Quero beber! Cantar asneiras
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz em caco...
Evoé Baco!
Lá se me parte a alma levada
No torvelim da mascarada,
A gargalhar em douro assomo...
Evoé Momo!
Lacem-na toda, multicores,
As serpentinas dos amores,
Cobras de lívidos venenos...
Evoé Vênus!
Se perguntarem: Que mais queres,
além de versos e mulheres?
- Vinhos!... o vinho que é o meu fraco!...
Evoé Baco!
O alfange rútilo da lua,
Por degolar a nuca nua
Que me alucina e que não domo!...
Evoé Momo!
A Lira etérea, a grande Lira!...
Por que eu extático desfira
Em seu louvor versos obscenos,
Evoé Vênus!
Qual o personagem do poema “Bacanal”, de Manuel Bandeira, Malcolm Earl Waldron nasceu sob o signo de Baco (tomou todas), Momo (divertiu-se à larga) e Vênus (passou por dois casamentos e teve sete filhos). Por sorte, sobretudo nossa, também às Musas haveria de pagar tributo, e sua existência parece haver sido pautada por um único mandamento: “há também um cântaro e quem manda é a deusa Música, pedindo prá deixar”!
Um dos mais importantes pianistas surgidos nos anos 50, ele veio ao mundo no dia 16 de agosto de 1925,
Suas primeiras lições de piano vieram aos oito anos e na adolescência chegou a tentar o sax alto, mas logo desistiu. Fã de Bud Powell, além de discípulo confesso de Monk, o jovem Waldron costumava freqüentar os clubes da Rua 52 durante o início da década de 40 e integrava a fabulosa geração young lions que tomaria de assalto a cena musical da década seguinte, como Sonny Rollins, Jack McLean, Walter Bishop Jr., Randy Weston, Art Taylor, Kenny Drew, Cecil Payne e outros. O bebop de Charlie Parker e Dizzy Gillespie era a mais importante e moderna vertente do jazz e Nova Iorque era o epicentro dessa verdadeira revolução. Para um garoto apaixonado por jazz como Waldron, isso era o mesmo que estar no paraíso.
Em meados dos anos 40, foi convocado pelo exército e serviu em um regimento da cavalaria baseado em Nova Iorque. Desse modo, o pianista não se afastou da cena musical local e, sempre que podia, assistia a concertos e participava de gigs em clubes da cidade, o que lhe permitiu desenvolver uma intimidade muito grande com a sintaxe bop. Findo o serviço militar, Waldron estudou no Queens College, onde bacharelou-se em artes em 1949. Na mesma época, estudou teoria musical e composição com o músico erudito Karol Rathaus.
Com o canudo debaixo do braço, o pianista foi à luta e começou a atuar profissionalmente em 1950. Seu primeiro emprego foi na banda de Big Nick Nicholas, cujo foco era o rhythm’n blues. Pouco depois, juntou-se ao grupo do saxofonista Ike Quebec, com quem faria a sua primeira gravação e ao lado de quem permaneceria até 1953.
Mal participou ativamente do projeto Jazz Composer’s Workshop, criado por Charles Mingus, e integrou os grupos do genial contrabaixista entre 1954 e 1956, atuando em álbuns importantes, como “Mingus at the Bohemia” (1955), “The Charles Mingus Quintet + Max Roach” (1955) e “Pithecanthropus Erectus” (1956), além de ter acompanhado Mingus em suas memoráveis apresentações no Newport Jazz Festival, em 1955 e em 1956. Outra associação relevante foi com o Jazz Lab de Gigi Gryce e Donald Byrd, com quem tocou por um breve período.
A partir de 1957, Waldron foi o acompanhante regular de Billie Holiday, tendo acompanhado a cantora em shows na Europa e em festivais de jazz, como o tradicional Festival de Monterrey, em 1958. É Waldron quem pilota os teclados na célebre gravação de “Fine and Mellow,” feita para a rede de televisão CBS, na qual Lady Day se faz acompanhar por ninguém menos que Lester Young, Coleman Hawkins e Ben Webster. A parceria findou-se em 1959, em virtude da morte da cantora, mas o aprendizado foi valioso. Graças a Billie, o pianista passou a dar especial atenção às letras das canções, especialmente das baladas, mesmo que estivesse interpretando uma versão instrumental.
No final dos anos 50, foi contratado para ser o diretor musical da gravadora Prestige, tendo participado de inúmeras gravações, seja como intérprete, seja como arranjador. Também foi um dos mais destacados integrantes da “Prestige All-Stars”, por onde passaram estrelas da magnitude de Teo Macero, Donald Byrd, Thad Jones, Hank Mobley, Teddy Charles, Al Cohn, Kenny Burrell e Bobby Jaspar, entre outros. Compositor inventivo e refinado, Waldron é o autor de verdadeiros standards do jazz, como “Soul Eyes”, “D’s Dilemna”, “Bud Study” e “Fire Waltz”.
Além de liderar seus próprios conjuntos, o pianista eram um dos mais disputados músicos de apoio do período, tendo participado de gravações ao lado de John Coltrane, Clifford Jordan, Pepper Adams, Cecil Payne, Elvin Jones, Steve Lacy, Jackie McLean, Booker Ervin, Art Farmer, Gene Ammons, Max Roach, Abbey Lincoln e outros. Por seus grupos, passariam grandes nomes do jazz, como Ron Carter, Charlie Persip, George Mraz, Al Foster, Cecil McBee, Dannie Richmond, Joe Henderson, Billy Higgins, Reggie Workman, entre outros.
Gravado no dia 26 de setembro de 1958, nos estúdios Van Gelder, sob a supervisão Desmond Edwards, “Mal/4” é um álbum de suma relevância na carreira do pianista. Era, como o título indica, a sua quarta sessão como líder na Prestige, mas a primeira no formato de trio. O repertório contempla quatro standards e três temas autorais e, ao lado do pianista, os competentes, mas pouco lembrados, Addison Farmer (contrabaixista e irmão gêmeo de Art Farmer) e Kenny Dennis (baterista oriundo da orquestra de Earl Bostic, mas com um portfólio que incluía trabalhos com Sonny Stitt, Thelonious Monk, Erroll Garner e Billy Taylor, entre outros).
A faixa de abertura é o blues “Splidium-Dow”, de autoria de Waldron, que remete ao universo monkiano. Harmonias intrincadas, repetição de acordes, toque percussivo, uso freqüente dos silêncios, enfim, diversos elementos caros a Monk, são aqui muito bem empregados, em um tema extremamente bem construído. O solo de Farmer é antológico e Dennis exibe o rigor típico de um ótimo discípulo de Philly Joe Jones.
As dissonâncias tipicamente monkianas e as notas espaçadas também são facilmente observáveis na balada “Like Someone In Love”, de Johnny Burke e Jimmy Van Heusen. Um dos mais belos standards do cancioneiro norte-americano, gravada por gente como Stan Getz (em “The Steamer”), John Coltrane (em “Lush Life”) e Art Farmer (em “Modern Art”), o tema recebe por parte do trio uma roupagem diferente e pouco linear. Waldron consegue imprimir muita personalidade à execução, sem abrir mão do lirismo.
Outro standard, “Get Happy”, de Harold Arlen e Ted Koehler, é a faixa mais bopper do álbum. O trio ataca com muita avidez e espontaneidade, com o líder emulando Bud Powell, outro dos seus maiores ídolos. Destaque para a bateria vivaz de Dennis e para a fluência do toque de Waldron, que em alguns momentos parece um possesso.
“J. M.’s Dream Doll” é uma homenagem do pianista à esposa do amigo Jackie McLean. Como em toda composição de Waldron, a obviedade mantém-se distante. O tema é bastante delicado, mas reserva ao ouvinte alguns momentos sombrios, especialmente quando o piano e o contrabaixo interagem mais intensamente.
“Too Close For Comfort”, é um tema de Jerrold Bock, Lawrence Holofcener and George Weiss, composto em 1956 e que faria sucesso na voz de Sammy Davis Jr. O pianista Carl Perkins apresentou a canção a Waldron em 1957, e este imprimiu à sua versão um andamento mais lento, adicionando-lhe um toque de blues. A destreza e a capacidade do líder em criar atmosferas harmônicas inquietantes, sobretudo quando faz uso da repetição de notas, impressionam – tanto quanto o soberbo solo de Farmer.
O trio extrai de “By Myself”, da dupla Arthur Schwartz e Howard Dietz, uma discreta sensualidade. Sua estrutura contagiante, permite uma atuação bastante coesa do trio, com espaço para ótimos solos, especialmente por parte de Dennis. Mais uma composição de Waldron, a reflexiva “Love Span” encerra o disco de maneira bastante sóbria. Certamente um dos momentos mais belos do álbum, o tema, que em algumas passagens lembra a nossa “Canção da manhã feliz”, de Haroldo Barbosa e Luiz Reis, celebra a grandeza do Waldron compositor, um dos mais inventivos e talentosos da história do jazz.
Waldron co-liderou, ao lado do virtuose Eric Dolphy, um dos combos de maior prestígio do início dos anos 60, que incluía os jovens e talentosos Booker Little, Richard Davis e Ed Blackwell. Também compôs trilhas sonoras para filmes como “The Cool World” (1964) e “Three Bedrooms in Manhattan” (1965), este último dirigido pelo cineasta francês Marcel Carné.
Em 1963, sofreu um colapso nervoso, causado por uma terrivelmente poderosa combinação de uso intenso de drogas, ansiedade, depressão profunda e exaustão física. O pianista não conseguia sequer lembrar o próprio nome e, como conseqüência, ficou internado em instituições psiquiátricas por cerca de um ano. Na época, os tratamentos eram brutais e feitos à base eletrochoques. Waldron foi uma vítima dessa brutalidade e, ao deixar o hospital no ano seguinte, era um homem psicologicamente devastado. Além disso, havia perdido completamente a sua capacidade de tocar piano.
Como muitos músicos daquele período, Waldron também havia sucumbido ao terrível efeito das drogas. Seu depoimento é, a um só tempo, contundente e emocionado: “Naquela época, a pressão era realmente insuportável. A cada dia tínhamos que travar uma luta brutal pela sobrevivência e as drogas pesadas dominavam a cena. Muitos proprietários de clubes contratavam viciados porque estes dificilmente exigiam os seus direitos, pois ficavam satisfeitos em receber o pagamento sob a forma de drogas”.
Contudo, apesar dos revezes, Waldron não se deixou abater. Como em um conto de fadas, aos poucos conseguiu recuperar a saúde física e psicológica e, novamente, dedicou-se a dominar as 88 teclas. Para tanto praticava exaustivamente e ouvia intensamente as suas antigas gravações. O resultado foi a volta aos palcos e estúdios, mas dessa viagem interior, emergiu um pianista diferente. Seu estilo estava mais reflexivo, minimalista. Além disso, havia incorporado ao bebop elementos harmônicos do jazz de vanguarda e sua sonoridade se tornaria metálica, abrasiva, sombria, fantasmagórica até.
Em 1965, resolveu se mudar para a Europa, fixando-se, inicialmente, em Paris e depois em Munique, na Alemanha. Em seu exílio europeu, consolidou uma profícua parceria com Steve Lacy, um dos mais ardorosos devotos de Monk. A mudança para o continente europeu foi estimulante e devolveu ao pianista a confiança e a auto-estima. Disse ele: “Quando eu vim para a Europa, a pressão de repente passou e eu não precisava mais usar drogas. Além disso, na América eu era duplamente penalizado: por ser negro e por ser músico de jazz”.
Em 1969, seu disco “Free At Last” foi o primeiro a ser lançado pelo então nascente selo ECM. A partir dos anos 70, fez várias viagens ao Japão, onde era extremamente popular, além de haver se apresentado, virtualmente, nos mais importantes festivais de jazz ao redor do planeta. Waldron manteve uma curiosa parceria com o grupo alemão de rock experimental Embryo, que rendeu o álbum “Rocksession”, lançado pela gravadora Brain Metronome, em 1973.
Waldron gravou incessantemente para selos como Enja, Soul Note, Timeless, New Jazz, Bethlehem, Impulse, Freedom, Black Lion e outros. Entre seus colaboradores regulares, dos anos 70 em diante, podem ser citados músicos do calibre de Chico Freeman, Marion Brown, David Friesen, Archie Shepp, Don Cherry, Barre Phillips, Philly Joe Jones, Gary Peacock e muitos mais.
Os anos 80 e 90 continuaram a ser de atividade febril. Alguns dos pontos altos de sua discografia foram os elogiados “A Case of Plus 4’s” e “Snake-Out”, ambos de 1981 e gravados ao lado do velho parceiro Steve Lacy. No mesmo ano, a dupla reuniu-se ao trompetista italiano Enrico Rava, na gravação de “Let’s Call This”. Em 1986, o pianista fez uma vitoriosa temporada no Village Vanguard, em Nova Iorque, que rendeu dois álbuns ao vivo: “Git Go: Live at the Village Vanguard” e “The Seagulls of Kristiansund”. Em ambos, Waldron lidera um quinteto da pesada, formado por Woody Shaw, Charlie Rouse, Reggie Workman e Ed Blackwell.
Nos anos 90, merecem destaque as suas gravações com o saxofonista George Haslam: “Waldron/Haslam” (1994) e “Two New” (1995). Em 2001, foi a vez do multiinstrumentista David Murray, com quem gravou o álbum “Silence”. Um dos momentos mais sublimes do pianist foi um emocionante tribute a Billie Holiday, “Left Alone Revisited”, em dueto com Archie Shepp. No início de 2002, Waldron fez a sua última gravação, ao lado de Steve Lacy e do baixista Jean-Jacques Avenel, no disco intitulado “One More Time”.
Fumante inveterado, Mal lutava há anos contra um câncer de pulmão, tendo, finalmente, perdido a guerra contra a doença no dia 02 de dezembro de 2002, em Bruxelas, na Bélgica, onde vivia desde 1992. Tinha 76 anos. Sua vida é um exemplo de superação das adversidades e seu legado musical é, certamente, um dos mais belos e originais da história do jazz. Sobre a sua relação com a música, suas palavras são sabedoria pura: “Eu não faço música em um nível consciente, eu toco com o coração. Este é, sem dúvida, um dos elementos que distinguem um bom músico de um grande músico”. Evoé, Waldron!
=================================
36 comentários:
Isso sim é poesia! E perfeitinha pra apresentar um disco do Mal.
Pô, Seu San,
O que você quis dizer com isso?
Que os meus pobres poemas não são poesia?
Tá legal, valeu aí pela força para a minha natimorta carreira de poeta (chuif, chuif...)
Ah, seu san, o q está havendo com o vosso espírito esportivo, em plena copa do mundo? Deve ser culpa do Eslovênia X Argélia...
Mas né nada disso não. É que prefiro esses assuntos Bacanais desavergonhados... E pensei q estava te fazendo um elogio...
De volta a prancheta, que fazer?
Tá explicado, Mr. Seu Sérgio, tá explicado!
Quanto a esses "assuntos Bacanais desavergonhados", já há uns bons anos não sei do que se trata (rs, rs, rs)!
Abração!!!!
PS.: e Argélia e Eslovênia é sério candidato a pior jogo das copas de todos os tempos!!!!
"Se eu subisse tão bem quanto desço, há muito tempo já estaria no céu" (!)
Piramidal essa frase, né, seu Érico? A autoria é de um dos maiores fãs do Baco q já existiu, meu mestre e senhor François Rabelais. E foi o que sua poesia me lembrou, no ato.
Já assuntos bacanais, diria Pituco san, "assuntos bacanudos" – mas, teria a gíria, “bacana”, em sua etimologia, ligação com Baco? Não pesquisei mas intuí que sim.
Se sim, foi só uma forma desavergonhada de me referir à poesia, que é ótima!
Já algumas suas mais existenciais, não é que eu não goste, é que fico como jogo de videogame desatualizados: simplesmente eu Nintendo – essa foi péssima mas foi o q deu pra arranjar...
Vamo ao jogo, q Gana X Sérvia promete bem mais diversão.
Põe piramidal nisso, Mr. Sérgio!
E alguém que tem como mestre o autor de Gargântua tá bem na fita.
Já a pelada Gana X Sérvia tá bem ruinzinha, não é mesmo?
Abração!
Ô¬Ô
Seu Érico,
bacanais a parte, Waldron é um pianista de primeira linha, digno representante de uma das mais prolíficas gerações de músicos bacanudos. Veja que entre bacanais e bacanudos, Baco está sempre presente. Curto sua habitual e deliciosa resenha biográfica ao som do esquecido álbum Charlie Mariano and Mal Waldron - Autumn Dreams (1991), uma pérola de lirismo e sensibilidade.
Que baco esteja contigo! Amém!!!!
Ô¬Ô
Mestre Mauro,
O museólogo e consultor virtual para novas aquisições marca presença.
Donde se conclui que o "Charlie Mariano and Mal Waldron - Autumn Dreams" já está na célebre listinha.
Prazer em vê-lo aqui no barzinho, meu amigo!
E que Baco nos seja generoso nesta copa do mundo (até agora, "tirante" a Alemanha não vi nada de interessante, nem a Argentina - Messi jogou bem, fez algumas jogadas, mas não foi uma exibição de gala).
Abração!
Copa do Mundo à parte, esse Mal (ou Bom?) Waldron é um dos grandes...
E eu sou do time dele no que se refere a "tocar com o coração"!
Grande Fig,
E as fotos no seu blog não lhe deixam mentir - você toca com o coração e ao lado das grandes feras da música instrumental brasileira!
Abração!
Pois é seu San, os Mal(s) 1, 2, 3 e 4, os tenho todos. O que não tenho é o menor talento dos q aqui frequentam pra dissecá-los. Agora quanto as novidades... A indicação de Mauro Beat, Charlie Mariano & Mal Waldron Trio - Autumn Dreams, eu estou aqui tão literalmente di bob (ouvindo), mr. Érico q se aparecer aqueles secadores de pé e uma manicure, eu enfio a cabeça num e a mão eu deixo aos cuidados da moça. Sentiu om impacto? Poizé.
Estimado ÉRICO:
Bela, consistente e precisa resenha sobre um dos grandes mestres das 88 teclas.
A gravação é soberba e a lembrança com o clássico "Canção da Manhã Feliz" dos notáveis Haroldo Barbosa e Luiz "Cabeleira" Reis, mais que oportuna.
Mais uma vez e como sempre, PARABÉNS ! ! !
O poema é maravilhoso, eu não conhecia. Mas esses músicos de jazz, hein? Eita povo maluco, sô! Ainda bem que além da dor de cabeça nas mulheres e filhos, nos deixaram maravilhosas músicas.
Obrigada, querido Érico, por nos contar essas histórias!
Beijocas
Queridos Sérgio, Apóstolo e Valéria,
Sejam muito bem-vindos! Também fiquei curioso a respeito do disco do Waldron com o Charlie Mariano. Deve ser de primeira (em duo, tenho o “Left Alone Revisited”, com Archie Shepp, que é ótimo). Mas você não perde tempo, não é Mr. San!
Mestre Apóstolo, não sei se o Waldron está naquela célebre relação dos seus pianistas favoritos, mas que ele merece uma vaguinha aí, merece, viu?
Valéria, acho que mulher de jazzista é uma profissão tão arriscada quanto a de domador de leões ou de pescador de caranguejos gigantes (tipo "Pesca Mortal", do Discovery), tamanha a quantidade de presepadas que esses caras aprontavam (ra, rs, rs).
Em compensação, deixaram coisas maravilhosas e, por isso, acho que foram perdoados por suas respectivas "proprietárias" (rs, rs, rs).
Um fraterno abraço aos três!
Seu, San, amigo. A grande diferença entre mim e colecionadores de originais como você e os demais q aka frequentam, é q, k em casa, um disco adquirido, dificilmente, mas muito dificilmente mesmo, é ouvido tantas vzs quanto este merece. Pelos simples fato da facilidade de se conhecer mais e mais e mais de tanta gente boa, não me permite grandes intimidades. E cê sabe, sem intimidade, não há aproximação necessária. Nisso, considero estar em desvantagem. Em compensação, é tão breve e fácil conhecer outras novidades sugeridas e aquelas q a gente baixa na intuição, q no fim das contas nem sei quem perde ou quem ganha. O prazer está nas duas pontas.
Veja, logo hoje pela manhã, conheci o vibrafonista, ‘saxista’ e, se não me engano, pianista (inglês), Tubby Haynes. Grande dica tbm o álbum "Tubbs In NY" de 1961! Agora, o negócio quase impossível pra mim, é apurar a memória, pq sei lá, daqui ha quantos dias vou estar me perguntando, “esse Tubby toca o que mesmo?"
E por aí vai.
Gol da Eslováquia!
Já reparou q depois q a Eslováquia perdeu a Tcheca ficou bem mais fraquinha?...
Seu san, e aquele nosso outro assunto? Se não me avisar, não saberei e se esquecer, o q posso fazer senão lembra-lo?
Diria o poliglota Joel Santana: Las choses acá is hauf noir, meu broder!
Abraços!
Em tempo: tou te passando um emeio.
Take it easy, my brother! I didn't forget you! Today you will have a surprise, joelisticamente falando!
O Tubby Hayes é um saxofonista inglês (não sei se ele toca vibrafone), mas não tenho nada dele (não sei se tenho algum disco com ele como sideman).
Abração!
Caros amigos do Jazz + bossa,
Dei uma sacada no Amazon e o "Charlie Mariano & Mal Waldron Trio - Autumn Dreams" tá a 170 verdinhas (e usado ainda por cima!!!).
Vi também que há um músico brasileiro no trio, o baixista Paulo Cardoso, de que não conheço.
Pergunto aos amigos do jazz + bossa (em especial às enciclopédias Raffaelli, Apóstolo Edú - se estiver na Via Láctea - Mauro, Salsa, Lester e Predador) se alguém conhece esse músico (o cara deve ser fera, dei uma sacada no site dele e li que ele já tocou com Mal Waldron, Art Farmer e muitos outros gigantes).
Bom, e se alguém souber onde posso comprar o cd "Autumn Dreams", a preços módicos, por favor, me informe, ok?
Estimado ÉRICO:
Edward Brian "Tubby" Hayes (Londres, Inglaterra, 30/janeiro/1935 a 08/junho/1973) foi um extraordinário sax-tenor, que nos legou notáveis gravações, que o ombrearam aos melhores nesse instrumento.
Foi multi-instrumentista (saxes alto, tenor e barítono, vibrafonista e flauta), que iniciou seu estudo musical pelo violino.
Entre suas muitas gravações, há um LP/CD em que atua como "sideman" (o titular, também londrino, é o também multi-instrumentista VICTOR FELDMAN - pianista, vibrafonista, baterista, percussionista, compositor e arranjador) = "Suite Sixteen". A faixa-título é um primor de arranjo e solos.
"Tubby" é um músico superior que, infelizmente, nos deixou com apenas 38 anos.
Távênaí, seu san? Mr. Apóstulo, um de seus (nossos, tbm, posso, mestre?) mais ilustres enciclpédicos é q está falando. Grande descoberta o Tubby! O q reforça a minha função aqui: A vocês, o conhecimento, a mim, as "descobertas". E assim o mundo vai giranu em harmonia jazzy.
O que seria do jazz + bossa se não fossem os nossos amigos-enciclopedistas? Mestre Apóstolo, obrigado pela explanação (listinha já!!! - no Amazon tem alguns discos do Tubby e vou ver se encomendo algum)!
Mestre Sérgio, que seria das jóias que adornam os pescoços da realeza se não fossem os abnegados garimpeiros que extraem, das entranhas da terra, o precioso metal, a pedra perfeita?
Só falta agora o Brasil meter 5 a 0 na Coréia prá tudo ficar belezinha, belezinha!
Saudações ufanistas e verde-amarelas!!!!
seu san, to aqui e to lá. mas pq tem q ser sempre assi, hein?
esses coreanos não devem ser bons nem em pif paf!
Ufa! Gol!
Mas pelamorde meus filinhos, como diria aquele lá.
Sabe o q é o mais bonito nesse jogo? a indgnação do Casão.
Prezados SÉRGIO e ÉRICO:
Se quizerem assistir o grande TUBBY HAYES(glória maior do JAZZ britânico) "ao vivo" (saxofone.tenor e flauta), desfrutem o DVD "Benny Golson & Tubby Hayes & The British Orchestra 1966" (que inclui "Stan Kenton & His Orchestra 1962") =
TUBBY HAYES sob o comando de BENNY GOLSON (Londres, outubro/1966) e comandando orquestra (Londres, novembro/1966).
Mestre Apóstol,
Tá marcado!!! Quando formos a São Paulo, reserce naquela maravilhosa coleção de dvd's essse do Tubby Hayes - o cara, até onde sei, é um dos grandes entre os grandes!!!
Caro Érico e correligionários,
O baixista Pedro Cardoso vive há anos na Europa. Ele tocou com Art Farmer no extinto Free Jazz Festival de 1999.
A seção rítmica de Farmer era com o austríaco Fritz Pauer (piano), Pèdro (baixo) e o italiano Mario Gonzo (bateria).
Curiosamente, ao abordar Pedro Cardoso constatei que ele quase não falava mais português e o jeito foi conversar em inglês.
Com relação ao grande Tubby Hayes, recomendo entusiasticamente seu CD "Return Visit", na excelsa companhia de Roland Kirk e James Moody (este camuflado pelo pseudônimo "Jimmy Gloomy").
É dinamite pura com os três compadres superando-se em inventividade e suingue. No ballad medley o incrível Roland Kirk nos brinda com um solo de "flute nose" que nos leva às lágrimas.
Não percam isso por nada e o CD vale qualquer preço que pedirem.
Keep swinging,
Raffaelli
Mestre Raffaelli,
Vou tentar achar alguma coisa desse baixista brasileiro - pelo nível dos jazzistas com quem ele tocou deve ser um grande músico.
Quanto à sugestão sobre o disco do Tubby Hayes, ela já está anotadinha (embora eu creia que o Sérgio já tenha descoberto essa gema, pois ele é mais rápido no "gatilho" que o Django - rs, rs, rs).
Grande abraço e obrigado pelas dicas!!!!!
Consegui sim, mr. Érico, e pela entusiasmo de mestre Raffaelli, farei dessa audição um ritual. Com tanto jogo na tevê, ainda não deu pra iniciar o ritual... Mas veja q maravilha! Na procura, acabo de encontrar tudo! Albinho completo. Em LP digitalizado! Com capa, contracapa original com texto – que só com lente se pode ler... Mas enfim,
Aí vai o link do Return Visit! 1973:
http://www.4shared.com/get/106812244/bbf13...Visit_1973.html
Mr. Sérgio,
E a "cozinha", com Walter Bishop Jr., Sam Jones e Louis Hayes? Coisa fina mesmo - merece ir prá listinha!
Abração!
Boa tarde!! Li com atenção e gostei do assunto(andei afastada das leituras e do meu blog também,por motivos particulares )além de conferir outras novidades,como a de votar em seu Blog,acabei de faze-lo.Abraços..
Prezada Marilda,
Seja muito bem-vinda e junte-se à nossa confraria - espero que de agora em diante você possa nos visitar sempre e dar continuidade a seu blog!
Obrigado por votar no jazz + bossa e um fraterno abraço!
Erico,
fiquei meio afastado mas estamos ai e gostei da animação do blog.
Todo musico ,musico de verdade, quer "tocar com o coração", mas tem que saber tocar. Mal Waldron é um exemplo do que estou falando,um musico com talento, conhecimento e experiencia.
Achei interessante a teoria do Sergio sobre a origem da palavra bacana. Quanto a "Bacanais desavergonhados" eu nunca fui disso,nem na juventude, sou mais do "Tea For Two" do que do "Free For All".
Grande Tandeta!
Essa foi ótima: também prefiro o "Tea For Two" do que do "Free For All". Grande abraço!!!!
Tanto nas fases introspectivas(Left Alone), pesadas(com Eric Dolphy em The Quest Suite), quanto na dos blues, que executava e compunha como ninguém (ouça-o comandando a cozinha de John Coltrane em Wheelin & Dealin), Waldron, no meu entendimento, é um pianista excepcional, mais ainda por conta de como percutia as teclas do piano: "dissonante" e/ou "telegrafica". Este Mal-4, mr.Cordeiro é um disco espetacular, ouço-o com frequência, aliás sou apreciador deste estilo de tocar do Waldron. (O "Autumn Dreams" com Charlie Mariano é realmente uma pérola, aproveite a chance com mr.Mauro). Ótima essa sua resenha. Nota 10. O mesmo não posso dizer do timinho do Brasil(misturando jazz com futebol). Com Gilberto Silva, Filipe Melo, Luis Fabiano e Cacá(fora de forma) não dá. Será que o "anãozinho da Branca de Neve" não tem opções melhores??? Deixa p'ra lá!
Quanto ao Pedro Cardoso, mestre Raffaelli já deu a dica. Com relação ao Tubby Hayes, além do disco recomendado entusiasticamente por Domingos Raffaelli, gostaria de sugerir também o ótimo álbum "The New York Sessions" com Tubby "pilotando" seu sax tenor ao lado de Clark Terry, Horace Parlan, Eddie Costa, George Duvivier e Dave Bailey, numa gravação de 1961. É isso.
Caro Érico, me ha encantado este post que has hecho sobre Mal Waldron, un gran pianista con una
técnica incréble, gran músico del bop y hard bop. Se nota la influencia de Thelonious Monk en su estilo.
Caros Predador e Hector,
Concordo com tudo o que foi dito pelo desintegrador estelar, inclusive no que tange à nossa seleção. Mas tenhamos paciência - vejam o que a Suíça e o México aprontaram prá cima das favoritas Espanha e França.
No frigir dos ovos, só a Alemanha vem apresentando um futebol empolgante. Vi os gols da Argentina e confesso que não me entusiasmei - eles dependem muito do Messi, que apesar de estar jogando bem ainda não confirmou o título de melhor do mundo. O meio campo alemão (não sei o nome dele) tem jogado de forma mais objetiva.
Caro Hector, obrigado pelas palavras gentis e que bom que o Waldron também está entre os seus pianistas preferidos!
Abraços aos dois!!!!
Postar um comentário