Helen Merrill, Clifford Brown, Gil Evans, Al Cohn, Kai Winding, Mabel Mercer, Paul Barbarin, Joe Newman, Osie Johnson, Chris Connor, Ray Bryant, Betty Carter, Tony Scott, Jimmy Giuffre, Jack Teagarden, Zoot Sims, Mundell Lowe, Jackie Paris, Dinah Washington, J.J. Johnson, Johnny Hartman, Donald Byrd, Tony Bennett, Bud Freeman, John Coltrane, Johnny Mathis, Marilyn Moore, Bobby Hackett, Gigi Gryce, Ernestine Anderson, Herb Ellis, Michel Legrand, Urbie Green, Hank Jones, Eubie Blake, Gerry Mulligan, Edmond Hall, Ruth Brown, Bobby Short, Charlie Barnet, George Russell, Dinah Washington, Jimmy Cleveland, Hal McKusick, Jimmy Smith, Kenny Burrell, Wes Montgomery, Freddie Redd, Henry “Red” Allen, Pee Wee Russell,  Curtis Fuller, Oliver Nelson, Ike Quebec, Gary Burton, Clark Terry, Stan Getz, Erroll Garner, Buddy Tate, Freddie Green, Red Norvo, Joe Venuti, Elvin Jones, Paul Desmond, Roland Kirk, Mahalia Jackson, Miles Davis, Paul Gonsalves, Sonny Stitt e uma infinidade de outros grandes artistas.

Apaixonado por fotografias desde a década de 30, Milt e a câmera eram inseparáveis e por ser um dos músicos mais demandados de todos os tempos, ele pôde testemunhar – e registrar – alguns dos momentos mais importantes da história do jazz. Quando Art Kane fez a famosa foto “A Great Day In Harlem”, em 1958, Milt era um dos 57 músicos ali retratados. Mais que isso, ele estava munido de sua máquina fotográfica e sua esposa, Mona Hinton, carregava uma pequena filmadora de 8mm. Os dois captaram os momentos que antecederam a foto histórica e, futuramente, seus trabalhos serviriam de base para o premiado documentário “A Great Day In Harlem”, dirigido por Jean Bach e indicado ao Oscar da Categoria.
Milt também trabalhou em projetos ousados, como o álbum “Weary Blues” (Verve, 1958), sob a liderança de Charles Mingus, no qual o poeta e ativista negro Langston Hughes recita poemas de sua autoria. O baixista participou de centenas de concertos e festivais pelo mundo, como os de Nice, Odessa e Chicago, e excursionou com ídolos extremamente populares, como Louis Armstrong e Bing Crosby. Ele também tocou com grandes nomes do blues, como John Lee Hooker e Jay McShann, e com astros da música pop, como Bobby Darin, Aretha Franklin, Paul Anka, Sam Cooke, Betty Midler, Neil Sedaka, LaVern Baker, Barbra Streisand, Paul McCartney e muitos mais.
Hinton costumava atribuir boa parte do seu sucesso como acompanhante à sonoridade diferenciada do seu contrabaixo, um Gofriller Double Bass que ele descobriu por acaso durante uma viagem à Itália. O instrumento estava abandonado na adega de um clube e em péssimo estado de conservação. Milt recuperou o instrumento e passou a usá-lo em suas apresentações e gravações. Em 1968, ele fez parte do New York Bass Violin Choir, um quinteto de contrabaixistas liderado por Bill Lee e que incluía também os talentos de Ron Carter, Sam Jones e Michael Fleming. Nos anos 70, ele montou um trio bastante respeitado, juntamente com o pianista Hank Jones e o baterista Grady Tate.
Milt desenvolveu uma alentada carreira como educador musical, dando aulas no Hunter College e no Baruch College. Seu envolvimento com a educação impeliu-o a criar a Milton J. Hinton Scholarship, um fundo destinado a financiar os estudos de jovens contrabaixistas. Também foi um destacado membro da National Association of Jazz Educators, da International Society of Bassists e da National Endowment for the Arts, que em 1993 o distinguiu com o título de Jazz Master. Seu nome foi incluído no Big Band and Jazz Hall of Fame em 1996.
Ao longo da vida, Milt colecionou as mais diversas honrarias, como os títulos de Doutor Honoris Causae por instituições como William Paterson College, Skidmore College, Hamilton College, DePaul University, Trinity College, Berklee College of Music, Fairfield University, e City University of New York. Recebeu prêmios como o Eubie Award, dado pela National Academy of Recording Arts and Sciences, o Living Treasure Award, concedido pelo prestigioso Smithsonian Institution, e o Artist Achievement Award, concedido pelo governo do Mississippi.

Apelidado de “The Judge” (O Juiz), Hinton se notabilizou pelo absoluto respeito à pontualidade e, invariavelmente, era o primeiro músico a chegar às sessões de gravação. Durante os anos 90, ele formou um supergrupo com o clarinetista Buddy DeFranco, o vibrafonista Terry Gibbs e o guitarrista Herb Ellis, dedicado a interpretar apenas músicas do repertório de Benny Goodman. Em 1991, tocou na trilha Sonora do filme “Jungle Fever”, dirigido por Spike Lee.

As fotografias que Milt tirou ao longo de quase 70 anos de carreira formam um catálogo de cerca de 35.000 imagens e constituem um dos mais preciosos documentos sobre a história do jazz e de seus protagonistas. Muitas de suas fotos foram usadas para ilustrar periódicos importantes, como a Down Beat e a Jazz Times, e o acervo tem sido objeto de mostras e exposições. Muitas delas podem ser vistas nos livros que publicou: “Bass Lines: The Stories And Photographs Of Milt Hinton” (Temple University Press, 1988) e “Over Time: The Jazz Photographs of Milt Hinton” (Pomegranate Press, 1991).

Em 1985, durante as comemorações do seu aniversário de 75 anos, Hinton foi agraciado com o bem-humorado título de “Baixista Residente Oficial” do Michael's Pub, seu clube preferido em Nova Iorque. Em 1990, quando completou 80 anos, a rádio WRTI-FM, da Filadélfia, produziu uma série de 28 programas nos quais Milt relata episódios de sua vida e de sua carreira. Os programas foram retransmitidos por mais de 150 rádios públicas dos Estados Unidos e ganharam o Gabriel Award daquele ano.

No dia 14 de janeiro de 1994 Milt entrou nas dependências do mítico estúdio do bruxo Rudy Van Gelder, em Nova Jérsei, para gravar o excelente “The Trio”, para a gravadora Chiaroscuro. A seu lado, o ótimo pianista britânico Derek Smith e o não menos talentoso baterista Bobby Rosengarden. O repertório primoroso, que passeia pelos primórdios do jazz, passa por uma boa quantidade de standards e chega até a bossa nova, é um dos atrativos do disco.

Gravada por Billie Holiday, “No Greater Love”, de Isham Jones e Marty Symes, abre o álbum com graça e sofisticação. O arranjo privilegia o lado dançante da canção e mostra o delicioso balanço do pianista inglês, cujo dedilhado fluido e desenvolto revela um aplicado discípulo de Oscar Peterson. As intervenções do líder, solando ou fazendo o acompanhamento, possuem aquela sabedoria de quem conhece os atalhos do caminho – nada de notas desperdiçadas, nada de virtuosismos aeróbicos, apenas jazz de excepcional qualidade, com muito swing e criatividade.

O acento bluesy de “Sweet Lorraine” fica bastante nítido na interpretação do trio. Smith possui bastante intimidade com a dinâmica do blues, com o uso dos acordes em bloco e com a elaboração de harmonias elegantes. Hinton usa os registros mais graves do contrabaixo com sabedoria e a profundidade de sua execução ganha maior realce ao se contrapor à percussão leve e descontraída de Rosengarden.

O spiritual “Just a Closer Walk with Thee” é uma composição tradicional e remete à aurora do jazz, quando ainda o estilo ainda estava sendo gestado, graças ao amálgama entre o blues, o gospel, o ragtime, o gospel e outras formas musicais anteriores. A interpretação do grupo é apaixonada e a levada imposta pelo trio evoca aquela espécie de força vital que apenas as músicas profundamente assentadas na tradição possuem.

O “Brazilian Medley” (que traz “Manhã de Carnaval”, “Garota de Ipanema” e “Samba de Orfeu”) e o “Ellington Medley” (onde se pode ouvir “Don't Get Around Much Anymore”, “What Am I Here for?” e “Caravan”) são executados com raro bom gosto e sensibilidade. A expertise dos três é posta a serviço de interpretações sóbrias, nas quais a preocupação com os aspectos melódicos é o mais importante. No medley de canções brasileiras, é bastante interessante ouvir-se o belo trabalho de Rosengarden, que não tenta soar como um percussionista brasileiro e nem faz aquela marcação abolerada que bateristas gringos costumam cometer. Ao contrário, sua abordagem é a de um verdadeiro músico de jazz, como se estivesse prestando seus respeitos a uma forma de expressão musical diferente da sua, mas que não lhe é desconhecida ou exótica.

“Bluesette” é a composição mais conhecida do genial Toots Thielemans e a versão feita pelo trio é bastante fiel ao original, com muito balanço, apesar do discreto andamento de valsa que, em tese, poderia criar algumas amarras para harmonias mais arrojadas. Interessante perceber como o trabalho do gaitista belga tem bastante semelhança com a imortal “Take Five”, de Paul Desmond. O solo de Hinton inscreve-se entre os mais belos do disco e a comunicação telepática entre os três instrumentistas é de empolgar.

A irreverência é a característica mais evidente na interpretação dada a “Fascinating Rhythm”, de George e Ira Gershwin. Com um trabalho assombroso do líder, que explora todos os caminhos do contrabaixo, tanto do ponto de vista rítmico quanto harmônico, cabe aos dois outros parceiros fazer intervenções breves e bastante sucintas. Em “Cute”, de Neal Hefti, a abordagem envereda pela seara bop, com um resultado dos mais entusiásticos, sobretudo por conta da pegada vigorosa de Smith, com inflexões à Bud Powell.

“Shiny Stockings”, de Frank Foster, recebe um arranjo vivaz, reflexo, provavelmente, da alegria que os três sentem ao tocar juntos. Smith improvisa com autoridade e energia, naquela que é uma das faixas mais calorosas do disco. A sonoridade de Hinton, redonda e dolente, possui uma veia extremamente dançável, que contagia e orienta a execução do piano e da bateria. Mesmo no solo, e o que ele apresenta aqui é um primor de técnica, jamais perde essa característica. Todas as loas também à percussão incisiva e vibrante de Rosengarden.

“Someday My Prince Will Come”, de Frank Churchill e Larry Morey, começa lentamente, apenas com o piano melífluo de Smith. À entrada dos demais instrumentos, o tema vai acelerando, sem perder a elegância. Impossível não lembrar das estupendas interpretações de Bill Evans à frente de seus mais variados trios e a versão de Hinton e seus comandados não perde em fluidez, sofisticação e inventividade.

A animação remanesce em “Love For Sale”, pérola de Cole Porter que é a última música do disco. Este encerra com “Jazzspeak”, um descontraído bate-papo onde os três falam sobre jazz, improvisação e sobre os diversos aspectos da carreira musical, enquanto Derek, ao fundo, improvisa um blues. Depois deste disco, o baixista ainda se manteria bastante ativo, pelos quatro anos seguintes, excursionando e gravando com bastante regularidade.

Em 1995 participou do show em comemoração aos 80 anos do também lendário Flip Philips, juntamente com outras feras das mais diversas gerações, como Carl Fontana, Scott Hamilton, Randy Sandke, Howard Alden, Buddy DeFranco, Dick Hyman, Billy Bauer, Derek Smith, Herb Ellis, Jake Hanna e Phil Woods. Esse concerto foi gravado e posteriormente lançado em cd pela gravadora Arbors.

Milt faleceu no dia 19 de dezembro de 2000, nas dependências do Mary Immaculate Hospital, em Queens, Nova Iorque. Tinha noventa anos e há algum tempo já estava bastante doente. Em 2002, David G. Berger e Maxson Holly produziram e dirigiram o documentário “Keeping Time: The Life, Music & Photographs of Milt Hinton”, uma bela homenagem ao lendário contrabaixista. O filme fez a sua estréia no London Film Festival, ganhou o prêmio de Melhor Documentário no Tribeca Film Festival de 2003, na eleição do público.

O legado de Hinton é a quintessência da sabedoria e do desprendimento. Em um mundo recheado de egoísmo e vaidade, suas palavras soam como um bálsamo: “O contrabaixo é um instrumento que existe para servir outro. A palavra base, de onde ele deriva, significa suporte, fundação. Se você constrói um prédio, as fundações devem ser firmes. Da mesma forma, o contrabaixista deve identificar o acorde certo para dar suporte aos demais instrumentos e só depois deve se preocupar com as suas próprias notas. Tocar contrabaixo é um exercício de humildade e você deve ficar contente em estar desempenhando um papel importantíssimo, pois ali na retaguarda é você que está dando o suporte necessário aos demais músicos da banda”.

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37 comentários:

APÓSTOLO disse...

Estimado ÉRICO:

Resumirei tudo sobre sua resenha e a gravação escolhida em uma única palavra (ou exclamação, vá lá):
U A U ! ! !
Nota 11.

Érico Cordeiro disse...

Mestre Apóstolo,
O "espelho" em que me miro para escrever essas postagens é dos mais preciosos - sou apenas um dos muitos alunos da escola "Apostólica".
Obrigado pela força, sempre!

Betty Gaeta disse...

Oi Érico,
Enquanto escrevo aqui estou ouvindo e adorando, mas fiquei muito curiosa para ver o trabalho dele como fotógrafo. Vou procurar aqui pela net para conhecer.
Bjkas e uma semana maravilhosa para vc.

www.gosto-disto.com

Érico Cordeiro disse...

Oi, Betty!
Prazer tê-la a bordo.
Tem muito material dele pela rede - por ser músico, ele conseguia captar sempre uma atmosfera intimista dos seus colegas.
Uma ótima semana pra você também!

Fred Monteiro da Cruz disse...

texto didático, como sempre, enfatizando os aspectos mais importantes da vida e obra dos grandes "jazz-man".. meu amigo érico, esse blog foi uma das melhores descobertas que a rede me proporcionou.. uma observação de quem tb curte música e fotografia.. acho que essas duas artes se completam muito quando registram o momento de êxtase do músico e seu instrumento.. tenho notado que as grandes fotos relacionadas à música captam exatamente esse sentimento de enlevo do músico exercendo sua arte... agora fiquei tb muito curioso (a exemplo da betty) por conhecer -vc sabe que sou neófito em jazz- o trabalho fotográfico desse extraordinário milt hint !.. muito obrigado por mais essa aula maravilhosa e pela música que a acompanha !! abrs!

Fred Monteiro da Cruz disse...

lá em cima, leia "jazz-men", please..concordência é importante, hehehe

Érico Cordeiro disse...

Grande Fred,
É sempre uma honra tê-lo no barzinho e suas palavras carinhosas são o combustível que qualquer blogueiro precisa para seguir em frente.
Tenho um livro de fotos de jazz chamado Jazz Images, onde existem diversas fotos do Milt. Além disso, na internet dá para encontrar uma ótima amostra do seu trabalho fotográfico. Ele consegue captar o sentimento de enlevo de que você fala com muita sensibilidade.
O jazz é realmente a trilha sonora da amizade - como diria o Mestre Raffaelli, keep swinging!
Abração!

José Domingos Raffaelli disse...

Caríssimo Gran Master Érico,

Você é uma máquina incansável e altamente produtiva a serviço do jazz.

Como reiteradamente afirmei em posts anteriores, sua fecunda capacidade de ouvir, analisar, comentar e escrever resenhas mais que abalisadas focalizando com inteira propriedade as gravações de inúmeros jazzmen com espantosa assiduidade, deixa-nos extasiados pela admiração que temos do seu total domínio sobre a arte da música dos músicos.

A única vez que ouvi Milt Hinton ao vivo foi em 1997 no histórico Cefé 43, na Rua 43, em New York, no mesmo quarteirão do Town Hall.

Explico: apesar do nome Café 43, o local era um restaurante onde nos tradicionais almoços das sextas-feiras reuniam-se dezenas de executivos de vamos ramos de atividade para tocar (a maioria tocava um instrumento) ou ouvir os companheiros no pequeno palco. Para cada sexta-feira eles contratavam um pianista e um baixista renomados para acompanhá-los. Naquela sexta-feira Dick Hyman foi o pianista e Milt Hinton, o baixista.

Nas sextas feiras o restaurante ficava por conta daquele pessoal a partir do meio dia até as seis da tarde. Fiquei admirado e surpreso com a quantidade de executivos que começaram a chegar a partir da 1 hora levando seus instrumentos (especialmente guitarristas, flautistas e saxofonistas); depois que a música começou a rolar, ocorreu um revezamento com enorme rotatividade dos executivos no palco.
Minha atenção foi despertada pela qualidade de alguns que, considerando serem amadores, eram muito bons.
Um deles, chamado Mark Elf, tocava uma barbaridade e num dos intervalos elogiei seu desempenho afirmando que, se quisesse, ele poderia ser profissional, ao que riu agradecendo meu elogio. Qual não foi minha surpresa quando cheguei em NY em 2000 constatei que ele já era profissional e estava tocando com seu trio no Smoke, onde fui ouví-lo e confirmou inteiramente seu altíssimo nível de jazzman. No intervalo fui falar-lhe e disse lembrar de mim, dando-me seu CD, o que considerei ser uma cortesia dele, pois naquele tumulto do Café 43 seria impossível lembrar de um estranho como eu.


Desnecessário afirmar que Dick Hyman e Milt Hinton "estraçalharam" o tempo todo, exceto nas duas ou três paradas que fizeram para refazerem-se da suadeira, pois era verão em NY. Milt Hinton contou-me certas peripécias curiosas do tempo em que tocou na big band de Cab Calloway, quando Dizzy Gillespie, Chu Berry, Hilton Jefferson e outros faziam parte da mesma.

Foi essa a única vez que ouvi Milt Hinton ao vivo e fiquei impressionado com sua stamina, "puxando" as cordas do seu baixo com desmedido entusiasmo e vibrando vez quando gostava de determinadas passagens da música.

Keep swinging,

Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli e suas histórias deliciosas.
Dei uma passada no Amazon e o ex-diletante Mark Elf se tornou um músico muito prestigiado - seus discos contam com participações de feras como Lewis Nash, Grady Tate, Nicholas Payton, Christian McBride e outros mais. Vou adquirir um ou dois em breve (tem discos usados entre 1,99 a 2,00 doletas).
Grande abraço!

José Domingos Raffaelli disse...

Gran Master Érico,

Tenho um CD Columbia do pianista Joe Bushkin com Milt Hinton, Buck Clayton e Jo Jones. Gravado em 1951, oferece ótimas interpretações de standards e composições de Bushkin, cuja excepcional qualidade de som absolutamente cristalina é tão presente que quase levou-me a oferecer uma bebida aos músicos do quarteto.......

Keep swinging,
Raffaelli

Keep swinging

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli,
Achei no Amazon um disco do Joe Bushkin, que reúne em um único cd dois LP's originalmente lançados pela Columbia: Piano Moods e After Hours.
Também é usado, mas o precinho é camarada - cerca de 4 dólares.
Fica a dica para os amigos, então (é da Collectables, cuja qualidade sonora não é lá muito boa).
Grande abraço e valeu a dica.

APÓSTOLO disse...

Estimados RAFFAELLI e ÉRICO:

Assistir MILT HINTON ao vivo é covardia, mas acompanhado do genial DICK HYMAN é algo absolutamente indescritível.
Presentes que a vida proporciona a alguns e faz com que os não-alguns lamentem não ter podido assistir.
Nada de inveja, tudo de admiração !

Érico Cordeiro disse...

É isso aí, Mestre - quisera pudéssemos ter esse privilégio.
Mas, pelo menos, podemos desfrutar dos deliciosos relatos da nossa "testemunha ocular e auditiva número 1".
Abração!

José Domingos Raffaelli disse...

Caros Apóstolo aka Pedro Cardoso e Érico,

Apóstolo,

De fato foi uma experiência única e inesquecível ouvir Milt Hinton e Dick Hyman. Como a partir de certa época minha vida foi completamente direcionada para o jazz, para enorme desgosto de meus pais (meu sábio e saudoso pai várias vezes advertiu-me que eu morreria de fome escrevendo sobre jazz), jamais perdi uma oportunidade de ir ao States ou de conversar com um jazzman. Por isso, no meu mundo particular tudo convergia para o jazz enquanto meu irmão fôra aprovado em primeiro lugar no concurso para o Itamaraty, tornando-se consul e depois embaixador em Roma, Paris e Londres. A essa altura, meu irmão era a justa razão do grande orgulho de meus pais e eu, a ovelha negra da família....
Ainda assim, não me arrependo de nada que fiz.

Keep swinging,
Raffaelli


Gran Master Érico,

O CD do Bushkin é precisamente esse reunindo material de dois LPs de 10 polegadas - a meu ver, valeria
comprá-lo ainda que custasse mais caro. Nada tem de revolucionário, mas seu conteúdo oferece música de alta qualidade, honesta, inventiva e de bom gosto. Vale a pena ouvir Buck Clayton (que tocou com Benny Goodman no Brasil em 1962)tocando "Old Man River" com a surdina wa-wa (um apetrecho que, no que me concerne, caiu em desuso no jazz).

Keep swinging,

Raffaelli

José Domingos Raffaelli disse...

Caro Érico,

Em adendo ao post anterior, em 1947 Joe Bushkin tocou três semanas no Golden Room do Copacabana Palace integrando o trio do saxofonista Bud Freeman, completado pelo baixista Bob Ward.

Keep swinging,
Raffaelli

APÓSTOLO disse...

Prezado RAFFAELLI:

Seu irmão teve a oportunidade de degustar JAZZ ? ? ?
Se não, para que o orgulho dos pais ? ? ?
O que vivemos de bom na vida, ninguém é capaz de tirar-nos; o que deixamos de fazer é que são elas.
Arrependimentos são assuntos de mal vividos, lembranças são condecorações da vida.

Érico Cordeiro disse...

Mestres Apóstolo e Raffaelli,
Ah se toda ovelha negra fosse assim...
Acho que estamos precisando de muitas dessa estirpe em nossos "rebanhos" - o nosso país certamente não viveria um momento musical tão canhestro e constrangedor se tivéssemos mais gente com tamanha paixão pelo jazz e pela música de qualidade.
Abraços aos dois!

PREDADOR.- disse...

Nos conforta que ainda temos bastante gente apaixonada pelo jazz. E, mestre Raffaelli, a "ovelha negra da família" é um deles, com participação efetiva e muitas histórias p'ra contar. Ai de nós se não tivessemos um Apostolo, um Cordeiro, um Raffaelli....para "segurar a peteca do jazz". Por falar em Apostolo, lembrei-me de suas palavras "...assistir Milt Hinton ao vivo é covardia, mas acompanhado do genial Dick Hayman é algo absolutamente indescritível.Presentes que a vida proporciona a alguns e faz com que os não-alguns lamentem em não ter podido assistir.Nada de inveja, tudo de admiração!"... Que bonito!, e verdadeiro. Bem, mas voltemos, ou melhor, iniciemos o "falatório" sôbre o músico Milt Hinton: Mr.Cordeiro, o disco que tenho do Hinton chamado "The Trio" é com Hank Jones (p), Bobby Rosengarden (d) e o repertório é outro('Swonderful-Queen of hearts-Mona's feeling lonely-Right here right now-I'll remember april-Oh,what a beautiful morning-Lullaby of the leaves-ReUnion-Hank you thank). Um excelente disco da Chiaroscuro. Você está querendo fundir minha cabeça???? Este seu The Trio não conhecia mas, após ouví-lo atentamente, constatei ser também um ótimo álbum. Mais uma vez parabéns pela completa resenha, trazendo a baila o "Juiz/Fotógrafo" Hilton, competente baixista, que algumas vezes é "esquecido/desprezado" em detrimento de outros de menor importância.
..."o contrabaixo é um instrumento que existe para servir outro.Tocar contrabaixo é um exercício de humildade e você deve ficar contente em estar desempenhando um papel importantíssimo, pois ali na retaguarda é você que está dando suporte necessário aos demais músicos".... Sábias palavras!

Érico Cordeiro disse...

Mr. Predador anda tão bonzinho - acho que vou colocar uns free-jazz da Concord para animar o pedaço. Que tal?
Pois é, caras como você (que não é um cara, mas um alienígena destroçador de planetas), Apóstolo e Raffaelli, entre tantos outros amigos que costumam vir ao barzinho são a verdadeira razão da existência do blog.
Viva o jazz e a amizade.
O meu The Trio é de uma safra mais recente, depois que o Hank Jones deu lugar ao Derek Smith (um ótimo pianista, por sinal - tenho alguns bons discos dele, muito elegante).
Comprei tem um tempinho, por cerca de 3 doletas - usado mas em excelente estado (diga-se de passagem, boa parte dos discos que eu compro é usada, no Amazon e nunca tive nenhum problema - são os famosos BBB's, quando essa expressão significava bons, bonitos e baratos).
Vou checar a dica, ok?
Sou fã do Hank Jones e esses dois velhinhos (Hank e Milt) devem estar aprontando todas nas jams celestiais.
Abração!

Érico Cordeiro disse...

Em tempo:
Achei esse cd do Trio Hinton-Jones-Rosengarden, cujo repertório é o descrito por Vossa Predadorescência:
1. 'Swonderful
2. Queen of Hearts
3. Mona's Feeling Lonely
4. Right Here, Right Now
5. I'll Remember April
6. Oh, What A Beautiful Morning
7. Lullaby of the Leaves 8. Re-Union
9. Hank you, Thank
Tá meio salgadinho, mesmo usado, mas quem sabe em breve...
Valeu!

pituco disse...

érico san,

primeiramente, obrigadão pela 'força' bacanuda, indicando meu singelo trabalho, nesse 'latifúndio' virtual do jazz...arigatô

e, claro, agradeço mais essa aula sobre os homens que escreveram a estória dessa 'arte popular maior'...conforme se diz entre os iniciados...thanks

alguns contratempos por aqui, nesse lançamento...mas, nada que vá diminuir minha crença de que a melhor nota para se finalizar as conversações, não seja apenas yenes, euros ou afins...acredito na sensibilidade,ainda...

abraçsonoros

Érico Cordeiro disse...

Mestre Pituco,
Mantenha a gente informado quanto ao lançamento do cd.
Você é sócio fundador do barzinho e divulgar seu trabalho é mais que uma obrigação da casa - tomara que você venda mais que a Lady Gaga, faça uma turnê mundial e toque na abertura da Copa no Maracanã - e me leva junto prá lançar o Confesso também :-)
E que eventuais contratempos sejam resolvidos o quanto antes.
Abração!

Anônimo disse...

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找了好久.
終於找到同-志專用性藥
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APÓSTOLO disse...

Prezado Anônimo:

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Saudações ! ! !

Érico Cordeiro disse...

Só complementando, Mestre:
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找了好久.
E tenho dito!

Somnia Carvalho disse...

meo quanta informacao! quanto conhecimento sobre jazz! caramba! eu sou muito leiga em jazz devo confessar... ouço os cantores mais tradicionais do jazz e não sei muito a história da musica... bom, achei aqui um lugar onde posso aprender e muito!

Érico Cordeiro disse...

Oi, Somnia,
Seja muito bem-vinda e junte-se à nossa confraria.
Obrigado pelas palavras generosas e espero vê-la sempre aqui no barzinho, ok?
Já me adicionei como seguidor do "Borboleta pequenina" e pus um link pro seu blog aqui - obrigado por ter adicionado o Jazz + Bossa em sua belíssima casa virtual!
Um fraterno abraço!

José Domingos Raffaelli disse...

Caro Érico e demais companheiros,

Neste post retificarei as informações imprecisas que forneci em posts anteriores.

Quando comecei a trabalhar no Jornal do Brasil, meu então editor Alberto Dinnes deu-me um sábio conselho que nunca segui: "Escreva sempre e imediatamente, nunca confie em sua memória" !!

Quando a gente envelhece, a memória começa a pifar e, no meu caso, por usar um computador no escritório do meu filho, meu material musical está em casa, por isso tudo que digito aqui é de memória, e esta pifou vergonhosamente, pelo que apresento minhas desculpas.

Vamos pois às retificações:

1) O CD Columbia de Joe Bushkin englobando material dos LPs de 10 polegadas Piano Moods e After Hours foi gravado em duas sessões:

* Piano Moods, com Sid Weiss (baixo) e Morey Feld (bateria) em 16/17 de julho de 1950, nas faixas de 1 a 9 do CD e

* After Hours com Buck Clayton(trompete), Eddie Safranski (baixo) e Jo Jones (bateria), gravado em 31 de julho de 1951 nas faixas de 10 a 16 do CD.
Portanto, por erro meu, Milt Hinton
não toca.

* 2) O baixista que tocou no Trio de Bud Freeman no Copacabana Palace chamava-se Herb Ward e não Bob Ward.

Com minhas desculpas pelo engano vergonhoso,

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli,
Quisera eu ter 1% dessa memória prodigiosa - sequer consigo lembrar à noite o que almocei meio dia :-)
Suas dicas são mais que preciosas e esses pequenos lapsos de memória são insignificantes - sua memória realmente é impressionante!
Quanto ao Bushkin, espero adquirir o cd indicado em breve quem sabe até role uma postagem por aqui.
Abraços fraternos!

José Domingos Raffaelli disse...

Gran Master Érico,

Ontem ouvi o CD do Bushkin, após muito tempo sem colocá-lo no CD player.

Bushkin era um virtuoso pianista de grande técnica cuja execução absolutamente límpida realçada pela fantástica qualidade do som não deixa dúvida alguma sobre seu completo domínio instrumental.

Para mim, ele foi influenciado por Fats Waller (observado nas primeiras faixas do CD) e Teddy Wilson.

É possível que sua execução não agrade aos aficionados mais jovens habituados a ouvirem os pianistas revelados recentemente, mas, em termos de primorosa execução, suingue e improvisação, em minha opinião nada fica a desejar aos demais, mas isso é uma questão de gosto pessoal.

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

Mestre Raffaelli,
Suas dicas são sempre preciosas.
Vou procurar conhecer o Bushkin, pois o selo Raffaelli de qualidade é referência de primeira grandeza!
Abrasços!

MJ FALCÃO disse...

Tão bonito! Já voltei a visitar o jazzbarzinho...
Abraço

Érico Cordeiro disse...

Olá, amiga!
Seja muito bem-vinda. Você é uma das "clientes" mais assíduas e queridas do barzinho :-)
braços d'Além Mar!

Rogério Coimbra disse...

Além do consistente texto, essa resenha nos proporciona a oportunidade de aprender e conhecer mais o JAZZ. Parabéns, Mestre Cordeiro.

Os comentários são tão substanciosos
e fartos que nos anima imprimi-los e saboreia-los com calma:comentaristas de primeira linha, os melhores.

Uma satisfação navegar pelo "barzinho" (?)
Um grande abraço.

Érico Cordeiro disse...

Meu caro Coimbra,
Esse é o espírito do barzinho. Bom papo, boa música, amigos de montão... só falta o choppinho virtual!
E por conta de "clientes" como você é que o garçom aqui não troca por nada a "profissão" - é muito bom ficar aqui pertinho, só "ouvindo" o prosear dos amigos e aprendendo sempre um pouco mais sobre esse estilo maravilhoso que é o jazz!
Abração!

José Domingos Raffaelli disse...

Caros companheiros jazzófilos,

Além de sabermos tudo quanto Milt Hinton representou no jazz,
ele deteve o título de "O músico de jazz mais gravado em todos os tempos", tendo participado de 1.174 sessões de gravação, de acordo com o levantamento feito pelos responsáveis da The Jazz Discography:

"According to a search of The Jazz Discography, Milt Hinton is the most-recorded jazz musician of all time, having appeared on 1,174 recording sessions."

Keep swinging,
Raffaelli

Érico Cordeiro disse...

É isso aí, Mestre Raffaelli, embora Red Mitchell e Jerome Richardson tenham chegado bem perto dessa marca. Salvo engano, o baterista Jack DeJohnnette também anda bem próximo das mil gravações.
Abração, Mestre!

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